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Aula 10 - Prof.

ª Cássia
SES-DF (Cirurgião Dentista)
Conhecimentos Específicos - 2022
(Pós-Edital)

Autor:
Cássia Reginato, Mirela Sangoi
Barreto, Thaysa Vianna, Renata
Pereira de Sousa Barbosa

26 de Abril de 2022

87233894191 - CASSIANE CASAGRANDE


Cássia Reginato, Mirela Sangoi Barreto, Thaysa Vianna, Renata Pereira de Sousa Barbosa
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Sumário

1- Diagnóstico .................................................................................................................................................. 3

1.1- Lesões fundamentais .......................................................................................................................... 3

1.2 - Investigação complementar .............................................................................................................. 5

2 – Lesões cancerizáveis ............................................................................................................................. 10

2.1 - Leucoplasia ....................................................................................................................................... 10

2.2 -Eritroplasia (eritroplasia de Queyrat) .............................................................................................. 17

2.3 - Uso de tabaco sem fumaça e ceratose do tabaco sem fumaça ............................................... 17

2.4 - Danos por exposição solar ............................................................................................................. 18

2.5 - Carcinoma de células escamosas / espinocelular / epidermoide (CEC) ................................ 20

2.6 - Tipos de carcinomas encontrados: ................................................................................................ 25

2.7 -Metástase: .......................................................................................................................................... 29

2.8 - Classificação TNM e Estadiamento: ............................................................................................. 31

2.9- Aspecto histológico ........................................................................................................................... 36

2.10- Tratamento ....................................................................................................................................... 37

2.11- Carcinoma verrucoso ...................................................................................................................... 39

2.12 - Carcinoma de células basais ....................................................................................................... 39

2.13- Melanoma (melanocarcinoma) ...................................................................................................... 42

2.14 - Complicações orais não-infecciosas da terapia antineoplásica ............................................. 45

2.15 - Lesões para diagnósticos diferenciais ........................................................................................ 51

3 - Considerações finais ............................................................................................................................... 53

4 - Questões comentadas ............................................................................................................................ 54

5- Gabarito ...................................................................................................................................................... 89

6 - Referências bibliográficas ...................................................................................................................... 91


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7- Resumo ...................................................................................................................................................... 92

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1- DIAGNÓSTICO

O exame clínico é o primeiro e mais importante passo para o diagnóstico das lesões bucais.

1.1- Lesões fundamentais

Antes de iniciarmos o estudo das patologias é fundamental revisar a forma correta de descrever as lesões
evidenciadas durante o exame clínico.

Mácula - Área focal de alteração de coloração, que não é elevada ou deprimida em relação aos tecidos
circunjacentes.
Pápula - Lesão sólida e elevada, com menos de 5 mm de diâmetro.
Nódulo - Lesão sólida e elevada, com mais de 5 mm de diâmetro.
Séssil - Descrição de um tumor ou crescimento no qual a base é a região mais larga da lesão.
Pediculado - Descrição de um tumor ou crescimento no qual a base é mais estreita que a parte mais larga da
lesão.
Papilar - Descrição de um tumor ou crescimento exibindo numerosas projeções de superfície.
Verrucoso - Descrição de um tumor ou crescimento que exibe uma superfície rugosa e verrucosa. Vesícula -
Bolha superficial, com 5 mm ou menos de diâmetro, frequentemente preenchida por um líquido claro.
Bolha - Vesícula grande, com mais de 5 mm de diâmetro. Pústula. Vesícula ou bolha preenchida por exsudato
purulento
Úlcera - Lesão caracterizada pela perda do epitélio de superfície e frequentemente parte do tecido
conjuntivo subjacente. Em geral, aparece deprimida ou escavada.
Erosão - Lesão superficial, muitas vezes originando-se secundariamente à ruptura de uma vesícula ou bolha,
que é caracterizada por perda parcial ou total do epitélio de superfície.
Fissura - Ulceração estreita, semelhante a uma fenda ou sulco.
Placa - Lesão ligeiramente elevada que apresenta superfície plana.
Petéquia - Área de hemorragia puntiforme e circular.
Equimose - Área de hemorragia não elevada, maior que uma petéquia.
Telangiectasia - Lesão vascular causada pela dilatação de pequenos vasos sanguíneos superficiais.
Cisto - Cavidade patológica revestida por epitélio, muitas vezes preenchida por material líquido ou
semissólido.
Unilocular - Descrição de uma lesão radiolúcida contendo apenas um compartimento.
Multilocular- Descrição de uma lesão radiolúcida contendo diversos ou muitos compartimentos

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(IBFC/PREFEITURA MUNICIPAL DE FERNANDÓPOLIS/ESTOMATOLOGIA/2015) Paciente, 36 anos,


sexo masculino, apresentou lesão com perda tecidual e exposição do conjuntivo a nível de mucosa,
medindo 1,0 cm em seu maior diâmetro. Em que grupo esta lesão está inserida?

a) Mácula

b) Bolha

c) Pápula

d) úlcera

Comentários:

A úlcera é uma lesão caracterizada por perda de epitélio e parte do tecido conjuntivo, produzida por
desprendimento do tecido necrótico. Geralmente assume aparência deprimida. A alternativa correta
é a letra D.

(IBFC/PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Paciente, 27 anos,


sexo feminino, apresentou lesão íntegra ao nível de mucosa de coloração avermelhada, medindo 1,5
cm em seu maior diâmetro. Assinale a alternativa que apresenta a denominação correta dessa lesão:

a) Mácula

b) Bolha

c) Pápula

d) úlcera

Comentários:

A mácula é uma alteração circunscrita na coloração ou textura da mucosa, não é elevada ou deprimida
em relação aos tecidos circunjacentes. A alternativa correta é a letra A

(AOCP/PREFEITURA DE RECIFE/CIRURGIÃO-DENTISTA/2020) Paciente de 47 anos, idade masculino,


etilista e fumante apresenta-se para tratamento odontológico. Ao exame físico, é observada uma
lesão em assoalho de boca com alteração de coloração em relação à mucosa normal, porém sem
elevação ou depressão tecidual. Somente com base nessas informações, essa lesão pode ser descrita
como:

a) uma mácula

b) uma pápula

c) uma úlcera

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d) uma erosão

e) um líquen

Comentários:

A mácula uma alteração circunscrita na coloração ou textura da mucosa, não é elevada ou deprimida
em relação aos tecidos circunjacentes. A alternativa correta é a letra A.

1.2 - Investigação complementar

Você costuma atender pacientes todos os dias e ao examiná-los, geralmente, observa aspecto de
normalidade dos tecidos. Porém ao avaliar um paciente percebeu uma aparência diferente em sua mucosa.
E agora, o que fazer? Vamos entender um pouco sobre alguns recursos utilizados na estomatologia para
avaliar as lesões orais?

1.2.1 - Citologia esfoliativa

A citologia esfoliativa, também conhecida como exame de Papanicolau, é um exame complementar e como
o próprio nome diz: avalia células que esfoliaram naturalmente do epitélio da mucosa bucal (as células
colhidas são depositadas em uma lâmina de vidro, coradas e analisadas em microscópio).

A citologia esfoliativa tem como principal finalidade a detecção de tumores malignos (câncer).

Também pode ser utilizada para avaliação de:

➢ Lesões ulceradas e de placas brancas hiperqueratóticas


➢ Infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose)
➢ Doenças auto-imunes (pênfigo)
➢ Infecções virais (herpes primária, herpes recorrente)

São indicações (Fonte: Medicina Bucal - Boraks):

➢ No diagnóstico de lesões ulceradas que persistam na mucosa bucal, inalteradas, ou que não
apresentam sinais de melhora espontânea ou com tratamento.
➢ No diagnóstico de lesões que seriam submetidas à biópsia.
➢ Em lesões extensas ou múltiplas, selecionando o local mais adequado para realização da biópsia.
➢ No controle de áreas submetidas a radioterapia, onde se observam alterações típicas de radiação.
➢ No controle da evolução de certas doenças.
➢ No controle de lesões cancerizáveis e de áreas onde houve remissão de tumor maligno em pacientes
que, de alguma forma, estão impedidos de realizar intervenção cruenta.
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➢ Em áreas onde o teste do azul de toluidina (Teste de Shedd) foi positivo.


➢ Em lesões aparentemente inócuas e que não apresentem razão suficiente para a realização de
biópsia. Quando a suspeita clínica sobre determinada lesão ainda persiste, mesmo após resultado
negativo para câncer na biópsia.

A citologia esfoliativa possui como vantagens a facilidade de realização, não necessitar de incisão, não ser
invasiva ou traumática e não apresentar complicações após o procedimento. Além disso, permite escolher o
melhor local para realização da biópsia. Cabe destacar que esse exame não substitui a biópsia mas pode
dispensar a realização da biópsia se demonstrar que a lesão apresenta caráter benigno (nos casos de
confirmação de malignidade é necessário realizar a biópsia pois ela permite avaliar o grau de diferenciação,
o tipo histológico, a infiltração, o comprometimento regional e a margem de segurança a ser adotada no
tratamento).

1.2.2 - Biópsia

A biópsia (palavra tão temida por muitos pacientes) é um exame complementar que consiste na remoção
de tecido para avaliação e confirmação diagnóstica (sabemos que muitas lesões se parecem e que apenas
o anatomopatológico é capaz de estabelecer o diagnóstico). Agora entenda a diferença: a citologia
esfoliativa estuda as células e a biópsia estuda os tecidos!

Indicações para biópsia:

➢ Lesões que têm características neoplásicas ou cancerizáveis


➢ Lesões que estão aumentando de tamanho ou que apresentam crescimento rápido.
➢ Lesões persistentes que não possuem uma causa e persistem por mais de 10 a 14 dias.
➢ Lesões persistentes que fracassam na resposta ao tratamento (lembrando que as lesões devem ser
acompanhadas por um período de 7 a 14 dias).
➢ Lesões desconhecidas em áreas de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
➢ Lesão firmemente aderida ou fixa em estruturas adjacentes
➢ Confirmação do diagnóstico clínico.
➢ Lesões que estão causando ao paciente extrema preocupação.

Obs: Silvio Boraks (2013) afirma que a biópsia pode ser indicada para a pesquisa de câncer e de doenças
sistêmicas.

São consideradas por Hupp et al. áreas de alto risco e que devem ser monitoradas: assoalho da boca, as
superfícies lateral e ventral da língua e as mucosas vestibular e do lábio inferior. Além dessas, as
eritroplasias (áreas avermelhadas) ou áreas ásperas dentro de uma leucoplasia também merecem atenção
durante o exame do paciente.

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O teste de Shedde utiliza o azul de toluidina e cora o local mais indicado para realizar a biópsia
em uma lesão com suspeita de câncer.

Tipos de biópsia (em relação a quantidade de material retirado):

➢ Biópsia incisional: é o procedimento que remove fragmento para análise.

É indicada em casos de lesões grandes, lesões que apresentam características diferentes em


diferentes sítios ou em locais de risco, e lesões com suspeita de malignidade. A incisão é realizada
em formato de cunha e deve incluir tecidos com características de normalidade e alterados pela lesão
(em lesões ulceradas as informações são removidas do tecido perilesional que contém características
de normalidade).

➢ Biópsia excisional: é o procedimento que realiza a remoção completa da lesão. É indicada para
lesões pequenas e, muitas vezes, por remover toda a lesão, acaba sendo o próprio o tratamento.

A biópsia pode ser realizada com bisturi, por agulha ou por escova (brush). A biópsia com a utilização de
bisturi pode ser incisional ou excisional. A biópsia por agulha pode ser realizada com agulha de grosso calibre
(14G), com agulha de fina (PAAF) ou com agulha "cortante" (BAC). Na PAAF a agulha é introduzida e retirada
de forma repetida para coletar material de lesões em locais de difícil acesso ou próximas a estruturas
importantes (para evitar lesão).

Você também pode encontrar o termo "punch" que é um instrumento cilíndrico cortante para biópsia que
penetra até a profundidade necessária para remoção de tecido.

Agora alguns cuidados que devem ser tomados durante o procedimento de biópsia:

➢ para a anestesia da região a ser biopsiada é preferível o bloqueio anestésico pois a anestesia
infiltrativa pode resultar em incorporação do anestésico no espécime cirúrgico (pode resultar em
distorção da arquitetura celular do espécime).
➢ quando for realizada a anestesia do tipo infiltrativa, o anestésico deve ser injetado a pelo menos 1
cm do perímetro da lesão (de forma periférica).
➢ forma de apreensão do espécime após a sua remoção: a peça não deve ser comprimida com a pinça.
➢ após o procedimento, a peça deve ser armazenada em formol a 10% (considerado fixador universal),
o volume no frasco deve ser de 10 a 20 vezes maior que o volume da peça (é importante que a peça
fique totalmente imersa).

Silvio Boraks (2013) acrescenta que cuidados devem ser tomados em pacientes com suspeita de melanoma
(tende a proliferar quando traumatizado e, por isso, em lesões de dimensões reduzidas, o autor aconselha a
biópsia excisional com margem de segurança) e hemangioma (risco de sangramento de difícil hemostasia).

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(FUNDASUS/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/ESTOMATOLOGIA/2015) É indicada, biópsia


incisional nas seguintes lesões orais, EXCETO:

a) lesões de pequenas dimensões e que não apresentam características de malignidade.

b) lesões extensas com características de malignidade.

c) manifestações bucais de doenças sistêmicas.

d) lesões extensas de leucoplasia.

e) lesões suspeitas de malignidade.

Comentários:

A biópsia incisional é aquela em que remove-se parte da lesão para análise. Lesões pequenas são
preferncialmente removidas por biópsia excisional. A alternativa correta é a letra A.

(FUNDASUS/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/ESTOMATOLOGIA/2015) Referente ao


processo diagnóstico, é INCORRETO afirmar que:

a) a anamnese e o exame clínico são importantes no processo diagnóstico.

b) o esfregaço citológico substitui a biópsia para obtermos um diagnóstico preciso na maioria dos
casos.

c) na biópsia excisional a lesão é removida por completo.

d) o estabelecimento da comunicação com o paciente é, talvez, a parte mais importante durante a


anamnese e o exame físico.

e) examinar glândulas salivares e a cadeia de linfonodos de cabeça e pescoço fazem parte do exame
físico do paciente.

Comentários:

A citologia esfoliativa tem como principal finalidade a detecção de tumores malignos, também auxilia
no diagnóstico de doenças virais, bacterianas e fúngicas, mas não substitui a biópsia por não
determinar o tipo de lesão maligna. A alternativa correta é a letra B.

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(FUNDASUS/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/ESTOMATOLOGIA/2015) Em relação ao


procedimento de biópsia, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale
a alternativa com a sequência correta.

( ) Deve-se acondicionar a peça cirúrgica em Formalina tamponada a 10%

( ) Deve-se infiltrar o anestésico local diretamente na lesão.

( ) Deve-se acondicionar a peça cirúrgica em soro fisiológico.

a) F-F-V

b) V-F-V

c) V-V-F

d) V-F-F

e) F-V-F

Comentários:

Preferencialmente deve ser realizado o bloqueio anestésico, nos casos em que se realiza a técnica
infiltrativa essa deve ser periférica ao tecido a ser biopsiado. A alternativa correta é a letra D.

(CADAR/ESTOMATOLOGIA/2014) São indicações de biópsia incisional, exceto:

a) lesões extensas (> 3 cm).

b) lesões de pequenas dimensões.

c) manifestação bucal de doença sistêmica.

d) lesões suspeitas de neoplasias malignas.

Comentários:

A biópsia excisional é indicada em lesões de pequenas dimensões. A alternativa correta é a letra

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2 – LESÕES CANCERIZÁVEIS

2.1 - Leucoplasia

Você com certeza já leu a seguinte definição de leucoplasia: “uma placa ou mancha branca que não pode
ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença.” A literatura ressalta o fato de
esse ser um termo estritamente clínico e sem implicação histopatológica, ou seja, sem alteração específica
do tecido.

E como as questões gostam de cobrar a leucoplasia?? Geralmente é dado um caso clínico e entre as
alternativas você encontrará entidades como líquen plano, morsicatio (o mordiscar crônico das bochechas),
ceratose friccional, ceratose da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema, nevo branco esponjoso
e a própria leucoplasia. As questões gostam de induzir o aluno ao erro, apresentando lesões brancas
semelhantes.

Apesar de a leucoplasia não estar associada a um diagnóstico histopatológico específico, ela é muito
importante pois é considerada uma lesão pré-cancerosa ou pré-maligna. Talvez você esteja se perguntando:
"mas o que é uma lesão potencialmente maligna ou pré-maligna?". De acordo com Neville et al. (2016) é um
tecido benigno, morfologicamente alterado, maior do que o normal e que apresenta transformação maligna.

Que tal vermos a lista das lesões consideradas potencialmente malignas que acometem a mucosa oral,
faríngea e laríngea?

NOME DA DOENÇA POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA


Leucoplasia Verrucosa Proliferativa ++++++
Palato nicotínico em tabagistas invertidos +++++
Eritroplasia +++++
Fibrose submucosa oral +++++
Eritroleucoplasia ++++
Leucoplasia granular ++++
Queratose laríngea +++
Queilite actínica +++
Leucoplasia espessa, lisa ++
Língua vermelha e lisa da Síndrome de Plummer-Vinson ++
Queratose do tabaco sem fumaça +
Líquen plano (formas erosivas) +?

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A leucoplasia é a lesão potencialmente maligna oral mais comum (= 85% das lesões)

A etiologia da leucoplasia ainda é incerta, mas diversos fatores têm sido apontados:

Tabaco

Álcool

Sanguinaria

Radiação ultravioleta

Microrganimos

Trauma

Deficiência por Ferro

Vejamos alguns detalhes de cada fator possivelmente associado:

a) Tabaco: Mais de 80% dos pacientes com leucoplasia são tabagistas. O hábito do tabaco sem fumaça
produz está relacionado ao desenvolvimento de uma placa branca clinicamente distinta, denominada
ceratose da bolsa de tabaco. Essa lesão provavelmente não é uma leucoplasia verdadeira.

De acordo com Regezi et al., a relação tempo-dose dos carcinógenos encontrados no


tabaco é de extrema importância para a determinação da causa do câncer oral.

b) Álcool: O álcool parece ter um forte efeito sinérgico com o tabaco em relação à gênese do câncer oral.
Pessoas que utilizam excessivamente enxaguatórios bucais com teor alcoólico de mais de 25% podem ter
placas mucosas jugais acinzentadas, porém essas não são consideradas leucoplasias verdadeiras.

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De acordo com Regezi et al., os efeitos do álcool estão relacionados à sua capacidade de
irritar a mucosa e de agir como um solvente para os demais carcinógenos.

c) Sanguinária: Pessoas que utilizam dentifrícios ou enxaguatórios bucais contendo o extrato da erva
sanguinária podem desenvolver leucoplasia chamada de "ceratose associada à sanguinária". Ela geralmente
se localiza no vestíbulo ou na mucosa alveolar da maxila. Algumas lesões podem persistir por anos, mesmo
após a suspensão do produto.

d) Radiação ultravioleta: é apontada como um fator causal da leucoplasia de vermelhão de lábio inferior.
Essa lesão geralmente está associada à queilose actínica.

De acordo com Regezi et al., são fatores relacionados ao desenvolvimento de câncer a dose
cumulativa de luz solar e a quantidade de proteção dos pigmentos naturais. A radiação UVB
(2.900 a 3.200) é considerada mais carcinogênica do que a luz UVA (3.200 a 3.400).

e) Microrganismos: Vários microrganismos têm sido associados à etiologia da leucoplasia como o a Candida
albicans na leucoplasia ou hiperplasia por candida (pelo potencial de produzir um carcinógeno, o N-
nitrosobenzilmetilamina) e o papilomavírus humano (HPV, subtipos 16 e 18) em especial no CEC de tonsilas
(60% dos casos).
Estudos sugerem que as bactérias da cavidade bucal podem interagir com o tabaco e o álcool (o etanol é
metabolizado em acetaldeído carcinogênico por microrganismos como Streptococcus e Candida).

f) Trauma: as lesões ceratóticas não são agora consideradas potencialmente malignas

Exemplos: Estomatite nicotínica é uma lesão generalizada de cor branca no palato, que parece ser uma
hiperqueratose em resposta ao calor gerado pelo fumo do tabaco (geralmente cachimbo) em vez de uma
resposta aos carcinógenos do fumo. O seu potencial de transformação maligna é o mesmo da mucosa normal
do palato

Ceratose friccional: uma lesão branca com superfície áspera cuja causa é a irritação crônica da superfície
(geralmente de causa mecânica).

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A leucoplasia apresenta forte predileção pelo gênero masculino (cerca de 8% nos homens com mais de 70
anos), e geralmente afeta indivíduos com mais de 40 anos. Agora uma informação interessante: estudos
têm mostrado que a leucoplasia ocorre, aproximadamente, de 5 anos antes da ocorrência do carcinoma de
células escamosas oral. Cerca de 70% dos casos ocorrem no vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva;
e 90% das leucoplasias que exibem displasia ou carcinoma ocorrem na língua, vermelhão do lábio e soalho
de boca.

Quando pensamos em leucoplasias devemos lembrar de um tipo especial e de alto risco: a


/leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP)

A LVP é caracterizada pelo desenvolvimento lento e progressivo de múltiplas placas ceratóticas com
projeções de superfície rugosas que, com a progressão, assumem um aspecto exofítico e verrucoso
assemelhando-se ao carcinoma verrucoso. A LPV geralmente afeta a gengiva e apresenta forte predileção
pelo gênero feminino (1:4 razão homem-mulher). Nenhuma associação com o uso de tabaco tem sido feita
à LPV. Mesmo com a terapia a lesão não apresenta regressão; e com a evolução transforma-se em um
carcinoma de células escamosas geralmente dentro de um período de 8 anos após o diagnóstico inicial.

Tratamento e prognóstico: A conduta diante das leucoplasias deve ser de biopsiar a área para obter o
diagnóstico histopatológico e conduzir o tratamento mais adequado. As leucoplasias sem displasias devem
ser acompanhadas a cada 6 meses. Algumas leucoplasias podem reduzir seu tamanho ou desaparecer pelo
simples fato de parar de fumar. Já a LVP exibe uma alta taxa de recorrência (83%) e após a excisão deve ter
um acompanhamento de longo prazo.

Na figura abaixo você pode visualizar as características histológicas das áreas leucoplásicas e eritroplásicas.
Você lembra que na primeira aula de patologia falamos sobre biópsia? Então saiba que as lesões têm
aumento do potencial de transformação maligna à medida que suas aparências aproximam-se da direita.

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Figura: Leucoplasia. Fonte: Neville et al., 2016.

TRANSFORMAÇÃO MALIGNA:
Leucoplasias espessas e homogêneas: 1% a 7%
Leucoplasias Granulares e Verruciformes: 4% a 15%
Eritroleucoplasias: 28% (variando de 18% a 47%)

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Características histopatológicas: a leucoplasia é caracterizada pela camada espessada de


ceratina do epitélio de superfície (hiperceratose), com ou sem espessamento da camada
espinhosa (acantose).

A camada de ceratina pode consistir em:

1. PARACERATINA (hiperparaceratose): não existe a camada de células granulares e os


núcleos epiteliais encontram-se retidos na camada de ceratina.

2. ORTOCERATINA (hiperortoceratose): epitélio demonstra uma camada de células


granulares e os núcleos estão ausentes na camada de ceratina.

3. ou uma combinação de ambas ==210282==

A maioria das lesões leucoplásicas não demonstra displasia na biópsia. A evidência de


displasia epitelial é encontrada somente em 5% a 25% dos casos se todos os sítios orais
forem considerados.

(CESPE/EBSERH/ASSISTENCIAL/2018) A leucoplasia que é definida como lesão predominantemente branca


da mucosa bucal, não pode ser caracterizada como qualquer outra lesão definível. A partir dessa definição,
julgue os seguintes itens.
( ) Da mesma forma que as lesões leucoplásicas, as lesões de candidose pseudomembranosa não podem
ser removidas por raspagem, o que dificulta o diagnóstico diferencial com base apenas nas evidências
clínicas.
( ) A leucoplasia pilosa, relacionada à infecção pelo HIV, consiste de uma variação da leucoplasia e também
apresenta possibilidade de transformação maligna.
( ) Leucoplasia é um termo clínico que não se refere às características histológicas da lesão. A descrição
histológica da lesão inclui a presença ou ausência de displasia epitelial e, se presente, descreve a gravidade
da lesão.

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Assertiva Errada: A candidíase pseudomembranosa possui como características clínicas a presença de placas
brancas removíveis à raspagem semelhantes à “leite coalhado ou queijo cottage”. Quando removidas deixam
uma superfície eritematosa e sangrante.
Assertiva Errada: É a lesão mais comum associada ao EBV nos pacientes com AIDS. Ao exame clínico é vista
uma placa branca na mucosa que não se destaca à raspagem, geralmente na região de borda de língua. A
leucoplasia pilosa oral é um sinal de imunossupressão grave e de doença avançada em pacientes infectados
pelo HIV. Ao exame histológico não é observada displasia.
Assertiva Correta: A leucoplasia é “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou
patologicamente como qualquer outra doença.” É um termo estritamente clínico e sem implicação
histopatológica, ou seja, sem alteração específica do tecido.

(FUNDATEC/PREF.VACARIA-RS /2021) Assinale as assertivas abaixo sobre o câncer bucal:


I- Aproximadamente 94% de todas as malignidades da boca são carcinomas de células escamosas.
II- Não há um agente causador (carcinógeno) isolado, claramente definido ou aceito, mas tanto fatores
extrínsecos como intrínsecos podem estar em atividade. Os fatores extrínsecos incluem fumo de tabaco,
álcool, sífilis e os raios solares.
III- Os casos leucoplásico e eritroplásico provavelmente estão no estágio inicial, ainda em produção de
uma massa ou ulceração, e os aspectos clínicos são idênticos àqueles descritos para as lesões pré-malignas
leucoplásicas e eritroplásicas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
E) I, II e III.
Comentários:
A letra B está correta.?
O carcinoma epidermoide representa mais de 90% das neoplasias malignas orais.
A causa do carcinoma epidermoide é multifatorial. Nenhum agente ou fator (carcinógeno) etiológico único
tem sido definido ou aceito, porém tanto fatores extrínsecos quanto intrínsecos podem estar atuando. É
provável que mais de um fator seja necessário para produzir esta neoplasia (cocarcinogênese). Os fatores
extrínsecos incluem agentes externos tais como fumo, álcool, sífilis e (somente para carcinomas do
vermelhão do lábio) luz solar. Os fatores intrínsecos incluem estados sistêmicos ou generalizados, tais como
desnutrição geral ou anemia por deficiência de ferro.
Os exemplos leucoplásicos e eritroplásicos são provavelmente casos em fases iniciais, que ainda não
produziram um aumento de volume ou ulceração, e as características clínicas são idênticas às descritas para
as leucoplasias e eritroplasias.
Fonte: Neville et al, 2016.

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2.2 -Eritroplasia (eritroplasia de Queyrat)

A eritroplasia é definida como "mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente
diagnosticada como qualquer outra condição". Praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam
displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo. As causas da
eritroplasia são desconhecidas, porém presume-se que sejam as mesmas associadas ao carcinoma invasivo
de células escamosas de boca.

A eritroplasia é menos comum do que a leucoplasia, mas possui um potencial muito maior de
ser severamente displásica no momento da biópsia ou de desenvolver uma malignidade
invasiva em um momento posterior.

Características clínicas da eritroplasia: acomete a faixa etária que vai desde a adultos de meia-idade a
idosos, sem apresentar predileção por sexo. O soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais
acometidos e múltiplas lesões podem estar presentes. Clinicamente pode ser vista como uma mácula ou
placa eritematosa bem delimitada, com textura macia e aveludada.

Análise histológica: Cerca de 90% das lesões eritroplásicas constituem histopatologicamente displasias
epiteliais severas. O epitélio mostra uma ausência de produção de ceratina e frequentemente é atrófico,
porém pode ser hiperplásico. O diagnóstico histopatológico que guia o tratamento.

2.3 - Uso de tabaco sem fumaça e ceratose do tabaco sem fumaça

Outros nomes são: bolsa do rapé; lesão do usuário de rapé; ceratose da bolsa de tabaco; ceratose do tabaco
de cuspir.

São tipos de tabaco associados ao desenvolvimento de lesão: tabaco para mascar, o rapé úmido e o rapé
seco. Uma das características evidenciadas é a recessão gengival indolor na área de contato do tabaco.

A ceratose do tabaco sem fumaça geralmente leva de 1 a 5 anos para se desenvolver. A displasia epitelial é
incomum na ceratose do tabaco sem fumaça e, quando presente, é tipicamente leve. A biópsia é necessária
apenas para as lesões mais graves, ou seja, aquelas que demonstrem cor branca intensa, aparência clínica
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granular ou verruciforme, ulceração, formação de um aumento de volume endurecimento ou hemorragia.


Na ausência de evidência microscópica de displasia ou malignidade, as ceratoses não são tratadas.

De acordo com Regezi et al., o tabaco sem fumaça aumenta a pressão arterial e agrava a
doença periodontal

2.4 - Danos por exposição solar

Dois podem ser os danos listados aqui: a queratose actínica e a queilite actínica.

A queratose actínica é uma lesão potencialmente maligna cutânea comum, causada pela exposição
intensa à radiação UV. Os locais mais acometidos são a face, pescoço, dorso das mãos, antebraços e couro
cabeludo. As lesões aparecem como placas lamelares irregulares que variam em cor normal ao branco, cinza
ou marrom, e podem ser sobrepostas a um fundo eritematoso. As lesões apresentam uma textura de "lixa",
com leve elevação da superfície e geralmente afetam pessoas abaixo dos 40 anos.

A queilite actínica é uma lesão potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior e está associada à
exposição solar crônica à luz UV. Apresenta predileção por pessoas do sexo masculino (10:1) e de pele
clara, acometendo a faixa etária acima dos 45 anos de idade. Atenção especial deve ser dada na anamnese
aos pacientes que possuem ocupações ao ar livre (ex: agricultores, marinheiros e militares).

A lesão se desenvolve lentamente com a exposição crônica. O vermelhão do lábio inferior assume aparência
atrófica, ressecada e com presença de fissuras. Com o tempo perde-se a definição dos limites entre
vermelhão e pele. Em estágio mais avançados, o vermelhão exibe áreas descamativas e ásperas.

(FUNDATEC/ PREF. /2021) A _______________ é uma alteração pré-maligna do vermelhão do lábio


inferior, que resulta da exposição excessiva ou por longo período ao componente ultravioleta radiação
solar. É um problema limitado, predominantemente, a pessoa de pele clara com tendência a se bronzear
facilmente.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do trecho acima.
a) leucoplasia
b) eritroplasia
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c) fibrose submucosa bucal


d) queilíte actínica
e) estomatite nicotínica

Comentários:
A leucoplasia é definida como “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou
patologicamente como qualquer outra doença. É a lesão potencialmente maligna oral mais comum (= 85%
das lesões). Cerca de 70% dos casos ocorrem no vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva.
A eritroplasia é definida como uma "mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente
diagnosticada como qualquer outra condição". O soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais
acometidos e múltiplas lesões podem estar presentes.
A fibrose oral submucosa é uma condição potencialmente maligna de alto risco, caracterizada por
cicatrização crônica, progressiva da mucosa bucal. A etiologia está relacionada com o uso de betel quid
(paan) e produtos relacionados. As queixas principais incluem a incapacidade de abrir a boca (trismo) e uma
sensação de queimação generalizada bucal (estomatopirose) com intolerância a alimentos picantes. Uma
distância interincisivos inferior a 20 mm é considerada grave; em casos avançados, a mandíbula e a maxila
podem ser inseparáveis. Vesículas, petéquias, melanose, xerostomia e estomatopirose são geralmente os
primeiros sinais e sintomas. A mucosa vestibular, área retromolar e palato mole são os locais mais
comumente afetados. Posteriormente, a mucosa desenvolve uma mancha pálida semelhante a mármore
com rigidez progressiva. A língua pode ficar imóvel, reduzida em seu tamanho e desprovida de papilas.
Bandas fibrosas submucosas são palpáveis na mucosa jugal, palato mole e mucosa labial nos casos
completamente desenvolvidos. Usuários de betel quid podem também exibir uma coloração marrom-
avermelhada das mucosas com superfície irregular que tende a descamar.
A estomatite nicotínica é uma lesão hiperqueratótica associada ao fumo de tabaco e não parece ter uma
natureza pré-maligna, pois possivelmente se desenvolve como resposta ao calor, em vez dos produtos
químicos presentes no fumo do tabaco. Em particular, o cachimbo parece gerar mais calor no palato do que
outras formas de fumar. Alterações similares podem também ser produzidas mediante a utilização a longo
prazo de bebidas extremamente quentes. Afeta mais homens acima de 45 anos. Clinicamente é possível
evidenciar a mucosa do palato com coloração difusamente cinza ou branca; com numerosas pápulas
ligeiramente elevadas e centros vermelhos puntiformes que representam inflamação das glândulas salivares
menores e seus orifícios ductais.
A letra D está correta.

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2.5 - Carcinoma de células escamosas / espinocelular / epidermoide (CEC)

VAMOS ENTENDER A NOMENCLATURA?

Para facilitar o estudo, primeiro você precisa entender a origem do nome desta neoplasia.
O nome é dado de acordo com o aspecto microscópico, quando a neoplasia possui origem
epitelial e possui comportamento maligno utilizamos CARCINOMA + alguma característica
das células proliferantes.

Representa cerca de 90% das neoplasias malignas orais.

Etiologia: a etiologia é multifatorial, então fique atento quando ler a questão, pois não existe um único
agente envolvido! Existem os chamados fatores extrínsecos (externos) e intrínsecos (internos) que em
conjunto produzem a neoplasia (chamamos a ação conjunta dos fatores de cocarcinogênese):

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FATORES EXTRÍNSECOS FATORES INTRÍNSECOS


(Incluem estados sistêmicos ou generalizados)

▪ Fumo ▪ desnutrição geral


▪ Álcool ▪ anemia por deficiência de ferro
▪ Sífilis
▪ Luz solar (somente para cânceres do A hereditariedade parece não desempenhar um
vermelhão do lábio) papel principal na causalidade do carcinoma oral.

1) Fumo:

A proporção de CE é duas a três vezes maior em tabagistas (80%). São fatores que aumentam o risco o
número de cigarros fumados/dia e o tempo (em anos) que a pessoa fumou. O fumo de tabaco contém
diversas substâncias carcinogênicas como nitrosaminas, arsênico, benzopireno e benzeno. Pacientes que
trataram um câncer no trato aerodigestivo superior e seguiram fumando apresentam um risco de duas a seis
vezes maior de desenvolver um segundo câncer primário. Mas uma notícia boa é que indivíduos que
cessaram o hábito de fumar, após 10 anos, apresentaram o mesmo risco para o desenvolvimento que
aqueles que nunca fumaram.

O fumo de cachimbo ou charuto agrega um risco igual ou maior para o desenvolvimento


de câncer oral quando comparado ao fumo de cigarros.

2) Álcool:

O álcool em combinação com o tabaco é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer
oral e parece ser dose-dependente. São fatores relacionados ao álcool que poderiam estar implicados na
cocarcinogênese:

➢ O etanol nas bebidas alcoólicas é metabolizado em acetaldeído (agente cancerígeno).


➢ Algumas substâncias carcinogênicas, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e
nitrosaminas, podem fazer parte da composição de bebidas.
➢ O álcool pode ajudar a solubilizar outros compostos carcinogênicos e aumentar a permeabilidade do
epitélio oral.
➢ O consumo abusivo de álcool pode resultar em deficiências nutricionais (debilitando o indivíduo)

3) Exposição ocupacional:
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Algumas substâncias estão relacionadas ao aumento do risco de câncer como o ácido fenoxiacético (indústria
madeireira).

4) Radiação:

São exemplos a radiação UV (câncer de lábio inferior), em medicamentos com efeito fotossensibilizador (ex:
nati-hipertensivos como hidroclorotiazida e nifedipina) e a irradiação com raiox X.

A radioterapia direcionada para a área de cabeça e pescoço aumenta o risco para o desenvolvimento futuro
de uma nova malignidade primária oral, um carcinoma ou um sarcoma (risco dose-dependente).

5) Deficiências de minerais e vitaminas (dieta):

A deficiência de ferro, especialmente a síndrome de Plummer-Vinson ou Paterson-Kelly, eleva o risco de


desenvolvimento do carcinoma de células epidermoides do esôfago, da orofaringe e da região posterior da
boca (o câncer costuma ocorrer em idades mais precoces).

Nos estados de deficiência, as células epiteliais sofrem uma renovação mais rápida e produzem uma mucosa
atrófica ou imatura, mais suscetível à transformação maligna.

A deficiência de vitamina A causa uma ceratinização excessiva da pele e das membranas mucosas. Estudos
sugerem que a vitamina pode exercer um papel protetor ou preventivo no pré-câncer e no câncer oral.

Comprometimento do sistema imunológico: o risco é maior em pacientes transplantados


renais e de medula óssea.

Deficiência de ferro (Síndrome de Plummer Vinson/Patterson-Kelly/Disfagia


sideropênica): afeta mais mulheres de meia idade tem como características a língua
avermelhada e dolorosa, atrofia da mucosa e disfagia.

Regezi et al

6) Sífilis

Há muito tempo aceita-se que a sífilis (estágio terciário) tem uma forte associação com o desenvolvimento
do carcinoma do dorso da língua. A taxa do risco relativo aproxima-se de quatro. Por outro lado, estudiosos
passaram a considerar como provável causa os medicamentos anteriormente utilizados no tratamento da
sífilis à base de arsênico (hoje a terapia é com antibióticos).

7) Infecção pela Candida

A candidíase hiperplásica frequentemente é citada como uma condição pré-cancerosa oral (potencialmente
maligna) pela característica clínica de placa branca que não pode ser destacada (semelhante à leucoplasia).

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Sabe-se que algumas cepas são capazes de produzir substâncias químicas, como as nitrosaminas, que têm
sido implicadas na carcinogênese. O papel da Candida ainda é muito discutido.

8) Vírus oncogênicos

Dentro deste tópico são considerados dois vírus:

➢ HPV: implicado na cocarcinogênese não somente do câncer oral, mas também no carcinoma da
amígdala faríngea, laringe, esôfago, colo de útero, vulva e pênis. O subtipo 16 é o mais intimamente
relacionadas à displasia e ao carcinoma epidermoide.

➢ HIV: em pessoas que estão sob terapia imunossupressora para neoplasias malignas ou transplante
de órgãos, o vírus representaria um maior risco de desenvolvimento de carcinoma epidermoide de
boca (especialmente quando o indivíduo é tabagista e etilista). O HIV também se classifica como um
fator de imunossupressão => nesses indíviduos com defesas comprometidas as células malignas não
seriam reconhecidas e destruídas em um estágio inicial.

9) Oncogenes e genes supressores de tumor

Os proto-oncogenes são genes importantes para células que atuam no controle da proliferação celular
normal. Os genes normais, ou proto-oncogenes, são transformados em oncogenes ativos em certas
malignidades através da ação de vírus, radiação ou carcinógenos químicos.

Os oncogenes e os genes supressores de tumor são componentes cromossômicos capazes de serem ativados
por uma variedade de agentes causais. Os oncogenes ativados produzem uma quantidade excessiva de
material genético novo por meio de amplificação ou superexpressão do gene envolvido. Eles podem estar
envolvidos na iniciação e progressão de uma ampla variedade de neoplasias. Os genes supressores tumorais,
por outro lado, permitem indiretamente a produção de um tumor quando se tornam inativados ou mutados.

Finalizada a explicação inicial dos fatores envolvidos na cocarcinogênese, vamos entender um pouco mais as
características clínicas:

O carcinoma epidermoide tem uma apresentação clínica variada:

➢ Exofítica (formação de aumento de volume; vegetante, papilar, verruciforme) = geralmente ulcerada


e endurecida à palpação.

➢ Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada) = possui uma área central deprimida, de formato irregular,
ulcerada com "borda em rolete" (fruto da infiltração das células neoplásicas) podendo ter coloração
branca, vermelha ou normocrômica.

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➢ Leucoplásica (mancha branca - fase inicial)

➢ Eritroplásica (mancha vermelha - fase inicial)

➢ Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e branca)

Radiograficamente é possível evidenciar a destruição do osso subjacente, que pode causar dor ou ser
completamente indolor, com o aspecto de “em roído de traça” com margens mal definidas ou bordas
irregulares.

O carcinoma também pode se estender por vários centímetros ao longo de um nervo (invasão perineural) e
causar parestesia.

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2.6 - Tipos de carcinomas encontrados:

CARCINOMA DO VERMELHÃO DO LÁBIO: afeta pessoas de pele clara com histórico de exposição
prolongada à radiação UV ou de dano agudo solar. Geralmente está associada à queilose actínica.

90% das lesões estão localizadas no lábio inferior.

Fonte: Neville et al., 2016.

De acordo com Regezi et al., a luz UV e o hábito de fumar charutos são os fatores mais
importantes na etiologia do câncer de lábio inferior.

O prognóstico para as lesões no lábio inferior geralmente é bastante favorável, com uma
sobrevida de mais de 5 anos, em mais de 90% dos casos. O prognóstico do câncer de lábio
superior costuma ser pior.

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Clinicamente é vista uma ulceração endurecida, indolor, crostosa e exsudativa que apresenta geralmente
menos de 1 cm no seu maior diâmetro. O crescimento é lento e muitos pacientes relatam ter percebido a
lesão há no mínimo 1 ano antes de procurar o atendimento.

CARCINOMA INTRAORAL: Os sítios mais acometidos são a língua, afetando principalmente as superfícies
lateral posterior e ventral, e o assoalho bucal.

Fonte: Neville et al., 2016.

Outros locais acometidos em ordem decrescente de frequência são a gengiva, mucosa


jugal, mucosa labial e palato duro.

Quando evidenciado na gengiva do rebordo alveolar a região mais afetada é a mucosa ceratinizada
posterior. A lesão acomete mais mulheres, tem menor associação com o fumo e costuma ser indolor .

De acordo com Regezi et al. o carcinoma de língua é tipicamente assintomático. A


localização mais comum é a borda lateral posterior e locais como dorso e ponta de língua
são incomuns. Cerca de 25% dos cânceres de língua ocorrem no terço posterior ou na base
da língua.

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As metástases do câncer de língua são relativamente comuns e encontram-se nos


linfonodos do pescoço ipsilateral (do mesmo lado). Os primeiros linfonodos envolvidos são
os submandibulares e jugulodigástricos do ângulo da mandíbula.

O soalho de boca é a segunda localização intraoral mais comum do CEC (15% a 20% dos
casos) e costuma ocorrer em usuários crônicos de álcool e tabaco. Geralmente é
observada uma úlcera endurecida, indolor, que não cicatriza e que pela disseminação da
neoplasia causa diminuição da mobilidade lingual. A metástase para os linfonodos
submandibulares não é incomum.

Os carcinomas de mucosa jugal e gengiva acometem mais homens aos 70 anos e perfazem
cerca de 10% dos casos. Raramente produzem metástases e possuem bom prognóstico.

O carcinoma de palato acomete de forma mais frequente o palato mole (10% a 20%), no
palato duro é raro (o mais comum é o adenocarcinoma de glândulas salivares).

CARCINOMA OROFARÍNGEO:

São sítios frequentemente acometidos: palato mole, base da língua, região tonsilar e parede posterior da
faringe. Quando falamos em região tonsilar entenda que a região compreende as amígdalas (70% a 80% dos
casos), fossa tonsilar e pilares amigdalianos (sendo que a última está muito associada à ocorrência do HPV).

São sintomas que levam ao diagnóstico: dor de garganta, disfagia (dificuldade em engolir), odinofagia (dor
à deglutição) persistente e, em alguns casos, irradiada para a região de ouvido.

(FUNDATEC/PREF. CANDELÁRIA-RS/2021) Os tumores malignos da cavidade oral, incluindo os de língua,


assoalho da boca, gengiva, palato e outros locais da boca, têm associação claramente estabelecida com o
hábito de fumar ou mastigar tabaco e com o consumo de álcool. Sobre o assunto, analise as assertivas
abaixo:
I. O câncer bucal tende a acometer o sexo masculino de forma menos intensa e 70% dos casos são
diagnosticados em indivíduos com idade superior a 50 anos.
II. Localiza-se, preferencialmente, no assoalho da boca e na língua.
III. O tipo histológico mais frequente (90 a 95%) é o carcinoma basocelular.
Quais estão corretas?

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a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Comentários:
O carcinoma epidermoide representa mais de 90% das neoplasias malignas orais. O risco de câncer de boca
e faringe aumenta com a idade, especialmente entre os homens. De acordo com Neville et al. as mulheres
apresentam uma incidência bem menor de câncer de boca e faringe do que os homens, com uma relação
homem-mulher de cerca de 2,5:1, portanto a alternativa I está incorreta pois o sexo masculino é acometido
de forma mais intensa.
É preciso fazer uma distinção: temos o carcinoma que acomete o vermelhão do lábio e os intraorais. Nos
intraorais os locais mais afetados são a língua (lateral posterior e superfície ventral) e assoalho bucal.
O carcinoma epidermoide origina-se do epitélio displásico e é histopatologicamente caracterizado por ilhas
e cordões de células epiteliais malignas.
A alternativa III está incorreta pois o carcinoma basocelular não é um tipo histológico, ele é o tipo mais
comum de câncer de pele.
A letra B está correta.

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2.7 -Metástase:

Chamamos de metástase a capacidade que as células possuem de infiltrar nos vasos


sanguíneos ou linfáticos e reproduzir-se em locais distantes.

A disseminação metastática do carcinoma epidermoide ocorre principalmente através dos vasos linfáticos
para os linfonodos cervicais ipsilaterais. Ao exame físico observam-se os linfonodos com consistência de
firme a pétrea, indolores e aumentados. Estudos apontam cerca de 2% dos pacientes apresentam
metástases à distância (“abaixo das clavículas”) ao diagnóstico.

Fonte: Neville et al., 2016.

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Regezi et al classificam da seguinte forma:

Doença inicial: T1-2, N0

Doença avançada localmente: T3-4, N0

Doença avançada localmente e regionalmente: T4, N1-2.

Doença não ressecável

Veja o local de disseminação dos carcinomas:

➢ LÁBIO INFERIOR E SOALHO DE BOCA → linfonodos submentonianos


➢ PORÇÕES POSTERIORES DA BOCA→ jugulares superiores e digástricos.
➢ OROFARINGE →jugulodigástrica ou para linfonodos retrofaríngeos

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: O carcinoma de células escamosas surge a partir de um epitélio de


superfície displásico e é caracterizado histopatologicamente por ilhas e cordões invasivos de células
escamosas epiteliais malignas. Pode ocorrer invasão perineural ou vascular e como resposta, o epitélio
lesional é capaz de induzir a formação de novos e pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e,
ocasionalmente, a formação de fibrose densa (desmoplasia ou alteração cirrótica).

De acordo com Neville et al. (2016) as células neoplásicas apresentam citoplasma eosinofílico abundante
com núcleos grandes e geralmente de coloração intensa (hipercromáticos) e uma relação núcleo-citoplasma
aumentada. A avaliação histopatológica do grau em que esses tumores lembram o seu tecido de origem
(epitélio escamoso) e produzem seu produto normal (ceratina) é denominada gradação. A gradação está
relacionada ao comportamento do carcinoma.

As lesões são graduadas em escalas de 3 pontos (graus I a III) ou em escalas de 4 pontos (graus I a IV). Os
tumores menos diferenciados recebem os maiores números. Um tumor que é maduro o suficiente para
lembrar muito bem seu tecido de origem parece crescer em uma velocidade levemente menor e metastatizar
em um estágio avançado de seu curso clínico. Tal tumor é denominado carcinoma de células escamosas de
baixo grau, grau I ou bem diferenciado

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Um tumor com muito pleomorfismo celular e nuclear e com pouca ou nenhuma produção de ceratina
provavelmente será tão imaturo que se torna difícil identificar o seu tecido de origem. Tal tumor
frequentemente cresce rapidamente, metastatiza precocemente. Esse tumor é chamado de alto grau, grau
III/IV, pobremente diferenciado ou anaplásico.

2.8 - Classificação TNM e Estadiamento:

O tamanho do tumor e a extensão da disseminação metastática são os principais critérios utilizados para
informar o prognóstico do paciente. Chamamos de estadiamento a quantificação dos parâmetros
utilizados. São eles:

1. T – TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO, EM CENTÍMETROS

2. N – ENVOLVIMENTO DE LINFONODOS LOCAIS

3. M – METÁSTASES A DISTÂNCIA

TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO (T)

TX Nenhuma informação disponível sobre o tumor primário

TO Nenhuma evidência de tumor primário

Tis Somente carcinoma in situ no sítio primário

T1 Tumor de 2 cm ou menor em seu maior diâmetro

T2 Tumor maior que 2 cm, porém não maior do que 4 cm em seu maior diâmetro

T3 Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro

T4 a (Lábio) Tumor invade através da cortical óssea, nervo alveolar inferior, asssoalho
bucal, ou pele da face (ou seja, queixo e nariz) Tumor passível de ressecção cirúrgica

T4 a (Cavidade oral) Tumor invade através da cortical óssea, a musculatura profunda


extrínseca da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seio maxilar
ou pele da face Tumor passível de ressecção cirúrgica.

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T4 b Tumor envolve espaço mastigatório, lâminas do processo pterigoide ou base do crânio


e/ou envolve completamente a artéria carótida interna Tumor inoperável

ENVOLVIMENTO DO LINFONODO REGIONAL (N)

NX Linfonodos não puderam ou não foram avaliados

N0 Nenhuma metástase para linfonodos regionais

N1 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, menor ou igual a 3 cm em seu maior


diâmetro

N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm, porém menor do


que 6 cm em seu maior diâmetro; múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior
do que 6 cm em seu maior diâmetro; ou linfonodos bilaterais ou contralaterais,
nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

N2a Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm, porém menor que
6 cm em seu maior diâmetro

N2b Metástase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu


maior diâmetro

N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior do que 6 cm


em seu maior diâmetro

N3 Metástase em um linfonodo maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

ENVOLVIMENTO POR METÁSTASE A DISTÂNCIA (M)

M0 Sem evidência de metástase a distância

M1 Metástase à distância presente

Obs: Essas tabelas foram extraídas da versão nova do livro de Patologia oral e Maxilofacial
de Neville et al. (2016), algumas questões mais antigas trarão uma classificação diferente
para os estágios.

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Prognóstico= quanto maior estágio, pior o prognóstico!

ESTÁGIO CLASSIFICAÇÃO TNM TAXA DE SOBREVIDA RELATIVA EM CNCO ANOS

CAVIDADE ORAL LÁBIO OROFARINGE

Estágio 0 TIS N0 M0

Estágio I T1N0M0 72% 96% 56%

Estágio II T2N0M0 58% 83% 58%

Estágio III T3N0M0 45% 57% 55%

T3N0M0

T1N1M0

T2N1M0

T3N1M0

Estágio IV 32% 48% 43%

IVA T4a N0 M0

T4a N1 M0

T1 N2 M0

T2 N2 M0

T3 N2 M0

T4a N2 M0

IVB Qualquer T N3 M0

T4b qualquer N M0

IVC Qualquer T qualquer N


M1

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Regezi et al.

O tratamento do carcinoma de células escamosas é feito com base na localização e no estadiamento do


tumor. Outro fator a ser considerado no prognóstico do câncer oral é o aumento do risco de
desenvolvimento de uma segunda lesão primária.

A conduta deve objetivar o controle adequado da doença local ou controle do potencial de invasão dos
linfonodos do pescoço. O sistema TNM uniformiza a avaliação clínica.

SISTEMA DE ESTADIAMENTO CLÍNICO TNM PARA O CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL

T- Tumor

T1: tumor < 2cm

T2: tumor 2-4 cm

T3: tumor > 4cm

T4: tumor invadindo estruturas subjacentes profundas

N- Nódulos

N0: ausência de linfonodos palpáveis

N1: único linfonodo ipsilateral < 3cm

N2A: único linfonodo ipsilateral 3-6 cm

N2B: múltiplos linfonodos ipsilaterais ≤ 6cm

N2C: linfonodos contralaterais ou bilaterais ≤ 6cm

N3: linfonodos > 6cm

M- Metástase

M0: ausência de metástase a distância

M1: metástase a distância

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ESTADIAMENTO CLÍNICO PARA O CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS

ESTÁGIO CLASSIFICAÇÃO TNM

I T1, N0, M0

II T2, N0, M0

III T3, N0, M0

T1-3, N1, M0

IV T4, N0, M0

T4, N1, M0

T qualquer, N2-3, M0

T qualquer, N qualquer, M1

Figura extraída de Regezi et al.

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2.9- Aspecto histológico

O carcinoma epidermoide origina-se do epitélio displásico e é histopatologicamente caracterizado por ilhas


e cordões de células epiteliais malignas.

São características:

➢ A invasão do epitélio neoplásico através da membrana basal em direção ao tecido conjuntivo


➢ Invasão perineural
➢ Invasão vascular
➢ Indução de uma densa fibrose (desmoplasia ou alteração cirrótica)
➢ Neoformação vascular (angiogênese)
➢ As células neopásicas geralmente mostram abundante citoplasma eosinofílico com núcleos
volumosos e hipercromáticos e uma relação núcleo-citoplasma aumentada
➢ Graus variados de pleomorfismo celular e nuclear
➢ Pérolas de queratina podem ser produzidas no interior do epitélio neoplásico

A gradação histopatológica do carcinoma epidermoide é baseada no grau de semelhança com epitélio


pavimentoso normal e a quantidade de produção de queratina. A gradação histopatológica está relacionada
ao seu comportamento biológico.

Os tumores menos diferenciados recebem os maiores escores.

➢ Baixo grau, grau I ou bem diferenciado: é uma neoplasia diferenciada a ponto de lembrar o tecido
de origem, geralmente cresce em uma velocidade levemente menor e gera metástases em um
estágio avançado de seu curso clínico.

➢ Alto grau, de grau III/IV, mal diferenciadas ou anaplásicas: neoplasia com acentuado pleomorfismo
e pouca ou nenhuma produção de queratina, é de difícil identificação do tecido de origem.

➢ Uma neoplasia com uma aparência microscópica entre esses dois extremos é denominada
moderadamente diferenciada.

o estadiamento clínico tem melhor correlação com prognóstico do que a classificação


microscópica.

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2.10- Tratamento

O estadiamento clínico da doença guia o tratamento dos carcinomas de células escamosas intraorais, que
consiste na excisão cirúrgica ampla (radical), radioterapia ou na combinação de cirurgia e radioterapia.

As ressecções mandibulares são subclassificadas da seguinte forma:

# ressecção marginal quando a borda inferior da mandíbula é preservada


# ressecção de segmento quando a altura total da mandíbula é removida
# ressecção com desarticulação quando a ATM é removida
# ressecção ablativa quando remove tecido mole e duros

A dissecção do pescoço é realizada nas seguintes situações:

# presença de linfoadenopatia cervical palpável


# linfadenopatia não aparente (doença oculta do pescoço – a presença do câncer nos linfonodos
do pescoço não é palpável clinicamente e não aparece nos exames de imagem especiais – feito
em N0 carcinomas de língua em fase inicial)

A cirurgia e a radioterapia melhoram o controle locoregional dos pacientes. As terapias devem ser adaptadas
para o tipo de câncer do paciente. São indicações para a radioterapia pós-operatória:

➢ presença de margens positivas nas lesões de tecido mole


➢ presença de mais um linfonodo sem invasão extracapsular
➢ presença de um ou mais linfonodos com invasão extracapsular
➢ invasão óssea pelo câncer, mesmo nos casos de ausência de margens ósseas
➢ invasão perineural da lesão
➢ associação com outras comorbidades imunossupressoras

Nem todos os pacientes são candidatos a radioterapia, pacientes que receberam doses prévias em região de
cabeça e pescoço têm limitadas as doses de um novo tratamento.

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A radioterapia como modalidade primária de tratamento é uma opção para os pacientes com carcinoma de
cavidade oral. As modalidades de tratamento radioterápico incluem a radioterapia de feixe externo
convencional ou conformacional (EBRT), a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a braquiterapia.

O princípio da EBRT é englobar a maior parte da doença (primária) da cavidade oral e uma margem de
segurança. Para os carcinomas de cavidade oral, a preservação da parótida e a limitação da dose de radiação
da mucosa oral e mandíbula não envolvidas são benefícios potenciais da IMRT (cria um gradiente de dose de
radiação seriado- alta a baixa dose com uma curta distância). A braquiterapia oferece doses de radiação
altamente elevadas em uma área localizada. Um tipo de braquiterapia é o implante/radioterapia intersticial
(ISRT) indicado no tratamento dos carcinomas de soalho de boca ou língua (apesar do risco de necrose dos
tecidos moles e osteorradionecrose).

São considerados critério elegíveis para a radioterapia:

➢ Presença de imagens cirúrgicas acometidas pela lesão


➢ presença de múltiplos linfonodos positivos
➢ casos de extensão de linfonodos extra capitulares.

São contraindicações para a radioterapia

➢ Invasão extensa da doença para osso e cartilagem


➢ Distúrbios vasculares de colágeno (esclerodermia)
➢ Radioterapia prévia com doses baixas
➢ Idade jovem

Os efeitos adversos resultam da irradiação de tecidos normais que não podem ser excluídos do tratamento.
São efeitos da radioterapia:

EFEITOS ADVERSOS DA RADIOTERAPIA EFEITOS ADVERSOS PERMANENTES

Úlcera de mucosa/ mucosite Xerostomia

Dor Cáries cervicais

Alterações de paladar Osteorradionecrose

Candidíase Telangiectasias

Dermatite Atrofia epitelial

Eritema Alopecia focal

Alopecia focal Hiperpigmentação focal

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2.11- Carcinoma verrucoso

Outros nomes: câncer do usuário de rapé; tumor de Ackerman (já foi questão de prova!!!)

O carcinoma verrucoso é considerado uma variante de baixo grau do carcinoma de células escamosas oral.
Dados apontam que ele representa menos de 1% a 16% de todos os carcinomas de células escamosas orais,
e a sua prevalência está na dependência do costume da população local de fazer uso do tabaco sem fumaça.
A população masculina acima dos 55 anos é a mais acometida.

Os sítios mais comuns de envolvimento da mucosa oral incluem o fundo de vestíbulo inferior, gengiva,
mucosa jugal, língua e palato duro. As lesões são diagnosticadas no local da mucosa que teve contato com
o fumo. Clinicamente é vista uma placa espessa, difusa, bem delimitada, indolor, com projeções papilares ou
verruciformes na superfície. A coloração geralmente é branca, mas pode ser rosada.

No momento do diagnóstico, é comum o dentista evidenciar uma lesão de tamanho considerável (extensa),
já existente há cerca de 2 a 3 anos antes do diagnóstico definitivo (evolução de uma leucoplasia verrucosa).
Cabe destacar que, se não tratada, pode destruir estruturas adjacentes como osso, cartilagem, músculos e
glândulas salivares.

Essa lesão necessita de uma biópsia incisional adequada já que suas células individuais não são muito
displásicas. Por ser a metástase um evento extremamente raro no carcinoma verrucoso, o tratamento de
escolha é a excisão cirúrgica sem dissecção radical de pescoço.

2.12 - Carcinoma de células basais

Outros nomes: carcinoma basocelular, úlcera roedora

Atenção grave!! O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais comum (Regezi et al: mais prevalente da
pele e região de cabeça e pescoço)

É considerada uma doença de adultos leucodermas de pele clara, em especial homens acima dos 40 anos
(2:1). Mas por fatores comportamentais (exposição solar e bronzeamento artificial), quando acomete as
faixas etárias mais jovens, as mulheres são as mais atingidas.

Regezi et al. afirma que é comum em pessoas de pele clara, com história de exposição
crônica prolongada ao sol e com predisposição a outras síndromes hereditárias (ex:
síndrome do carcinoma nevoide basocelular). A aparência é de pápula ou nódulo
endurecido e em forma de pérola com vasos telangiectásicos sobre a sua superfície.

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Tem como causa a exposição crônica à radiação ultravioleta. Associam-se como fatores de risco residir em
regiões próximas ao equador, ter pele clara e idade mais avançada (geralmente as pessoas apresentam um
histórico de queimaduras solares frequentes e formação de sardas na infância após a exposição solar). São
outros fatores de risco: atividade ocupacional ao ar livre, psoraleno e tratamento ultravioleta A (PUVA)
(muitas vezes utilizados para a psoríase), uso de aparelhos de bronzeamento, exposição à radiação ionizante,
imunossupressão e ingestão de arsênico.

Anota aí (principalmente para provas militares):

Estão associadas ao desenvolvimento do carcinoma de células basais:

# síndrome do carcinoma basocelular nevoide

# xeroderma pigmentoso

# albinismo

# síndrome de Rasmussen

# síndrome de Rombo

# síndrome de Bazex-Christol-Dupré

# subtipo de Dowling-Meara de epidermólise bolhosa simples

Por estar relacionado à exposição solar, cerca de 80% das lesões acontecem na região de cabeça e pescoço
(em menor proporção no tronco e membros). O carcinoma de célula basal nodular, também chamado de
noduloulcerativo, é a apresentação mais comum. Ele inicia como uma pápula firme, indolor, que cresce lenta
e gradualmente, desenvolvendo uma depressão central semelhante a um "umbigo" (com telangectasias -
vasinhos ao redor da depressão).

Os livros dizem que ela possui uma aparência perolada opalescente. Na anamnese os pacientes costumam
relatar a ocorrência de sangramentos, seguidos de um período de cicatrização. Essa lesão ganhou o nome

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de "úlcera roedora" pois com o crescimento (que ocorre de forma lenta) vai destruindo as estruturas ao seu
redor (ossos, cartilagens, mas dificilmente causa metástases).

Alguns pesquisadores acreditam que o carcinoma de células basais associado à síndrome do carcinoma de
células basais nevoide deve ser colocado em uma categoria separada.

As lesões da síndrome do carcinoma de células basais nevoide desenvolvem-se tanto em áreas da pele
expostas ao sol quanto em áreas protegidas, podendo ser encontradas centenas em um único paciente. Além
disso as lesões não produzem um grau significativo de destruição tecidual e, por isso, alguns estudiosos
defendem a classificação do carcinoma basocelular da síndrome em outra categoria.

O tratamento está na dependência do tamanho e da localização da lesão.

São características clínicas que aumentam o risco de recorrência:

➢ As lesões de 6 mm ou mais na chamada “área da máscara” da face (ou seja, a pele do rosto/nariz
central, região ocular, região auricular e região perioral/mandibular)

➢ Lesões com mais de 1 cm na região de cabeça e pescoço fora da “área da máscara”

➢ Bordas clínicas mal definidas

➢ Tipos micronodulares, infiltrativos e esclerosantes Invasão perineural

➢ Lesões recorrentes

➢ Lesões decorrentes em indivíduos imunodeprimidos ou em local prévio à radioterapia

As lesões pequenas (<1 cm) são tratadas pela excisão cirúrgica de rotina, ablasão a laser ou eletrodissecção
e curetagem, incluindo 3 a 5 mm das margens da pele com aspecto clinicamente normal além da lesão visível.
Esses métodos resultam em uma taxa de cura de 95% a 98%. A recidiva é incomum e a metástase é
excepcionalmente rara. A excisão cirúgica radical e radioterapia são recomendadas para as lesões grandes e
agressivas. Neville et al. (2016) citam a cirurgia miográfica de Mohs para tratamento de lesões de cabeça e
pescoço com alto risco de recorrência.

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2.13- Melanoma (melanocarcinoma)

Falamos do carcinoma basocelular que estava relacionado à exposição crônica de pessoas de pele clara aos
raios UV. O melanoma também está associado à exposição de pessoas de pele clara aos raios UV, mas de
forma aguda.

Ele surge a partir de uma lesão melanocítica benigna ou de novo a partir de melanócitos no interior da
mucosa ou da pele normal e é o terceiro (3º) câncer mais comum de pele (com uma alta taxa de mortalidade
- causador da maior parte das mortes relacionadas ao câncer de pele).

São outros fatores considerados de risco: cabelos e olhos de cor clara, tendência a queimaduras solares ou
sardas, uma história de queimaduras solares dolorosas ou bolhas na infância, ocupação em ambiente
interno com hábitos recreacionais ao ar livre, história pessoal ou familiar de melanoma, história pessoal do
nevo congênito ou displásico e de número excessivo (> 100) de nevos.

Agora alguns dados sobre o melanoma:

# 25% dos melanomas cutâneos acontecem na região de cabeça e pescoço

# 40% dos melanomas cutâneos acontecem no tronco e extremidades

# o melanoma da mucosa oral é raro e muito mais agressivo que o melanoma cutâneo

Vamos falar sobre o público mais acometido?

➢ Adultos leucodermas

➢ Faixa etária entre 45 anos e 84 (diagnóstico feito em média aos 61 anos)

➢ Detalhe: abaixo dos 40 anos as mulheres são mais afetadas, quando a faixa etária é maior os homens
são mais afetados

➢ Sítios mais afetados: homens - costas; mulheres - extremidades inferiores

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Como o melanoma cutâneo é muito parecido com a nevo melanocítico foi criado um sistema para auxiliar
no diagnóstico diferencial: o sistema "ABCDE"

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS "ABCDE" DO MELANOMA

ASSIMETRIA (pelo padrão de crescimento descontrolado)

BORDAS IRREGULARES (geralmente serrilhadas)

COLORAÇÃO IRREGULAR (que varia de tons do marrom ao negro, branco, vermelho e azul dependendo
da quantidade e da profundidade da pigmentação por melanina)

DIÂMETRO maior que 6 mm (que é o diâmetro de uma borracha de lápis)

EVOLUTIVO (lesões que apresentam mudanças com relação ao tamanho, forma)

São quatro os tipos clinicopatológicos de melanoma:

1. MELANOMA DE DISSEMINAÇÃO SUPERFICIAL: a forma mais comum de melanoma (representando 70%


das lesões cutâneas). É vista uma mácula, geralmente menor que 3 cm, levemente elevado nas regiões
interescapular nos homens e a parte de trás das pernas e coxas nas mulheres.

2. MELANOMA NODULAR: representa 15% dos melanomas cutânesos e 1/3 das lesões na região de cabeça
e pescoço. Esse tipo invade rapidamente tecido conjuntivo (cresce no sentido vertical logo após aparecer).
Clinicamente é vista uma lesão exofítica pigmentada.

3. MELANOMA LENTIGO MALIGNO: representa de 5 a 10% dos melanomas cutâneos e tem sua origem
relacionada a uma lesão precursora chamada lentigo maligno (o crescimento de um nódulo dentro da lesão
é a origem do melanoma). Clinicamente é vista uma mácula com bordas irregulares e uma variedade de
cores, com histórico de expansão lenta (alguns autores falam em 15 anos de crescimento).

4. MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL (melanoma lentiginoso mucoso): é a forma mais comum de melanoma
em melanodermas e também a forma mais comum de melanoma oral.

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Os melanomas tendem a exibir dois padrões direcionais de crescimento:

A) a fase de crescimento radial (disseminação das células lesionais ao longo da camada Basal)

B) a fase de crescimento vertical

Nos estágios iniciais o A predomina no 1,3,4 (melanomas citados na página anterior) → melanócitos malignos
apresentam uma propensão a se disseminar horizontalmente através da camada basal da epiderme, com a
evolução invadem o tecido conjuntivo subjacente dando início a faze de crescimento vertical.

No 2: a A é muito curta ou inexistente e a fase B predomina.

No melanoma de disseminação superficial é visto um padrão de disseminação chamado de pagetoide por


apresentar semelhanças com o adenocarcinoma intraepitelial conhecido como doença de Paget da pele.

MELANOMA ORAL

Inicialmente é vista uma mácula de coloração marrom a negra com bordas irregulares (os livros
falam que no momento do diagnóstico o dentista evidencia uma lesão nodular). Quando entra
na fase de crescimento vertical pode apresentar-se como lesão enegrecida, exofítica e lobulada.
O melanoma oral acomete mais os indivíduos do sexo masculino entre a 5ª e 7ª década de vida,
com predileção pelo palato duro e alvéolo maxilar. A dor não é um achado comum, a menos que
a lesão esteja ulcerada. Radiograficamente pode ser visto o aspecto de "roído por traças" pela
destruição irregular do osso. Ainda no exame intraoral, deve-se atentar para a glândula parótida
que pode ser afetada pela deposição de material metastático. Linfonodos cervicais metastáticos
podem estar presentes ao exame físico.

Os melanomas cutâneos da região de cabeça e pescoço apresentam pior prognóstico, em especial o


melanoma oral que pode apresentar taxas de sobrevida (em 5 nãos) de 10% a 25%. O pior prognóstico
associa-se à dificuldade de ressecção e tendência de metástase precoce.

Tratamento e prognóstico: O tratamento do melanoma consiste em excisão cirúrgica, sabemos que a


profundidade da invasão se correlaciona com o prognóstico. De acordo com Neville et al. (2016) para
pacientes com doença em estágio III ou IVB, a cirurgia radical é indicada e, muitas vezes, é combinada com
radioterapia adjuvante.

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2.14 - Complicações orais não-infecciosas da terapia antineoplásica

Apesar dos avanços nos tratamentos, não existe ainda uma terapia que apenas destrua as células
cancerígenas sem atingir as células normais. O efeito disso vemos como complicações associadas à terapia
antineoplásica. Quando falamos em quimioterapia, duas são as mudanças agudas mais observadas: a
mucosite e a hemorragia (especialmente no tratamento da leucemia que requer altas doses de
medicamentos).

Citei anteriormente leucemia e gostaria que você soubesse alguns detalhes pois ela pode
aparecer nas questões!!

As leucemias estão relacionadas à redução do número de leucócitos e hemácias normais e,


consequente, redução na capacidade de oxigenação dos tecidos.é muito comum os pacientes
apresentarem equimoses e petéquias pela trombocitopenia (redução no número de plaquetas).

As leucemias são classificadas de acordo com sua histogênese em mieloide ou


linfocítica/linfoblástica e pelo comportamento clínico em aguda ou crônica. A leucemia
apresenta ligeira predileção pelos. Veja os tipos:

Leucemias mieloides: geralmente afetam a população adulta; sendo que a leucemia mieloide
aguda afeta uma ampla faixa etária (inclui crianças) e a leucemia mieloide crônica apresenta
maior incidência nas terceira e quarta décadas de vida.

Leucemia linfoblástica aguda: afeta predominantemente crianças (é considerada uma das


malignidades mais comuns da infância).

Leucemia linfocítica crônica: é o tipo mais comum de leucemia e afeta principalmente idosos.

E quais as características clínicas vistas ao exame intraoral??

# Petéquias hemorrágicas na região posterior do palato duro e palato mole


# Hemorragia gengival espontânea (contagens de plaquetas menores que 10.000 a
20.000/mm3)
# Ulceração da mucosa oral
# Candidíase oral (com envolvimento difuso da mucosa oral)
# Infecções herpéticas (envolvimento de qualquer área da mucosa e não apenas da mucosa
queratinizada)
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# Sarcoma mieloide => causado pelo infiltrado de células leucêmicas nos tecidos moles orais.
Clinicamente é um aumento de volume difuso, esponjoso, indolor, que pode ser ulcerado ou não.

Questões mais antigas podem trazer o termo “cloroma” (chlor = verde; oma = tumor) como
característica da leucemia. Esse era o nome dado à proliferação de células leucêmicas que se
mostra esverdeada nas secções recém-cortadas.

Além dos achados clínicos, o diagnóstico é confirmado através de exames hematológicos e


biópsia de medula, sendo o tratamento a quimioterapia.

Na radioterapia os efeitos mais vistos são a mucosite aguda dolorosa e a dermatite, mas dependendo do
campo irradiado, dose empregada e idade do paciente outras complicações podem surgir:

Xerostomia

Hipogeusia (perda do paladar)

Osteorradionecrose

Trismo

Dermatite crônica

Anormalidade de desenvolvimento

O dano permanente aos tecidos glandulares situados no caminho do feixe de radiação pode causar
xerostomia. A pilocarpina pode atuar de forma a proteger a função salivar. A pele englobada pelo feixe de
radiação pode apresentar alopecia (temporária em níveis baixos, permanente em altas doses). O eritema da
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pele é temporário, mas as telangiectasias e atrofia são permanentes. A pigmentação cutânea pode ser uma
complicação tardia e pode ser permanente. (Regezi et al.)

Agora vejamos algumas considerações sobre as possíveis complicações:

Hemorragia

Como consequência da supressão da medula óssea, pelo tratamento antineoplásico, ocorre


trombocitopenia. Na cavidade oral a hemorragia intraoral é vista através da presença de petéquias e
equimoses principalmente nas mucosas labial, a língua e a gengiva. Cabe destacar que o menor trauma
causa hemorragia.

Mucosite

Esta é considerada a complicação mais debilitante decorrente da administração de altas doses de


quimioterapia e radioterapia na região de cabeça e pescoço. Além disso, a sua ocorrência resulta em
aumento da necessidade de nutrição parenteral total, longo período de internações hospitalares, incorrência
de bacteremia sistêmica e sepse.

As manifestações da quimioterapia desenvolvem-se após alguns dias de tratamento. A mucosite por


radiação pode começar a aparecer durante a segunda semana de tratamento, e cerca de 80% dos pacientes
submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço acabam desenvolvendo mucosite.

De acordo com Regezi et al. a mucosite é uma condição reversível que se origina de 1 a 2
semanas após o início da terapia e cicatriza semanas após o final da terapia.

Tanto a mucosite por quimioterapia quanto a induzida por radiação desaparecem lentamente 2 a 3 semanas
após o término do tratamento. A mucosite oral associada à quimioterapia envolve comumente as superfícies
não-ceratinizadas (p.ex., mucosa jugal, superfície ventrolateral da língua, palato mole, soalho oral), enquanto
o tratamento radioterápico afeta principalmente as superfícies mucosas voltadas diretamente para o foco
de radiação.

Mas você deve estar se perguntando...qual a aparência clínica da mucosite? Inicialmente percebe-se uma
coloração esbranquiçada pela ausência de descamação suficiente da queratina. Com a evolução ocorre a
perda da camada e percebe-se uma superfície edemaciada, eritematosa e friável. Por último a aparecem

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áreas de ulceração com uma membrana superficial fibrinopurulenta, amarelada e removível acompanhada
de dor, a ardência e o desconforto.

Tratamento:

Uma das formas de prevenir a ocorrência de mucosite é a aplicação de raspas de gelo na cavidade bucal
alguns minutos antes da quimioterapia (crioterapia). Também podem ser colocados bloqueadores de
radiação ou uso de radiação tridimensional para limitar o volume da mucosa irradiada. Como tratamento a
aplicação de laser de baixa potência tem sido eficaz.

Dermatite aguda da pele

A dermatite é uma ocorrência comum nos campos irradiados e varia de acordo com a intensidade da terapia.
Suas manifestações vão desde edema, ardência e prurido à eritema e ulcerações. Após o término da terapia
tende a melhorar em um período de três meses, no entanto, existe a possibilidade de ocorrência de perda
permanente de pelos, hiperpigmentação local e formação de cicatrizes. Quando o processo é crônico a região
afetada pode apresentar áreas secas, lisas, brilhantes, atróficas, necróticas, telangiectásicas, sem pelos ou
ulceradas.

Perda do paladar

A perda dos quatro paladares, também chamada de hipogeusia, é vista nos pacientes submetidos à
radioterapia na cavidade oral, podendo se desenvolver dentro de várias semanas. A reversão desse quadro
ocorre em cerca de quatro meses. Em alguns casos os pacientes podem permanecer com hipogeusia de
forma permanente ou apresentarem a disgeusia (alteração no sentido do paladar).

Xerostomia

A xerostomia é uma complicação muito comum pois as glândulas salivares são sensíveis à radiação. As
mudanças começam em 1 semana após o início da radioterapia, com diminuição dramática do fluxo salivar
sendo notada durante as 6 primeiras semanas de tratamento. As glândulas serosas são mais sensíveis aos
efeitos da radioterapia quando comparadas às glândulas mucosas. Sob exposição significativa, as glândulas
parótidas são afetadas de forma irreversível. Por outro lado, as glândulas mucosas recuperam-se
parcialmente e, após vários meses, podem recuperar o fluxo salivar em aproximadamente 50% dos níveis
pré-radioativos.

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As possíveis consequências da diminuição do fluxo salivar são:

Secura bucal sintomática

Diminuição do efeito limpante da cavidade bucal

Decréscimo da ação bactericida

Dificuldade de alimentação

Dificuldade de utilizar próteses

Cáries secundárias à xerostomia - em especial na região cervical

Osteorradionecrose (ORN)

A osteorradionecrose é uma das complicações mais graves da radioterapia de cabeça e pescoço. Pode ser
definida como a presença de osso exposto não vital por mais de três meses na ausência de doença
neoplásica. De acordo com Neville et al. (2016) maioria dos casos de ORN ocorre em pacientes que
receberam mais de 60 Gy, a maioria ocorrendo entre quatro meses e três anos após o término da
radioterapia. A dose da radiação é o principal fator associado à necrose óssea, embora a proximidade do
tumor com o osso, a presença de remanescentes dentários e o tipo de tratamento também exerçam efeito.

Falamos em osteorradionecrose, mas existe a osteonecrose associada ao uso de medicamentos (já citada no
pdf 00 quando falamos de bisfosfonatos). Vamos relembrar?

DEFINIÇÃO DE OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS


Tratamento atual ou prévio com agentes antirreabsortivos ou antiangiogênicos
Osso exposto na região maxilofacial por não mais de oito semanas
Ausência de história de radioterapia ou de doença metastática óbvia nos ossos gnáticos

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Os bisfosfonatos são empregados no tratamento de doenças em que há rápida reposição óssea ou atividade
osteolítica excessiva. Eles são utilizados no tratamento das seguintes doenças: osteoporose, doença de
Paget, doença óssea maligna e nos cânceres de mama e próstata. Sua utilização objetiva a diminuição da
velocidade de progressão das doenças, redução das fraturas ósseas, redução de metástases pela inibição da
osteólise e prevenção da dor esquelética associada ao câncer. Os bifosfonatos também têm propriedades
antiangiogênicas e podem ser diretamente tumoricidas, o que faz deles um agente importante na terapia
para o câncer. Em baixas concentrações, a medicação diminui a capacidade dos osteoclastos de reabsorver
e degradar a matriz óssea, enquanto elevadas concentrações locais induzem a apoptose dos osteoclastos.

Fatores que contribuem para a ocorrência de osteonecrose associada ao uso dos bisfosfonatos incluem:

➢ idade avançada
➢ gênero masculino
➢ higiene oral deficiente
➢ má nutrição
➢ uso contínuo de tabaco ou álcool.

Um tempo de cicatrização de pelo menos 3 semanas entre a realização de procedimentos odontológicos


extensos e o início da radioterapia diminui significativamente a chance de necrose. A fim de evitar tal
complicação, as exodontias ou qualquer procedimento que gere trauma ósseo são fortemente
contraindicados durante o tratamento antineoplásico com radioterapia. Cabe destacar que apesar de existir
uma relação entre o trauma ósseo e seu surgimento, a maioria dos casos tem ocorrido de forma espontânea.

A mandíbula é afetada 24 vezes mais que a maxila e a ocorrência é três vezes mais comum nos pacientes que
possuem dentes. Radiograficamente são vistas áreas radiolúcidas mal definidas que podem desenvolver
zonas de radiopacidade relativa conforme o osso não vital se separa das áreas vitais residuais. Entre os sinais
e sintomas estão a presença de dor intratável, perfuração cortical, formação de fístula, formação de
ulceração e fratura patológica.

Mas qual o tratamento da osteonecrose? Antes de mais nada a prevenção é fundamental e, por isso,
recomenda-se que sejam realizadas todas as extrações antes do início da terapia antineoplásica (com um
intervalo de 3 semanas até o início da terapia para recuperação do paciente). Da mesma forma, o paciente
deve ser orientado sobre um controle rigoroso de higiene oral

O tratamento geralmente consiste na administração de antibióticos, debridamento, irrigação e remoção do


osso necrótico. A quantidade de osso a ser removido é determinada pelo julgamento clínico, com a cirurgia
se estendendo até que sejam observadas margens com sangue brilhante.

Trismo

O trismo pode se desenvolver após altas doses de radiação, como forma de prevenção o paciente pode ser
orientado a realizar exercícios de abertura bucal.

Alterações de desenvolvimento

São possíveis alterações de crescimento e desenvolvimento decorrentes da terapia antineoplásica:

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➢ Micrognatia
➢ Retrognatia
➢ Maloclusão
➢ Rizomicria
➢ Deformação radicular
➢ Dilaceração radicular
➢ Fechamento prematuro dos canais radiculares nos dentes decíduos
➢ Canais dilatados nos dentes permanentes
➢ Calcificação incompleta
➢ Microdontia
➢ Hipodontia

2.15 - Lesões para diagnósticos diferenciais

2.15.1 - Mácula melanótica oral

É uma lesão benigna caracterizada pela pigmentação acastanhada e plana da mucosa pelo acúmulo de
melanina. Sua existência não tem relação com a exposição solar e não apresenta potencial de transformação
maligna. A idade de diagnóstico é no geral perto dos 43 anos, acomete mais mulheres (2:1) e tem como sítio
preferencial o vermelhão do lábio inferior. Quando o sítio é intraoral pode ser visualizada na mucosa jugal,
gengiva e palato. Cabe destacar que o melanoma oral possui predileção pela região de palato e, para que
seja excluída essa possibilidade, as máculas pigmentadas na região de palato devem ser biopsiadas.

Histologicamente o acúmulo de melanina acontece nas camadas basal e parabasal do epitélio pavimentoso
estratificado.

O tratamento, especialmente das máculas em regiões estéticas, é a biópsia excisional.

Agora uma observação importante: existem medicações sistêmicas que podem causar pigmentação da
mucosa oral por melanina como, por exemplo, a cloroquina e os medicamentos relacionados com a AIDS.
Guarde essa informação pois a cloroquina tem sido utilizada como forma de tratamento do COVID-19!!

2.15.2-Melanose do tabagista

Áreas de pigmentação melânica são comuns em tabagistas e seu surgimento relaciona-se ao número de
cigarros fumados por dia. Estudos mostram a capacidade da melanina se unir à substâncias nocivas como a
nicotina e benzopirenos como possível forma de proteção. Embora qualquer superfície mucosa possa ser
afetada, a melanose do fumante atinge mais comumente a gengiva vestibular anterior. Em contraste, os
tabagistas de cachimbo frequentemente exibem pigmentações localizadas na comissura e mucosa jugal. Os
usuários do fumo invertido mostram alterações no palato duro. Existe uma frequência mais elevada em
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mulheres fumantes, tal fato provavelmente se deva a um efeito sinérgico dos hormônios femininos. O
abandono do hábito de fumar leva ao desaparecimento das pigmentações.

2.15.3 -Nevo melanocítico adquirido

Representa uma proliferação benigna e localizada de células provenientes da crista neural, frequentemente
denominadas células névicas. O nevo melanocítico adquirido é provavelmente o mais comum de todos os
“tumores” humanos, e adultos brancos apresentam uma média de 10 a 40 nevos cutâneos por pessoa. As
lesões intraorais ocorrem, mas não são comuns. Nevos melanocíticos intraorais são definitivamente
incomuns. Nenhum tratamento é indicado para o nevo melanocítico cutâneo a menos que seja
cosmeticamente inaceitável, cronicamente irritado por vestimentas ou mostre evidência clínica de alteração
de tamanho ou cor. Os nevos melanocíticos cutâneos tendem a regredir com a idade.

Risco de transformação de um nevo melanocítico adquirido específico para um melanoma é de


aproximadamente 1 em 3000 a 10.000.

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3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final da nossa aula de patologia!! Aconselho que você faça muito exercícios para consolidar o
conhecimento adquirido e como forma de revisão (até porque é difícil revisar toda matéria de patologia!!).
Escolhi os conteúdos mais cobrados nas últimas provas e espero que esse material lhe dê uma boa base para
realizar a sua prova!

Ao final você encontrará um resumo dos principais conteúdos, aconselho realizar revisões programadas e
utilizá-lo. O resumo também é um ótimo recurso para véspera de prova!

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas, por favor, entre em contato. Será um prazer acompanhar você
nessa jornada rumo à aprovação.

E-mail: profcassiareginato.estrategia@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/cassia.reginato

Aguardo você na próxima aula. Um abraço e até lá!

Cássia Reginato

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4 - QUESTÕES COMENTADAS

1 - (ICAP/PREFEITURA DE CORONEL MARTINS-SC/2012) Paciente homem, 60 anos, leucoderma, etilista e


fumante há 30 anos, procura a Unidade de Saúde com a seguinte queixa: "tem uma mancha branca na
minha língua há tempo, não sai quando eu escovo os dentes ou a língua". O cirurgião dentista, após o
exame clínico constata placa branca em língua, não removível a raspagem, não desaparece ao distender a
mucosa e não é bilateral. Por exclusão, o diagnóstico clínico mais provável é:

a) Leucoedema

b) Leucoplasia

c) Líquen plano

d) Morsicatio

e) Candidíase pseudomembranosa

Comentários:

A letra A está incorreta. O leucoedema manifesta-se na forma de manchas brancas bilaterais na mucosa
jugal, que desaparecem à distensão.

A letra B está correta. A leucoplasia é uma lesão cancerizável que apresenta-se na forma de placa branca
não raspável em pacientes fumantes.

A letra C está incorreta. O líquen plano é uma doença mucocutânea imunologicamente mediada. Na boca,
a apresentação mais comum é na forma de estrias brancas bilaterais na mucosa jugal, denominadas de
estrias de Wickham.

A letra D está incorreta. O morsicatio é a mastigação crônica da mucosa jugal. Está associada ao hábito de
morder a mucosa. Raramente, ocorre na língua e quando isso ocorre é denominada de morsicatio linguarum.

A letra E está incorreta. A candidíase pseudomembranosa apresenta-se como placa branca removível à
raspagem.

2- (IBFC/PREFEITURA DE BELHO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Em relação às lesões brancas que


acometem a cavidade oral, marque a alternativa falsa:

a) O líquen plano é uma condição autoimune, onde os linfócitos B são enviados as células endoteliais
denominadas de ceratinócitos, alterando-os determinando assim o padrão esbranquiçado deste grupo de
lesões.

b) A leucoplasia pilosa é uma condição que usualmente acomete pacientes com o sistema imunológico
debilitado como pacientes HIV positivo, onde o acometimento está diretamente proporcional com a carga
viral do paciente.
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c) A forma clínica de candidíase, caracterizada pela presença de placas brancas destacáveis pela raspagem e
localizadas preferencialmente na mucosa jugal anterior, denomina-se candidíase pseudomembranosa

d) A leucoplasia condição estritamente clínica é considerada uma lesão de forte potencial de transformação
maligna, geralmente associadas ao tabagismo, mais outros fatores como o etilismo, radiação ultravioleta,
microorganismos (HPV-16 e 18, Treponema pallidum e Candida albicans) podem estar envolvidos.

Comentários:

A letra A está incorreta. O líquen plano é uma doença dermatológica crônica relativamente comum. Uma
doença em que é observado o aumento na atividade proliferativa dos queratinócitos cutâneos é a osoríase
(Neville et al , 2016 cita linfócitos T mas estudos apontam também a participação dos linfócitos B).

A letra B está correta. A leucoplasia pilosa é causada pelo vírus Epstein-Barr e geralmente está associada à
infecção pelo HIV ou outras condições imunossupressoras.

A letra C está correta. A candidíase pseudomembranosa é caracterizada por placas branco-creme,


removíveis; sensação de queimação, halitose.

A letra D está correta. A leucoplasia é “uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica
ou patologicamente como qualquer outra doença”. O termo é estritamente clínico e não implica uma
alteração histopatológica específica do tecido.

3- (FUNDATEC/PREFEITURA DE BAGÉ/ODONTÓLOGO/2019) Nenhum tratamento sistêmico anticâncer


disponível no momento está apto a destruir as células tumorais sem causar a morte de, pelo menos,
algumas células normais, e dos tecidos com rápida renovação. Entre as alternativas abaixo, todas são
complicações orais não infecciosas do tratamento antineoplásico, EXCETO:

a) Xerostomia.

b) Trismo.

c) Hipogeusia.

d) Dermatite crônica.

e) Mioesferulose.

Comentários:

A letra A está correta. A radioterapia pode causar danos às estruturas que estão na região irradiada, como
as glândulas salivares. A xerostomia é a sensação de boca seca que pode ser ocasionada pela diminuição ou
paralização da produção de saliva.

A letra B está correta. A radioterapia pode causar danos às estruturas que estão na região irradiada, entre
elas o trismo.

A letra C está correta. A radioterapia pode causar danos às estruturas que estão na região irradiada, entre
elas a hipogeusia (perda do paladar).
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A letra D está correta. A radioterapia pode causar danos às estruturas que estão na região irradiada, entre
elas a dermatite crônica.

A letra E está errada. O uso tópico de antibiótico em base de petrolato em um sítio cirúrgico pode
ocasionalmente resultar em uma reação de corpo estranho única, ela pode ocorrer em qualquer região no
interior do tecido mole ou do osso no qual o antibiótico foi colocado. A área envolvida pode exibir aumento
de volume ou ser identificada como uma radiolucência circunscrita e assintomática em um sítio de extração
prévia. A mioesferulose é tratada pela remoção cirúrgica do corpo estranho e do tecido associado.

4- (MSCONCURSOS/GHC - PORTO ALEGRE/SAÚDE PÚBLICA/2018) Paciente mulher, com 75 anos, procura


o dentista com queixa de aumento facial e dor moderada. Ao exame físico, observa-se assimetria facial
com aumento de volume em hemimaxila esquerda, endurecido à palpação. Ao exame de radiografia
panorâmica, observa-se perda óssea na região e ausência de dentes superiores. Ao exame clínico intraoral,
observa-se lesão exofítica, hiperemiada, bordas irregulares, com áreas bolhosas, friável ao toque, acomete
hemiarco superior esquerdo em palato duro, rebordo gengival, mucosa vestibular e sulco lábio-gengival.
Na anamnese, paciente relata que a lesão iniciou-se pequena em local de trauma da prótese dentária e
apresenta evolução de cerca de um ano; também relata que teve hábito de “mascar fumo”, porém já
interrompeu há mais de 20 anos; apresenta hipertensão controlada, sem outras comorbidades. Assinale a
alternativa que sugere a hipótese diagnóstica correta.

a) Carcinoma escamoso.

b) Osteossarcoma.

c) Lesão de células gigantes.

d) Paracoccidioidomicose.

e) Hiperplasia fibrótica.

Comentários:

A letra A está correta. A causa do carcinoma é multifatorial e entre os agentes externos podemos citar o
fumo. A apresentação clínica é variada podendo se mostrar uma lesão exofítica com superfície irregular ou
emdofítica com uma área central deprimida, de formato irregular, ulcerada com uma borda em "rolete".

A letra B está incorreta. A maioria dos estudos relata que a mandíbula e a maxila são envolvidas com
frequência aproximadamente igual ou com uma leve predileção pela mandíbula. As lesões maxilares na
porção inferior (crista alveolar, soalho do seio e/ou palato) que a porção superior (zigoma, margem
orbitária).

A letra C está incorreta. O GCCG é uma lesão intraóssea e radiograficamente são observados defeitos
radiolúcidos, que podem ser uni ou multiloculares, bem delimitados e com margens desprovidas de halo
radiopaco.

A letra D está incorreta. É uma Infecção fúngica profunda muito comum na América do Sul, afeta
trabalhadores agrícolas, geralmente adultos jovens do sexo masculino. As lesões orais são ulcerações
assemelham-se a amoras que afetam os seguintes sítios: mucosa alveolar, gengiva e palato.
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A letra E está incorreta. A hiperplasia fibrosa é uma resposta proliferativa da mucosa bucal a trauma, com
formação excessiva de epitélio e conjuntivo fibroso, que se projeta de forma pediculada ou séssil para a
cavidade bucal. Ulcerações são comuns nas hiperplasias, visto que são causadas por traumas.

5- (IBFC/PREFEITURA DE BELHO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Paciente 49 anos, gênero feminino,


não tabagista, procurou o serviço de estomatologia com queixa de uma mancha branca na língua. Durante
o exame clínico observaram-se múltiplas placas brancas e aderentes associadas a projeções de superfície
áspera em vários sítios orais, como mucosa jugal, borda lateral de língua, assoalho e gengiva. Diante do
quadro foi realizada biópsia incisional da borda lateral de língua que evidenciou displasia epitelial severa.
Diante do quadro marque a alternativa correta em relação ao diagnóstico mais provável.

a) Leucoplasia homogênea

b) Condiloma acuminado

c) Eritroleucoplasia

d) Leucoplasia verrucosa proliferativa

Comentários:

A letra A está incorreta. A leucoplasia homogênea é caracterizada pela existência de placas espessas e bem
delimitadas com fissuras profundas.

A letra B está incorreta. O condiloma acuminado é uma proliferação de epitélio pavimentoso estratificado
induzida por HPV da região anogenital, boca e laringe. As lesões orais geralmente são vistas na mucosa labial
e freio lingual, podendo envolver palato mole. É uma lesão exofítica, séssil, rósea, bem delimitada, indolor,
com projeções superficiais e tende a ser maior que o papiloma.

A letra C está incorreta. A eritroleucoplasia pode ser vista clinicamente como uma área que mistura áreas
brancas e vermelhas e frequentemente exibe displasia epitelial no histopatológico.

A letra D está correta. A LVP é caracterizada pelo desenvolvimento lento e progressivo de múltiplas placas
ceratóticas com projeções de superfície rugosas e com a progressão assumem um aspecto exofítico e
verrucoso assemelhando-se ao carcinoma verrucoso. Afeta geralmente a gengiva e mesmo com a terapia
não apresenta regressão.

6- (FESP-RJ/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS -RJ/ESTOMATOLOGIA/2008) Pacientes submetidos à


radioterapia para tratamento do câncer podem apresentar a seguinte complicação:

a) Mucosite
b) Maloclusão
c) Micrognatia
d) Pigmentação dentária
e) Doença periodontal

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Comentários:

A letra A está correta. A mucosite é um dos principais efeitos colaterais agudos induzidos pelo tratamento
radioterápico em cabeça e pescoço. É caracterizada por dor intensa, ardência bucal, dificuldade de
alimentação e fonação, podendo levar à interrupção do tratamento antineoplásico até a melhora dos
sintomas.

A letra B está incorreta. Não se aplica. Na radioterapia os efeitos mais vistos são a mucosite aguda dolorosa
e a dermatite, mas dependendo do campo irradiado, dose empregada e idade do paciente outras
complicações podem surgir como xerostomia, hipogeusia (perda do paladar), osteorradionecrose, trismo,
dermatite crônica, normalidade de desenvolvimento.

A letra C está incorreta. Não se aplica. Na radioterapia os efeitos mais vistos são a mucosite aguda dolorosa
e a dermatite, mas dependendo do campo irradiado, dose empregada e idade do paciente outras
complicações podem surgir como xerostomia, hipogeusia (perda do paladar), osteorradionecrose, trismo,
dermatite crônica, normalidade de desenvolvimento.

A letra D está incorreta. Não se aplica. Na radioterapia os efeitos mais vistos são a mucosite aguda dolorosa
e a dermatite, mas dependendo do campo irradiado, dose empregada e idade do paciente outras
complicações podem surgir como xerostomia, hipogeusia (perda do paladar), osteorradionecrose, trismo,
dermatite crônica, normalidade de desenvolvimento.

A letra E está incorreta. Não se aplica. Na radioterapia os efeitos mais vistos são a mucosite aguda dolorosa
e a dermatite, mas dependendo do campo irradiado, dose empregada e idade do paciente outras
complicações podem surgir como xerostomia, hipogeusia (perda do paladar), osteorradionecrose, trismo,
dermatite crônica, normalidade de desenvolvimento.

7-(IBFC/PREFEITURA DE BELHO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Paciente 55 anos, leucoderma,


procurou o serviço de estomatologia com queixa de alteração no palato. Ao exame clínico foi observado
uma placa branco-acinzentada, aderente associadas a inúmeras pápulas levemente elevadas com centro
vermelho e com uma pequena depressão. Diante do quadro marque a alternativa correta em relação ao
diagnóstico mais provável.

a) Leucoplasia verrucosa

b) Carcinoma epidermóide

c) Quelite actínica

d) Estomatite nicotínica.

Comentários:

A letra A está incorreta. A leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é caracterizada pelo desenvolvimento
lento de múltiplas placas queratóticas com projeções rugosas de superfície, geralmente acomete a gengiva.

A letra B está incorreta. O carcinoma epidermoide de boca tem uma apresentação clínica variada, incluindo
as seguintes: Exofítica (aumento de volume; vegetante, papilífera, verruciforme) Endofítica (invasiva,
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escavada, ulcerada), Leucoplásica (mancha branca), Eritroplásica (mancha vermelha) Eritroleucoplásica


(combinação de áreas vermelha e branca). Os locais mais comuns para carcinoma intraoral são a língua
(geralmente a lateral posterior e superfícies ventrais) e assoalho bucal.

A letra C está incorreta. A queilite actínica é uma lesão potencialmente maligna do vermelhão do lábio
inferior. Apresenta predileção por pessoas do sexo masculino (10:1) e de pela clara, acometendo a faixa
etária acima dos 45 anos de idade. A lesão se desenvolve lentamente com a exposição crônica e o vermelhão
do lábio inferior assume aparência atrófica, ressecada e com presença de fissuras, perdendo com o tempo
a definição dos limites entre vermelhão e pele. Em estágio mais avançado, o vermelhão exibe áreas
descamativas e ásperas.

A letra D está correta. Uma das mais comuns alterações da mucosa do palato duro, a estomatite nicotínica
desenvolve como resposta ao calor gerado pelo fumo ao tabaco ou cachimbo. Clinicamente a mucosa do
palato se torna difusamente cinza ou branca; numerosas pápulas ligeiramente elevadas são observadas,
geralmente com centros vermelhos puntiformes. Tais pápulas representam inflamação das glândulas
salivares menores e seus orifícios ductais.

8- (IBFC/PREFEITURA DE BELHO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Um paciente 56 anos, leucoderma,


fumante de cachimbo e mascador de tabaco a 45 anos, procurou o serviço de estomatologia, com queixa
de uma lesão na mucosa jugal presente a aproximadamente 5 anos. No exame intra-oral verificou-se lesão
tumoral esbranquiçada, de aspecto verrucoso e endurecido, medindo aproximadamente 2cm. Diante do
caso, marque a alternativa correta no que se refere ao diagnóstico, classificação TMN e tratamento.

a) Carcinoma verrucoso/ T2N0M0/ cirurgia, radioterapia e quimioterapia

b) Carcinoma basocelular/ T2N0M0/cirurgia

c) Carcinoma Verrucoso/ T2N0M0/ geralmente cirurgia

d) Melanoma/T3N1M0/ cirurgia e radioterapia

Comentários: Vamos relembrar a Classificação TNM e Estadiamento:

TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO (T)

TX Nenhuma informação disponível sobre o tumor primário

TO Nenhuma evidência de tumor primário

Tis Somente carcinoma in situ no sítio primário

T1 Tumor de 2 cm ou menor em seu maior diâmetro

T2 Tumor maior que 2 cm, porém não maior do que 4 cm em seu maior diâmetro

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T3 Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro

T4 a (Lábio) Tumor invade através da cortical óssea, nervo alveolar inferior, asssoalho
bucal, ou pele da face (ou seja, queixo e nariz) Tumor passível de ressecção cirúrgica

T4 a (Cavidade oral) Tumor invade através da cortical óssea, a musculatura profunda


extrínseca da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seio maxilar
ou pele da face Tumor passível de ressecção cirúrgica.

T4 b Tumor envolve espaço mastigatório, lâminas do processo pterigoide ou base do crânio


e/ou envolve completamente a artéria carótida interna Tumor inoperável

ENVOLVIMENTO DO LINFONODO REGIONAL (N)

NX Linfonodos não puderam ou não foram avaliados

N0 Nenhuma metástase para linfonodos regionais

N1 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, menor ou igual a 3 cm em seu maior


diâmetro

N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm, porém menor do


que 6 cm em seu maior diâmetro; múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior
do que 6 cm em seu maior diâmetro; ou linfonodos bilaterais ou contralaterais,
nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

N2a Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm, porém menor que
6 cm em seu maior diâmetro

N2b Metástase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu


maior diâmetro

N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior do que 6 cm


em seu maior diâmetro

N3 Metástase em um linfonodo maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

ENVOLVIMENTO POR METÁSTASE A DISTÂNCIA (M)

M0 Sem evidência de metástase a distância

M1 Metástase à distância presente

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Vamos lembrar dos estágios das alternativas?

Lembrando que quanto maios o estágio, pior o prognóstico!

Estágio 0 Tis N0 M0

Estágio I T1 N0 M0

Estágio II T2 N0 M0

Estágio III T3 N0 M0

T3 N1 M0

A letra C está correta. O carcinoma verrucoso é diagnostica em homens acima de 55 anos, sendo mais
comum nas regiões de mucosa oral em fundo de vestíbulo inferior, gengiva, mucosa jugal. O tratamento do
carcinoma verrucoso geralmente é cirurgia, a radioterapia é uma alternativa, mas é considerada menos
eficaz que a cirurgia.

9-(FEPESE-UFSC/ PREFEITURA FLORIANÓPOLIS-SC/ESTOMATOLOGIA/2008) Um homem de 45 anos de


idade, leucoderma, procurou o ambulatório de odontologia para realizar uma restauração no dente 11. Ao
realizar o exame clínico, o cirurgião-dentista observou uma mancha branca salpicada de vermelho na
língua deste paciente; a lesão era firme à palpação. O paciente sabia da presença da lesão, mas não tinha
certeza quanto ao tempo do seu surgimento. O referido paciente admitiu ser fumante de 20 cigarros
diários e etilista crônico.

A lesão é, mais provavelmente, um (a):

a) Candidíase
b) Líquen plano
c) Eritema traumático
d) Carcinoma de células escamosas
e) Tumor de glândulas salivares acessórias

Comentários:

A letra A está incorreta. A candidíase pseudomembranosa possui como características clínicas a presença
de placas brancas removíveis à raspagem semelhantes à “leite coalhado ou queijo cottage”. Quando
removidas deixam uma superfície eritematosa e sangrante. No entanto tal característica não corresponde
ao aspecto salpicado descrito no enunciado.

A letra B está incorreta. As lesões do líquen plano são descritas como pápulas poligonais, púrpuras e
pruriginosas. As estrias de Wickham são características.

A letra C está incorreta. Não se aplica.


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A letra D está correta. Em sua fase inicial o carcinoma de células escamosas pode apresentar-se como uma
leucoplasia mosqueada ou eritroleucoplasia (é observada a mistura de áreas brancas e vermelhas).

A letre E está incorreta. Não se aplica.

10- (AMS/AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA/2014) Sobre a leucoplasia, considere as


afirmativas a seguir.

I. Persistência por vários anos, ocorrência em pacientes do gênero feminino e ocorrência em não
fumantes são fatores que podem aumentar o risco de transformação maligna.
II. O termo leucoplasia é estritamente clínico e não implica uma alteração tecidual histopatológica
específica.
III. A realização de biópsia é mandatória, e o resultado do exame histopatológico guiará o
tratamento.
IV. A maioria apresenta displasia epitelial, de moderada a severa, com vários graus de atipia
celular.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Comentários:

Fatores como gênero feminino, idade avançada, não fumar, lesão persistente por vários anos, extensão da
lesão e envolvimento ventrolateral da língua e assoalho.

O termo leucoplasia é estritamente clínico e sem implicação histopatológica, ou seja, sem alteração
específica do tecido. Por definição leucoplasia é "uma placa ou mancha branca que não pode ser
caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença.”

Apesar de leucoplasia representar apenas um termo clínico, a biópsia se faz necessária para obter um
diagnóstico histopatológico e orientar o tratamento adequado.

A letra D está correta.

11-(CETAP/PREFEITURA MUNICIPAL DE ABAETETUBA-PA/ESTOMATOLOGIA/2016) A perda do paladar,


uma complicação oral que pode ocorrer após tratamento antineoplásico, também pode ser chamada de:

a) Xerostomia
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b) Hipogeusia
c) Anúria
d) Acinesia
e) Aposia

Comentários:

A letra A está incorreta. A xerostomia é uma complicação muito comum pois as glândulas salivares são
sensíveis à radiação e está associada à redução do fluxo salivar.

A letra B está correta. A perda dos quatro paladares, também chamada de hipogeusia, é vista nos pacientes
submetidos à radioterapia na cavidade oral, podendo se desenvolver dentro de várias semanas.

A letra C está incorreta. A anúria é a falta de urina na bexiga e a incapacidade de eliminação desse líquido.

A letra D está incorreta. É uma patologia que se caracteriza pelo deficiente movimento do músculo cardíaco

A letra E está incorreta. É a ausência de sede.

12-(ASSCONPP/PREFEITURA DE SÃO LOURENÇO DO OESTE/ODONTOPEDIATRIA/2016) Placa


esbranquiçada, de superfície rugosa localizada preferencialmente nas áreas de mucosa não ceratinizada.
É uma definição clínica e não histológica. Manifestações clínicas: raramente manifesta sintomas. As lesões
mais preocupantes são aquelas onde não é possível a identificação de um agente traumático local, tais
como os de irritação crônica, provocadas por cúspide aguda, restauração fraturada ou borda irregular de
uma prótese ou grampo. Diagnóstico: as fontes evidentes de irritação devem ser eliminadas e o usuário
reavaliado. Caso a lesão ainda esteja presente ou não tenha manifestado qualquer sinal de redução após
um prazo superior a trinta dias, está indicada citologia esfoliativa ou biópsia incisional para pesquisa de
eventual ocorrência de atipias celulares. Estamos falando da?

a) Rânulas
b) Sialolitíases
c) Leucoplasia
d) Nenhuma das alternativas

Comentários:

A letra A está incorreta. A rânula é um fenômeno de retenção associado às glândulas salivares maiores.

A letra B está incorreta. As sailolitíases são estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro do sistema de
ductos das glândulas aslivares.

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A letra C está correta. A leucoplasia é uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica
ou patologicamente como qualquer outra doença. Cerca de 70% das leucoplasias são encontradas no
vermelhão do lábio, mucosa bucal e gengiva.

A letra D está incorreta. Não se aplica

13-(AMS/AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA/2014) Sobre o carcinoma de células


escamosas oral, considere as afirmativas a seguir.

I. A disseminação metastática ocorre principalmente por via hematogênica e atinge


principalmente pulmão e ossos.
II. O fumo de cachimbo e de charuto agrega risco maior para o câncer de boca do que o fumo de
cigarros.
III. Os subtipos 16 e 18 do HPV são cepas mais intimamente relacionadas à displasia e ao carcinoma
de células escamosas.
IV. Pode apresentar-se clinicamente de maneira exofítica, endofítica, leucoplásica, eritroplásica ou
eritroleucoplásica.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Comentários:

I - As metástases do carcinoma epidermoide bucal ocorrem principalmente através dos vasos linfáticos para
os linfonodos cervicais ipsilaterais.

II - Estudos sugerem que fumar charuto ou cachimbo está associado a um risco semelhante ou maior de
câncer oral em comparação ao tabagismo.

IV- O carcinoma epidermoide de boca tem uma apresentação clínica variada, incluindo as seguintes: Exofítica
(aumento de volume; vegetante, papilífera, verruciforme) Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada),
Leucoplásica (mancha branca), Eritroplásica (mancha vermelha) Eritroleucoplásica (combinação de áreas
vermelha e branca). Os locais mais comuns para carcinoma intraoral são a língua (geralmente a lateral
posterior e superfícies ventrais) e assoalho bucal.

A letra E está correta.

14- (URI/PREFEITURA DE SANTO ÂNGELO-RS/CIRURGIÃO-DENTISTA/2019) Paciente J.K., 43 anos, sexo


feminino, comparece para consulta de revisão odontológica e questiona a presença de uma lesão plana,

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oval e de cor marrom-escura, bem demarcada e uniformemente pigmentada na zona do vermelhão do


lábio inferior, assintomática. Nesse caso, qual será o provável diagnóstico?

a) Mácula melanótica oral


b) Melanoacantoma oral
c) Nevo melanocítico
d) Melasma

Comentários:

A letra A está correta. É uma lesão benigna caracterizada pela pigmentação acastanhada e plana da mucosa
pelo acúmulo de melanina. Sua existência não tem relação com a exposição solar e não apresenta potencial
de transformação maligna. A idade de diagnóstico é no geral perto dos 43 anos, acomete mais mulheres (2:1)
e tem como sítio preferencial o vermelhão do lábio inferior. Quando o sítio é intraoral pode ser visualizada
na mucosa jugal, gengiva e palato. Cabe destacar que o melanoma oral possui predileção pela região de
palato e, para que seja excluída essa possibilidade, as máculas pigmentadas na região de palato devem ser
biopsiadas.

A letra B está incorreta. É uma pigmentação da mucosa oral incomum, benigna, adquirida, vista
principalmente em melanodermas. Afeta mais mulheres, na terceira e quarta décadas de vida e o sítio
preferncial é a mucosa jugal.

A letra C está incorreta. O nevo melanocítico adquirido é o mais comum de todos os "tumores humanos"
que inicia o seu desenvolvimento na infância podendo chegar a uma média entre 10 a 40 no adulto. São
alguns tipos: epidérmico, sebáceo, flâmeo, de células basais e branco esponjoso.

A letra D está incorreta. Melasma é uma hiperpigmentação adquirida, simétrica da pele exposta ao sol.

15- (URI/PREFEITURA DE SANTO ÂNGELO-RS/CIRURGIÃO-DENTISTA/2019) Sobre leucoplasia, analise as


afirmações a seguir, identificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) O hábito de fumar tabaco parece ser a maior associação ao desenvolvimento da leucoplasia.

( ) Pode tornar-se displásica e até invasiva, sem modificação em sua aparência clínica, porém algumas
podem apresentar placas avermelhadas espalhadas, chamadas eritroplasia.

( ) Geralmente, ocorre em pessoas com menos de 40 anos de idade, especialmente, em homens.

( ) Aproximadamente 5% das leucoplasias bucais são encontradas no vermelhão dos lábios, na mucosa
jugal e na gengiva. A ordem correta do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a da
alternativa:

A. ( ) F – V – V – F

B. ( ) V –V – F – F
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C. ( ) F – F – V – V

D. ( ) V – F – F – V

Comentários:

Existe vários fatotres causais associados à ocorrência da leucoplasia, no emtanto, asbe-se que cerca de 80%
dos tabagistas desenvolvem leucoplasia.

A leucoplasia leve ou delgada aparece como uma placa branca ou acinzentada, plana ou ligeiramente
elevada, podendo ser translúcida, fissurada ou enrugada, em alguns casos pode gradualmente mesclar-se
com a mucosa normal. Leucoplasias finas podem desaparecer ou continuar inalteradas e raramente exibem
displasia na biópsia.

A leucoplasia pode tornar-se displásica, até mesmo invasiva, sem alteração em sua aparência clínica.
Contudo, algumas lesões, ao final desse processo, demonstram manchas disseminadas de coloração
avermelhada, denominadas eritroplasias. Tais áreas representam geralmente sítios nos quais as células
epiteliais são tão imaturas ou atróficas que não têm mais a capacidade de produzir ceratina. Essa lesão, com
a mistura de áreas brancas e vermelhas, denominada eritroleucoplasia ou leucoplasia mosqueada,
representa um padrão de leucoplasia que frequentemente revela displasia avançada na biópsia.

A idade média de diagnóstico é aos 60 anos. Cerca de 70% das leucoplasias orais são encontradas no
vermelhão do lábio, mucosa bucal e gengiva.

A letra B está correta.

16-(URI/PREFEITURA DE SANTO ÂNGELO-RS/CIRURGIÃO-DENTISTA/2019) Paciente J.P.D., sexo masculino,


50 anos, pele clara, agricultor, fumante, que com queixa de manchas brancas no lábio inferior. No exame
clínico, observa-se a o escurecimento da margem entre o vermelhão e a porção cutânea do lábio. O
diagnóstico clínico mais provável, nesse caso, corresponde à alternativa:

A. ( ) Estomatite Nicotínica

B. ( ) Ceratose Actínica

C. ( ) Queilose Actínica

D. ( ) Eritroplasia

Comentários:

A letra A está incorreta. A estomatite nicotínica é uma resposta ao calor do fumo de tabaco. A mucosa do
palato se torna difusamente cinza ou branca com numerosas pápulas ligeiramente elevadas com centros
vermelhos puntiformes.

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A letra B está incorreta. A queratose actínica é uma lesão potencialmente maligna cutânea comum, causada
pela exposição intensa à radiação UV. Os locais mais acometidos são a face, pescoço, dorso das mãos,
antebraços e couro cabeludo. As lesões aparecem como placas lamelares irregulares que variam em cor
normal ao branco, cinza ou marrom, e podem ser sobrepostas a um fundo eritematoso.

A letra C está correta. A queilite actínica é uma lesão potencialmente maligna do vermelhão do lábio
inferior. Apresenta predileção por pessoas do sexo masculino (10:1) e de pela clara, acometendo a faixa
etária acima dos 45 anos de idade. A lesão se desenvolve lentamente com a exposição crônica e o vermelhão
do lábio inferior assume aparência atrófica, ressecada e com presença de fissuras, perdendo com o tempo
a definição dos limites entre vermelhão e pele. Em estágio mais avançado, o vermelhão exibe áreas
descamativas e ásperas.

A letra D está incorreta. A eritroplasia pode ser vista clinicamente como uma mácula ou placa eritematosa
bem delimitada, com textura macia e aveludada.

17-(IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ESTOMATOLOGIA/2015) O câncer bucal é uma patologia


crônica de etiologia multifatorial de alta incidência e mortalidade e tem o Carcinoma de Células Escamosas
como a variante mais comum. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O carcinoma de células escamosas apresenta uma etiologia multifatorial, onde o fumo é


identificado como o principal fator etiológico, sendo considerado que o risco é dose dependente,
bem como risco dependente, isto é, aumenta com a quantidade de fumo e o tempo de duração do
hábito.
II. As variantes clínicas leucoplásicas e eritroplásicas são observados provavelmente nas fases iniciais
da doença, que ainda não produziram aumento de volume e ulcerações.
III. O carcinoma de células escamosas do vermelhão do lábio é encontrado principalmente em
indivíduos de pele escura com forte exposição aos raios ultra violeta do sol, estando fortemente
associado à estomatite nicotínica.
IV. A disseminação metastática do carcinoma de células escamosas oral ocorre principalmente dos
vasos linfáticos para os linfonodos do pescoço e axila, sendo caracterizado por um linfonodo de
consistência frouxa, dolorido e aumentado.

Estão corretas as afirmativas:

a) I e II, apenas
b) II, III e IV, apenas
c) I, II e IV, apenas
d) I e IV apenas

Comentários:
A causa do carcinoma epidermoide é multifatorial. Nenhum agente ou fator (carcinógeno) etiológico único
tem sido definido ou aceito, porém tanto fatores extrínsecos quanto intrínsecos podem estar atuando. É
provável que mais de um fator seja necessário para produzir esta neoplasia (cocarcinogênese). Os fatores

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extrínsecos incluem agentes externos tais como fumo, álcool, sífilis e (somente para carcinomas do
vermelhão do lábio) luz solar. Os fatores intrínsecos incluem estados sistêmicos ou generalizados, tais como
desnutrição geral ou anemia por deficiência de ferro. A hereditariedade parece não desempenhar um papel
principal na causalidade do carcinoma oral, embora algumas condições hereditárias (p.ex., disqueratose
congênita [p. 695], anemia de Fanconi) tenham sido associadas a ele. O risco relativo (risco de fumante para
câncer oral em comparação com um não fumante) é dose-dependente.

Os exemplos leucoplásicos e eritroplásicos são provavelmente casos em fases iniciais, que ainda não
produziram um aumento de volume ou ulceração.

Carcinoma do vermelhão do lábio geralmente é encontrado em pessoas de pele clara com exposição crônica
à radiação ultravioleta do sol. Setenta por cento dos indivíduos afetados possuem ocupações que envolvem
atividades ao ar livre. Essa lesão está geralmente associada à queilite actínica (p. 370) e podem surgir no
local em que o paciente mantém um cigarro, charuto ou cachimbo. Quase 90% das lesões estão localizadas
no lábio inferior.

As metástases do carcinoma epidermoide bucal ocorrem principalmente através dos vasos linfáticos para os
linfonodos cervicais ipsilaterais, um linfonodo cervical que contém carcinoma metastático tem geralmente
uma consistência de firme a pétrea, indolor e aumentado.

A letra A está correta.

18-(CETAP/PREFEITURA MUNICIPAL DE ABAETETUBA-PA/ESTOMATOLOGIA/2016) Qual das lesões pré-


cancerígenas das mucosas da boca, relacionadas a seguir, tem um maior potencial de transformação
maligna?

a) Ceratose do tabaco sem fumaça


b) Leucoplasia verrucosa proliferativa
c) Leucoplasia granular
d) Queilose actínica
e) Eritroplasia

Comentários:

Vamos rever a tabela que mostra o potencial de transformação maligna para visualizar melhor:

NOME DA DOENÇA POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA


Leucoplasia Verrucosa Proliferativa ++++++
Palato nicotínico em tabagistas invertidos +++++
Eritroplasia +++++
Fibrose submucosa oral +++++
Eritroplasia ++++
Leucoplasia granular ++++
Queratose laríngea +++
Queilite actínica +++
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Leucoplasia espessa, lisa ++


Língua vermelha e lisa da Síndrome de Plummer- ++
Vinson
Queratose do tabaco sem fumaça +
Líquen plano (formas erosivas) +?

A letra B está correta.

19-(FUNIVERSA/SESA/AP/ESTOMATOLOGIA/2012) Para diminuir a incidência de casos de queilite actínica,


deve-se evitar a exposição ao seguinte agente:

a) fumo

b) álcool

c) medicamentos

d) radiação solar

e) papiloma vírus humano

Comentários:

A letra A está incorreta. O hábito de fumar tem implicações no desenvolvimento do carcinoma epidermoide
oral, pois em especial o fumo do tabaco possui mais de 70 substâncias carcinogênicas.

A letra B está incorreta. O álcool exerce um forte efeito sinérgico com o tabaco no desenvolvimento do
câncer oral, mas não possui relação causal com a quelite actínica.

A letra C está incorreta. Não se aplica.

A letra D está correta. A queilite actínica é uma condição potencialmente maligna causada pela exposição
crônica à radiação UV.

A letra E está incorreta. Os tipos de HPV de alto risco são associados a displsia e carcinoma epidermoide.

20- (IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ESTOMATOLOGIA/2015) Paciente 65 anos, leucoderma, sexo


masculino foi diagnosticado com carcinoma de células escamosas na borda lateral de língua lado esquerdo
com as seguintes características clínicas: lesão tumoral com áreas ulceradas e bordos elevados, medindo
aproximadamente 3cm em seu maior diâmetro, com presença de linfonodos submandibulares palpáveis
bilaterais com 4 cm e sem sinal de metástase a distância. Diante do quadro apresentado marque a
alternativa correta em relação ao Sistema de Estadiamento Clínico Tumor/Nodo/Metástase (TNM) e
estádio clínico adequado:
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a) T3N3M0/E2
b) T3N2M1/E3
c) T4N3M0/E1
d) T3N2M0/E4

Comentários:

A letra A está incorreta. T3 Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro

A letra B está incorreta. T3 Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro

A letra C está incorreta. N3 Metástase em um linfonodo maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

A letra D está correta. A questão não trouxe em suas alternativas a opção T2 ( Tumor maior que 2 cm,
porém não maior que 4 cm em seu maior diâmetro - que seria a mais correta), na ausência de alternativa que
corresponda ao T2 analisamos os outros parâmetros que se encontram corretos N2 (Metástase em um único
linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm, porém menor do que 6 cm em seu maior diâmetro; múltiplos
linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro; ou linfonodos bilaterais ou
contralaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro) e M0 ausência de metástase a distância.

21-(CETAP/PREFEITURA MUNICIPAL DE ABAETETUBA-PA/ESTOMATOLOGIA/2016) Em relação à


classificação do tamanho dos tumores primários (T), pode-se dizer que quando se trata de apenas um
carcinoma in situ em estágio primário, classifica-se como:

a) TX
b) T0
c) T1S
d) T1
e) T3

Comentários:

A letra A está incorreta. Nenhuma informação disponível sobre o tumor primário

A letra B está incorreta. Nenhuma evidência de tumor primário

A letra C está correta. Somente carcinoma in situ no sítio primário

A letra D está incorreta. Tumor de 2 cm ou menor em seu maior diâmetro

A letra E está incorreta. Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro

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22 - (FUNDASUS/PREFEITURA DE UBERLÂNDIA-MG/ESTOMATOLOGIA/2015) Assinale a alternativa que


apresenta uma neoplasia maligna.

a) Fibroma
b) Lipoma
c) Hemangioma
d) Hiperplasia epitelial inflamatória
e) Melanoma

Comentários:

A letra A está incorreta. O fibroma é a neoplasia mais comum da cavidade oral.

A letra B está incorreta. O lipoma é uma neoplasia benigna de gordura

A letra C está incorreta. Os hemangiomas são os tumores da infância mais comuns, com localização
preferencial na cabeça e pescoço.

A letra D está incorreta. É uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso que se desenvolve em associação às
bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada.

A letra E está correta. O melanoma é uma neoplasia maligna melanocítica que tem como importante fator
etiológico a exposição à radiação UV.

23- (FUNJAB/UFSC/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS-SC/ESTOMATOLOGIA/2010) Paciente com 70 anos de


idade procura a UBS para avaliação odontológica, devido a problemas periodontais avançados. O paciente
refere, ainda, desconforto na língua durante a realização do exame clínicorradiográfico. O cirurgião-
dentista observa presença de lesão extensa em bordo lateral de língua, levemente desconfortável ao
toque, não espontaneamente, de coloração branca, com algumas áreas avermelhadas no seu interior, em
forma de placa, não removível a raspagem, com tempo de evolução de aproximadamente 6 meses. Na
anamnese, o paciente relata ser fumante desde os 15 anos de idade, de aproximadamente 30 cigarros/dia.
Além disso, foi etilista por 30 anos, mas parou de beber há 4 anos, devido a problemas gástricos. Não
existe outra alteração de saúde digna de nota. Diante do exposto, assinale a alternativa que corresponde
ao diagnóstico clínico MAIS PROVÁVEL.

A ( ) Candidíase eritematosa

B ( ) Carcinoma de células basais

C ( ) Leucoeritroplasia

D ( ) Leucoplasia pilosa
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E ( ) Eritroplasia

Comentários:

A letra A está incorreta. A candidíase eritematosa é evidenciada pelo eritema da mucosa vermelhada
acompanhada da sensação de queimação.

A letra B está incorreta. É o câncer mais comum de pele que acomete principalmente homens acima de 40
anos. Cerca de 80% dos casos acontecem na região da cabeça e pescoço.

A letra C está correta. A leucoeritroplasia é uma lesão que possui uma mistura de áreas brancas e vermelhas.

A letra D está incorreta. É a lesão mais comum associada ao EBV nos pacientes com AIDS. Ao exame clínico
é vista uma placa branca na mucosa que não se destaca à raspagem, geralmente na região de borda de
língua.

A letra E está incorreta. A eritroplasia é uma mancha ou placa vermelha que possui como sítio preferencial
o assoalho bucal, língua e palato.

24- (FUNIVERSA/SESA/AP/ESTOMATOLOGIA/2012) O câncer bucal representa um problema de saúde


pública no Brasil tendo em vista as altas taxas de morbidade e mortalidade. Praticamente, todos os tecidos
presentes no sistema estomatognático podem dar origem a neoplasias malignas. O tipo de câncer bucal
mais frequente origina-se no tecido:

a) ósseo

b) epitelial

c) muscular

d) glandular

e) hematolinfoide

Comentários:

A letra B está correta. O carcinoma epidermoide origina-se do epitélio displásico.

25 -(VUNESP/IAMSPE/ESTOMATOLOGIA/2012) Assinale a alternativa que contém as lesões


potencialmente cancerizáveis mais comuns encontrados na boca.

a) Ceratose actínica e fibrose submucosa bucal.

b) Líquen plano e leucoplasia pilosa oral.

c) Nevo intradérmico e queilose actínica.


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d) Sífilis e vírus herpes simples.

e) Leucoplasia e eritroplasia.

Comentários:

A letra A está incorreta. A ceratose actínica é uma lesão potencialmente maligna cutânea.

A letra B está incorreta. É a lesão mais comum associada ao EBV nos pacientes com AIDS. Ao exame clínico
é vista uma placa branca na mucosa que não se destaca à raspagem, geralmente na região de borda de
língua. Histopatologicamente é caracterizada por um padrão de certa forma característico de hiperceratose
e hiperplasia epitelial.

A letra C está incorreta. O termo nevo refere-se a uma malformação da pele, caracterizado por uma
proliferação benigna, não encapsulada de células névicas.

A letra D está incorreta. A sífilis foi levantada como possível causa desconhecida, em especial nos casos da
glossite na fase tardia, porém ela não é considerada uma lesão potencialmente maligna.

A letra E está correta. Ambas são lesões potencialmente malignas, vistas na fazes iniciais.

26- (UNC/PREFEITURA DE SÃO CRSITÓVÃO DO SUL- SC/2012) A.N., sexo masculino com 69 anos, pele clara,
agricultor, clinicamente apresenta-se com os lábios, principalmente o inferior, atrófico com áreas
avermelhadas e esbranquiçadas com erosões e ulcerações com superfície crostosa. São SINTOMAS de:*

a) Sarcoma de Kaposi

b) Leucoplasia

c) Eritroplasia

d) Quelite actínica

Comentários:

A letra A está incorreta. O sarcoma de Kaposi é um tumor maligno que caracteriza-se por manchas
arroxeadas dispersas na pele e mucosa, e normalmente está associado à síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS).

A letra B está incorreta. A leucoplasia apresenta-se como placa branca não raspável em pacientes fumantes.

A letra C está incorreta. A eritroplasia é uma lesão cancerizável que se apresenta como mancha vermelha
na mucosa.

A letra D está correta. A queilite actínica acomete o lábio, principalmente inferior, de pacientes leucodermas
que se expõem ao sol sem proteção. Apresenta-se na forma de lesão ulcerada e com presença de crosta,
determinando alteração no contorno do lábio. É uma lesão potencialmente maligna.
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27- (CPCON/ODONTÓLOGO/2017) Pacientes oncológicos que são submetidos a tratamento de


quimioterapia e radioterapia sofrem complicações devido à imunodepressão, e dentre algumas
complicações a mucosite é a mais frequente na cavidade bucal e o diagnostico realizado pelo cirurgião-
dentista é primordial para proporcionar a este paciente alívio na dor e melhoria na qualidade de vida, pois
muitos deixam de se alimentar durante o período de tratamento devido à presença destas lesões na
cavidade bucal. Com relação ao tratamento da mucosite analise as indicações abaixo:

I- Enxaguar com gluconato de clorexidina a 0,12%.

II- Aplicação da Laserterapia.

III- Orientação de higiene bucal.

IV- Aplicar pomada antibiótica local.

V- Prescrever bochecho com exaguatórios com álcool em sua composição.

Estão CORRETAS

a) I, III e IV.

b) I, II e V.

c) II, III e IV.

d) III, IV e V.

e) I, II e III.

Comentários:

A letra E foi dada como correta pela banca, mas fique atento pois Neville et al. (2016) sugerem o uso de
pastilhas com antibiótico.

Irei transcrever a conduta do principal livro de patologia Neville et al. (2016): " Um dos mecanismos mais
eficazes na redução da mucosite associada à radiação tem sido a colocação de bloqueadores de radiação na
linha média ou o uso do tratamento de radiação tridimensional para limitar o volume da mucosa irradiada.
Além disso, rolos de algodão ou proteções personalizadas têm sido utilizados para recobrir restaurações
dentárias metálicas para prevenir o feito de potencialização localizada da radiação. Outras intervenções para
reduzir a gravidade da mucosite, mas com menor evidência de benefícios, incluem o uso de aloe vera,
alupurinol, amifostina, benzidamina, mel, glutamina intravenosa e de pastilhas antibióticas contendo
polimixina/tobramicina/anfotericina. Uma vez presentes, o manejo das lesões é difícil e tentativas com um
grande número de tratamentos (como agentes anestésicos, analgésicos, antimicrobianos e protetores) têm
sido realizadas com resultados distintos. A irradiação com laser de baixa potência, a terapia fotodinâmica
com diodo e a proteção com sucralfato representam intervenções atuais para a redução da gravidade da
mucosite ativa. Terapias paliativas incluem bochechos com sal e bicarbonato de sódio, lidocaína viscosa e
“enxaguante bucal mágico” (lidocaína, difenidramina e caulim ou leite de magnésia). Quando todos os
tratamentos falham, a morfina intravenosa ainda é o tratamento padrão para a dor associada à mucosite
oral."
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Regezzi et al. (2013) citam que a utilização de antifúngicos, enxaguatórios com clorexidina e bochecho com
bicarbonato de sódio auxiliariam na redução da morbidade.

28- (CPCON/ODONTÓLOGO/2019) A leucoplasia oral é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como
qualquer outra doença”. O termo é estritamente clínico e não implica uma alteração tecidual
histopatológica específica. Sobre este tema, analise as afirmativas abaixo:

I- A radiação ultravioleta é aceita como um fator causal da leucoplasia de vermelhão de lábio inferior.

II- A prevalência da leucoplasia diminui em idades mais avançadas, especialmente para os homens que se
expõem continuamente ao sol e desenvolvem uma proteção mecânica nos tecidos.

III- A leucoplasia verrucosa proliferativa é caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplas placas ceratóticas
com projeções de superfícies ásperas que podem evoluir para um estágio no qual são indistinguíveis de um
carcinoma verrucoso e se tornarem um carcinoma de células escamosas.

IV- Lesões leucoplásicas iniciais surgem como placas levemente elevadas cinzentas ou branco-acinzentadas
com características clínicas variadas.

É VERDADE o que se afirma em:

a) I, III e IV.

b) II e III.

c) I, II, III e IV.

d) II, III e IV.

e) I e IV.

Comentários:

A radiação solar pode predispor ao câncer e verificamos tal associação no maior número de casos em lábio
inferior e no maior número de pessoas acometidas que exercem funções ao ar livre. A leucoplasia apresenta
forte predileção pelo gênero masculino (cerca de 8% nos homens com mais de 70 anos), e geralmente afeta
indivíduos com mais de 40 anos. A letra A está correta.

29 - (MAKIYAMA/PREF PIRACICABA/ CIRURGIÃO DENTISTA/2013) Assinale a alternativa que apresenta


uma das neoplasias malignas que mais acomete a cavidade bucal:

a) Carcinoma Espinocelular.

b) Carcinoma in situ.

c) Eritroplasia.

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d) Leucoplasia.

e) Carcinoma Basocelular.

Comentários:

A letra A está correta. Essa é fácil e dispensa comentários pois o CEC representa mais de 90% das neoplasias
malignas orais.

30 - (CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2017) Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o


procedimento que permite a análise completa da mandíbula e maxila e o que analisa quadro
histopatológico.

a) Biópsia e Teste de coagulação.

b) Teste de coagulação e Biópsia.

c) Radiografia panorâmica e Biópsia.

d) Radiografia panorâmica e Tempo de sangria.

Comentários:

No contexto radiográfico, existem circunstâncias nas quais é oportuna a solicitação de documentação


radiográfica suplementar, tal como a radiografia panorâmica, que permite a visualização completa da
mandíbula e maxila, sendo adequada para o diagnóstico de fraturas amplas, cistos e tumores do complexo
maxilomandibular.

Biópsia – análise do quadro histopatológico.

Teste de coagulação – para os casos em que haja suspeita de discrasias sanguíneas, a fim de observar as
deficiências plasmáticas de coagulação e atividade anticoagulante.

Tempo de sangria – exame a partir do qual se observa o tempo necessário para que ocorra a hemostasia
sanguínea.

A letra C está correta.

31- (CADAR/ESTOMATOLOGIA/2014) A osteíte condensante é vista, frequentemente, em crianças e


adultos jovens, mas também pode ocorrer em pessoas idosas. A alteração clássica consiste em uma zona
localizada e, geralmente, uniforme de radiopacidade aumentada adjacente ao ápice de um dente que
exibe um aumento do espaço do ligamento periodontal. A maioria dos casos ocorre nas regiões de pré-
molares e molares inferiores. A polpa dentária do dente envolvido apresenta pulpite ou necrose. A lesão
não exibe uma margem radiolúcida. O tratamento da osteíte condensante consiste em:

a) biópsia incisional.

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b) biópsia excisional.

c) prescrição de anti-inflamatório.

d) resolução do foco da infecção odontogênica.

Comentários:

A letra D está correta. Pessoal, coloquei esta questão para revisar um conteúdo já ministrado pela professora
Mirela, mas que agora veremos sob o ponto de vista dos livros de patologia. A resolução do foco da infecção
odontogênica pode ser a extração ou tratamento endodôntico. O diagnóstico da osteíte é clínico, não sendo
necessária a bióspia excisional nem incisional. A prescrição de anti-inflamatório não se refere ao tratamento
desta doença.

32 - (FUNDASUS/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/ESTOMATOLOGIA/2015) Referente ao


processo diagnóstico, é INCORRETO afirmar que:
a) a anamnese e o exame clínico são importantes no processo diagnóstico.
b) o esfregaço citológico substitui a biópsia para obtermos um diagnóstico preciso na maioria dos casos.
c) na biópsia excisional a lesão é removida por completo.
d) o estabelecimento da comunicação com o paciente é, talvez, a parte mais importante durante a anamnese
e o exame físico.
e) examinar glândulas salivares e a cadeia de linfonodos de cabeça e pescoço fazem parte do exame físico
do paciente.

Comentários:
A citologia esfoliativa tem como principal finalidade a detecção de tumores malignos, também auxilia no
diagnóstico de doenças virais, bacterianas e fúngicas, mas não substitui a biópsia por não determinar o tipo
de lesão maligna. A alternativa correta é a letra B.

33 - (FUNDASUS/PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA/ESTOMATOLOGIA/2015) Em relação ao


procedimento de biópsia, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a
alternativa com a sequência correta.
( ) Deve-se acondicionar a peça cirúrgica em Formalina tamponada a 10%
( ) Deve-se infiltrar o anestésico local diretamente na lesão.
( ) Deve-se acondicionar a peça cirúrgica em soro fisiológico.
a) F-F-V
b) V-F-V
c) V-V-F
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d) V-F-F
e) F-V-F

Comentários:
Preferencialmente deve ser realizado o bloqueio anestésico, nos casos em que se realiza a técnica infiltrativa
essa deve ser periférica ao tecido a ser biopsiado. A alternativa correta é a letra D.

34 - (CONSÓRCIO OESTE POTIGUAR- RN/CIRURGIÃO DENTISTA/2019) As biópsias estomatológicas podem


ser descritas como um dos exames complementares que o cirurgião-dentista dispõe para estabelecer a
confirmação da hipótese diagnóstica de uma lesão bucal. Quando esse profissional remove cirurgicamente
toda a lesão, diz-se que o procedimento cirúrgico realizado foi biópsia

a) exfoliativa

b) incisional

c) excisional

d) citológica

Comentários:

A letra A está incorreta. A banca tentou realizar confusão com o termo citologia esfoliativa.

A letra B está incorreta. A biópsia incisional remove parte da lesão, um fragmento, e inclui tecido da lesão e
normal.

A letra C está correta. A biópsia excisional é preferida para lesões pequenas.

A letra D está incorreta. O termo não se aplica.

35 - (CADAR/ESTOMATOLOGIA/2014) São indicações de biópsia incisional, exceto:


a) lesões extensas (> 3 cm).
b) lesões de pequenas dimensões.
c) manifestação bucal de doença sistêmica.
d) lesões suspeitas de neoplasias malignas.

Comentários:
A biópsia excisional é indicada em lesões de pequenas dimensões. A alternativa correta é a letra B.

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36 - (IBFC/PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE/ESTOMATOLOGIA/2014) Paciente, 27 anos, sexo


feminino, apresentou lesão íntegra ao nível de mucosa de coloração avermelhada, medindo 1,5 cm em
seu maior diâmetro. Assinale a alternativa que apresenta a denominação correta dessa lesão:
a) Mácula
b) Bolha
c) Pápula
d) úlcera
Comentários:
A mácula é uma alteração circunscrita na coloração ou textura da mucosa, não é elevada ou deprimida em
relação aos tecidos circunjacentes. A alternativa correta é a letra A

37 - (VUNESP/PREF VALINHOS/2019) Em semiologia, a lesão fundamental caracterizada por perda parcial


do tecido epitelial sem atingir o tecido conjuntivo adjacente é comumente denominada:

a) Bolha
b) Erosão
c) Vesícula
d) Úlcera
e) Pápula

Comentários:

A letra A está incorreta. Bolha é o acúmulo de fluido dentro ou abaixo do epitélio com mais de 5mm (0,5cm)
em diâmetro, ou seja, uma lesão elevada com conteúdo líquido. Ex: pênfigo vulgar

A letra B está correta. Erosão é uma lesão superficial, geralmente causada pela perda de epitélio pela ruptura
de uma bolha ou vesícula. Geralmente cura sem cicatriz. Boraks (2013) afirma que não apresenta exposição
do conjuntivo. Alguns autores afirmam que quando não há exposição do conjuntivo o paciente não sente
dor. Ex: Líquen plano.

A letra C está incorreta. Vesícula pode ser definida como uma bolha superficial, com 5mm ou menos de
diâmetro, frequentemente preenchida por um líquido claro. Scully define como pequeno (<0,5cm) acúmulo
de fluido dentro ou abaixo do epitélio, ou seja, uma lesão elevada com conteúdo líquido. Ex: Herpes labial.

A letra D está incorreta. Úlcera é uma lesão caracterizada por perda de epitélio com exposição do tecido
conjuntivo, produzida por desprendimento do tecido necrótico. Geralmente assume aparência deprimida.
Essas lesões podem apresentar sangramento pela exposição do tecido conjuntivo que possui vasos
sanguíneos. A dor é outro achado já que no tecido conjuntivo existem terminações nervosas. Ex: Úlcera
aftosa.
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A letra E está incorreta. Pápula é uma lesão sólida e elevada, circunscrita, com menos de 5 mm (ou 0,5 cm)
em diâmetro. A altura dessa lesão é maior que o seu tamanho em extensão. Ex: Grânulos de Fordyce.

38 - (PROVA DE RESIDÊNCIA/CBMF) A utilização da aspiração por agulha fina é um método útil para avaliar:

a) a presença de células benignas nas lesões dentro do seio maxilar

b) a presença de células malignas em lesões nas mucosas (superfície) dentro da cavidade bucal

c) a presença de células malignas nas lesões subcutâneas e profundas da face e pescoço

d) a presença de células malignas dentro de lesões vasculares que estão localizadas no interior do osso
Comentários:
A alternativa correta é a letra C. A biópsia por agulha é realizada para coletar material de lesões em locais
de difícil acesso ou próximas a estruturas importantes (para evitar lesão).

39 - (UNASUS adaptada/ CURSO EAD/2020) Dentre as alternativas abaixo, qual indica uma etapa do
processo para estabelecer o diagnóstico de lesões brancas da boca:

a) Questionar o (a) paciente com relação aos medicamentos em uso.

b) Identificar possíveis agentes irritativos como trauma crônico.

c) Raspar a lesão com uma gaze ou espátula de madeira para verificar se há desprendimento.

d) Avaliar o tamanho, localização e padrão de distribuição.

e) Todas as afirmativas acima indicam etapas do processo para estabelecer o diagnóstico de lesões brancas
da boca.
Comentários:
A alternativa correta é a letra E. Todas as alternativas acima indicam etapas do processo para estabelecer o
diagnóstico.

Indicações para biópsia:

➢ Lesões que têm características neoplásicas ou cancerizáveis


➢ Lesões que estão aumentando de tamanho ou que apresentam crescimento rápido.
➢ Lesões persistentes que não possuem uma causa e persistem por mais de 10 a 14 dias.
➢ Lesões persistentes que fracassam na resposta ao tratamento (lembrando que as lesões devem ser
acompanhadas por um período de 7 a 14 dias).
➢ Lesões desconhecidas em áreas de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
➢ Lesão firmemente aderida ou fixa em estruturas adjacentes
➢ Confirmação do diagnóstico clínico.
➢ Lesões que estão causando ao paciente extrema preocupação.

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40- (RBO/HORTOLÂNDIA-SP/2014) Lesão fundamental caracterizada por perda total do epitélio com
exposição de tecido conjuntivo subjacente, dolorida e geralmente apresentando sangramento. Na maioria
dos casos é acompanhada de halo eritematoso ao redor, recoberto por pseudomembrana e com exsudato
na porção mais central. Trata-se:

a) Bolha

b) Nódulo

c) Erosão

d) úlcera

Comentários:

A letra D está correta. Vamos revisar esses conceitos:

Bolha. Vesícula grande, com mais de 5 mm de diâmetro.

Nódulo. Lesão sólida e elevada, com mais de 5 mm de diâmetro.

Erosão. Lesão superficial, muitas vezes originando-se secundariamente à ruptura de uma vesícula ou bolha,
que é caracterizada por perda parcial ou total do epitélio de superfície.

Úlcera. Lesão caracterizada pela perda do epitélio de superfície e frequentemente parte do tecido conjuntivo
subjacente. Em geral, aparece deprimida ou escavada.

41 - (RBO/HORTOLÂNDIA-SP/2014) Com relação à biópsia, assinale a alternativa correta:

a) É indicada em tumores encapsulados (para não provocar difusão para os tecidos vizinhos). Ex: Adenoma
pleomórfico.

b) Não é aconselhável proceder biópsia de lesões intraósseas.

c) É indicado que se proceda a biópsia em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se tem um
diagnóstico preciso prévio.

d) As áreas de necrose são ótimas para se proceder biópsia, pois são áreas que nos propiciam grandes
detalhes celulares.

Comentários:

A letra C está correta.

Indicações para biópsia:

➢ Lesões que têm características neoplásicas ou cancerizáveis


➢ Lesões que estão aumentando de tamanho ou que apresentam crescimento rápido.
➢ Lesões persistentes que não possuem uma causa e persistem por mais de 10 a 14 dias.

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➢ Lesões persistentes que fracassam na resposta ao tratamento (lembrando que as lesões devem ser
acompanhadas por um período de 7 a 14 dias).
➢ Lesões desconhecidas em áreas de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
➢ Lesão firmemente aderida ou fixa em estruturas adjacentes
➢ Confirmação do diagnóstico clínico.

Na técnica, a incisão é realizada em formato de cunha e deve incluir tecidos com características de
normalidade e alterados pela lesão (em lesões ulceradas as informações são removidas do tecido perilesional
que contém características de normalidade).

42- (RBO/HORTOLÂNDIA-SP/2014) Entre os exames complementares que podem ser utilizados pelo
cirurgião dentista para auxiliar o correto diagnóstico de afecções bucais está a citologia esfoliativa.
Assinale a alternativa correta.

a) A citologia esfoliativa evidencia apenas as lesões profundas

b) A citologia esfoliativa evidencia apenas as lesões superficiais.

c) A citologia esfoliativa não é indicada para lesões fúngicas

d) A citologia esfoliativa é indicada para lesões com necrose superficial.

Comentários:

A letra B está correta.

A citologia esfoliativa é um exame complementar que avalia células que esfoliaram naturalmente do
epitélio da mucosa bucal (as células colhidas são depositadas em uma lâmina de vidro, coradas e analisadas
em microscópio). A citologia esfoliativa tem sido muito utilizada para avaliação de lesões ulceradas e de
placas brancas hiperqueratóticas (confira abaixo outras indicações).

➢ Infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose)


➢ Doenças auto-imunes (pênfigo)
➢ Infecções virais (herpes primária, herpes recorrente)

Possui como vantagens a facilidade de realização, não necessitar de incisão, não ser invasiva ou traumática
e não apresentar complicações após o procedimento.

43- (FGV/SES-AM/DENTISTA/2014) Assinale a opção que corresponde ao tipo de técnica mais indicada
quando se deseja realizar a biópsia de uma lesão de grande tamanho (> 1cm), localizada próximo de
estruturas anatômicas importantes e com suspeita de malignidade.

a) Exame citológico.

b) Biópsia por aspiração.

c) Biópsia incisional.

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d) Biópsia excisional.

e) Esfregaço.

Comentários:

A Biópsia incisional é o procedimento que remove fragmento para análise. É indicada em casos de lesões
grandes, lesões que apresentam características diferentes em diferentes sítios ou em locais de risco, e lesões
com suspeita de malignidade. A incisão é realizada em formato de cunha e deve incluir tecidos com
características de normalidade e alterados pela lesão (em lesões ulceradas as informações são removidas do
tecido perilesional que contém características de normalidade).

A letra C está correta

44 - (FGV/SES-AM/DENTISTA/2014) As características presentes em lesões orais que geram a suspeita de


malignidade, são

a) a leucoeritroplasia, a ulceração de longa duração e a taxa de crescimento acelerada.

b) a supuração, o aspecto pediculado e a leucoeritroplasia.

c) as Lesões aderidas às estruturas subjacentes, o sangramento e a supuração.

d) o aspecto pediculado, a taxa de crescimento acelerada e a ulceração de longa duração.

e) o aspecto pediculado, o sangramento e a leucoeritroplasia.

Comentários:

Lembre-se das indicações de biópsia (a justificativa serve também para a questão 45

Indicações para biópsia:

➢ Lesões que têm características neoplásicas ou cancerizáveis


➢ Lesões que estão aumentando de tamanho ou que apresentam crescimento rápido.
➢ Lesões persistentes que não possuem uma causa e persistem por mais de 10 a 14 dias.
➢ Lesões persistentes que fracassam na resposta ao tratamento (lembrando que as lesões devem ser
acompanhadas por um período de 7 a 14 dias).
➢ Lesões desconhecidas em áreas de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
➢ Lesão firmemente aderida ou fixa em estruturas adjacentes
➢ Confirmação do diagnóstico clínico.

A letra A está correta

45- (FGV/SES-AM/DENTISTA/2014) Com relação às biópsias de lesões do complexo maxilo‐mandibular,


assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
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( ) Lesões de origem traumática devem obrigatoriamente ser biopsiadas.

( ) Alterações inflamatórias de causa desconhecida que persistam por longos períodos devem
obrigatoriamente ser biopsiadas.

( ) Lesões que exibam um rápido crescimento tecidual devem ser obrigatoriamente biopsiadas. As
afirmativas são, respectivamente,

a) F, V e V.

b) F, V e F.

c) V, V e V.

d) V, V e F.

e) F, F e V

Comentários:

A letra A está correta

46 -(RBO/SES-BH/CLÍNICO GERAL/2021) Acerca do câncer bucal, assinale a alternativa correta.

a) O câncer de cabeça e o de pescoço são, na sua maioria, neoplasias malignas que se iniciam no tecido
conjuntivo da boca por multiplicação celular ordenada, acometendo as vias aerodigestivas superiores e
inferiores.

b) A boca é considerada uma área de fácil acesso para o paciente, médicos e cirurgiões-dentistas. Qualquer
alteração nessa região tem fácil percepção, o que justifica o elevado número de diagnósticos do câncer bucal
de forma precoce quando a lesão se encontra ainda em estágio inicial.

c) Quanto ao diagnóstico precoce, é indispensável um exame clínico e físico como a palpação da cadeia
ganglionar do paciente, uma vez que é por ela que se inicia disseminação de metástases, por via linfática,
independentemente dos linfonodos estarem palpáveis ou não.

d) Os tipos mais comuns de câncer bucal são o carcinoma espinocelular e o ameloblastoma.

Comentários:

A letra A está incorreta. O carcinoma epidermoide origina-se do epitélio displásico e é histopatologicamente


caracterizado por ilhas e cordões de células epiteliais malignas. A invasão é representada pela extensão
irregular epitélio neoplásico através da membrana basal em direção ao tecido conjuntivo

A letra B está incorreta. Os pacientes com carcinoma epidermoide oral são na maioria homens, muitas vezes
mais velhos, que estavam cientes de uma alteração de quatro a oito meses antes de procurar ajuda
profissional (oito a 24 meses entre os grupos socioeconômicos mais baixos). Durante a fase inicial de
crescimento, a sensibilidade dolorosa é mínima, o que pode explicar o atraso na busca do cuidado
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profissional. Lembrando que muitos pacientes não fazem o autoexame e existem locais de difícil visualização
pelo paciente para que ele perceba pequenas alterações iniciais.

A letra C está correta. As metástases do carcinoma epidermoide bucal ocorrem principalmente através dos
vasos linfáticos para os linfonodos cervicais ipsilaterais. A metástase não é um evento precoce para os
carcinomas da cavidade oral propriamente dito. Contudo, devido ao diagnóstico tardio, aproximadamente
21% dos pacientes apresentam metástases cervicais ao diagnóstico (60% em relatos provenientes de centros
médicos terciários). Por outro lado, as neoplasias que surgem na região posterior, na orofaringe, são
propensas a metástases precoces.

A letra D está incorreta. Ameloblastoma é um tumor odontogênico

47-(FAURGS/PREF ALVORADA-RS/2011) Considere as afirmações abaixo sobre lesões bucais.

I - O líquen plano é uma doença mucocutânea mediada imunologicamente e é mais prevalente em mulheres.

II - A leucoplasia pilosa é mais comumente observada no dorso da língua.

III - As leucoplasias podem regredir espontaneamente após remoção de fatores de risco.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e II.

e) Apenas I e III.

Comentários:

A leucoplasia pilosa oral (LPO) é a lesão mais comum associada ao EBV nos pacientes com AIDS. A LPO se
manifesta como uma placa branca não destacável na mucosa. A maioria dos casos ocorre na borda da língua
e varia na aparência entre tênues estrias brancas verticais a áreas leucoplásicas espessas e corrugadas,
apresentando uma superfície queratótica e áspera. A letra E está correta.

48-(FAURGS/HCPA/2018) Assinale a alternativa correta sobre lesões brancas.

a) Nevo branco esponjoso é uma condição autossômica dominante que se manifesta na boca, em pacientes
idosos, e cede à raspagem.

b) A estomatite nicotínica caracteriza-se por alterações brancas generalizadas no palato duro e possui alto
risco de transformação maligna.

c) A forma mais comum de candidíase é a crônica, chamada de pseudomembranosa (sapinho).

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d) A leucoplasia é uma condição associada a pacientes de meia-idade ou idosos e possui risco relativo de
transformação maligna.

e) O líquen plano na forma de placa tende a ser confundido com a leucoplasia, especialmente por sua
característica de lesão localizada.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O nevo branco esponjoso (doença de cannon; displasia branca pregueada
familial) o é uma genodermatose relativamente rara (uma desordem cutânea determinada por via genética),
sendo herdada como um traço autossômico dominante com alto grau de penetrância e expressividade
variável. Essa condição ocorre razão de um defeito na queratinização normal da mucosa bucal. As lesões do
nevo branco esponjoso geralmente surgem ao nascimento ou na primeira infância, mas às vezes a condição
se desenvolve durante a adolescência. Placas difusas simétricas, espessas, corrugadas e aveludadas afetam,
na maioria das vezes, a mucosa jugal bilateralmente.

A alternativa B está incorreta. A estomatite nicotínica é uma das mais comuns alterações da mucosa do
palato duro. Com a exposição a longo prazo ao calor, a mucosa do palato se torna difusamente cinza ou
branca; numerosas pápulas ligeiramente elevadas são observadas, geralmente com centros vermelhos
puntiformes. Tais pápulas representam inflamação das glândulas salivares menores e seus orifícios ductais.

A alternativa C está incorreta. A candidíase pseudomembranosa é a forma mais bem reconhecida de


infecção por Candida. A candidíase eritematosa é mais comum que a candidíase pseudomembranosa.

A letra D está correta.

A letra E está incorreta. O líquen plano é uma doença dermatológica crônica relativamente comum, que
afeta frequentemente a mucosa bucal. A maioria dos pacientes com líquen plano engloba adultos de meia-
idade. As mulheres são mais afetadas, normalmente em uma razão de 3:2 em relação aos homens. O líquen
plano reticular tem como característica a presença de linhas brancas finas semelhantes a um rendilhado
(estrias de Wickham) e não a aparência de placa como a alternativa afirma.

49-(INST.AOCP/PREF. NOVO HÁMBURGO-RS/2020) A queilite actínica é uma condição potencialmente


maligna do vermelhão do lábio inferior, resultante da exposição crônica à luz UV. Assinale a alternativa
que apresenta uma característica dessa condição.

a) É mais prevalente em mulheres do que em homens.

b) A lesão se desenvolve lentamente e os pacientes, muitas vezes, não percebem seu desenvolvimento.

c) Os achados clínicos iniciais incluem a presença de eritroplasia.

d) No início dessa condição, é frequente a presença de ulcerações.

e) O tabagismo não influencia essa condição.

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Comentários:

A letra B está correta. A queilite actínica raramente ocorre em pessoas com idade inferior a 45 anos. Há uma
forte predileção pelo gênero masculino (proporção relatada homem-mulher 10:1), refletindo uma maior
atividade profissional ao ar livre e uso menos frequente de protetor labial dos homens em relação às
mulheres. A lesão se desenvolve tão lentamente que os pacientes muitas vezes são inconscientes de uma
mudança.

Os achados clínicos iniciais incluem atrofia (caracterizada por áreas lisas, manchadas e pálidas),
ressecamento e fissuras do vermelhão do lábio inferior, com margem indefinida entre o vermelhão e a pele.
Com a progressão da lesão, áreas descamativas e ásperas, aparecem nas porções ressecadas do vermelhão.
Essas áreas podem se espessar formando lesões leucoplásicas, especialmente quando se estendem perto da
linha úmida da mucosa labiaL.

Neville et al, apontam um aumento de suscetibilidade entre pacientes com determinados distúrbios
genéticos (p.ex., o xeroderma pigmentoso, albinismo e porfiria cutânea tardia). Além disso, cofatores, tais
como tabagismo e imunossupressão, podem aumentar a probabilidade de evolução para o carcinoma
epidermoide.

50-(CONSESP/2021) A biópsia é a remoção cirúrgica de tecido de um organismo vivo para avaliação


histopatológica. Assim sendo, todo material removido deve ser enviado para aanálise histopatológica.
Entretanto, existem circunstâncias onde é contraindicado o procedimento como é o caso de lesões:

a) nodulares

b) brancas - máculas ou pápulas

c) de origem vascular

d) ósseas expansivas

Comentários:

A letra C está correta. Silvio Boraks (2013) esclarece que podem existir duas contraindicações locais:
pacientes portadores de lesões suspeitas de melanoma e hemangioma. No entanto, o autor ressalta que em
lesões de pequenas dimensões se procede à remoção total, com margem de segurança, não existindo uma
contraindicação para o procedimento de remoção total, independentemente do tipo de lesão.

Existem no entanto, pelo menos teoricamente, situações em que os indivíduos que sejam portadores de
alterações sistêmicas que de alguma forma dificultem procedimentos cruentos e modifiquem o pós-
operatório, as quais podem ser impeditivas para a realização de manobras cirúrgicas. É o caso, por exemplo,
de pacientes:

Diabéticos: estão mais sujeitos a infecções, têm reparação tecidual e cicatrização retardadas pela
microangiopatia diabética e biossíntese do colágeno modificada.

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Cardíacos/Hipertensos: têm alterações pressóricas e do ritmo dos batimentos cardíacos, endocardite


bacteriana. Incluem-se pacientes anêmicos, hemofílicos, transplantados, que usam determinados
medicamentos, nefropatas, hepatopatas, entre outros.

51-(COREMU-SP/2021) Criança de 8 anos de idade apresenta um nódulo submucoso, assintomático, de


coloração azulada, no lado direito da mucosa labial inferior. Qual exame complementar é o adequado para
confirmar o diagnóstico?

a) biópsia excisional

b) biópsia incisional

c) aspiração por agulha fina

d) citologia exfoliativa

e) imunofluorescência

Comentários:

A letra A está correta.

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5- GABARITO

1. LETRA B
2. LETRA A
3. LETRA E
4. LETRA A
5. LETRA D
6. LETRA A
7. LETRA D
8. LETRA C
9. LETRA D
10. LETRA D
11. LETRA B
12. LETRA C
13. LETRA E
14. LETRA A
15. LETRA B
16. LETRA C
17. LETRA A
18. LETRA B
19. LETRA D
20. LETRA D
21. LETRA C
22. LETRA E
23. LETRA C
24. LETRA B
25. LETRA E
26. LETRA D
27. LETRA ---
28. LETRA A
29. LETRA A

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30. LETRA C
31. LETRA D
32. LETRA B
33. LETRA D
34. LETRA C
35. LETRA B
36. LETRA A
37. LETRA B
38. LETRA C
39. LETRA E
40. LETRA D
41. LETRA C
42. LETRA B
43. LETRA C
44. LETRA A
45. LETRA C
46. LETRA C
47. LETRA E
48. LETRA D
49. LETRA B
50. LETRA C

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Patologia Oral e Maxilofacial. NEVILLE, Brad W. et al., 4a ed., Elsevier, 2016.

Patologia oral: correlações clinicopatologicas. REGEZZI, J.A; SCIUBBA, J.J.; JORDAN, R.C.K. Elsevier, 2012 e
2018

Boraks, Silvio. Medicina bucal [recurso eletrônico] : tratamento clínico cirúrgico das doenças
bucomaxilofaciais / Silvio Boraks. – Dados eletrônicos. – São Paulo : Artes Médicas, 2011.

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7- RESUMO

Mácula - Área focal de alteração de coloração, que não é elevada ou deprimida em relação aos tecidos
circunjacentes.
Pápula - Lesão sólida e elevada, com menos de 5 mm de diâmetro.
Nódulo - Lesão sólida e elevada, com mais de 5 mm de diâmetro.
Séssil - Descrição de um tumor ou crescimento no qual a base é a região mais larga da lesão.
Pediculado - Descrição de um tumor ou crescimento no qual a base é mais estreita que a parte mais larga da
lesão.
Papilar - Descrição de um tumor ou crescimento exibindo numerosas projeções de superfície.
Verrucoso - Descrição de um tumor ou crescimento que exibe uma superfície rugosa e verrucosa. Vesícula -
Bolha superficial, com 5 mm ou menos de diâmetro, frequentemente preenchida por um líquido claro.
Bolha - Vesícula grande, com mais de 5 mm de diâmetro. Pústula. Vesícula ou bolha preenchida por exsudato
purulento
Úlcera - Lesão caracterizada pela perda do epitélio de superfície e frequentemente parte do tecido
conjuntivo subjacente. Em geral, aparece deprimida ou escavada.
Erosão - Lesão superficial, muitas vezes originando-se secundariamente à ruptura de uma vesícula ou bolha,
que é caracterizada por perda parcial ou total do epitélio de superfície.
Fissura - Ulceração estreita, semelhante a uma fenda ou sulco.
Placa - Lesão ligeiramente elevada que apresenta superfície plana.
Petéquia - Área de hemorragia puntiforme e circular.
Equimose - Área de hemorragia não elevada, maior que uma petéquia.
Telangiectasia - Lesão vascular causada pela dilatação de pequenos vasos sanguíneos superficiais.
Cisto - Cavidade patológica revestida por epitélio, muitas vezes preenchida por material líquido ou
semissólido.
Unilocular - Descrição de uma lesão radiolúcida contendo apenas um compartimento.
Multilocular- Descrição de uma lesão radiolúcida contendo diversos ou muitos compartimentos

Indicações para biópsia:

➢ Lesões que têm características neoplásicas ou cancerizáveis


➢ Lesões que estão aumentando de tamanho ou que apresentam crescimento rápido.
➢ Lesões persistentes que não possuem uma causa e persistem por mais de 10 a 14 dias.
➢ Lesões persistentes que fracassam na resposta ao tratamento (lembrando que as lesões devem ser
acompanhadas por um período de 7 a 14 dias).
➢ Lesões desconhecidas em áreas de alto risco para o desenvolvimento do câncer.
➢ Lesão firmemente aderida ou fixa em estruturas adjacentes
➢ Confirmação do diagnóstico clínico.
➢ Lesões que estão causando ao paciente extrema preocupação.

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São consideradas por Hupp et al. (2009) áreas de alto risco e que devem ser monitoradas: assoalho da boca,
as superfícies lateral e ventral da língua e as mucosas vestibular e do lábio inferior.

Tipos de biópsia (em relação a quantidade de material retirado):

➢ Biópsia incisional: é o procedimento que remove fragmento para análise. É indicada em casos de
lesões grandes, lesões que apresentam características diferentes em diferentes sítios ou em locais de
risco, e lesões com suspeita de malignidade. A incisão é realizada em formato de cunha e deve incluir
tecidos com características de normalidade e alterados pela lesão (em lesões ulceradas as
informações são removidas do tecido perilesional que contém características de normalidade).

➢ Biópsia excisional: é o procedimento que realiza a remoção completa da lesão. É indicada para lesões
pequenas e, muitas vezes, é por retirar toda a lesão acaba sendo o próprio o tratamento.

A citologia esfoliativa tem como principal finalidade a detecção de tumores malignos (câncer).

São indicações (Fonte: Medicina Bucal - Boraks):

➢ No diagnóstico de lesões ulceradas que persistam na mucosa bucal, inalteradas, ou que não
apresentam sinais de melhora espontânea ou com tratamento.
➢ No diagnóstico de lesões que seriam submetidas à biópsia.
➢ Em lesões extensas ou múltiplas, selecionando o local mais adequado para realização da biópsia.
➢ No controle de áreas submetidas a radioterapia, onde se observam alterações típicas de radiação.
➢ No controle da evolução de certas doenças.
➢ No controle de lesões cancerizáveis e de áreas onde houve remissão de tumor maligno em pacientes
que, de alguma forma, estão impedidos de realizar intervenção cruenta.
➢ Em áreas onde o teste do azul de toluidina (Teste de Shedd) foi positivo.
➢ Em lesões aparentemente inócuas e que não apresentem razão suficiente para a realização de
biópsia. Quando a suspeita clínica sobre determinada lesão ainda persiste, mesmo após resultado
negativo para câncer na biópsia.

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SÃO LESÕES PRÉ-MALIGNAS QUE APRESENTAM POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO:

Lesões consideradas potencialmente malignas que acometem a mucosa oral, faríngea e laríngea:

NOME DA DOENÇA POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA


Leucoplasia Verrucosa Proliferativa ++++++
Palato nicotínico em tabagistas invertidos +++++
Eritroplasia +++++
Fibrose submucosa oral +++++
Eritroleucoplasia ++++
Leucoplasia granular ++++
Queratose laríngea +++
Queilite actínica +++
Leucoplasia espessa, lisa ++
Língua vermelha e lisa da Síndrome de Plummer-Vinson ++
Queratose do tabaco sem fumaça +
Líquen plano (formas erosivas) +?

A etiologia da leucoplasia ainda é incerta, mas diversos fatores têm sido apontados:

Tabaco

Álcool

Sanguinaria

Radiação ultravioleta

Microrganimos

Trauma

Deficiência por Ferro

Leucoplasia:

➢ “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como
qualquer outra doença
➢ é a lesão potencialmente maligna oral mais comum (= 85% das lesões)
➢ apresenta forte predileção pelo gênero masculino (cerca de 8% nos homens com mais de 70 anos),
➢ afeta indivíduos com mais de 40 anos
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➢ ocorre aproximadamente de 5 anos antes da ocorrência do carcinoma de células escamosas oral.


➢ cerca de 70% dos casos ocorrem no vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva; 90% das
leucoplasias que exibem displasia ou carcinoma ocorrem na língua, vermelhão do lábio e soalho de
boca.

Leucoplasia Verrucosa Proliferativa (LPV):

➢ caracterizada pelo desenvolvimento, lento e progressivo, de múltiplas placas ceratóticas com


projeções de superfície rugosas que, com a progressão, assumem um aspecto exofítico e verrucoso
assemelhando-se ao carcinoma verrucoso.
➢ afeta a gengiva
➢ apresenta forte predileção pelo gênero feminino (1:4 razão homem-mulher).
➢ com a evolução transforma-se em um carcinoma de células escamosas geralmente dentro de um
período de 8 anos após o diagnóstico inicial.

A conduta diante das leucoplasias deve ser de biopsiar a área para obter o diagnóstico histopatológico e
conduzir o tratamento mais adequado. As leucoplasias sem displasias devem ser acompanhadas a cada 6
meses. A LVP exibe uma alta taxa de recorrência (83%) e após a excisão deve ter um acompanhamento de
longo prazo.

Eritroplasia

➢ "mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer
outra condição".
➢ praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam displasia epitelial significativa,
carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo.
➢ acomete a faixa etária que vai desde a adultos de meia-idade a idosos, sem apresentar predileção
por sexo.
➢ o soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais acometidos e múltiplas lesões podem estar
presentes.
➢ cerca de 90% das lesões eritroplásicas constituem histopatologicamente displasias epiteliais severa.

Ceratose da bolsa de tabaco:

➢ característica clínica: recessão gengival indolor na área de contato do tabaco.


➢ geralmente leva de 1 a 5 anos para se desenvolver

LESÃO CARACTERÍSTICA ASPECTO CLÍNICO


CERATOSE ACTÍNICA É uma lesão potencialmente Os locais mais acometidos são a
maligna cutânea comum, face, pescoço, dorso das mãos,
causada pela exposição intensa à antebraços e couro cabeludo. As
radiação UV. lesões aparecem como placas
lamelares irregulares que variam
em cor normal ao branco, cinza
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ou marrom, e podem ser


sobrepostas a um fundo
eritematoso. As lesões
apresentam uma textura de
"lixa", com leve elevação da
superfície e geralmente afetam
pessoas abaixo dos 40 anos.

QUEILITE ACTÍNICA Acomete mais o lábio inferior Clinicamente é vista como uma
mais exposto ao sol, em área pálida, com perda do limite
indivíduos leucodermas com mais vermelhão/pele.
de 45 anos. O sexo mais
acometido é o masculino (10:1).
Apresenta desenvolvimento
lento. O Tratamento consiste em
uso do protetor solar, biopsia
diagnostica, vermelhonectomia,
proservação.
MELANOMA O melanoma está associado à
São quatro os tipos
exposição aguda de pessoas de clinicopatológicos de melanoma:
pele clara aos raios UV.
MELANOMA DE DISSEMINAÇÃO
SUPERFICIAL: a forma mais
comum de melanoma => mácula,
geralmente menor que 3 cm,
levemente elevado nas regiões
interescapular nos homens e a
parte de trás das pernas e coxas
nas mulheres.

MELANOMA NODULAR: lesão


exofítica pigmentada.

MELANOMA LENTIGO MALIGNO:


mácula com bordas irregulares e
uma variedade de cores, com
histórico de expansão lenta

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MELANOMA LENTIGINOSO
ACRAL (melanoma lentiginoso
mucoso): é a forma mais comum
de melanoma em melanodermas
e também a forma mais comum
de melanoma oral.

CARCINOMA DE CÉLULAS BASAIS Localmente invasivo e com Clinicamente tem a aparência de


expansão lenta, porém a nódulo, roletes endurados,
ocorrência de metástase é rara. ulceração e apresenta
Não ocorre dentro de boca. telangiectasias. Afeta mais a pela
da cabeça e pescoço, como
resultado da incidência de
radiação UV. Apresenta
associação com a síndrome de
Gorlin Goltz.
CARCINOMA VERRUCOSO Acomete mais os homens e Os sítios preferenciais são:
vestíbulo, mucosa jugal e palato.
fumantes. Apresenta um padrão
Não pode ser tratado por
de crescimento mais expansivo radioterapia, apenas com
cirurgia.
do que invasivo e não causa
metástase. Apresenta bom
prognóstico.
CARCINOMA DO VERMELHÃO Acomete mais pessoas de pele Clinicamente é vista uma
DO LÁBIO
clara ou com uma exposição ulceração endurecida, indolor,
prolongada à radiação UV crostosa e exsudativa que
proveniente da luz solar ou com apresenta geralmente menos de
uma história de dano agudo solar. 1 cm no seu maior diâmetro
Geralmente associada à queilose quando descoberta.
actínica e 90% das lesões estão
localizadas no lábio inferior. O
crescimento é lento e muitos
pacientes relatam ter percebido a

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lesão há no mínimo 1 não antes


de procurar atendimento.

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