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INGLÊS
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÁNCIA
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Licenciatura Em Ciência Política e Relações Internacionais
INGLÊS
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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3
1.1. Objetivo................................................................................................................................3
1.2. Metodologia..........................................................................................................................4
2. Definição de diarreia................................................................................................................5
2.3.1. Reidratação........................................................................................................................6
2.4. África Subsaariana: Diarreia mata mais de três mil crianças por dia...................................6
3. Conclusão...............................................................................................................................10
4. Bibliografia.............................................................................................................................11
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1. Introdução
A falta de informação e em muitos casos a negligência de sintomas como a diarreia, nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, leva ao aumento da taxa de morbilidade e mortalidade em
crianças, adultos e idosos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF são registados, por ano, cerca de
2 biliões de casos de diarreia em todo o mundo (World Gastroenterology Organisation World
Global Guideline - Diarreia aguda em adultos e crianças: uma perspectiva mundial, 2012).
Nos países desenvolvidos, apesar da escassez de dados, os casos de diarreia ainda são
consideráveis, daí a importância de se conhecer os tipos, causas e tratamentos da diarreia. Na
Europa e América, em crianças dos 0 aos 59 meses, existem cerca de 111 milhões e 220 milhões
de episódios anuais de diarreia, respetivamente (Lamberti, Fischer Walker, & Black, 2012).
Segundo Lamberti, Ficher Walker e Black (2012) destes valores na Europa, 72 milhões são
episódios ligeiros, 38 milhões são episódios moderados e 556 mil são episódios severos de
diarreia.
1.1. Objetivo
Este trabalho, tem como principais objetivos o estudo e a análise de uma patologia que afeta
milhares de pessoas - a diarreia em Africa - e que em muitos casos é negligenciada, conduzindo a
complicações mais graves do que aquelas que seriam esperadas.
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1.2. Metodologia
Para o desenvolvimento desta monografia foram analisados várias diretrizes e relatórios da
Organização Mundial de Saúde, Colégio Americano de Gastroenterologia. Foram realizadas em
simultâneo diversas pesquisas no PUBMED, de modo a complementar a informação dos
relatórios mencionados. Relativamente à pesquisa de outros documentos esta foi realizada nas
plataformas informáticas disponíveis, como a plataforma da Sociedade Portuguesa de
Gastroenterologia e em livros como “Fisiopatologia - Fundamentos e Aplicações”, “Manual de
Terapêutica Médica”, “Harrison - Medicina Interna”,”Anatomia Geral – Moreno” e “Gray´s
Anatomy”
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2. Definição de diarreia
A OMS define diarreia, como a “dejeção de fezes moles ou líquidas pelo menos três vezes em 24
horas”, sendo a principal preocupação a consistência e não a frequência (World Health
Organization. The treatment of diarrhoea: a manual for physicians and other senior health
workers, 2005).
De acordo com Ponce (2010), a capacidade absortiva do cólon não excede 2 a 3 l por dia e
qualquer perturbação fisiológica do intestino delgado provoca um enorme desequilíbrio do
balanço hídrico do tubo digestivo.
A diarreia pode estar relacionada com uma simples alteração intestinal ou ser causada por
bactérias, vírus, parasitas, medicamentos (iatrogénica), problemas intestinais ou intolerâncias
alimentares (National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, s.d.).
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2.2. Tipos de diarreia do ponto de vista clínico
É considerada diarreia aguda quando tem uma duração inferior ou igual a 2 semanas, e diarreia
crónica quando tem uma duração superior ou igual a 4 semanas (Braunwald et al., 2002).
Contudo, tanto Ponce (2010) como Braunwald e colaboradores (2002), consideram a existência
de outro tipo de diarreia no período entre as 2 e as 4 semanas, a diarreia persistente ou subaguda.
2.3.1. Reidratação
Segundo a OMS, o tratamento mais importante da diarreia é assegurar a reposição de fluidos e
eletrólitos. Nas últimas três décadas, conseguiu-se reduzir a taxa de mortalidade associada graças
à distribuição e ao uso generalizado de soluções de reidratação oral (SRO) (Sociedade
Portuguesa de Gastrenterologia - Diarreia: avaliação e tratamento. Normas de orientação clínica,
2013, World Gastroenterology Organisation World Global Guideline - Diarreia aguda em adultos
e crianças: uma perspectiva mundial, 2012).
Nos casos de diarreia leve a reposição de líquidos e a toma de SRO torna-se suficiente. No
entanto, em casos de desidratação extrema a reidratação terá de ser intravenosa (Braunwald et
al., 2002).
2.4. África Subsaariana: Diarreia mata mais de três mil crianças por dia
De acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Criança (UNICEF) e pela
Organização Mundial de Saúde refere que 89 por cento da população mundial, ou seja mais de
seis mil milhões de pessoas, têm agora acesso fontes de água potável.
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Onze por cento da população mundial – ou seja, 783 milhões de pessoas – ainda não têm acesso
a água potável.
O relatório da ONU refere que a maior parte das pessoas no mundo têm agora acesso a água
potável. E adianta que, entre 1990 e 2010, mais de dois mil milhões de pessoas obtiveram acesso
a água canalizada, a poços protegidos e a outras fontes melhoradas de água limpa.
Estas são as boas notícias. As más, diz a ONU, é que pelo menos 11 por cento da população
mundial ou seja, 783 milhões de pessoas – ainda não têm acesso a água potável.
De acordo com o Sanjay Wijesekera o responsável pelo sector da água, saneamento e higiene da
UNICEF. Diz ele: “Mais de três mil crianças morrem, diariamente, de diarreia, sendo mesmo a
principal causa de morte na África Subsaariana. E isto deve-se à falta de acesso a água potável, a
instalações sanitárias e a falta de higiene”.
O relatório refere que, globalmente, mais de 40 por cento de todas as pessoas que não têm acesso
a água potável vivem na África Subsaariana.
Ainda no relatório da ONU se observa que não só os países mais ricos melhoraram a qualidade
da água e dos serviços de sanidade e que algumas das nações mais pobres também o fizeram com
resultados notáveis. E cita, a propósito, o caso do Malawi, onde metade da sua população de
cerca de 15 milhões tem acesso a água potável. O Burkina Fasso obteve resultados semelhantes.
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Os distritos costeiros da Província de Nampula, foram mais afetados, nomeadamente Ilha de
Moçambique, Mossuril e Mogincual, Angoche, Monapo ficaram incontactáveis e muitos
inacessíveis, com a destruição de vias de acesso e cortes de energia eléctrica.
No Distrito da Ilha de Moçambique onde o Técnico Superior de Saúde Pública, Sr. Rosário
Silva, trabalha há 15 anos, duas pessoas perderam a vida. O responsável pela vigilância
epidemiológica explica também como o seu distrito foi afetado pelo ciclone Gombe. “O Serviço
Distrital de Saúde, Mulher e Ação Social (SDSMAS)” funcionava na Ilha sede antes da
passagem do ciclone Gombe. Infelizmente por causa do ciclone eu e a minha equipa fomos
forçados a mudar para o centro de Saúde de Lumbo. Onde tivemos que nos acomodar, nos
serviços de internamento Pediátricos.
O ciclone afetou muito a nossa comunidade, porque muitas pessoas ficaram desalojadas e
tiveram que passar muito tempo nas escolas sem quais quer condições adequadas de saneamento
e proteção. Durante o mesmo período muitas pessoas começaram a utilizar águas de fontes não
próprias”.
Rosário admite que apesar das dificuldades, OMS tem sido um parceiro fiel a SDSMAS, no que
diz respeito aos aspetos de formação em manejo de casos e na vigilância sanitária ligada a
doenças diarreicas e Malária. “Após a passagem do ciclone Gombe a capacitação recebida pela
OMS, ajudou-me a aumentar os meus conhecimentos no que diz respeito o manejo de casos de
diarreia e malaria na minha comunidade. A OMS também tem nos ajudado no processo de
colheita de amostras de água de poços nos locais afetados pelo ciclone. Ajudando assim a
resolver casos suspeitos de diarreia no Distrito”.
O Técnico reconheceu que o apoio técnico prestado pela OMS, ajudou a reduzir os elevados
casos de diarreia apos o ciclone Gombe.” Depois de ciclone registamos uma tendência de
aumento de casos de diarreia, mas com o apoio da OMS nos últimos tempos temos vindo a
registar uma redução dos casos de maneira significativa”.
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Ilha de Moçambique um dos 5 distritos costeiros mais fustigados pela tempestade tropical. “Este
material que recebemos hoje, vai nos ajudar a combater doenças de origem hídrica no Distrito”.
Desde Abril deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceira com o Serviço
provincial e distrital e outros parceiros têm vindo a fazer o levantamento das necessidades do
sector, de modo a responder de forma efectiva para aliviar o sofrimento das pessoas afetadas
principalmente as mais vulneráveis.
Dr. Faquir Calú, Gestor de Incidentes na Operação de Resposta ao ciclone Gombe no Sub
escritório da OMS em Nampula, declarou que “A OMS tem vindo a apoiar a Província de
Nampula, principalmente em 5 Distritos mais afectados pelo Ciclone Gombe, nomeadamene:
Ilha de Moçambique, Mossuril, Mongincual, Monapo e Meconta nos aspetos de coordenação
(deste da coordenação dos parceiros de saúde a grupos técnicos de trabalho) a alocação de
recursos e implementação de planos de resposta. Para além do apoio técnico na prevenção de
doenças com alto potencial epidémico tais como diarreias e malária”.
A OMS tem providenciado materiais e insumos médicos para prevenção e tratamento de casos de
diarreia em ambulatório a serviços distritais de saúde.
Como forma de garantir que os cuidados de saúde continuassem a ser oferecidos nos centros de
saúde afectados e danificados pela tempestade tropical a OMS doou tendas de diferentes
tamanhos (72m2, 44m2 e 24m2) a 4 centros de saúde nos distritos de Mossuril e Mogincual.
“A OMS tudo fará para continuar a providenciar suporte a província de Nampula e aos distritos
afetados de forma a aliviar o sofrimento das comunidades afetadas. Continuaremos engajados
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nesta missão”. Acrescenta Dr. Faquir Calú, Gestor de Incidentes na Operação de Resposta ao
ciclone Gombe no Sub escritório da OMS em Nampula.
3. Conclusão
Conhecer os tipos de diarreias existentes, saber identificá-las, saber o seu tratamento e as suas
limitações é de extrema importância. Independentemente do agente etiológico, os casos mais
leves de diarreia sem complicações, tanto em crianças como em adultos, devem ser tratados
recorrendo às SRO, à ingestão de líquidos e uma dieta apropriada ao estado do doente.
O relatório da ONU refere que a maior parte das pessoas no mundo têm agora acesso a água
potável. E adianta que, entre 1990 e 2010, mais de dois mil milhões de pessoas obtiveram acesso
a água canalizada, a poços protegidos e a outras fontes melhoradas de água limpa.
Estas são as boas notícias. As más, diz a ONU, é que pelo menos 11 por cento da população
mundial ou seja, 783 milhões de pessoas – ainda não têm acesso a água potável.
Muitas das terapêuticas utilizadas para o tratamento da diarreia não são sujeitas a receita médica,
podendo ser livremente adquiridas na farmácia pelos utentes. Contudo é imprescindível, que o
profissional de saúde que esteja a realizar o atendimento, saiba esclarecer o utente relativamente
às medidas a tomar e consiga prevenir possíveis interações medicamentosas, efeitos secundários
ou mesmo a toma de medicamentos desnecessários. Dependendo do tipo de diarreia e da sua
evolução pode ser necessário a utilização de outras medidas farmacológicas, tais como
antibióticos. O reencaminhamento dos doentes para um médico, torna-se essencial para que haja
um diagnóstico mais preciso e a implementação de outro tipo de terapêutica sujeita a receita
médica.
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4. Bibliografia
Abdo, A., & Beck, P. (2003). Diagnosis and management of microscopic colitis. Canadian
Family Physicians, 49, 1473–1478.
Allen, S., Martinez, E., Gregorio, G., & Dans, L. (2010). Probiotics for treating acute infectious
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Allen, S., Okoko, B., & Martinez, E. (2004). Probiotics for treating infectious diarrhoea.
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Bhutta, Z., & Hendricks, K. (1996). Nutritional management of persistent diarrhea in childhood:
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Black, R., Cousens, S., Johnson, H., Lawn, J., Rudan, I., Bassani, D., … Cibulskis, R. (2010).
Global, regional, and national causes of child mortality in 2008: a systematic analysis. Lancet.
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