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PRINCÍPIOS DE DESIGN INSTRUCIONAL - EDU621 - 3.

Curadoria da Gestão de Projetos em


Design Instrucional
Curadoria da Gestão de Projetos em Design Instrucional • 2/10

Curadoria da Gestão de Projetos em Design


Instrucional
Conteúdo organizado por Deborah Costa e Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro
Design Instrucional na Prática, publicado em 2008 por Andrea Filatro, pela editora
Pearson Universidades.

Objetivos de Aprendizagem
• Entender a teoria e a aplicação da Curadoria.
• Realizar a Curadoria na busca do perfil da turma.
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Introdução
A Curadoria pode ser considerada a etapa de busca de conteúdo, de ferramentas,
de suporte para o projeto. É quando se realiza o mapeamento de todas as soluções
existentes e o que já foi produzido para que se defina o que estará envolvido na
produção de um novo curso.
O Designer Instrucional conhecedor do público-alvo, deve estabelecer o nível de
habilidades e conhecimentos que os participantes devem possuir para garantir que o
que eles já sabem não seja repetido e o que eles não sabem seja explorado.
A Curadoria integra depende da fase de análise, visto que é na análise que se mapeia
todo o contexto inicial do projeto educacional. A Curadoria deve ser prevista
após a fase de análise ter sido validada com a construção da matriz instrucional.
Vale relembrar que, na fase de análise do design instrucional, busca-se entender
o problema educacional e projetar uma solução apropriada. Isso é feito por meio
da análise contextual, que abrange o levantamento das necessidades educacionais
propriamente ditas e a caracterização dos alunos.
A fase de análise antecede a criação do projeto, resgatamos aqui para que você
compreenda a importância deste levantamento para a definição das ações de
Curadoria.
Para Filatro (2010) a fase de análise geralmente deve tratar das seguintes questões:
• Background geral dos participantes do curso, que são informações pessoais
e educacionais tais como idade, nacionalidade, escolaridade, experiências
anteriores e temas de interesse;
• O que os participantes devem alcançar ao final do curso;
• O que será requerido em relação às habilidades.
Nesta fase, também é importante determinar:
1. Os objetivos gerais - alvo do projeto;
2. As diversas possibilidades de aplicação;
3. Os fatores de limitação.
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Parafraseando Nakano (2019) é importante destacar que a análise das necessidades


de aprendizagem tem como objetivo levantar as demandas por educação de uma
instituição, de um grupo ou de indivíduos. É relativamente comum ver cursos ou
disciplinas em que as estratégias utilizadas, bem como as formas de avaliação, não
condizem com os objetivos do aprendizado, resultando em cursos que divulgam
promessas que não conseguem cumprir.
Em geral, isso acontece quando os objetivos educacionais não são bem definidos. E
o que isso tem a ver com a curadoria? O trabalho realizado durante a curadoria deve
pautar-se pelos objetivos que foram definidos no plano de curso e que foram depois
trabalhados na matriz instrucional.

Análise

Partindo do fato que uma ação educativa é constituída por dois processos, de ensinar
e aprender, dizemos que os objetivos educacionais também são divididos em dois:
os objetivos de ensino e os objetivos de aprendizagem.
• Objetivos de ensino: tem como foco a ação do professor, ou seja, qual será sua
atividade em aula. No caso dos cursos EAD, essa ação é transferida para o material
e para a ação do tutor, dependendo do curso escolhido e, consequentemente,
do tipo de interação. Por exemplo, ensinar o cálculo da raiz quadrada é um
objetivo de ensino, pois está pautado na ação do professor, ou seja, o foco do
processo está na ação de ensinar tal cálculo.
• Objetivos de aprendizagem: tem como foco a aprendizagem do aluno, e
representa o que o aluno irá aprender no curso ou disciplina. Com base no
mesmo exemplo, o aluno ser capaz de calcular a raiz quadrada é um objetivo de
aprendizagem.
Tanto os objetivos de ensino como os de aprendizagem devem ter o mesmo intuito:
suprir as necessidades dos alunos e seus interesses de acordo com sua realidade.
Contudo, um representa a forma como o conteúdo e o professor ou o tutor irão
trabalhar e o outro representa o que o aluno irá adquirir no curso ou disciplina em
termos de conhecimentos, competências, habilidades, valores e atitudes.
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Objetivos de Aprendizagem Gerais e Específicos

De forma simplificada, os objetivos de aprendizagem são metas ou resultados


propostos aos alunos para adquirirem determinados conhecimentos. Ou seja, os
objetivos de aprendizagem indicam o que o aluno deverá ser capaz de fazer como
consequência do seu aprendizado e em um determinado curso, assim os objetivos
podem ser expressos em dois níveis.
• Objetivos gerais: que são mais amplos e complexos e podem ser alcançados a
longo prazo, por exemplo, ao final de um curso completo ou de uma disciplina.
• Objetivos específicos: referem-se a aspectos mais simples e concretos e
alcançáveis em menor tempo, por exemplo, os que surgem no final de uma aula
ou unidade.
É importante destacar que os objetivos gerais são necessários na fase de análise, quando
se faz o mapeamento do contexto da aprendizagem, e os objetivos específicos, que
são relacionados às unidades de aprendizagem ou aulas, são definidos na fase de
design ou desenho do curso.
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Para a realização da curadoria, é importante a identificação do público-alvo. Conduzir


a análise do público-alvo é um passo crítico para a curadoria que servirá de base
para o desenvolvimento do material que irá compor o curso ou treinamento. O
conhecimento das características desse público é importante não apenas para fazer
a escolha do modelo de design instrucional a ser adotado, como também para
determinar a escolha de mídias em que o material didático será disponibilizado, a
escolha do ambiente de aprendizagem, a interface com o usuário, as ferramentas de
comunicação, a linguagem utilizada em sua estrutura de suporte e tutoria etc.
Assim, faz parte da fase de curadoria validar o perfil dos alunos levantados na fase
inicial de análise, e é dever do designer instrucional responder às perguntas antes de
prosseguir:
1. Qual o nível de instrução exigido para ser aluno do curso?
2. É pré-requisito para participar do curso ter formação em uma determinada área
e/ou alguma experiência profissional específica?
3. Qual será a faixa etária do público-alvo do curso?
4. Que nível de fluência tecnológica os alunos precisam ter para o curso (quais
aplicativos, softwares etc. deverão saber manusear)?
5. Será necessário que os alunos possuam fluência na leitura em uma segunda
língua? Se sim, qual?
6. Qual deverá ser a disponibilidade de tempo dos alunos para estudo?
7. Que tipo de conexão à Internet será necessária para uma boa participação no
curso?
8. Quantos alunos haverá em cada turma?
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A partir dessas respostas, o trabalho de curadoria exige a busca de instrumentos,


de ferramentas, de videos, de textos, de ilustrações, e de elementos gráficos que
permitam que a linguagem utilizada seja coerente com a comunicação e que dê suporte
e motivação tanto para os alunos como aos professores / tutores que irão acompanhar
os alunos no desenvolvimento de suas atividades. A ação da curadoria é caracterizada
pelo levantamento do que já existe e foi produzido em projetos anteriores, pela
pesquisa por novos recursos, pela avaliação da qualidade e da adequação desses
recursos ao projeto, pela escolha dos componentes a serem inseridos. Todas essas
ações têm como foco criar uma experiência que leve o aluno a uma aprendizagem
significativa.

Saiba Mais
Princípios do design da informação na curadoria digital de ambientes
virtuais de aprendizagem sob a perspectiva da ciência da informação.
Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/181518.
Acessado em 23 de setembro de 2022.

Em Resumo

Em síntese, a curadoria atua na estrutura de pesquisa e desenvolvimento de


ferramentas do design instrucional e integra as ações coordenadas pela Gestão de
Projetos. A pesquisa realizada durante a curadoria vai além do mapeamento de sites
e aplicativos, visa atender às características e perfil do(a)s aluno(a)s para levá-los a
alcançar a aprendizagem, conforme desenhado nos objetivos.
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Na ponta da língua
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Referências Bibliográficas
Filatro, A. (2020). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.
Nakano, Natália (2019). Princípios do Design da informação na Curadoria Digital de
Ambiente Virtual de Aprendizagem sob a perspectiva da Ciência da Informação.
Tese de doutorado Universidade Estadual Paulista (UNESP). Marília. Disponível
em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/181518/nakano_n_dr_mar.
pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acessado em 05 de outubro de 2022.
Palloff, R. M. e Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência
profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.
Savioli, C e Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar,
produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.
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LIVRO DE REFERÊNCIA:

Design instrucional na prática


Andrea Filatro
Pearson Universidades, 2008

Imagens: Shutterstock

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