Redação 2º BIMESTRE
Prof. Renato Dias
Dissertação-argumentativa
Aluno (a):_____________________________________________________Turma:
Os vícios de linguagem são erros linguísticos
cometidos, geralmente, por quem desconhece as
regras da norma-padrão ou se descuida no
momento da fala ou da escrita e não revisa o próprio
texto. Entre diversos tipos de vícios de linguagem,
destacamos os principais e mais recorrentes
para se conhecer e evitar, substituindo-os por
palavras ou expressões mais adequados.
Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando há mais de uma
possibilidade de interpretação em uma frase. Diferente da
metáfora, cujo objetivo é sugerir outro sentido, a
ambiguidade provoca falta de clareza no sentido da
mensagem. Se a ambiguidade for empregada com um
propósito de estilo específico, visando determinado efeito,
poderá ser classificada como uma figura de construção, um
recurso estilístico. Porém, será considerada um vício de
linguagem quando a frase for mal construída e gerar duplo
sentido. No exempl a seguir a ambiguidade é sutil, mas
podemos identificar.O estudante leu a notícia sobre o
atentado na escola. Podemos entender a afirmação de dois
modos: a de que o estudante ficou sabendo de um atentado
ocorrido na escola, ou que ele estava na escola, onde leu
uma notícia sobre um atentado qualquer ocorrido em outro
lugar.
Barbarismo
Em grego, o termo bárbaro significava estrangeiro,
não grego, ou seja, qualquer um que
não soubesse falar a língua de Homero. Esse vício
de linguagem consiste no uso de palavra ou
expressão em desacordo com a norma-padrão, ou
com erro de pronúncia, ortografia, flexão, forma
ou significação. Muitos autores também
consideram o emprego de palavras estrangeiras
(estrangeirismo) um barbarismo. Observe os
exemplos a seguir:
• Erro de pronúncia: Não se esqueça da rúbrica em
cada página. (rubrica)
• Erro de ortografia: Aquela moça tem uma belesa
estonteante. (beleza)
• Erro de flexão: Saio depois que ele pôr o carro na
garagem. (puser)
• Erro de forma: Os cidadões brasileiros estão
aprendendo a votar. (cidadãos)
• Erro de significação: Pedro chegou e não
comprimentou o avô. (cumprimentou)
Muitas palavras estrangeiras estão presentes em
nosso idioma e são frequentemente
usadas. Algumas possuem termos equivalentes em
português, como balé, fôlder, hambúrguer,
sutiã, xampu, e outras não, como bacon, show,
pizza, etc.
Em suas produções de texto escritas na norma-
padrão da língua portuguesa, opte pelas
formas aportuguesadas e, quando não houver uma
palavra equivalente, registre-a entre aspas ou
em itálico.
Arcaísmo
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"Celebre a vida com mais sorrisos!"
Data / /2023
Consiste em palavra, expressão ou estrutura muito
antiga, que já caiu em desuso, prejudicando muitas vezes a
compreensão do texto. Quando um termo antiquado é
utilizado recebe o nome de arcaísmo. Segundo a norma-
padrão da língua, os arcaísmos constituem erros que
comprometem a comunicação entre emissor e receptor.
Note nos exemplos a seguir que alguns termos são
obsoletos, arcaicos.
• Vossa mercê em vez de você.
• Por obséquio em vez de por favor.
• Aposentos em vez de quartos.
• Quiçá em vez de talvez.
Eco
Consiste na ocorrência de palavras terminadas com mesmo
som. No texto escrito em prosa, textos narrativos, dissertativos,
entre outros, o eco é um vício de linguagem, por isso
desaconselhável.
Por exemplo:
Clemente constantemente mente para a gente.
Nas grandes cidades há muitas maldades, de todas as
variedades.
Cacofonia
Cacofonia (do grego kako = ruim + fonia = som) é o nome
dado aos sons ridículos dos cacófatos, palavras formadas por
aqueles encontros casuais das sílabas finais de um vocábulo
com as iniciais do outro.
Exemplos de cacofonia:
• Vou-me já. (mijá)
• Muito obrigado pelas honras que me já dão. (mijadão)
• Governo confisca gado de fazendas. (confiscagado)
• Olha essa fada. (é safada)
• A empresa é dirigida pela dona Gertrudes. (peladona)
• Já que tinha resolvido... (jaquetinha)
• Não pense nunca nisso. (caniço)
• Como as concebo. (como-as com sebo)
• Vi ela ontem no shopping. (viela: rua estreita, travessa)
• Ela tinha que ir à escola. (latinha)
• Por cada laranja ela pagou dois reais. (porcada)
• Na boca dela as palavras ficam doces. (cadela)
Neologismo
Consiste no uso de palavra ou expressão nova que não faz
parte do idioma; pode ser criado com base na mesma língua ou
em língua estrangeira. As gírias são formas de neologismo que
se destacam e com o tempo são incorporadas à linguagem
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informal de determinado grupo da sociedade. Há muitos
exemplos de neologismos que podem se manifestar em
diversas áreas, como neologismo da internet ou informática
(blz, vc, flw, clicar, escâner, deletar, etc.), da música
(caetanear, djavanear), neologismo científico (telefone, laser),
popular (legal: bem, bom, certo); zica: má sorte,
provavelmente por redução de ‘ziquizira’; gato: ligação
clandestina; embuchar: engravidar e neologismo literário,
como no verbo ‘teadorar’, inventado pelo poeta Manuel
Bandeira em seu poema Neologismo, para expressar seu amor
por Teodora.
Pleonasmo vicioso
Consiste na repetição desnecessária de uma informação,
redundância no sentido ou significado já expresso na frase, por
exemplo:
João Pedro, entra já pra dentro!
Só falta dar o acabamento final!
Você não me encara de frente.
Havia uma multidão de pessoas.
Gerundismo
Consiste no uso inadequado e exagerado do verbo no
gerúndio. Note a diferença entre o uso certo e o uso errado
dessa locução verbal neste trecho de uma publicação da revista
Exame. Certo: “Não me ligue nessa hora, porque eu estarei
almoçando”. Nesse caso indica que uma ação (ligação)
acontecerá durante outro processo (o almoço) que terá certa
duração, e que estará em curso.
Errado: ”Um minuto, que eu vou estar verificando seu
cadastro”.
Nessa construção emprega-se erradamente o gerúndio “vou
estar verificando” para uma ação que
indica um processo que se finaliza imediatamente ao
momento da fala. Logo, o correto é: ”Um
minuto, vou verificar seu cadastro”.
Queísmo
Considerado um problema estilístico muito comum em
redações escolares, o queísmo consiste em usar de maneira
indiscriminada e exagerada o termo que – pronome relativo –
em produções de texto. O queísmo revela falta de
conhecimento dos recursos linguísticos e da habilidade de
empregá-los adequadamente. Isso pode prejudicar diretamente
a coesão e a clareza da mensagem.
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Leia o exemplo de um breve texto com muitos quês e a
seguir o texto corrigido.
Os cidadãos de Brasília, que é capital do Brasil, além das
notícias sobre os políticos que não são honestos, ainda estão
tendo que se preocupar com a insegurança nas ruas. Só depois
que tiver terminada a greve de policiais militares, os
brasilienses poderão caminhar mais tranquilos pelas ruas. A
sociedade tem exigido que o governo tome providências.
Texto corrigido: Os cidadãos de Brasília, capital do Brasil,
além das notícias sobre os políticos desonestos, ainda
precisam se preocupar com a insegurança nas ruas. Só depois
de terminada a greve de policiais militares, os brasilienses
poderão caminhar mais tranquilos pelas ruas. A sociedade
tem exigido providências do governo.
Refazer um parágrafo ou período com “queísmo” não
significa eliminar todos os quês. Ainda que a língua portuguesa
seja rica e permita essa versatilidade ao redator, o uso do quê é
legítimo, necessário e recomendável. O importante é evitar o
uso exagerado desse termo e saber empregá-lo adequadamente.
Exercitando
(Enem) Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês.
CHICO BUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento).
1. Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-
se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a
influência de outra realidade cultural na língua portuguesa.
Essas palavras constituem evidências de
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de
habitantes de uma determinada região.
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento
de uma palavra oriunda de outra língua.
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área
específica do conhecimento humano.
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros
períodos da história da língua.
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de
outras comunidades linguísticas no português.
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(Enem) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga
com a carta de Pero Vaz de Caminha:
“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui”.
MENDES, Murilo. Murilo Mendes Ð poesia completa e
prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1994.
2. Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse
poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca
c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade

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