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006-27
FITOTERAPIA NA ESTÉTICA

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A relação com a autoimagem corporal

A autoimagem é parte importante


da relação do indivíduo com o
mundo e consigo mesmo. Estar
satisfeito com a própria
aparência, independente de
padrões e administrar de forma
saudável os cuidados com a
beleza é algo que traz benefícios à
vida do indivíduo e deve ser
incentivado.
A imagem corporal tem recebido
enorme destaque principalmente
pelo aumento de exposição que
vem acontecendo na atualidade. Muito se tem evoluído na questão de cuidados
estéticos, as inovações vão desde cosméticos vendidos em farmácia e chegam aos
procedimentos mais invasivos como cirurgias, neste meio encontramos ainda algumas
estratégias cotidianas como práticas de atividade física, estratégias dietéticas e
suplementos nutricionais e fitoterápicos.
Mais do que simples vaidade o apelo com o cuidado com o corpo engloba
cuidados com saúde, qualidade de vida e longevidade e por isso deve-se reavaliar o
preconceito que alguns possuem com os tratamentos estéticos e enfatizar a sua face
positiva. No atendimento ao paciente que busca melhoriasna aparência é importante
deixar claro as limitações que as suplementações vão apresentar em seus resultados.
Neste campo onde muitas vezes são almejados resultados irreais, é fundamental
enfatizar o que é real e factível do que são simples promessas infundadas.

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A fitoterapia na estética

No auxílio com os cuidados estéticos podemos usar como um dos instrumentos


a fitoterapia. As plantas possuem vários mecanismos que podem trazer benefícios à
saúde. Quando abordamos questões estéticas é importante entendermos que por trás
daquela desarmonia há questões fisiológicas e metabólicas, sendo assim, a maneira
correta de se abordar a suplementação na estética é entender qual o mecanismo que
está causando a queixa apresentada. Sempre reforçando que, a abordagem não deve
ser simplista, o uso isolado de um suplemento fitoterápico sem melhorias globais não
trará efeitos potentes. Via de regra junto ao tratamento fitoterápico devem ser
abordadas questões como: alimentação, sono, hábitos de vida, hidratação, atividade
física, microbiota intestinal saudável, entre outras medidas.

O tratamento fitoterápico vem tendo uma grande adesão no campo estético e


os principais motivos para esse grande uso são: baixo custo, já que muitas vezes é
comparativamente menos oneroso do que a grande parte dos tratamentos estéticos,
seu fácil acesso e a crença de apresentar baixo risco. Ainda podemos citar o uso
tradicional, já que a recomendação de plantas para aprimoramento da beleza é
amplamente passada de geração em geração e muitas vezes quando se realizam

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trabalhos para validar cientificamente este uso encontraram-se resultados positivos
corroborando o conhecimento popular.
Apesar de existirem inúmeras desordens estéticas, algumas são mais prevalentes
nas queixas dos pacientes. Em um estudo brasileiro descritivo e multicêntrico realizado
em três diferentes estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina) com objetivo de
se obter dados do conhecimento da população sobre tratamentos cosmiátricos uma das
perguntas feitas foi sobre as queixas estéticas referente a pele dos entrevistados. Abaixo
apresentamos um gráfico retirado do estudo com o resultado da pesquisa e nele
podemos ver as questões que mais trouxeram incômodoaos indivíduos.

Martins, Gustavo, Bernardes Filho, Fred, Soares


Sasso, Leticia, Aparecida Milanez Morgado de Abreu,
Marilda y Lupi, Omar A cosmiatria na perspectiva das
mulheres: estudo-piloto em três estados do Brasil.
Surgical & Cosmetic Dermatology. 2013;5(3):226-
233

Não se referindo somente à questão se pele, abaixo estão listadas as


principais questões estéticas que levam os pacientes a buscarem tratamento:

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Os alvos metabólicos e vias de ação das plantas nas desordens estéticas: o enfoque
do tratamento.

Como existem alvos metabólicos e vias de ação distintos para cada uma das
desordens estéticas, nesta apostila serão listadas as principais plantas utilizadas para
este fim e em cada uma das plantas será discutido o mecanismo de ação e suas
indicações embasados em estudos. Abaixo estão descritos as principais ações que
buscaremos nestas plantas para auxílio na estética:

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Principais plantas utilizadas em estética:

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Centella asiatica
Nome popular:
Centella
Partes utilizadas:
Partes aéreas

Padronização/Marcador:
Derivados triterpênicos totais expressos em asiaticosídeo.

Usos:
Insuficiência venosa dos membros inferiores, venotônica, melhora a irrigação sanguínea
e microcirculação. É recomendada no tratamento de dermatoses e feridas, inclusive as
infecionadas, queimaduras, cicatrizes hipertróficas ou eczema. Um dos mecanismos de
ação envolve a promoção de fibroblastos e proliferação e aumento da síntese de
colágeno entre outras ações neste tecido. Possui ação anti-inflamatória. Centella
asiatica é um ingrediente comum dos cosméticos aplicados no fotoenvelhecimento e
também na celulite e nas estrias.

Dose Diária:
36 a 144 mg de derivados triterpênicos totais expressos em asiaticosídeo.

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Contraindicado na gravidez. Em doses elevadas é depressivo do SNC,
podendo causar vertigens, cefaleias hipotensão arterial e estados
narcóticos em pessoas com sensibilidade à droga podendo também
ocorrer dermatites na exposição prolongada ao sol. É bem tolerada nas doses
adequadas. Em alguns indivíduos observou-se elevação do colesterol total devendo
haver precaução em ocorrência de hipercolesterolemia familiar. Um artigo antigo refere
que a fração saponosídeo do extrato vegetal contendo ácido brâhmico e seus derivados
causava infertilidade em espermatozoides humanos e de ratos. É considerado na
medicina tradicional chinesa antiestagnante pois circula os líquidos.

Centella asiatica (L.) Urb.

Pó 600 mg a 1,8g/ dia

Extrato seco padronizado a 5% de terpenos 50 a 200 mg/d

Extrato seco 5:1 100 a 300mg/d

SAAD, 2016

IN nº 2/2014

Nomenclatura botânica Centella asiatica (L.) Urb.

Nome popular Centela, Centela-asiática

Parte usada Partes aéreas

Padronização / marcador Derivados triterpênicos totais expressos em asiaticosídeo

Derivado de droga vegetal Extratos

Indicações / ações terapêuticas Insuficiência venosa dos membros inferiores

36 a 144 mg de derivados triterpênicos totais expressos em


Dose diária
asiaticosídeo

Via de administração Oral

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Cicatrização de feridas

Alguns fitoterápicos podem ser


particularmente úteis no tratamento e alívio dos
sintomas de doenças de pele, devido à presença de
vários compostos responsáveis por sua atividade.
Uma das plantas muito utilizadas em
dermatologia é a Centella asiática. Está
cientificamente comprovado que a erva C. asiatica
pode ser útil no tratamento de doenças de pele,
especialmente na cicatrização de feridas.
O colágeno é a proteína mais abundante no organismo, existem em pelo menos
20 subtipos. Dois subtipos são importantes para a reparação da ferida, o tipo I e o tipo
III, o colágeno tipo I predomina na matriz extracelular da pele intacta. Colágeno tipo III,
presente em menor quantidade na pele intacta é importante no processo de cicatrização
de feridas, especialmente na fase inicial A cicatrização de feridas é um processo
biológico complexo que envolve coagulação, inflamação, produção de citocinas,
migração celular, proliferação e diferenciação, angiogênese, síntese e remodelação da
matriz extracelular (incluindo produção e deposição de colágeno).

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Fonte: Isaac et al.,2010

Vários estudos mostram que extratos de C. asiática e componentes destas plantas


auxiliam na cicatrização de feridas, por diversos mecanismos, abaixo os achados de
alguns estudos sobre esta planta in vitro.
 Houve aumento estatisticamente significativo na porcentagem de colágeno e
fibronectina em culturas de fibroblastos de pele humana após a aplicação do
extrato e esse aumento parece ser de forma dose-dependente.
 Estudos mostraram também que a suplementação desta planta levou ao
aumento do nível de prolina livre intracelular (aminoácido que compõe o
colágeno)
 Trabalhos também apontam que os extrato de C. asiatica facilita no processo de
maturação da cicatriz, aumentando a quantidade de colágeno tipo I e, portanto,
aumentando a proporção de colágeno tipo I: III .
 Esta planta parece ainda causar uma diminuição da proteólise na matriz
extracelular e, portanto, auxiliar no acúmulo de colágeno e fibronectina que
favorecem o processo de cicatrização
 diminui a atividade das metaloproteinases e, assim, aumenta a deposição de
colágeno
 As asiaticosídeo afetam a proliferação de fibroblastos dérmicos da pele humana,
bem como aumenta as taxas de migração e acelera a fixação das células da pele.
 O Asiaticosídeo se mostram eficientes no auxílio mesmo da cicatrização de
feridas infectadas.

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 Alguns tipos de triterpenoides modulam fatores pró-inflamatórios portanto,
esses compostos são considerados importantes constituintes anti-inflamatórios
de C. asiática.
 Um importante achado é sobre a influência do asiaticosídeo na diminuição da
ocorrência do queloide.
As cicatrizes do queloide ocorrem como resultado de
uma cicatrização patológica de feridas por uma série de
fatores do processo de cicatrização. Substâncias
bioativas da C. asiática mostraram criar um equilíbrio
estimulando fatores que otimizam o processo correto
de cicatrização e inibindo substâncias que favorecem a
formação de queloide.
Em conjunto, parece que o asiaticosídeo tem um papel duplo ao promover a
cicatrização de feridas e prevenir a formação de cicatrizes.
Alguns experimentos em animais confirmaram os achados dos estudos in vitro
acerca do potente papel dos compostos da centela na cicatrização, agindo em
proliferação celular, processo de angiogênese, síntese de colágeno no local da ferida,
aumento no teor de hidroxiprolina, resistência da ferida à tração, aumento do conteúdo
de colágeno e melhor epitelização. Além disso a potente capacidade anti-inflamatória e
antioxidante destes compostos interferiu positivamente na cicatrização. Muitos estudos
foram realizados coma a via tópica, mas alguns trabalhos viram também efeitos
positivos no processo cicatrizante obtido pela administração oral de asiaticosídeo.
São poucos os estudos em humanos, mas um estudo clínico mostrou que o
extrato de C. asiatica acelera o processo de cicatrização de feridas em pacientes
diabéticos.
Bylka, Wiesława et al. “Centella
asiatica in dermatology: an
overview.” Phytotherapy research :
PTR vol. 28,8 (2014): 1117-24.

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Celulite:

Adaptado de Da Rosa, 2016

A celulite ou lipodistrofia ginoide é um mal que afeta


entre 80 e 90% das mulheres, já que o estrogênio estimula
a produção e retenção de gordura especialmente nas
nádegas e coxas. Algumas favorecem seu surgimento e agravamento como o aumento
do volume das células adiposas ou o aumento da divisão do tecido conjuntivo, o que
causa constrição de pequenos vasos sanguíneos e prejuízo na drenagem linfática,
levando ao aumento na gordura localizada. Como está ligada a piora da microcirculação
nos sistemas linfático e venoso os tratamentos da celulite visam estimular o fluxo e a
drenagem linfáticos e vasculares.
Preparações que afetam o tecido adiposo, o tecido conjuntivo e melhoram a
microcirculação são aplicadas no tratamento da celulite, eles podem ser usados
topicamente ou via oral. A Centella asiática é um fitoterápico tradicionalmente utilizado
na celulite principalmente por suas ações como anti-inflamatória, homeostática,
estimulante das estruturasdo tecido conjuntivo e vascular. Ela pode agir no meio
intersticial, estimulando a microcirculação, diminuindo o edema, e atuando também na
gordura localizada, retardar a lipogênese e ativar a lipólise, melhorando assim o aspecto
da celulite.

Camellia sinensis
Nome popular
Chá-verde

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Partes utilizadas
Folhas secas

Padronização/Marcador:
Polifenóis totais
Compostos bioativos:
Polifenóis (epicatequina, epigalocatequina, epigalocatequina-3-galato), ácidos fenólicos
(clorogênico, cafêico, gálico, proantocianidinas, flavonoides (favonas, Kampferol,
kercetina e miricetina – apigenina, rutina, genisteína e biochantina). Metilxantinas,
óleos essenciais, Vit. B e C, saponina triterpênicas, aa livres etc.
Usos
Auxiliar no tratamento de dislipidemias, obesidade, diabetes e arteriosclerose.
Digestivo, estimulante, anti-inflamatório, antioxidante, antineoplásica, termogênica
Proteção contra radiação UVA e UVB.

Contraindicações, advertências e interações


Podem ocorrer: nervosismo, insônia, constipação, aumento secreção gástrica, interação
com micronutrientes (ferro), taquicardia, hipertensão. Os taninos em infusões
concentradas podem provocar náuseas, vômitos e moléstias estomacais. Evitar em
portadores de gastrite e úlcera, ansiedade e insônia. Possui cafeína.

Infusão: 2 a 3 colheres de sopa de droga vegetal em meio litro de água, tampar e deixar em infusãopor
20 minutos, dividir em 4 doses ao dia, evitar próximo à hora de deitar-se.

Panizza, 2012

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Extrato seco (5:1): padronizados em 50 a 97% polifenóis totais – 240 a 320mg polifenóis totais/ dia –
divididos 1 a 3x ao dia

Boorhem RL, Lage EB, 2009

Envelhecimento cutâneo

O processo de envelhecimento
tecidual se configura quando há maior
degeneração do tecido cutâneo do que
regeneração. Eventos importantes para
ocorrência deste envelhecimento são
danos causados pelos efeitos dos radicais
livres - inclusive os gerados pela radiação
(fotoenvelhecimento). Uma das
consequências já bem documentadas do dano oxidativo é a degradação de substâncias
da matriz extracelular (MEC), como a do colágeno.
A irradiação UV induz significativamente a pigmentação, enrugamento da pele e
imunossupressão, acelerando a ocorrência de fotoenvelhecimento. Abaixo estão
representados os caminhos da radiação solar e seu alcance.

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Fonte: adaptado de Kammeyer; Luiten, 2015

As mudanças da pele que ocorrem com o passar da idade são refletidas pela
perturbação da função orgânica de algumas células, componentes e sistemas que
refletem na pele, como mostrado na tabela abaixo:
TIPO DE CÉLULA / FUNÇÃO MUDANÇAS REFERENTES À IDADE
COMPONENTE/
SISTEMA
Queratinócitos Numerosas como função de ↓ Proliferação e diferenciação
barreira, proteção mecânica, ↓ Sinalização celular e
produção de citocinas, resposta ao fator de
sinalização celular crescimento;
↓ Função de barreira contra lesão
Melanócitos Sintetizar pigmento de ↓ Número de melanócitos
proteção contra radiação UV ↓ Período de vida e resposta
Ao fator de crescimento
Células de Langerhans Apresentação dos antígenos ↓ 20% -50% de anormalidades
morfológicas
↓ função imune cutânea
Fibroblastos Síntese e degradação de ↓ Em número
matriz extracelular
↓ Resposta ao fator de crescimento
Componente da matriz ↓ Biossíntese
extracelular
Colágeno ↑ estabilidade e resistência à
degradação enzimática
Elastina Componente matriz ↓ Conteúdo de microfibrila;
extracelular
Aparência porosa, indistinta e
Fragmentada;
Inibidores de tecido de Proteger colágeno e elastina ↓ Função
de sistemas de degradação
metaloproteinases de
endógena
matriz
Leito vascular dérmico Termorregulação Perda estrutural
Gordura subcutânea Termorregulação, Perda estrutural
armazenamento de energia

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Sistema endócrino / Vit D Proteção UV, homeostase de ↓Produção
cálcio
Sistema endócrino – Melhora o conteúdo e a ↓Produção
estrogênio qualidade do colágeno,
aumenta a espessura da pele,
melhora a vascularização
Sistema nervoso Sensibilidade, ↓ Inervação facial,
termorregulação ↑inervação truncal;
↓ Tolerância à exposição ao frio
Miscelânea Cicatrização retardada de feridas
↓ Capacidade de reparar o dano do
DNA;
↓ Função do nível de duplicação da
população de cdna-1 que é inibidor da
angiogênese
Rabe at al, 2006

Algumas plantas apresentam componentes que agem no organismo retardando


a progressão destes danos. Entre elas está a Camellia sinensis, uma planta que dá origem
a três tipos de chá: chá verde, chá preto e Oolong. O chá verde se difere por não ser
fermentado como os outros dois, e por isso mantem melhor as propriedades
terapêuticas. Os polifenois do chá, possuem importante fator de proteção dérmica.
A ação do chá verde é muito citados em diversos trabalhos, atuando como
antioxidante e anti-inflamatório, agindo em circulação, imunidade, prevenindo doenças
degenerativas, acelerando o metabolismo e atuando em ciclo de vida de adipócitos. Seu
uso em estética está principalmente pautado em diversas funções, as mais conhecidas
são: ação antioxidante e anti-inflamatória, debelando radicais livres, melhorando o
sistema de defesa das células da pele contra os raios ultravioleta, regenerado não só a
pele, mas também de cabelos.

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Alguns efeitos protetores dos polifenóis do chá verde contra os danos da radiação
ultravioleta na pele, que causam o envelhecimento cutâneo e doenças:

 Efeitos antimelanogênicos (apesar de servir como proteção da pele a melanina


também produz radicais livres quando irradiado com radiação ultravioleta,
trazendo problemas de saúde e estéticos) - Os polifenóis do chá verde exibem
efeitos antimelanogênicos ao inibir a atividade e a expressão da tirosinase
(enzima que catalisa a melanogênese).

 Proteção contra degradações de colágeno que leva à formação de rugas


profundas e perda da elasticidade do tecido. Polifenóis inibem as colagenases e
a atividade de metaloproteinases e a indução de da formação de radicais livres,
atuando como protetores de colágeno.

 Proteção contra imunossupressão que desempenha um papel importante no


fotoenvelhecimento e na carcinogênese cutânea - o dano ao DNA induzido por
irradiação UV é um importante gatilho molecular para a supressão de respostas
imunológicas. Um sistema imunológico normal da pele protege de infecções e
remove células danificadas.

Eunmiri Roh, Jong-Eun Kim, Jung Yeon Kwon, Jun Seong Park, Ann M.
Bode, Zigang Dong & Ki Won Lee (2017) Molecular mechanisms of
green tea polyphenols with protective effects against skin
photoaging, Critical Reviews in Food Science and
Nutrition, 57:8, 1631-1637.

Curcubita pepo L.
Nome popular
Abóbora

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Partes utilizadas
Óleo da semente

Compostos bioativos:
Óleofixo (50%), proteínas (38%), Alfa-tocoferóis, carboidratos, ácidos graxos (palmítico,
esteárico, oleico, Linolênico).
Usos
Alopecia
Vias de ação
 Substâncias semelhantes à di-hidrotestosterona (DHT) – competindo com enzima
5-alfa-redutase que atua na conversão de testosterona em DHT.
 Ação anti-androgênica.
Contraindicações
Sem relatos na literatura.
Alterações no INR contraindicam o uso com anticoagulantes.
Dose
Óleo da semente: 200mg a 300mg/cápsula – 2x ao dia.

Alopécia:

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Alopecia androgenética (AGA) é o tipo mais
comum de queda de cabelo e embora não seja um
problema sério de saúde, é um importante fator na
autoestima.
Existem tratamentos medicamentosos
eficazes para a alopecia androgenética, mas alguns
efeitos colaterais incomodam a longo prazo como
por prejuízo em questões sexuais e descamação e
coceira no couro cabeludo
As terapias à base de ervas têm sido usadas para tratar a calvície desde os
tempos antigos. Produtos naturaiscomo semente de uva e óleo de alecrimtêm se
mostrado possíveis tratamentos alternativos para AGA por melhorar fluxo sanguíneo no
couro cabeludo. Algumas plantas agem por via hormonal comono caso dos polifenóis
do chá verde que alguns estudos mostram que podem ser úteis para o tratamento de
AGA, inibindo a atividade da 5α-redutase e promovendo crescimento do cabelo.
Este estudo randomizado, duplo-cego controlado por placebo visou avaliar a
eficácia e tolerabilidade do óleo de semente de abóbora para o tratamento do
crescimento do cabelo em pacientes do sexo masculino com alopecia androgenética
leve a moderada. 76 pacientes do sexo masculino com AGA receberam 400 mg deste
óleo em cápsulas por dia ou um placebo durante 24 semanas.
Este estudo mostrou que o suplemento durante 24 semanas teve um efeito
anabólico positivo no crescimento do cabelo e que isso se deve aos possíveis efeitos da
inibição da 5-redutase em pacientes com queda de cabelo leve a moderada de padrão
masculino. Não houve efeitos adversos importantes.

Cho, Young Hye et al. “Effect of pumpkin seed oil on


hair growth in men with androgenetic alopecia: a
randomized, double-blind, placebo-controlled
trial.” Evidence-based complementary and
alternative medicine: eCAM vol. 2014 (2014):
549721.

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Matricaria recutita L.

Nome popular
Camomila, matricaria
Parte usada
Capítulos florais, inflorescência

Compostos Bioativos
Óleo Essencial, flavonoides (apigenina), Cumarinas.
Alegação de uso
Uso tópico: anti-inflamatório
Calmante, cicatrizante,emoliente, refrescante, antisséptica, antialérgica, anti-
inflamatória
Dermatites e infecções da pele, queimaduras do sol .
Mecanismos de ação:
• Inibição de inflamatórios – prostaglandinas e leucotrienos - APIGENINA
• Óleos essenciais: bisabolol e flavonóides – inibição da ação das prostaglandinas
• Flavonoides e mucilagens – camadas mais profundas da derme, epiderme e
hipoderme
• Mucilagens - ação emoliente e protetora de peles secas e delicadas
• Pomadas e loções, em casos de acne, eczemas, úlceras externas, dermatite e
afecções da pele
• Como preventivo de rachaduras de peles sensíveis e secas
Dose Diária

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Nomenclatura botânica Nomenclatura Parte utilizada Forma de utilização
popular

Infusão: 3g (1 col sopa) em


Matricaria recutita Camomila Flores
150 mL (xic chá)
Posologia e Alegações Informações adicionais
modo de usar em embalagem
Quadros leves de Podem ocorrer reações alérgicas ocasionais.
Utilizar 1 xícara de chá 3
ansiedade e insônia, Em caso de superdose, pode ocorrer o aparecimento de
a 4 x ao dia
como calmante suave náuseas, excitação nervosa e insônia.

Uso oral: 4 a 24 mg de apigenina-7- glicosídeo.


Contraindicações, efeitos adversos, interações
Nas gestantes devido à atividade emenagoga e relaxante da musculatura lisa. Não
utilizar em crianças menores de 3 anos. Cautela em crianças menores de 6 anos.
Pacientes com hipersensibilidade ou alergia a plantas da família asteraceae.

A presença de lactonas sesquiterpênicas nas flores de camomila poderá


desencadear reações alérgicas em indivíduos sensíveis, e tem sido descrita dermatite de
contato para algumas preparações contento esta substância.

Foram descritas interações com varfarina, estatinas e contraceptivos orais.

RDC Nº 10/2010 (revogada)

MAIORIA DOS ESTUDOS EM ESTÉTICA PARA USO EXTERNO. NUTRICIONISTA NÃO


PODE PRESCREVER!
PORÉM SUA COMPROVADA POTENTE AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE
PODE SER APROVEITADA TAMBÉM NA VIA ORAL JÁ QUE NOS DISTURBIOS
ESTÉTICOS ESTES MECANISMOS SÃO FUNDAMENTAIS

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A apigenina e seus glicosídeos possuem efeitos anti-inflamatórios, antieritema e
antipruriginosos, reduzindo assim a coceira e melhorando a velocidade de cura da pele
em uso tópico. Alfa bisabolol (levomenol) e chamazuleno contribuem para a atividade
anti-inflamatória do extrato de camomila ao inibir a síntese de leucotrieno e efeitos
antioxidantes adicionais.Os extratos da planta são usados na forma de pomadas, loções
e inalações destinadas à aplicação local.

Aburjai, Talal & Natsheh, Feda. (2003).


Plants Used in Cosmetics. Phytotherapy
research : PTR. 17. 987-1000.

Curcuma longa
Nomeclatura popular:
Curcuma, açafroa e açafrão-da-terra.
Parte utilizada
Rizoma

Alegação de uso:
Anti-inflamatório, antioxidante, fotoprotetor.
Vias de Ação:
 Redução de Radicais livres – Oxidação

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 Ação na inflamação adipócitos – TNFɑ
 Ativação AMPk – lipólise
 Reduz secreção de leptina – reduz adiponectinas
 Fotoproteção: Redução inflamação - raios UVB, perda da elasticidade, rugas e
hiperpigmentação.
Contraindicações:
Não usar em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas, diabéticos
e pessoas com cálculos biliares, obstrução dos ductos biliares e úlceras gastroduodenais
Recomenda-se cautela no uso associado com anti-inflamatórios não esteroidais ou
anticoagulantes, em virtude de um possível aumento do tempo de coagulação.

TINTURA

Componentes Quantidade
rizomas secos 10 g
álcool 70% p/p q.s.p. 100 mL

Acima de 12 anos: tomar 50 a 100 gotas (2,5 a 5 mL) da tintura diluídas em um pouco de água, uma a três
vezes ao dia.
FFFB, 2011

Material fresco: 3 a 9 g/dia


Pó: 1,5 a 3 g ao dia
Decocção: 1 a 3 g do rizoma para uma xícara de água, 2 a 3 vezes ao dia
Tintura 1:5 (g/ml): 0,5 a 1 ml 3 vezes ao dia
Extrato seco: 95% curcuminoides – 300 a 600 mg/d
Saad, 2016

Nomeclatura Nomenclatura Parte utilizada Forma de utilização


botânica popular

Nomenclatura botânica

Decocção: 1,5g (3 colheres


Curcuma, Açafroa,
Curcuma longa Rizomas de café) em 150 mL (1
Açafrão da Terra
xícara de chá)
Posologia e modo de Alegações Contraindicações Informações adicionais da
usar embalagem

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Não deve ser utilizado por
pessoas portadoras de
Utilizar 1 a 2 xíc chá 1 a Dispepsia (distúrbios obstrução dos dutos biliares e
2 x ao dia digestivos). Como em caso de úlcera Não usar junto com
anti-inflamatório gastroduodenal. Em caso de anticoagulante.
cálculos biliares (pedra na
vesícula), utilizar somete sob
avaliação médica.
Anexo I, RDC nº10/2010 (revogado)

Decocção: 1% - 2 a 3 doses ao dia


ES (5:1): 50 a 100mg – 2 a 3 x ao dia (dose efetiva 500mg/dia)
Tintura (1:5): 2,5ml a 5 ml – 1 a 3 x ao dia
Alonso, 2016; Sumiyoshi, 2009

A radiação UVB é um fator ambiental importante por causa de seus efeitos


perigosos, que incluem a geração de câncer de pele, supressão do sistema imunológico
e envelhecimento prematuro da pele.
O aumento da espessura da pele e a redução da elasticidade da pele fazem parte
de um processo conhecido como fotoenvelhecimento, caracterizado por alterações nas
células da pele entre eles danos ao colágeno. As rugas e manchas se desenvolvem mais
precocemente na pele exposta ao sol. Alguns estudos mostram que existem produtos
naturais com ação protetora contra a radiação ultra violeta (UV), podemos citar como
exemplos: curcumina, proantocianidinas, catequina, licopeno, picnogenol além de
vitaminas como E e C. O objetivo deste estudo em ratos foi verificar se a cúrcuma
forneceria um efeito protetor aos raios UVB.
Foi verificado que o extrato evitou o aumento na espessura e a redução na
elasticidade da pele induzida pela exposição crônica ao UVB. Também evitou a formação
de rugas e pigmentação. Evitou ainda aumento no diâmetro e comprimento dos vasos
sanguíneos da pele e na expressão da metaloproteinase-2 da matriz (MMP-2) causados
por irradiação crônica de UVB. Metaloproteinases de matriz são enzimas relacionadas à

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remodelação da matriz extracelular, sua ação exagerada está envolvida em processos
como o envelhecimento cutâneo.

Sumiyoshi, Maho, and Yoshiyuki Kimura. “Effects of


a turmeric extract (Curcuma longa) on chronic
ultraviolet B irradiation-induced skin damage in
melanin-possessing hairless mice.” Phytomedicine :
international journal of phytotherapy and
phytopharmacology vol. 16,12 (2009)

Psoríase
A psoríase é uma doença crônica que pode ocorrer em qualquer
faixa etária, porém é mais comum entre 50 e 69 anos. É uma
doença não transmissível que envolve a pele e as unhas e por vezes
outras estruturas como articulações. É um mal ainda sem cura e
que traz sérios impactos à qualidade de vida, já que se apresenta
dolorosa, desfigurante e incapacitante.
A etiologia da psoríase permanece incerta, muito embora existam
evidências em relação à predisposição genética, há ainda hipótese de autoimunidade,
porém sem determinação do autoantígeno envolvido.
As lesões cutâneas são pápulas e placas vermelhas localizadas ou generalizadas,
na maior parte simétricas, nitidamente demarcadas e normalmente recobertas por
descamações brancas ou prateadas. As lesões causam prurido, ardência e dor e parte
dos indivíduos com psoríase desenvolvem artrite inflamatória crônica (artrite
psoríatica), que leva a deformações articulares e incapacidade. Relata-se que os
indivíduos com psoríase apresentam um maior risco de desenvolver outras condições
clínicas sérias, tais como doenças cardiovasculares e outras doenças não transmissíveis.

Relatório global sobre a psoríase. http://www.psoriase.org.br


/psoriasebrasil. Publicado pela Organização Mundial da
Saúde em 2016 Sob o título Global report on psoriasis ©
Organização Mundial da Saúde concedeu tradução e direitos

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de publicação de uma edição em Português para a Psoríase
Brasil.

Embora possa representar com diferentes variantes clínicas, a mais comumente


descrita é a “vulgar”, que se caracteriza por lesões eritematosas redondas ou ovais,
recobertas por escamas branco-prateadas. As lesões cutâneas geralmente se localizam
nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e região lombo-sacral em um padrão simétrico,
mesmo que possam afetar diferentes áreas do corpo.
Nos últimos anos, um número crescente de estudos sublinha o uso potencial da
curcumina no tratamento da psoríase, muitas são as evidências que sustentam sua
eficácia terapêutica. A curcumina com sua propriedade antioxidante pode reduzir o
estresse oxidativo das lesões psoriáticas outros estudos ligam a eficácia terapêutica da
curcumina à sua capacidade de inibir algumas enzimas e citocinas pró-inflamatórias,
aumento na função de barreira da pele entre outros mecanismos.
Nenhum estudo mostrou efeitos colaterais da curcumina no tratamento de
pacientes com psoríase e a Food and Drug Administration (FDA) classifica a curcumina
como "geralmente considerada segura".
Mesmo que diferentes estudos, in vitro e in vivo, tenham demonstrado sua
eficácia e perfil seguro, são necessários mais estudos controlados com placebo antes de
recomendar a curcumina oral como tratamento válido para a psoríase.

Nardo, V. D., Gianfaldoni, S., Tchernev, G., Wollina,


U., Barygina, V., Lotti, J., Daaboul, F., & Lotti, T.
(2018). Use of Curcumin in Psoriasis. Open access

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Macedonian journal of medical sciences, 6(1), 218–
220.

Taraxacum officinale
Nomeclatura popular:
Dente de leão
Parte utilizada
Planta inteira sem inflorescências.

Componentes
Polifenólicos e sesquiterpenos. É rico em flavonóides, triterpenos (taraxasterol) e
fitoesteróis (ação anti-inflamatória) e inulina.
Alegação de uso:
Atividade hepatoprotetora, anti-inflamatória, antioxidante, detoxificante.
Ação detoxificante: Aumenta o fluxo de bile, estimulando a contração da vesícula
biliar, ajudando a eliminação de toxinas.
Ação depurativa do sangue: do sangue para infecções cutâneas.
Ação Diurética: aumenta a filtração glomerular e a excreção urinária.
Ação estimulante: sobre o metabolismo do fígado e glândulas linfáticas.
Vias de Ação:
 Aumenta produção de fibroblastos;

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 Aumenta síntese de colágeno, elastina e ácido hialurônico;
 Melhora da vitalidade e umidade da pele;
 Efeito antienvelhecimento da pele.
Contraindicações:
O uso é contraindicado para pessoas com gastrite, úlcera gastroduodenal, cálculos
biliares, obstrução dos ductos biliares e do trato intestinal. O uso pode provocar
hipotensão arterial. Obstruções de vias biliares, íleo paralítico.
Evitar em crianças menores de 2 anos.
Potenciais interações:
Pode potencializar atividade de outros diuréticos e hipoglicemiantes.
Evitar uso com relaxantes musculares.
Pode depletar sódio, aumentando toxicidade do lítio.

Infusão
Componentes Quantidade
Planta inteira seca 3-4 g
água q.s.p. 150 mL
Acima de 12 anos: tomar 150 mL do infuso, logo após o preparo, três vezes ao dia.

FFFB, 2012

Infusão/Decocção: 1,2g raiz/dose – 3 x ao dia


ES (5:1): 0,5g a 2g/dia – divididos 2 a 3x ao dia
Tintura (1:5): 5 a 10ml – 3x ao dia
Alonso, 2016

Nomeclatura Nomenclatura Parte utilizada Forma de Posologia e modo de


botânica Popular utilização usar

Decocção: 3-4g (3-4


Taraxacum colheres de chá) Utilizar 1 xíc chá 3 x
Dente de leão Toda a planta
officinale em 150 mL (1 ao dia
xícara de chá)
Alegações Contraindicações Efeitos adversos Informações adicionais da
embalagem

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Não deve ser utilizado
por pessoas portadoras
de obstrução dos dutos
Dispepsia (distúrbios Uso pode provocar
biliares e do trato
digestivos), hiperacidez gástrica e Não utilizar em menores
gastrintestinal. Na
Estimulante do apetite hipotensão (queda da de dois anos
e como diurético ocorrência de cálculos
pressão)
biliares consultar
profissional de saúde
antes do uso
Anexo I, RDC nº10/2010 (revogada)

DOSE:

Infusão/Decocção: 1,2g raiz/dose – 3 x ao dia

ES (5:1): 0,5g a 2g/dia – divididos 2 a 3x ao dia

Tintura (1:5): 5 a 10ml – 3x ao dia

Alonso, 2016

Muitos dos usos do Dente de leão na estética


estão apoiados em suas alegações de uso e
conhecimentos tradicionais do que em estudos,
que apesar de já estarem acontecendo precisam
ser reforçados e aprofundados.
A ação depurativa desta planta tem excelente
indicação para inflamações cutâneas como acnes, a ação diurética tem ação importante
em celulite e seu alto poder antioxidante e anti-inflamatório age nos principais
mecanismos de ação básicos na maioria dos processos estéticos

Ação do dente de leão na hidratação cutânea:

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Estudos relatam que o extrato de Taraxacum
platycarpum(espécie de taraxacum comum na Coréia)
possui várias propriedades biológicas, como hidratação da
pele e efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. Estes
efeitos na pele já foram comprovados em ensaios clínicos,
mas é necessário ainda que se esclareçam os mecanismos de ação.
Para ter um efeito hidratante na pele humana, vários fatores são necessários, como a
recuperação dos fatores naturais de hidratação, aumento da expressão de colágeno e
supressão da metaloproteinases da matriz (MMP).
No estudo em ratos foi visto que o mecanismo de hidratação da pele de desta
planta é devido à recuperação da filagrina umaproteína que tem ação na formação de
uma camada protetora da pele e aumento da produção de colágeno assim como ação
de in vitro de inibição em MMP da linha celular de fibroblastos.
O estudo revelou que quando o a planta é administrado por via oral observam
se efeitos anti-inflamatórios, normalização da distribuição da expressão da filagrina e
normalização da expressão de fatores naturais hidratantes na pele.Foi concluído que o
mecanismo de hidratação da pele está relacionado com a filagrina, colágeno e MMP em
estudo in vitro e em animais.

Cho, Jae-We et al. “Skin Hydration and


Collagen Synthesis of AF-343 in HS68 Cell
Line and NC/Nga Mice by Filaggrin
Expression and Suppression of Matrix
Metallopreteinase.” Toxicological
research vol. 27,4 (2011): 225-9.

Silybum marianum
Nome popular
Milk thistle, Cardo mariano
Parte usada
Frutos maduros secos sem papilho

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Padronização/Marcador
Silimarina expressos em silibinina
Compostos bioativos
Silimarina, Quercertina, Kampferol, Apigenina, Proteínas e mucilagens.
Dose Diária
200 a 400 mg de silimarina expressos em silibinina (por UV) 154 a324 mg de silimarina
expressos em silibinina (por HPLC)
Usos
 Hepatoproteção - Destoxificante
 Anti-Inflamatória e antialérgica
 Antioxidante
Vias de ação
Varredor de radicais livres  redução da peroxidação lipídica.
Silimarina e silibinina: antagonizam a depleção dos dois mecanismos desintoxicantes
principais: glutationa peroxidade (GSH) e superóxido dismutase (SOD) reduzindo a carga
de radical livre aumentando nível GSH e estimulando a atividade da SOD.

Dose:
ES: 0,5 a 1g/dia
ES padronizado Silibina – 200 a 400mg/dia
Infusão: 3 a 5 xícaras (150ml) – infusão 10 minutos – antes das principais refeições
Tintura (1:10): 50 a 100 gotas – 1 a 3 x ao dia.

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Alonso, 2016

Os comprimentos de onda UV que atingem a superfície da terra estimulam uma


reação complexa na pele, principalmente a geração de espécies reativas de oxigênio
(ROS) que oxidam componentes celulares e ativam enzimas (colagenase, elastase,
hialuronidase) que remodelam componentes da matriz extracelular (ECM), degradando
substâncias como colágeno, elastina e ácido hialurônico. Há também ativação de
neutrófilos que levam a uma liberação de metaloproteinases de matriz (MMP),
resultando na quebra do colágeno e das fibras elásticas. A degradação do ácido
hialurônico leva a uma diminuição da hidratação da pele e aumento de inflamação e
angiogênese. Essas ações contribuem para a diminuição da elasticidade da pele e
formação de rugas.
Silybum marianum é uma planta de uso tradicional em males hepáticos, porém
seus componentes bioativos, principalmente a silimarina tem sido estudada em
dermatologia devida às propriedades de proteção aos raios ultravioletas. Este estudo
objetivou avaliar o potencial da silimarina (extrato padronizado de sementes de S.
marianum rico em polifenóis) e de seus flavonolignanos (silibina, isosilibina, silidianina,
silicristina e 2,3-eidrossilibina (DHSB)) em inibir a colagenase, elastase e hialuronidase
além de suas propriedades antioxidantes. O estudo mostrou boa capacidade de
antioxidante e fator de proteção UVA (PF-UVA), verificou ainda que SM e os
flavonolignanos estudados exibem atividade anticolagenase e antielastase. Não foi
encontrada atividade anti-hialuronidase nestes compostos.
Os resultados sugerem que o SM e seus flavonolignanos podem ser agentes úteis
para a proteção da pele contra os efeitos nocivos da radiação solar de espectro total,
incluindo retardar o (foto) envelhecimento da pele. Esses compostos possuem

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propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e imunomoduladoras e capacidade de
modular várias vias de sinalização que atuam em degeneração.

Potencial de componentes do Silybum marianum sobre radiação solar, radicais livres,


metaloproteinases de matriz celular e o fotoenvelhecimento

Vostálová, J.; Tinková, E.; Biedermann, D.; Kosina, P.;


Ulrichová, J.; Rajnochová Svobodová, A. Skin Protective
Activity of Silymarin and its
Flavonolignans. Molecules 2019, 24, 1022.

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Este artigo fala de estudos de algumas plantas no tratamento da psoríase o
Silybum marianum é uma delas.
Na psoríase os níveis de leucotrienos e AMP cíclico são encontrados elevados, a
redução desses níveis pode aliviar os pacientes portadores desse mal.Silybum marianum
melhora a capacidade do fígado de inibir a formação de leucotrienos, AMP cíclico
fosfodiesterase e aumenta a remoção de endotoxinas. Todos esses fatores ajudam a
melhorar a psoríase.

Daniyal, Muhammad at al. (2019). Progress and


prospects in the management of Psoriasis and
developments in Phyto-therapeutic modalities.
Dermatologic Therapy. 32. e12866.
10.1111/dth.12866.

Panax ginseng C. A. Mey.

Nome popular
Ginseng
Parte utilizada
Raiz

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Padronização/Marcador
Ginsenosídeos (2 a 3%) – saponinas triterpênicas, óleo essencial, glicídios, Vitaminas B
e C entre outros.
Indicações/Ações terapêuticas
Estado de fadiga física e mental, adaptógeno.
O ginseng é considerado um tônico ou adaptogênico que melhora o desempenho físico
(inclusive sexual), promove vitalidade e aumenta a resistência ao estresse e ao
envelhecimento.
Mecanismo de ação
Atividade potencializadora de crescimento capilar em alopecia.
Atividade antioxidante dos ginsenosídeos.
Capacidade estimulante da síntese de elastina – ginsenosídeos
Segurança
Usado da maneira correta o ginseng parece ser seguro.
Dose Diária
8 a 16 mg de ginsenosídeos Rg1, Re, Rb1, Rc, Rb2 e Rd
Restrição de uso
Utilizar por no máximo três meses
Efeitos adversos e contra-indicações
Gastrite, náuseas e vômitos, diarreia.
Menos frequentes: Hipertensão, inquietação, mastalgia sangramento vaginal,
amenorreia, depressão, diminuição de apetite, hipotensão arterial e edemas,
hipoglicemia, inflamação de alguns nervos de grosso calibre.
Síndrome do abuso do ginseng: HAS, agitação e insônia, erupções cutâneas e diarreia
matinal.

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Evitar em portadores de doenças agudas, trombose coronária, doenças cardíacas
graves, HAS e hemorragia, hipersensibilidade nervosa, esquizofrenia, histeria ou mania.

OMS e Comunidade europeia: 200 a 600mg de extratos padronizados (4 a 7%


ginsenosídeos) – sem efeito adverso.

DOSE:
Decocçção: 3 a 10g das raízes partidas em 500ml de água – 3 doses de 150ml ao dia.
Extrato Seco padronizado: 4% ginsenosídeos – doses diárias entre 200 e 500mg.
Tintura (20%): 30 gotas – 2 x ao dia.
Fitocosméticos: extratos glicólicos 2 à 5% - xampus, cremes, sabonetes (Não podem ser prescritos por
nutricionista)
Após 1 a 1 mês e meio faz pausa por 3 semanas.

Alonso, 2016

O couro cabeludo não possui apenas função de proteção, ele cumpre papel de
destaque na aparência e personalidade. A perda gradativa de cabelo tem um impacto
cosmético e social.
O cabelo passa por três estágios do ciclo do cabelo: Fase anágena – (Fase de
crescimento 80-85% dos fios normalmente estão nesta fase), Fase catágena (fase de
repouso e transição que ocorre antes da queda) e Fase telógena (fase de perda do
cabelo), e este ciclo faz com que o número de fios de cabelo se mantenha relativamente
constante.
Uma variedade de fatores como hormônios, estado nutricional, exposição a
radiações, toxinas ambientais e medicamentos, podem afetar o crescimento do cabelo.
A alopecia androgenética, uma das mais comuns, é causada por fator hormonal mas

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outros mecanismos e queda de cabelo incluem a questão imunogênica, como no caso
da alopecia areata.
Existem algumas terapias medicamentosas já consagradas na alopécia mas ainda
assim há um enorme interesse na questão de classes de fitoquímicos que auxiliem na
questão capilar. No campo da dermatologia e da fitoterapia o Panax ginseng e os
ginsenosídeos têm demonstrado regular a expressão e a atividade das principais
proteínas envolvidas nas fases do ciclo do cabelo. A promoção do crescimento do cabelo
e a prevenção da queda de cabelo pelo ginseng e seus metabólitos estão associadas à
indução da fase alógena e retardo da fase catágena. Embora haja inúmeros outros
mecanismos subjacentes pelos quais o ginseng e seus metabólitos regulam o ciclo do
cabelo.
Um estudo desta revisão abordou a eficácia e a segurança do ginseng vermelho
coreano na alopecia areata. A densidade média e a espessura do cabelo aumentaram
significativamente após a adição de ginseng ao tratamento padrão, sugerindo que o ele
pode ser considerado um alimento complementar útil para ganhar eficácia no
tratamento de alopecia areata.
Outro estudo da revisão relatou a eficácia do ginseng vermelho coreano em
aumentar a espessura e densidade do cabelo em voluntários, neste estudo o tratamento
oral desta planta combinado com minoxidil tópico foi mais eficaz do que o tratamento
com minoxidil tópico sozinho para promover o crescimento do cabelo.
Abaixo uma figura do artigo mostrando os mecanismos encontrados da ação do Panax
ginseng na alopecia.

Alvos moleculares potenciais do ginseng no crescimento e queda do cabelo.

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O ginseng exibe potencial terapêutico para o crescimento do cabelo e prevenção da
queda de cabelo ao prevenir a apoptose das células da papila folicular dérmica.
Componentes do ginseng: RGE (extrato de ginseng vermelho), RGO (óleo de ginseng
vermelho), ginsenosídeo Rd, Rb1, Rh2, Rg1, Rg3.
Fatores:
Antiandrogênico: DHT (dihidrotestosterona), 5-aR (5α-redutase).
Inibição da apoptose: TGF- (fator de crescimento transformador beta), Smads
(homólogos da proteína Drosophila, mães contra decapentaplégico (Mad) e a sproteína
Sma de Caenorhabditis elegan).
Ativação de proliferação: WNT (membro da família do sítio de integração MMTV do tipo
wingless), Shh (Sonic hedgehog), Gli (homólogo oncogene associado a glioma), VEGF

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(fator de crescimento endotelial vascular), EGF (fator de crescimento epidérmico), AKT
/ PKB (proteína quinase B), ERK (quinases reguladas por sinal extracelular).
Choi, 2018

Choi B. Y. (2018). Hair-Growth Potential of Ginseng


and Its Major Metabolites: A Review on Its Molecular
Mechanisms. International journal of molecular
sciences, 19(9), 2703.

Polypodium leucotomos
Nome popular
Polipodium
Parte utilizada
Raiz /partes aéreas

Composição
Calagualine que é comum ao gênero Polypodium
Ácidos fenólicos ácido ferúlico, cumárico, fumárico, vanílico, quínico, caféico e
clorogênico.
Ácido 3,4-di-hidroxibenzóico e ácido 4-hidroxibenzóico, 4 -hidroxicinâmico, 4-
hidroxicinamoil-quínico
Indicações/Ações terapêuticas

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Doenças cutâneas - Benéfico no tratamento da dermatite atópica, vitiligo, melasma,
psoríase e na prevenção da erupção polimórfica à luz (reação à luz do sol), queimaduras
solares e carcinoma de células escamosas.
Mecanismo de ação
Efeito antioxidante: capacidade de consumir ânions superóxido, peróxidos de lipídeos
e radical hidroxila  Fotoproteção.

Inibir processo de fotoenvelhecimento:


 Mantendo a integridade da matriz extracelular;
 Prevenção de danos para as enzimas de reparação do DNA (efeitos anti-
mutagênicos);
 Possível ação de efeitos protetores contra a radiação UVB;
 Benefícios antioxidante e anti-inflamatório;
 Relacionados à indução de p53
Proteína (também conhecida por seu poder antitumoral)
Parece suprimir a inflamação enquanto protege o genoma (DNA) contra danos.
 Aumento da capacidade antioxidante;
 Propriedades anti-inflamatórias: significativamente menos infiltração de
células imunológicas ocorre ao longo de 24 horas após a exposição aos raios
UV;
 Ácido cafeico e ácido ferúlico, - os mais potentes inibidores da oxidação in vitro.
Segurança
Bom perfil de segurança
Dose
ES padronizado – Quantidade de forneça dose de 1,65mg de fenóis - 3 a 5 vezes ao dia
- Média de 250mg.

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PROTETOR SOLAR ORAL
Há vários mecanismos que fornecemfotoproteção nesta
planta, entre eles redução do dano celular induzido por UV,
redução do estresse oxidativo e dano ao DNA, bloqueio da
supressão imunológica induzida pela radiação UV e inibição
da indução do aumento de ciclooxigenase-2 e citocinas
inflamatórias causados pela radiação solar.

Este extrato natural da planta tem potencial para complementar os filtros solares e
outros métodos de fotoproteção. Não apresenta reações adversas graves e oferece
vantagens únicas, pois pode ser administrado por via oral, evitando assim a resistência
do paciente aos filtros solares aplicados topicamente.

Berman, B., Ellis, C., & Elmets, C. (2016). Polypodium


Leucotomos--An Overview of Basic Investigative
Findings. Journal of drugs in dermatology :
JDD, 15(2), 224–228.

Melasma

É um distúrbio de pigmentação (hipermelanose) que afeta


pessoas com tipos de pele mais escura, e ocorre em áreas
expostas ao sol. As manchas escuras são frequentemente
distribuídas em um padrão centro-facial afetando a testa,
bochechas, lábio superior, nariz e queixo. Ela tem prevalência
variada de acordo com a composição étnica da população podendo chegar a 40% e é
mais frequente em mulheres. Ocorre com frequência em mulheres grávidas (cloasma).
Acredita-se que ela ocorre por vários fatores, sendo os mais comuns a exposição
aos raios solares, fatores genéticos e hormonais. Apesar de ser comum e benigno é uma
condição que pode afetar a autoestima.

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Os tratamentos atualmente utilizados incluem proteção à radiação UV,
clareadores tópicos, peeling químico e terapias à base de luz e laser. Porém os
resultados podem ser bem frustrantes pois muitas vezes a eliminação da mancha não é
total e pode haver recorrências.
Recentemente, tem havido algum interesse em medicamentos orais e suplementos
dietéticos para melhorar o melasma.

Essa planta auxilia na prevençãoao fotoenvelhecimento incluindo


hiperpigmentação e alterações texturais. Ele auxilia namanutenção da integridade
estrutural da matriz extracelular já que sua proteção aos raios UV diminuem a expressão
de metaloproteinases.
P. leucotomos parece ser particularmente benéfico para indivíduos
fotossensíveis reduzindo a frequência e gravidade da erupção polimorfa à luz. O
tratamento de longo prazo auxiliou na redução à inflamação e aliviou a coceira em
crianças e adolescentes com dermatite atópica.
Um estudo clínico relatado no artigo demonstrou a eficácia clínica de P.
leucotomos para o tratamento do melasma. Neste trabalho duplo cego 21 mulheres
com melasma foram randomizados para receber P. leucotomos oral ou placebo duas
vezes ao dia por 12 semanas, todas usaram protetor solar tópico diariamente. Em 12
semanas, os pacientes tratados com P. leucotomos diminuíram significativamente os
escores médios do índice de área e gravidade do melasma , enquanto o grupo placebo
não. A avaliação fotográfica revelou melhora leve e acentuada no grupo tratado com P.
leucotomos superior ao grupo placebo, assim como a autoavaliação de melhora foi
superior no grupo tratado. Dezessete por cento dos pacientes tratados com placebo

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relataram piora da gravidade do melasma em comparação com nenhum dos pacientes
tratados com P. leucotomos.
Nestor, Mark et al. “Polypodium
leucotomos as an Adjunct
Treatment of Pigmentary
Disorders.” The Journal of clinical
and aesthetic dermatology vol. 7,3
(2014): 13-7.

Pinus pinaster
Nome popular
Pinheiro marítimo ou pinheiro bravo
Pycnogenol é um extrato padronizado da casca do pinnus pinaster patenteado
Parte utilizada
Casca

Composição
Compostos polifenólicos (catequina, taxifolina, procianidinas de vários comprimentos
de cadeia formados por unidades de catequina e epicatequina e ácidos fenólicos)
Marcador
65 – 75% proantocianidinas, catequinas e eipcatequinas, ácido caféico, ácido ferulico.
Indicações/Ações terapêuticas
 Melasma

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 Fotoproteção
 Melhora circulação
 Edema MMII, Elasticidade e qualidade da pele
 Ação em insuficiência venosa crônica e distúrbios venosos
 Potente antioxidante e anti-inflamatório
Mecanismo de ação
Aumento da microcirculação.
Benefícios cardiovasculares, como atividade vasorrelaxante, melhorar da
microcirculação aumentando a permeabilidade capilar e resistência capilar.
Modulação do metabolismo do óxido nítrico (NO).
Aumenta a síntese intracelular de enzimas antioxidantes e age como potente eliminador
de radicais livres contra espécies reativas de oxigênio.
Desempenha papel importante na regeneração e proteção da vitamina C e E.
protege contra a radiação ultravioleta contra o eritema induzido pela radiação UV.
Efeitos sobre o sistema imunológico
Toxicidade, efeitos adversos
Baixa toxicidade aguda e crônica,
O efeito colateral mais comum é o sabor metálico que é reversível com a descontinuação
da terapia.
Dose
Extrato seco padronizado: 60 a 200mg/dia (padronizado a 90% de proantocianidina).

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Esta planta já mostrou efeitos preventivos contra edema
durante voos longos e na prevenção e tratamento de
insuficiência venosa crônica (IVC) e distúrbios venocapilares
relacionados. O estrato de Pinus pinaster foi eficaz na melhora do
peso das pernas e edema subcutâneo e na redução da pressão
venosa em pacientes com IVC. Esses efeitos clínicos desta planta
podem ser decorrentes da estabilização da membrana basal
subendotelial colágena ou da eliminação dos radicais livres ou pela combinação dessas
atividades
Um estudo comparativo controlado em 40 pacientes com IVC diagnosticado
revelou que Pycnogenol® (360 mg / dia por um período de 4 semanas) reduziu a
circunferência dos membros inferiores e melhorou os sintomas de IVC.
A administração oral de Pycnogenol® (150 mg / dia) por 8 semanas em pacientes
com hipertensão venosa grave (insuficiência venosa crônica, inchaço do tornozelo) e
história de ulcerações venosas indicou uma diminuição no fluxo cutâneo e filtração
capilar, melhora no nível de microangiopatia e a pontuação sintomática; e redução do
edema.

Iravani, S., & Zolfaghari, B. (2011).


Pharmaceutical and nutraceutical effects of
Pinus pinaster bark extract. Research in
pharmaceutical sciences, 6(1), 1–11.

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O mecanismo exato pelo qual a procianidina inibe a expressão dos genes
envolvidos na hiperpigmentação da pele ainda não estão elucidados. Suas fortes
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias podem desempenhar esse papel.
Os efeitos antioxidantes da procianidina são várias vezes mais poderosos quando
comparados às vitaminas C e E; Além disso, é capaz de reciclar a vitamina C, regenerar
a vitamina E e aumentar o sistema enzimático antioxidante endógeno.
Um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo avaliou a
procianidina oral com vitaminas A, C e E no tratamento do melasma. Sessenta mulheres
filipinas com melasma epidérmico bilateral (56 das quais completaram o estudo) foram
randomizadas para receber procianidina oral na dose de 24 mg duas vezes ao dia ou
placebo por 8 semanas. No final, houve melhora significativa do melasma no grupo
tratado.

Zhou, Linghong Linda, and Akerke Baibergenova.


“Melasma: systematic review of the systemic
treatments.” International journal of
dermatology vol. 56,9 (2017): 902-908.

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Astragalus membranaceus
Nome popular
Astragalo
Parte utilizada
Raiz

Compostos bioativos
Mais de 126 componentes diferentes, flavonoides , saponinas e polissacarídeos,
sacarose, aminoácidos e ácidos fenólicos.
Usos
Imunidade, fotoenvelhecimento, melasma, cicatrização
Mecanismos de ação
 Através da sua capacidade de inibir MMPs, especificamente MMP1 (substância
que quebra os colágenos tipo I, II e III)
 Protege a pele do fotoenvelhecimento induzido pela irradiação UV.
 É capaz de reduzir a transcrição de mRNA – ação em fibroblastos e na
translocação de NF-kB.
 Astragalosídeo IV  eficaz no aumento da migração de queratinócitos e na
cicatrização subsequente de feridas  duplica a triplica a taxa de cicatrização de

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feridas (conforme os queratinócitos são recrutados para formar uma nova
camada de pele).
 Calicosina (flavonóide) parece ser capaz de inibir a formação da pigmentação da
melanina nas células da pele ao inibir a tirosinase sugerindo que a calicosina
pode reduzir a formação de bronzeado e clarear a pele.

ES: padronozado em 0,4% astragalosídeos: 1 a 2g/dia


Na MTC: 9 a 15g m decocção/dia
Tintura: 3 a 5 ml – 3x ao dia
Saad, 2016

Diferentes constituintes isolados de Astragalus spp., como


astragalósidos, flavonóides e polissacarídeos, apresentaram prevenção
significativa de lesão tecidual por meio de mecanismos antioxidantes. Neste
artigo, os benefícios antioxidantes do Astragalus spp. e seus componentes isolados na
proteção de tecidos contra lesões são revisados, juntamente com a identificação dos
vários constituintes que possuem atividade antioxidante.
Muhammad Shahzad et al. “The
Antioxidant Effects of Radix Astragali
(Astragalus membranaceus and Related
Species) in Protecting Tissues from Injury
and Disease”, Current Drug Targets (2016)
17: 1331.

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A raiz do Astragalus membranaceus é tônico na medicina tradicional coreana, e
utilizada para estimular o sistema imunológico, mas ainda são necessários mais estudos
para avaliar sua ação em fotoenvelhecimento e fotoproteção.
Este estudo investigou o efeito fotoprotetor de A. membranaceus na ativação
induzida pela radiação UVB da atividade do fator nuclear kappa-B (NF-κB) em
fibroblastos dérmicos humanos. Os dados sugeriram que A. membranaceus restaurou a
síntese de procolágeno tipo 1 ao inibir a atividade de NF-κB P65 e a expressão de MMP-
1 em fibroblastos dérmicos humanos expostos a UVB. Tendo ação na proteção da pele
contra inflamação e fotoenvelhecimento induzidas por UVB.

Astragalus Membranaceus agindo


na Inibição da translocação de NF-
kB p65

Diagrama esquemático mostrando os efeitos inibitórios de Astragalus membranaceus


no fotoenvelhecimento da derme induzido por radiação UVB.
A. membranaceus (AM) bloqueou a produção de metaloproteinase-1 (MMP-1) da
matriz induzida por radiação UVB e a degradação do procolágeno tipo 1 interferindo
na ativação do fator nuclear kappa-B (NF-kB).

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Hong, Min Jung et al. “Inhibitory effect of
Astragalus membranaceus root on matrix
metalloproteinase-1 collagenase expression
and procollagen destruction in ultraviolet B-
irradiated human dermal fibroblasts by
suppressing nuclear factor kappa-B
activity.” The Journal of pharmacy and
pharmacology vol. 65,1 (2013): 142-8.

Ammi majus
Nome popular:
Âmio-maior ou âmio-vulgar
Parte utilizada:
Frutos maduros secos

Principais constituintes químicos:


Os principais constituintes são furanocumarinas, sendo os principais compostos
xantotoxina, ammoidina; imperatorina e bergapteno
Usos:
Usos suportados por dados clínicos: tratamento de doenças da pele, como psoríase e
vitiligo (leucoderma adquirido).
Usos descritos em farmacopéias e documentos bem estabelecidos: tratamento do
vitiligo.

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Contraindicações, precauções, advertências de uso
É contra-indicado em doenças associadas à fotossensibilidade, catarata, câncer de
células escamosas invasivo, sensibilidade conhecida a xantotoxinas (psoralenos) e em
crianças menores de 12 anos.
Os frutos também são contra-indicados na gravidez, amamentação, tuberculose,
doenças hepáticas e renais, infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e
outras doenças autoimunes.
Não tomar sol por pelo menos 24 horas antes da terapia e 48 horas depois. Após a
terapia oral, os óculos de sol devem ser usados por 24 horas. Evite a ingestão de
alimentos que contenham furanocumarinas, como limão, figo, salsa, aipo, cravo, limão,
mostarda e cenoura.

A toxicidade de Fructus Ammi Majoris (Fructus Ammi Majoris são os frutos maduros
secos de Ammi majus L.) pode ser aumentada quando as frutas são administradas com
outros agentes fotossensibilizantes.
Deve-se ter cuidado onde houver história familiar de alergia à luz do sol ou infecções
crônicas.

Posologia
Dose diária média: Fructus Ammi Majoris 0,02–0,04 g por via oral em doses divididas (esquema de
dosagem não especificado); xantotoxina 0,25-0,7 mg / kg.
O tratamento clínico requer gerenciamento por um profissional de saúde.

WHO monographs on selected medicinal plants – Vol 3, 2017

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Vitiligo
Vitiligo é doença cutânea crônica adquirida,
caracterizada por máculas acrômicas ou
hipocrômicas de diferentes tamanhos e formas
que podem surgir em qualquer parte do corpo,
com tendência a aumentar centrifugamente de
tamanho.
Acomete cerca de 1% da população podendo
acometer todas as etnias, ambos os sexos e aparecer em qualquer idade, em geral se
desenvolve na juventude. Dependendo da área acometida pode trazer um grande
impacto psicossocial.
Apesar de algumas hipóteses já bem estudadas a causa do vitiligo ainda é
desconhecida, em sua patogênese do vitiligo mecanismos autoimunes, genéticos e
fatores ambientais, trauma locais e fatores psicológicos já foram citados e sua
combinação é relacionada à ausência de melanina nas áreas afetadas. Anticorpos contra
antígenos de melanócitos já foram descritos, também relaciona-se o "stress" oxidativo
local como causa no aparecimento da doença.
Ainda não há cura para o vitiligo e nenhum método eficaz para limitar a
disseminação da doença. O tratamento muitas vezes insatisfatório, visa controlar o
processo inflamatório/autoimune e estimular a repigmentação.
Entre vários dos tratamentos coadjuvantes propostos está a ação de
antioxidantes: São eles, vitamina C e E, "Polypodium leucotomos", pseudocatalase,
Ginko biloba, entre outros. Frequentemente são associados à fototerapia, com relatos
mostrando melhora na sua eficácia. Há substâncias naturais retiradas de espécies de
Ammique possuem estudos mostrado propriedades fotobiológicas, fotoquímicas e
fototerapêuticas. Recomenda-se o uso oral duas horas e meia antes da exposição solar
ou à radiação UVA.

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Monografia da planta:
Trabalhos mostram que a ação da Fructus Ammi Majoris ou
xantotoxina em combinação com a exposição à luz UV-A
provoca inflamação cutânea, incluindo eritema, edema e
bolhas. Os processos inflamatórios culminam após 72 horas
e a hiperpigmentação aparece após 1–2 semanas, durando
vários meses. A xantotoxina é administrada em conjunto
com radiação UV de onda longa para repigmentação de
vitiligo idiopático. O mecanismo de ainda é uma questão de
debate e a hiperpigmentação é devido ao aumento do
número de melanina na epiderme.
Ensaios clínicos avaliaram a eficácia do Fructus Ammi Majoris e xantotoxina para o
tratamento de vitiligo, psoríase e hipopigmentação tineaversicolor. Veremos alguns
estudos apresentados na monografia da planta:
 Os frutos em pó (dose não especificada) foram
administrados por via oral a pacientes portadores de vitiligo
que então expuseram as manchas afetadas à luz solar direta
por 1 hora. Os pacientes subsequentemente desenvolveram
sintomas de coceira, vermelhidão, edema, vesiculação e secreção nas
manchas leucodérmicas. Poucos dias depois, a pele afetada
gradualmente começou a exibir pigmentação marrom profunda. A
repigmentação geralmente se desenvolve em 1 semana, de forma
pontilhada ou perifolicular, espalhando-se para dentro a partir da
margem ou difusa.

 Um ensaio clinico com pacientes com psoríase em placas avaliou a eficácia da


xantotoxina administrada por duas vias diferentes (via oral ou na água do banho)
em combinação com a exposição à luz UV-A. Ambos os tratamentos foram
eficazes; no entanto, os tratamentos com banho foram tão ou mais eficazes do
que o tratamento oral e exigiram menos da metade da dose de radiação UV-A

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necessária no grupo de tratamento oral. Os tratamentos de banho também
causaram menos efeitos colaterais.
 Em um outro ensaio clínico dois grupos de oito pacientes com leucodermia
(vitiligo) receberam 0,05 g de xantotoxina por via oral três vezes ao dia ou 1 g /
100 ml, aplicado na pele. Os pacientes então expuseram as áreas leucodérmicas
ao sol por meia hora ou à luz ultravioleta por 2 minutos, aumentando
gradualmente para 10 minutos por dia. Após o tratamento, as áreas
leucodérmicas da pele estavam inflamadas e vesiculadas, sendo tratadas como
queimaduras de segundo grau. Quando a cicatrização ocorreu, essas áreas
começaram a apresentar pigmentação normal.
 Um ensaio randomizado, duplo-cego, investigou a eficácia de uma combinação
de xantotoxina mais radiação UV-A com calcipotriol tópico no tratamento do
vitiligo. Concluiu-se que a combinação de xantotoxina e calcipotriol é altamente
eficaz para a fotoquimioterapia do vitiligo.
 Em um ensaio clínico para avaliar a eficácia da xantotoxina no tratamento da
psoríase, vitiligo e tinea versicolor. Cinquenta e três pacientes foram tratados
por via oral com 0,25 mg / kg de xantotoxina e, em seguida, expostos à luz UV-A
por vários períodos de tempo.:
o Em 87% dos pacientes com psoríase, a remissão ocorreu após 30
aplicações
o 85% dos pacientes com vitiligo tiveram repigmentação aceitável após 70
aplicações
o 100% dos pacientes com hipopigmentação tinha versicolor apresentaram
repigmentação completa após 12 aplicações

Equisetum arvense:

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Nome popular:
Cavalinha
Parte utilizada:
Planta inteira partes aéreas

Compostos Bioativos:
Flavonóides, Taninos, Compostos Fenólicos ( Ácido caféico e clorogênico), Sílica
(marcador à 10%).
Usos:
Diurética, indicada para tratar edema (inchaço) por retenção de líquidos.
Lipodistrofiaginoide (celulite)
Obesidade
Melhora de vascularização Periférica
Vias de Ação:
 Diurético leve – aumenta em 30% a diurese, sem perda de potássio
 Reduz edemas e facilita a circulação periférica
Contraindicações, advertência, interações:
Contraindicado para menores de 12 anos (neurotoxicidade), grávidas, lactantes.
Contraindicado em restrição hídrica (por exemplo, doenças cardíacas e renais severas).
Contraindicado na gastrite e úlcera gastroduodenal (taninos e sílica podem ter ação
irritativa da mucosa).

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O uso de extratos de E. arvense pode inibir a enzima CYP1A2, interferindo possivelmente
com fármacos metabolizados por essa via. Não utilizar com estimulantes de SNC e
diuréticos.
O efeito diurético pode causar a perda de potássio (hipocalemia). Pode causar alergia
em pessoas sensíveis à nicotina. A ingestão crônica diminui níveis da vitamina
B1(tiamina). A tiaminase encontrada na planta reduz a absorção da tiamina.
Se as queixas ou sintomas tais como febre, disúria,espasmo ou hematúria ocorrerem
durante o uso do fitoterápico um médico deverá ser consultado.
Para outras preparações, exceto o chá medicinal (infuso), recomenda-se manter a
ingestão de líquidos apropriada.
Utilizar por duas a quatro semanas. Se os sintomas persistirem após uma semana do uso
do fitoterápico um médico ou profissional da saúde qualificado deverá ser consultado,
não usar por mais de 60 dias. Altas doses por tempo prolongados podem causar
problema de intoxicação devido à presença de alcaloides.

Nomenclatura Nomenclatura Parte utilizada Forma de Posologia e


botânica utilização
popular modo de usar

Equisetum arvense Equisetum arvense Equisetum arvense Infusão: 3 g (1 col


Utilizar 1 xíc chá 2
Cavalinha Partes Cavalinha Partes Cavalinha Partes sopa) em 150 mL
a 4 x ao dia
aéreas aéreas aéreas (xíc de chá)

Alegações Contraindicações Efeitos adversos

Não deve ser Uma alergia rara pode ocorrer em pacientes sensíveis à
Edemas (inchaço) utilizado por nicotina. O uso por período superior ao recomendando pode
por retenção de pessoas com provocar dor de cabeça e anorexia. Altas doses podem
líquidos insuficiência renal provocar irritação gástrica, reduzir os níveis de vitamina B1 e
e cardíaca provocar irritação no sistema urinário

Referências - ALONSO, 1998; MARINGÁ, 2001; IPATINGA, 2000 MILLS & BONE, 2004.

Anexo I da RDC nº10/2010 (revogada)

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tintura: (1:5) : 30 a 40 gotas

Memento, 2016

Maceração a frio - 3g /dose

CARVALHO, J.C.T; ALMANÇA, C.C.J. Formulário de prescrição fitoterápica. São Paulo: Atheneu, 2005

Após preparada a infusão deixar descansar por 10 a 15 minutos. Este tempo é


importante para extrair as substâncias ativas.

A cavalinha possui diversas propriedades e indicações, dentre elas: atividade


diurética, remineralizante, cicatrizante e reparadora dos tecidos ósseos e da pele, além
de ser antioxidante.
Nos constituintes químicos da E. arvense estão a sílica e ácido silícico que
correspondem a aproximadamente 10 a 15% dos constituintes da planta, alguns autores
indicam essa como a planta terrestre com maior quantidade de dióxido de silício ou
sílica, sendo que o teor de silício orgânico (ligado as proteínas) varia de 0,5 a 0,8% e os
teores de silício solúvel se acumulam mais nas plantas jovens.
O silício desempenha um papel estrutural importante na pele, através da ligação
dos glicosaminoglicanos. Associado ao ácido ascórbico age no estímulo à síntese de
ácidohialurônico e proteoglicanos, aumentando a afinidade da água pelas
glicosaminoglicanos e reduzindo o processo de destruição da matriz dérmica produzido
pelas metaloproteinases (colagenases, elastases e hialuronidases).

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Com o envelhecimento, a quantidade de água na derme tende a diminuir e a
presenca de silício, em quantidades ideais, permite a ligação dessa águaàs estruturas
dérmicas. Age ainda neutralizando radicais livres, prevenindo reações de glicação e
atuando como mimetizador da ação de fatores de crescimento celular.
No estudo a E. arvense, além de atuar em proliferação de fibroblastos, pode de
maneira não significativa, também incrementar a quantidade de colágeno nestas
culturas. Sendo assim, além da atividade diurética e adstringente essa planta teria ação
auxiliar na proliferação celular e aumento na síntese de colágeno.
Nakata, Cynthia et al (2018). Avaliação do
extrato bruto hidroalcóolico de Equisetum
arvense (cavalinha) sobre a proliferação de
fibroblastos. Brazilian Journal of Natural
Sciences.

Hibiscus sabdariffa L.
Nome popular
Hibisco
Parte utilizada
Parte utilizada: cálice do botão seco da flor

Compostos Bioativos:
Antocianidinas (hibiscina), polissacarídeos mucinaginosos, ácido clorogênico, ácidos
cítricos, ácido hidroxicítrico, ácido urônico, Vitamina C, pectina e outros.
Atividade:

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Diurético e anti-inflamatório.
Via de ação
 Efeito anti-inflamatório: promoção de IL-6 e IL-8, e queda de MPC-1
(monócitos).

 Aumento da excreção de sódio, potássio e ácido úrico


Contraindicações
Gestantes e mulheres que estão amamentando
Controverso: interferência na fertilidade

Infusão: com os cálices jovens dessecados a 2 a 5% - 2 a 4 xícaras por dia (preferencia após as refeições)
Extrato fluido: 30 gotas 3 x ao dia
Extrato seco (2:1): capsulas de 100mg – 2 a 3 cápsulas por dia
Alonso, 2016

O hibisco é uma planta com ação antioxidante, diurética e anti-adipogênica -


esses fatores que em conjunto podem ajudar na melhora do aspecto da celulite.
Neste estudo sobre o uso do Hibiscus sabdariffa na obesidade foi demonstrado
sua ação na diferenciação de adipócitos (adipogênese).

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A adipogênese é o processo pelo qual as células se diferenciam em adipócitos
(que são os principais constituintes do tecido adiposo). Diferentes estudos atribuíram
potencial anti-obesogênico ao extrato de H. sabdariffa por atuar neste mecanismo,
entre outros.
O ciclo de vida de adipócitos é o processo que o adipócito percorre até tornar-se
maduro e armazenar gorduras, esse processo é fortemente mediado por fatores de
transcrição específicos. Sendo assim uma estratégia para inibir a adipogênese seria a
regulação negativa destes fatores. Parece que os polifenóis são os principais
componentes ativos responsáveis pelo efeito anti-obesogênico desta planta.

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A figura acima mostra algumas vias de ação anti-adipogênicas do hibisco:
→  C/EBPs e PPARγSREBPs - fatores de transcrição que atuam integrados a uma rede envolvida no
processo de adipogênese e lipogênese.
→  MAPK - fator que induz a síntese de citocinas pró-inflamatórias em adipócitos.
→ Modula lipoproteínas

Ojulari, Oyindamola Vivian et al. “Beneficial Effects


of Natural Bioactive Compounds from Hibiscus
sabdariffa L. on Obesity.” Molecules (Basel,
Switzerland) vol. 24,1 210. 8 Jan. 2019,

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REFERÊNCIAS

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BOORHEM RL, LAGE EB. Drogas e extratos vegetais utilizados em fitoterapia. Revista
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BRASIL - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA


COLEGIADA – RDC Nº 10, DE 9 DE MARÇO DE 2010 (Publicada em DOU nº 46, de 10 de
março de 2010) (Revogada pela Resolução – RDC nº 26, de 13 de maio de 2014).

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Anvisa, 2011.

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