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Funçao Social Dos Contratos
Funçao Social Dos Contratos
Curso: Direito
Discentes:
Amelia
Anísia Carrajola -
Etelvino
Fernanda Mahesse -
João Sitoé -
Julia
O Contrato tem grande importância na sociedade, pois em seu conceito amplo, o homem contrata
diversas vezes durante o seu dia a dia, desde a compra em um mercado à realização de um
empréstimo bancário. Deste modo, o contrato se torna um valioso objeto de estudo em todos os
seus aspectos.
Será necessário a observação de alguns princípios contratuais visto que o objetivo deste trabalho
é abordar da função social do contrato, que, como todo o princípio, tem vasto campo de
interpretação e consequentemente várias maneiras de aplicação.
A nova concepção do contrato tem a função social como elemento nuclear, limitando institutos
de conformação nitidamente individuais, de forma a atender os ditames do interesse coletivo,
acima daqueles do interesse particular, e, importando, ainda em igualar os sujeitos de direito, de
modo que a liberdade cabível a cada um deles cabe, seja igual para todos.
Exigindo a mudança do foco da declaração de vontade, a visão do indivíduo por si só, como uma
entidade que pudesse viver com auto-suficiência por uma visão de conjunto, pela pessoa como
elemento da comunidade de que participa. Os fatores internos, de cada um já não podem ser
materializados sem que seja pensada a finalidade social do ato manifestado.
Origem
A função social do contrato originou-se à partir do momento que o Estado deixou de ser
totalmente liberal, e passando a intervir nas relações entre os particulares para aplicação de
normas e preceitos fundamentais e de interesse público.
Referencia: COUTO, Fernando Hudson. A função social dos contratos. Artigo publicado em
http://www.viannajr.edu.br/revista/dir/down.asp?url=doc/art-30002. Pdf›.
Conceito
A função social do contrato se resume na limitação contratual em que as partes devem observar
as normas gerais do direito, as normas morais e éticas da sociedade, bem como os interesses
coletivos e sociais, traduzido no bem comum. Sinteticamente, o contrato deve cumprir sua
função social que dele se espera.
Segundo (Pablo Gagliano 2005, p.55), a função social do contrato é, antes de tudo, um
princípio jurídico de conteúdo indeterminado, que se compreende na medida em que lhe
reconhecemos o precípuo efeito de impor limites à liberdade de contratar, em prol do bem
comum.
O princípio da função social do contrato é cláusula geral, devendo ser observada por todos, em
todos os contratos. É também norma aberta, em razão da abrangência ilimitada do seu conceito,
devendo em cada caso se observar se há aplicação ou não do princípio, pois o bem comum, o
interesse social, se dá por inúmeras maneiras.
Portanto, a função social do contrato é um princípio que determina que os contratos devem ser
criados e executados cumprindo uma função social, seja esta função individual, entre as partes
contratantes e os seus interesses próprios, ou uma função pública, a todas as demais pessoas, a
sociedade, o interesse dela sobre o contrato.
Carlos Gonçalves afirma que a função social do contrato só será cumprida se observados os dois
aspectos:
A função individual do contrato pode ser demonstrada na expectativa das partes no seu conteúdo,
ou seja, a finalidade do contrato para os contratantes. A função pública do contrato se observa
por exemplo na preservação do meio ambiente, que é de interesse social, BASE LEGAL
Portanto, compreende como função social, primeiro atendendo os interesses individuais das
partes contratantes, e segundo aos interesses da sociedade, cumprindo estas duas funções, estará
sim cumprindo a real função social do contrato.
Aplicação
A função social do contrato é utilizada sempre que se tenha uma relação contratual em que
apesar de cumpridas as clausulas contratuais, ocorreu um problema que fez com que o contrato
apesar de válido entre as partes e apto a produzir efeitos, não atingiu os objectivos sociais de um
contrato, e logo deve ser revisto ou anulado.
Entre as partes não pode não haver qualquer problema, oque levaria o contrato a ser mantido, de
acordo com a doutrina tradicional. Porém pode haver um problema no contrato que afetar à
sociedade, e deste modo, mesmo que as partes queiram, este não pode ser efetivado. Busca-se
com isso o bem maior, que é o bem da sociedade, em detrimento do particular, do egoístico.
Assim a função social do contrato atua conjuntamente com o princípio da autonomia da vontade
privada, ou como é modernamente denominado, princípio da autonomia privada. Deste modo
não basta o adágio do pacta sunt servanda, ou seja, o pacto faz lei entre as partes. Isso porque é
superior à vontade acordada entre as partes, um bem maior que é o respeito ao bem comum.
Segundo Miguel Raele, tratar da função social dos contratos, é exclarecé-los quanto a busca
de valores coletivos:
Como se vê a atribuição de função social ao contrato não vêm impedir que as pessoas
naturais ou jurídicas livremente concluam, tendo em vista a realização dos mais diversos
valores. O que se exige é apenas que o acordo de vontades não se verifique em
detrimento da coletividade, mas represente um dos seus meios primordiais de afirmação e
desenvolvimento.
É importante ressalvar que a “função social do contrato” e o “pacta sunt servanda” não se
excluem, mas se integram. Os contratos ainda são respeitados quando feitos entre as partes,
tendo sua força de lei, porém este agora sofre a limitação de estar de acordo com uma função
social. A aplicação da função social do contrato deve ser conjunta com outros princípios,
inclusive o da boa-fé objetiva.
Há na doutrina juristas que entendem que a função social do contrato tem aplicação interna nos
contratos, e outros que admitem também a influência externa. A posição majoritária é a que
admite o domínio externo. É defensor dessa posição Humberto Theodoro, quando afirma:
“Logo só se pode pensar em função social do contrato, quando este instituto jurídico interfere no
domínio exterior aos contratantes, isto é, no meio social em que estes realizam o negócio de seu
interesse privado”