Urbanistica - Filipe Tavares

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DESENHAR A CIDADE

EXERCICIO 4

FILIPE TAVARES | URNANISTICA 2


1
ÍNDICE

01 INTRODUÇÃO P. 03

02 O LUGAR P. 06

03 A PROPOSTA P. 12

DESENHAR A CIDADE
COMPARAÇÕES P. 18
04

2
A habitação é um fenómeno intrinsecamente urbano. A sua construção,
renovação/ampliação, a organização e disposição dos volumes, a relação entre cheios e va-
zios, a distinção entre publico e privado, a distribuição dos programas, a relação das constru-
ções com o espaço publico, o tratamento e definição dos espaços comuns, as suas qualidades
e natureza, tudo isto exige a compreensão das morfologias e das subtilizas do desenho urbano.
No desenhar da habitação plurifamiliar é importante a consciência de que a forma da
cidade começa também a partir do seu interior. É do desenho dos espaços domésticos e da sua
disposição em serie que definem as cérceas, os volumes e os alçados, as aberturas e
expressões que vão determinar o caracter e a forma dos volumes, das frentes construídas e do
modo como elas determinam os espaços públicos. Ou seja, é tanto a partir da habitação, do
edifício, que se produz a forma urbana e o caracter de uma zona da cidade, como reciprocamente a
partir da morfologia urbana e do desenho que se pensa a habitação. A habitação que pro-
jetamos e a habitação que concebemos são duas faces de uma mesma realidade.

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DESENHAR A CIDADE

Imagem 1 | Render da Implantação do Projeto

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O LUGAR

Análise do contexto urbano de Projeto 3

DESENHAR A CIDADE

Imagem 2 | Planta de localizaçãO, com a marcação da linha de metro (verde escuro) e dos pontos de
maior concentração de pessoas (azul)

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Imagem 3 | Sobreposição das plantas de 1865 (Preto) e 1892 (Vermelho)
7 Fonte: “Planta da cidade do Porto” de Frederico Perry Vidal e “Planta Topografica da cidade do Porto” de Augusto Telles Ferreira.
Imagem 4 | Sobreposição das plantas de 1892 (Preto) e 1903 (Vermelho)
Fonte: “Planta Topografica da cidade do Porto” de Augusto Telles Ferreira e “Planta da Cidade do Porto” dos STCMP
Imagem 5 | Sobreposição das plantas de 1903 (Preto) e 1932 (Vermelho)
Fonte: “Planta da Cidade do Porto” dos STCMP e “Planta Topografica da Cidade do Porto” do Eng. Bonfim Barreiros/STCMP 8
Imagem 6 | Sobreposição das plantas de 1992 (Preto) e 1997 (Vermelho)
Fonte: “Cartografia Digital” dos STCMP e “Cartografia Militar de Portugal” do Instituto Geográfico do Exército
Na planta feita por Augusto Gerardo Telles Ferreira em 1892, o quarteirão do Antigo Estádio do Lima
apresenta-se com os limites já bem definidos, que se manterão até á atualidade. A divisão parcelar
do quarteirão formado pela Rua de Costa Cabral e a Rua do Lindo Vale permanece praticamente a
mesma que existia originalmente. As características da Rua de Costa Cabral, como o seu traçado, a
sua morfologia e o seu uso, também são praticamente inalteradas.
Em 1892, a Rua da Alegria e a Rua da Constituição, estavam em um estado avançado de desenvol-
vimento. A rua da Alegria estava praticamente concluída com a exceção da ligação da mesma com
a Rua de Costa Cabral. Ambas eram ruas importantes no ponto de vista residencial e comercial da
cidade do Porto.
A comparação entre a planta de Telles Ferreira de 1892 e a vista aérea de 1940 revela uma alte-
ração significativa no uso do quarteirão. Em 1892, o quarteirão era utilizado para fins agrícolas,
enquanto em 1940 já era utilizado como estádio. Na década de 60 oestádio é demolido e per-
manece um descampado até hoje.O quarteirão do antigo estádio do Lima tem uma história com-
plexa. Os seus limites estão definidos há mais de 120 ano, e a sua divisão parcelar original é muito
marcada até á atualidade. O quarteirão é irregular, com uma forma que se assemelha a um trapézio.
A envolvente do terreno de projeto é marcada por diferentes épocas. Podemos encontrar quartei-
rões da segunda metade do século XX, quarteirões modernistas e quarteirões ‘mistos’, onde no mes-
mo quarteirão tem implantações modernistas e do século XIX.
As três ruas que circundam o terreno apresentam proporções distintas. A rua do Lima é que tem a
escala mais ‘humana’, com edifícios entre dois e três andares e com um caracter habitacional. Já a
Rua da Constituição e a Rua da Alegria são mais largas e possuem edifícios mais altos, de
cinco a seis andares, construídos á face da rua com comercio e serviços no rés-do-chão.

No entanto, a Rua da Alegria apresenta uma exceção na zona em frente ao terreno, onde se
localizam duas torres modernistas que se afastam da rua e trazem uma nova escala a esta zona
da cidade, com 11 andares.
A Praça do Marquês de Pombal, conhecida outrora como Praça da Aguardente, está localizada na
interseção da R. da Constituição, da R. de Costa Cabral e da R. do Lindo Vale. Na planta de Telles Fer-
reira (1892) mostra que esta praça já existia nessa época, com a implantação do antigo mercado. Esta
praça tem aproximadamente 150metros de comprimento e 50metros de largura, sendo esta a praça
mais próxima do terreno do Antigo Estádio do Lima.
A cerca de 600 metros do terreno, encontra-se a Praça do Dr. Francisco Sá Carneiro, também co-
nhecida como Praça Velasquez. Esta Praça, tem proporções maiores do que a Praça do Marques de
Pombal, com aproximadamente 140m de comprimento e 130m de largura. A sua frente nascente
é cortada pela Av. de Fernão Magalhães, uma das principais avenidas do Porto que faz a ligação do
Campo 24 de Agosto à Estrada da Circunvalação.
Em contraste com a Praça do Marques de Pombal, esta em comparação com a sua dimensão tem
poucas zonas verdes, sendo na sua maioria pavimentada, o que facilita a prática de desportos ou
caminhadas. Esta praça é bastante frequentada, não só pelas habitações construídas numa das suas
frentes, mas também pela sua proximidade com o Estádio das Antas e o complexo Desportivo do
Monte Aventino

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DESENHAR A CIDADE

Imagem 7 | Planta de Telles Ferreira de 1982, Fonte: Camara municipal do Porto


Imagem 8 | Vista Area da zona de Implantação (Antigo Estádio do Lima)

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A PROPOSTA

DESENHAR A CIDADE
Área do Terreno: 26.188 m2
Área de Implantação: 14.048 m2
Área de Construção: 12.722 m2
Área de Impermeabilização: 10884 m2

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Como já foi referido a envolvente da área de implantação é marcada por diferentes épocas, tendo
uma relação mais direta com o Complexo Luso-Lima na sua frente com a Rua da Alegria. Este quartei-
rão tem uma implantação modernista, mas com algumas exceções na R. da Constituição com implan-
tações do Século XVIII e XIX com as divisões das parcelas originais.
É feita uma proposta para o projeto com uma implantação modernista, deixando a frente do terreno
que faz relação com a Rua da Alegria aberta, criando zonas verdes e pavimentadas com capacidade
de se adaptarem a diferentes programas. O quarteirão fica assim com parecenças com o referido
em cima do complexo luso-lima, com uma implantação modernista e implantações do século XVIII. É
visível a criação de um tecido urbano mais aberto, criando dois níveis diferentes, o de relação direta
com a rua com a implantação de uma torre e o desenho de um espaço urbano mais ‘livre’ para o seu
uso como referido em cima e outro momento onde é criado a uma cota 4metros acima habitações
unifamiliares com relações diretas entre si através de grandes pátios semi-privados.
Estes ‘pátios’ criados para as habitações unifamiliares são espaços que não são encerrados ao públi-
co, mas um caracter mais privado sendo assim semi-privados. As dimensões propostas para estes,
ainda não estão completamente bem, estando os pátios com dimensões maiores do que o previsto,
para o número de pessoas que habitarão o local, em comparação com outros espaços com o mesmo
caracter.

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D
C

HABITAÇÃO COLETIVA
B

A1.1
D
C

DESENHAR A CIDADE

Imagem 9 | Planta de Cobertura


Imagem 10 | Render da vista da Rua da Alegria para o Porjeto (lado direito: Complexo Luso-Lima, lado
esquerdo: Projeto

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Na relação com as três ruas que rodeiam o terreno, o projeto relaciona-se de formas distintas, como
referido em cima para a Rua da Alegria, que é a maior frente do terreno, é deixado um grande espa-
ço publico, sem edifícios a fazer a frente de rua. Com a Rua do Lima o edifício relaciona-se de uma
forma não muito comum, estando a fazer a frente da rua, mas com uma cota de platibanda baixa,
ficando assim na sua zona mais alta com um único andar, estando fora de escala com a rua que tem
uma cércea de dois a três andares. Por último com a Rua da Constituição, como o terreno nesta zona
é mais estreito e devido á entrada de garagens e janelas dos edifícios ao lado, não é quase possível a
construção de qualquer edifício lá, deixando assim como local de entrada para o terreno.

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Imagem 11 | Corte da Rua da Alegria

DESENHAR A CIDADE
Imagem 12 | Corte da Rua do Lima

Imagem 13 | Corte da Constituição

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04
COMPARAÇÕES

DESENHAR A CIDADE

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A dimensão dos pátios referidos para habitações unifamiliares em comparação com o espaço entre
as duas torres do complexo Luso-Lima tem praticamente a mesma dimensão, tornando estes espaços
superdimensionados para o uso que terão.
A ideia era criar um espaço que todas as habitações pudessem usufruir, mas ponderando a compara-
ção em cima referida e a comparação com a escala humana, estes espaços estão demasiado grandes
para o número de pessoas que irão habitar no local.
Comparando o espaço publico que estou a criar na relação com a Rua da Alegria com a Praça do
Marques de Pombal, a ideia inicial de projeto é ter uma praça com zonas mais verdes e uma zona
pavimentada onde terá um mercado, sendo esta podendo ser facilmente alterada para usos diversos,
mas olhando para a praça do Marques de Pombal e sobrepondo as duas as dimensões são semelhan-
tes, mas a que estou a projetar sendo ligeiramente maior.
A praça do Marques é bastante movimentada devido á sua localização e das ruas que ela liga, e
também devido ao seu caracter histórico, o que me leva a pensar se o desenho que estou a fazer do
espaço publico não está demasiado grande e desenhado para “outra escala”.

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HABITAÇÃO COLETIVA
Imagem 14 | Lado esquerdo: Zona de jardim entre as duas torres do complexo Luso-Lima
Lado direito: Limites de um dos pátios semi-privados do Projeto
Esta imagem serve para fazer a comparaçao entre os dois espaços

DESENHAR A CIDADE
A1.1

Imagem 15 | Lado esquerdo: Limites da praça proposta no projeto


Lado direito: Praça Marques de Pombal
Esta imagem serve para fazer a comparaçao entre os dois espaços

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Indice de Imagens

Imagem 1 | Render da Implantação do Projeto

Imagem 2 | Planta de localizaçãO

Imagem 3 | Sobreposição das plantas de 1865 (Preto) e 1892 (Vermelho)


Fonte: “Planta da cidade do Porto” de Frederico Perry Vidal e “Planta Topografica da cidade do Porto”
de Augusto Telles Ferreira.

Imagem 4 | Sobreposição das plantas de 1892 (Preto) e 1903 (Vermelho)


Fonte: “Planta Topografica da cidade do Porto” de Augusto Telles Ferreira e “Planta da Cidade do Por-
to” dos STCMP

Imagem 5 | Sobreposição das plantas de 1903 (Preto) e 1932 (Vermelho)


Fonte: “Planta da Cidade do Porto” dos STCMP e “Planta Topografica da Cidade do Porto” do Eng. Bonfim
Barreiros/STCMP

Imagem 6 | Sobreposição das plantas de 1992 (Preto) e 1997 (Vermelho)


Fonte: “Cartografia Digital” dos STCMP e “Cartografia Militar de Portugal” do Instituto Geográfico do
Exército

Imagem 7 | Planta de Telles Ferreira de 1982, Fonte: Camara municipal do Porto

Imagem 8 | Vista Area da zona de Implantação (Antigo Estádio do Lima)

Imagem 9 | Planta de Cobertura

Imagem 10 | Render da vista da Rua da Alegria para o Porjeto (lado direito: Complexo Luso-Lima, lado
esquerdo: Projeto

Imagem 11 | Corte da Rua da Alegria

Imagem 12 | Corte da Rua do Lima

Imagem 13 | Corte da Constituição

Imagem 14 | Lado esquerdo: Zona de jardim entre as duas torres do complexo Luso-Lima
Lado direito: Limites de um dos pátios semi-privados do Projeto

Imagem 15 | Lado esquerdo: Limites da praça proposta no projeto


Lado direito: Praça Marques de Pombal
FILIPE TAVARES

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