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Conteúdo Brasileiro

Material atualizado em 11/10/2023


Sumário Apostila
CNPI CB
Capítulo 1 – Sistema Financeiro Nacional ................................................................................01
1.1 Sistema Financeiro Nacional ..........................................................................................02
1.2 Participantes do Mercado Financeiro ............................................................................18

Capítulo 2: Mercado de Capitais ..............................................................................................41


2.1 Gestão de Carteiras ........................................................................................................42
2.1.1 Teoria Moderna de Carteira ........................................................................................43
2.2 Renda Variável I..............................................................................................................97
2.2.1 Conceitos Básicos ........................................................................................................98
2.2.2 Direitos dos Acionistas Minoritários..........................................................................117
2.2.3 Ofertas Públicas e Ambientais de Negociação ..........................................................130
2.3 Renda Variável II ...........................................................................................................159
2.3.1 Índices da Bolsa de Valores .......................................................................................160
2.3.2 Estratégias de Investimentos.....................................................................................165
2.3.3 Remuneração das Ações e liquidez ...........................................................................173
2.3.4 Tributação de Renda Variável....................................................................................185
2.4 Fundos de Investimentos..............................................................................................199
2.4.1 Aspectos Gerais .........................................................................................................200
2.4.2 Principais Estratégias e Tipos de Gestão de Fundos..................................................246
2.4.3 Principais Modalidades de Fundos de Investimentos (CVM) ....................................250
2.4.4 Clubes de Ivestimentos e Carteiras Administradas ...................................................276

Capítulo 3: Mercado de Renda Fixa ....................................................................................... 281


3.01 Fundamentos de Finanças..........................................................................................282
3.2 Renda Fixa ....................................................................................................................314
3.3 Títulos Públicos Federais..............................................................................................321
3.4 Principais Títulos Privados ...........................................................................................329
3.5 Precifcação dos Títulos de Renda Fixa & Nações de Duration ....................................353
3.6 Tributação de Renda Fixa ............................................................................................360

Capítulo 4: Mercado de Decorativos ...................................................................................... 370


4.1 Derivativos....................................................................................................................371
4.2 Modalidades: Termo & Futuro ....................................................................................380
4.3 Modalidade: Swap .......................................................................................................400
4.4 Modalidade: Opções ....................................................................................................406

Capítulo 5: Conceitos Econômicos ......................................................................................... 430


5.1 Macroeconomia .......................................................................................................... 431
5.1.1 Políticas Macroeconômicas Monetária, Fiscal e Cambial .........................................456
5.2 Microeconomia ............................................................................................................470
Capítulo 6: Conduta & Relacionamento ................................................................................... 526
6.1 Princípio Éticos ............................................................................................................527
6.2 Código de Processos Apimec ......................................................................................576
6.3 Lavagem de Dinheiro ..................................................................................................608

Capítulo 7: ASG (Ambiental, Social e Governança) ................................................................. 628


7.1 Finanças Comportamentais ....................................................................................... 629
7.2 Reporte de informações em sustentabilidade .......................................................... 642
Capítulo 1
Sistema Financeiro Nacional
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1.1 Sistema Financeiro Nacional

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 2
Sistema Financeiro Nacional
Conceito
Objetivo do Sistema Financeiro é facilitar a transferência de recursos entre os agentes
superavitários e os agentes deficitários.

Agente Agente
TRANSFERIR RECURSOS Deficitário
Superavitário

Poupadores Tomadores

Menor Risco Maior Risco

Rentabilidade Crédito
LUCRO

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Sistema Financeiro Nacional


Conceito
Um conceito muito importante no Sistema Financeiro Nacional, como vimos, é a
Intermediação Financeira. São tipos de intermediação financeira:
Ø Intermediação de prazos: os intermediadores financeiros conseguem equalizar
diferentes prazos entre tomadores e doadores;
Ø Intermediação de Riscos de Insolvência: o intermediário financeiro, ao captar
recursos de várias fontes e emprestar para vários agentes, intermedia o risco de
insolvência na medida em que honra seus passivos junto a doadores, mesmo se
algum tomador inadimplir; e
Ø Intermediação Estocástica: relacionado a seguradoras, que trabalham com base
na probabilidade da ocorrência de sinistros.
Além disso, as principais funções de um Sistema Financeiro na economia são:
Ø Promover a poupança;
Ø Proporcionar estabilidade financeira.
Ø Arrecadar e concentrar poupança em grandes volumes;
Ø Transformar a poupança em créditos especiais;
Ø Encaminhar os créditos às atividades produtivas; e
Ø Gerenciar as aplicações realizadas, mantendo um mercado ativo para tais
aplicações.
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Sistema Financeiro Nacional
Composição
Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores
Ø Instituições Financeiras:
BACEN Bancos; Corretoras; Cooperativas
CMN – Banco Central do Brasil de Crédito; Instituições não
Conselho Monetário bancárias; etc.
Nacional
CVM – Comissão de Ø Bolsa de Valores, Mercadorias
Valores Mobiliários e Futuros (B3)
Ø Seguradoras
CNSP – SUSEP – Ø Resseguradoras
Conselho Nacional Superintendência Ø EAPC - Entidades Abertas de
de Seguros Privados de Seguros Privados Previdência Complementar
Ø Sociedades de Capitalização
CNPC - Conselho PREVIC - Superintendência
Ø EFPC - Entidades Fechadas de
Nacional de Previdência Nacional de Previdência
Previdência Complementar
Complementar Complementar

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Sistema Nacional de Seguros


Resumo

CNSP CNPC
CMN Conselho Nacional
Conselho Nacional
Conselho Monetário Nacional de Seguros Privados
de Previdência
Complementar

BACEN CVM SUSEP PREVIC


Fiscalizam
Protegem

• Bancos • B3 S/A
• Corretoras CTVM • EAPC (Aberta) • EFPC (Fechada)
• Empresas Aberta
• Distribuidoras • Sócio Controlador • Seguradora • Fundos de Pensão
• Cooperativas • Resseguradora
• Op. financeiras

Sócio Minoritário
Clientes Segurados Participantes
Debenturista

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CMN - Conselho Monetário Nacional
Conceito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL e tem como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico
e social do país. Este é um órgão com caráter unicamente normativo, com a
responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.
Os membros do conselho se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos
relacionados com as suas competências, podendo acontecer mais de uma reunião por
mês em casos extraordinários. Ele é composto por 3 pessoas, que são:
Ø Ministro de Estado da Fazenda (Presidente do conselho);
Ø Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
Ø Presidente do Banco Central.
Vale ressaltar que, desde a Lei Complementar 179/2021, que dá autonomia ao Banco
Central, algumas funções que lhe faziam parte, foram revogadas, tais como:
Ø Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento (Vetado);
Ø Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado);
Ø Determinar o recolhimento do compulsório (Vetado).

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CMN - Conselho Monetário Nacional


Principais Atribuições
As principais atribuição ao Conselho Monetário Nacional são:
Ø DEFINIR A META PARA A INFLAÇÃO (IPCA);
Ø Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública, interna e externa.
Ø Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias
em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias
por parte das instituições financeiras;
Ø Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;
Ø Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps.
Ø Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
Ø Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive a compra e venda de
ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;
Ø Limitar as taxas de juros, descontos, comissões entre outras, quando necessário;
Ø Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Ø Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições
financeiras que operam no País, bem como a aplicação das penalidades previstas;
Ø Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
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BACEN – Banco Central
Conceito
O Banco Central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o
volume de dinheiro e de crédito da economia. Com isso, os bancos centrais possuem
diversas funções, sendo ele o:
Ø “Banqueiro do governo”;
Ø “Banco dos bancos”;
Ø Supervisor do sistema financeiro;
Ø Executor da política monetária;
Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.

No Brasil, o BACEN (Banco Central do Brasil) é uma autarquia de natureza especial, sem
vinculação a Ministérios, tutela ou subordinação hierárquica e tem como objetivos:
Ø Assegurar a estabilidade de preços (principal função);
Ø Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;
Ø Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica;
Ø Fomentar o pleno emprego.

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BACEN – Banco Central


Lei Complementar Nº 179
Em 24 de fevereiro de 2021, sob a leu complementar nº 179, foi definido os novos
objetivos do Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) e também sobre a sua autonomia. Os
principais pontos a serem elencados sobre esta lei complementar são:
Ø Seu objetivo fundamental é assegurar a estabilidade de preços;
Ø Autonomia perante alguns itens, como por exemplo, o Bacen não necessita mais
de autorizações do CMN para na emissão do papel moeda. As metas de política
monetária continuam sendo estabelecidas pelo CMN, mas compete privativamente
ao Bacen conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas
estabelecidas.
Ø A Diretoria Colegiada do BACEN terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu
Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República.
Ø O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro)
anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da
República, ou seja, não é concomitante ao do Presidente da República.
Ø Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em
arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de
inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no
semestre anterior.
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BACEN – Banco Central
As principais atribuições do Banco Central são:
Principais Atribuições
Ø EMITIR PAPEL-MOEDA;
Ø EXECUTAR AS DIRETRIZES E NORMAS DO CMN;
Ø REALIZAR OPERAÇÕES DE REDESCONTO E DEFINIR SUA TAXA;
Ø Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante;
Ø Autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras e aplicar as
devidas penalidades, ou seja, é o supervisor destas instituições (IMPORTANTE: o
responsável por autorizar instituições financeiras estrangeiras a operar no Brasil é o
Presidente da República);
Ø Controlar o fluxo de capitais estrangeiros;
Ø Determinar e Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos;
Ø Executar (conduzir) as políticas monetárias e cambiais, como por exemplo, efetuar
operações de compra e venda de títulos públicos federais;
Ø Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
Ø Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.
Também é de responsabilidade do BACEN conceder a autorização para a prática de
operações no mercado de câmbio as instituições financeiras que desejarem (bancos,
caixas econômicas, agências de fomento, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades corretoras de câmbio, DTVMs e CTVMs).
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CVM – Comissão de Valores Mobiliários


Conceito
Conforme a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autárquica em regime especial,
vinculada ao Ministério da Economia, personalidade jurídica e patrimônio próprios,
dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária. Tem como missão desenvolver, regular e fiscalizar o Mercado de Valores
Mobiliários, como instrumento de captação de recursos para as empresas S/A de capital,
protegendo o interesse dos investidores (principalmente os minoritários) e assegurando
ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.

q RESUMO:
Ø Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Economia;
Ø O presidente e seus diretores são escolhidos pelo Presidente da República;
Ø Órgão supervisor voltado para o fortalecimento e o desenvolvimento do mercado
de títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, derivativos,
venda de mercadorias, fundos de investimentos).

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CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Principais Atribuições
As principais atribuições da CVM são:
Ø PROTEGER OS INVESTIDORES DE VALORES MOBILIÁRIOS;
Ø Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários
(emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais);
Ø Assegurar o funcionamento das Bolsas de Valores e Mercado de Balcão
Organizado;
Ø Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores
mobiliários, tais como as operações na Bolsa de Valores (B3);
Ø Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e Distribuidoras de Valores
Mobiliários e dos Fundos de Investimentos;
Ø Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A) dada prioridade às que não
apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo
obrigatório;
Ø Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de
preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado.

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SUSEP – Superintendência de Seguros Privados


Conceito
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), uma autarquia vinculada ao Ministério
da Economia, é o órgão supervisor responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

As Previdências Privadas Abertas, também são chamadas de EAPCs (Entidades Abertas de


Previdência Complementar), que são todas as previdências “abertas ao público”, ou seja,
que qualquer pessoa física possa aderir um devido plano. Esta ênfase é de suma
importância para a prova para que você não confunda com as EFPCs (Entidades
FECHADAS), também conhecidas como fundos de pensão, e que são fiscalizadas pela
PREVIC.

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SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
Principais Atribuições
As principais atribuições da SUSEP são:
Ø Autorizar e fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta
e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
Ø Zelar (proteger) pela defesa dos consumidores de seguros e previdência aberta.
Ø Atuar no sentido de proteger a captação de poupança que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
Ø Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por
este forem delegadas;
Ø Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
Ø Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a
eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros
Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
Ø Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua
expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;
Ø Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Ø Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
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PREVIC
Conceito
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia
especial vinculada ao Ministério da Economia, com a finalidade de FISCALIZAR E
SUPERVISIONAR AS ENTIDADES FECHADAS de previdência complementar (EFPC),
também chamadas de FUNDOS DE PENSÃO e de executar políticas para o regime de
previdência complementar.

q PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
Ø Autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC (FUNDOS DE PENSÃO) e a
aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
Ø Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
Ø Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de
previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
Ø Nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Ø Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência
complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores
ou instituidores.

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Sistema Financeiro Nacional
Resumo
q CMN: regular a constituição e regulamentos das Instituições Financeiras; estabelecer
medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos; disciplinar todos os
tipos de crédito; fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito.

q BACEN: executor de diretrizes e normas do CMN; autorizar o funcionamento e fiscalizar


as Instituições Financeiras; emitir moeda; controlar crédito e capitais estrangeiros;
executar a política monetária e cambial; órgão autônomo.

q CVM: incentivar a poupança ao mercado de capitais e estimular o seu funcionamento;


fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de capitais; fiscalizar todos os seu
agentes (B3, S/A abertas, Fundos de Investimentos) e proteger os seus investidores.

q SUSEP: fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das


Sociedades Seguradoras, de Capitalização e Entidades Aberta (EAPC); proteger os
investidores desses mercados.

q PREVIC: fiscalizar e supervisionar as Entidades Fechadas (EFPC); promover a mediação


e conciliação dos participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores com os planos;
autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC e suas regras.
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1.2 Participantes do Mercado


Financeiro
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Participantes do Mercado Financeiro
Conceito
Os participantes do mercado financeiros, quando são instituições são chamados também
como Operadores. Eles ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários, ou seja,
o elo final entre as pessoas e as devidas empresas. Os principais são:
Ø Bancos Comerciais;
Ø Bancos de Investimentos;
Ø Bancos Múltiplos;
Ø Agentes especiais
Ø Corretoras de Valores Mobiliárias;
Ø Distribuidoras de Valores Mobiliárias;
Ø Clearing Houses.

Além destes tipos, um conceito importante sobre os participantes que será abordado a
seguir, será o do Investidor Qualificado, no qual este poderá realizar investimentos com
uma aceitação maior de risco.

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Bancos Comerciais
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)
que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre
movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,
os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em
circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária
circulante na economia, de certa forma.

Estas instituições podem oferecer os seguintes serviços:


Ø EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;
Ø Aluguel de cofres;
Ø Cobranças, mediante comissão;
Ø Custódia de valores;
Ø Emissão de meios de pagamento, como cheque e cartões de crédito;
Ø Recebimentos de impostos e tarifas públicas;
Ø Serviços de câmbio;
Ø Transferências de fundos.
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Bancos de Investimento
Conceito
São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS, devendo sempre serem constituídas como Sociedades Anônimas (S/A).

q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:


Ø Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,
participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;
Ø Conceder de crédito para financiamento de capital fixo e de giro;
Ø Operar em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercados de balcão
organizados, por conta própria e de terceiros;
Ø Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;
Ø Pode manter contas de terceiros, mas sem juros e não movimentáveis por cheque;
Ø Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de
metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários;
Ø Participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de
títulos e valores mobiliários.
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Bancos Múltiplos
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras. Para ser considerado um Banco
Múltiplo, a instituição deve possuir PELO MENOS DUAS das carteiras mencionadas abaixo,
sendo uma delas COMERCIAL ou de INVESTIMENTOS. Além disso, um banco múltiplo
deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único
balanço.

q CARTEIRAS DE UM BANCO MÚLTIPLO:


Ø COMERCIAL;
Ø de INVESTIMENTOS e/ou de desenvolvimento (esta última exclusiva de bancos
públicos);
Ø de crédito imobiliário;
Ø de crédito, financiamento e investimento (financeiras);
Ø de arrendamento mercantil (leasing).

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Agentes especiais
Conceito
Agentes especiais do Sistema Financeiro Nacional são aqueles que pertencem tanto ao
subsistema Normativo como ao de Operadores. Alguns exemplos são:
Ø Caixa Econômica Federal;
Ø Banco do Brasil;
Ø BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social);
Ø Basa (Banco da Amazônia); e
Ø BNB (Banco do Nordeste).
Tais instituições recebem essa classificação de agentes especiais pois, além de atuarem
como Instituições Financeiras, exercem também algumas atribuições de interesse do
Governo Federal.

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Caixa Econômica Federal


Conceito
Em 12 de janeiro de 1861, através de um decreto do imperador Dom Pedro II, foi criada a
Caixa Econômica e Monte de Socorro. Seu propósito era incenjvar a poupança e
conceder emprésjmos sob penhor, com a garanpa do governo imperial.

Essa caracteríspca diferenciava a insptuição de outras da época, que agiam no mercado


sem dar segurança aos depositantes ou que cobravam juros excessivos dos devedores.

Desse modo, a Caixa rapidamente passou a ser procurada pelas camadas sociais mais
populares, incluindo os escravos, que podiam economizar para suas cartas de alforria.
Assim, desde o início, a empresa estabeleceu seu foco no social.

O Decreto-lei no 759, de 12 de agosto de 1969, consptuiu a Caixa Econômica Federal


como insjtuição financeira, sob a forma de empresa pública do governo federal
brasileiro, com patrimônio próprio e autonomia administrapva com sede em Brasília (DF),
e com filiais em todo o território nacional. É um órgão vinculado ao Ministério da Fazenda
do Brasil.

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Caixa Econômica Federal
Conceito
Atualmente, a Caixa Econômica Federal como um banco múlpplo, é responsável pela
operacionalização das políjcas do governo federal para a habitação popular e
saneamento básico, uplizando os recursos de cadernetas de poupança e depósitos
judiciais para o financiamento de habitações por meio do Sistema Financeiro da Habitação
(SFH). Como gestora dos recursos do Fundo de Garanpa do Tempo de Serviço (FGTS),
direciona seus recursos para o saneamento e a infraestrutura urbana.

Hoje em dia, a CEF é o maior banco público da América Lapna, focado também em
grandes operações comerciais. É a centralizadora de operações como o Fundo de
Garanja do Tempo de Serviço (FGTS), o Programa de Integração Social (PIS) e de
habitação popular. A insptuição ainda detém o monopóio de empréspmo com penhor de
bens pessoais e da operação de loterias.

É agente pagador também do bolsa-família, programa de complementação de renda do


governo federal, e do seguro-desemprego. Atua ainda no financiamento de obras
públicas, principalmente voltadas para o saneamento básico, despnando recursos a
estados e municípios. A Caixa também faz a intermediação de verbas do governo federal
despnadas ao setor público.
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BNDES
Conceito
O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública
federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
sendo o principal instrumento do Governo Federal (único acionista) para financiamento
de longo prazo e invesjmento nos diversos segmentos da economia brasileira.

O Sistema BNDES é formado por três empresas:


Ø BNDES;
Ø BNDES Parjcipações S.A. (BNDESPar), que atua no mercado de capitais, e
Ø Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME), dedicada ao fomento da
produção e da comercialização de máquinas e equipamentos.

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BNDES
Conceito
Atualmente, o BNDES possui os seguintes principais relacionamentos com órgãos
governamentais:
Ø Governo Federal: controlador e regulador, tendo o banco suas apvidades
supervisionadas diretamente pelo Ministério da Economia;
Ø Tribunal de Contas da União (TCU): recebe, analisa e julga a prestação de contas
dos administradores do BNDES; demanda informações e realiza auditorias por
iniciapva própria ou por solicitação do Congresso Nacional; avalia a legalidade da
contratação e aposentadoria de todos os empregados do BNDES e fiscaliza a
aplicação dos recursos da União repassados ao banco;
Ø Congresso Nacional: solicita ao TCU a realização de auditorias e inspeções no
BNDES; recebe periodicamente e emite parecer sobre relatório detalhado de todos
os financiamentos do BNDES que usam recursos provenientes do Tesouro Nacional;
Ø Banco Central: regula e supervisiona a atuação de todos os bancos brasileiros,
inclusive do BNDES, determinando procedimentos e regras de operação. Além disso,
recebe e analisa as demonstrações financeiras do banco e também apura e divulga a
Taxa de Longo Prazo (TLP).

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BNDES
Conceito
Além disso, o BNDES também possui os seguintes principais relacionamentos com órgãos
governamentais:
ØControladoria Geral da União (CGU): fiscaliza e avalia a execução de programas de
governo; orienta tecnicamente e avalia o trabalho da Auditoria Interna do BNDES; e
realiza auditorias e avalia os resultados da gestão dos administradores do BNDES; e
Ø Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST):
acompanha o desempenho econômico e financeiro do BNDES. A SEST elabora e
acompanha o Programa de Dispêndios Globais (PDG) e a proposta do Orçamento de
Invespmentos (OI) do BNDES.

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Banco Mundial
Conceito
O Banco Mundial foi criado em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, inicialmente
para ajudar a reconstruir os países europeus assolados pela guerra.

Atualmente, o banco trabalha em todas as principais áreas de desenvolvimento,


fornecendo uma ampla gama de produtos financeiros e assistência técnica para ajudar os
países a comparplhar e aplicar conhecimentos e soluções inovadoras para os desafios que
enfrentam.

Em linhas gerais, o Banco Mundial:


Ø levanta recursos nos mercados financeiros internacionais e aplica-os para
combater a pobreza através do financiamento de projetos em países em
desenvolvimento;
Ø ajuda na atração de invesjmentos privados através de coinvespmentos, garanpas
e seguros de risco polípco;
Ø oferece aconselhamento econômico e técnico aos países-membros.

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Banco Mundial
Conceito
O grupo do Banco Mundial é consptuído por 5 insptuições:
Ø Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento): atua como
banco para os banco centrais, proporcionando empréspmos e assistência para o
desenvolvimento a países de renda médias e com bons históricos de crédito;
Ø AID (Associação Internacional de Desenvolvimento): desempenha papel muito
relevante na missão do Banco Mundial, a redução da pobreza. Nesse senpdo, a
assistência da AID foca os países mais pobres, proporcionando empréspmos e outros
serviços a essas nações;
Ø Cooperação Financeira Internacional (IFC): promove o crescimento do mundo em
desenvolvimento a parpr de financiamento de invespmentos no setor privado e da
prestação de assistência técnica e de assessoramento a governos e empresas;
Ø Agência Muljlateral de Garanja de Invesjmentos (AMGI): ajuda a espmular
invespmentos estrangeiros nos paíeses em desenvolvimento através de garanpas a
esses invespdores contra prejuízos causados por riscos não comerciais; e
Ø Centro Internacional para Acerto de Disputas de Invesjmento (Ciadi):
proporciona a resolução de disputas referentes a invespmentos entre invespdores
estrangeiros e seus países anfitriões, mediante conciliação ou arbitragem.

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Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários
Conceito
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVMs) e as Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários (DTVMs) são insptuições financeiras que tem como apvidades a
intermediação de operações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, como é
o caso dos mercados de bolsa e de balcão para seus clientes; administração de clubes e
fundos de invespmentos, realização de câmbio; estruturação de IPO; entre outras funções.
Os invespdores pessoas usicas ou pessoas jurídicas não podem negociar ações (ou outros
invespmentos realizados dentro da B3) sem a uplização de uma CTVM ou DTVM, ou seja,
são as únicas autorizadas a operar na B3 em nome de terceiros.
q CARACTERÍSTICAS:
Ø Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou debêntures de uma
empresa (IPO e underwri-ng);
Ø Consptuídas sob a forma de S.A e dependem da autorização da CVM
(IMPORTANTE: corretoras de câmbio podem ser consjtuídas também sob a forma de
sociedade por cotas de responsabilidade limitada);
Ø Operam nas bolsas de valores e de mercadorias (ações, derivajvos,...);
Ø Podem administrar fundos e clubes de invesjmento;
Ø Podem atuar também por conta própria ou de terceiros;
Ø Podem intermediar operações de câmbio;
Ø Têm a função de dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.
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Clearing House
Conceito
As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as
operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação
financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais
funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.

Contrato Vendido Pagamento

Vendedor Comprador

Pagamento Contrato Vendido

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B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão
Conceito
A B3 é o resultado da combinação entre a BM&FBOVESPA (fusão entre a BOVESPA e a
BM&F) e a CETIP, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing),
registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. Desta forma, a
B3 acaba sendo a clearing house de todos os otulos privados, juntamente com alguns
wtulos públicos.

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B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão


Principais Características
As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:
Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação
(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de
mercadorias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities agropecuárias;
Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo
Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;
Ø Possui receita também através de Emolumentos;
Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;
Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa
câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.

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Clearing House
B3
Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados
organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,
chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.

Agentes de
Clearing.
Títulos Privados:
Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);
B3 Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);
Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e
opções flexíveis);
Ø Commodities;
SELIC Ø Demais títulos.

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Clearing House
SELIC
O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central
dos wtulos públicos federais, sendo sua apvidade processar a emissão, o resgate, o
pagamento dos juros e a custódia desses apvos. As suas liquidações são operadas no
conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.

Agentes de
Clearing.

B3 Títulos Públicos Federais (TPF):


Ø LTN (Tesouro Prefixado;
Ø LFT (Tesouro Selic);
Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
SELIC Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

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Prazos de Liquidação
Conceito
Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu
pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em
D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor
venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele somente receberá os recursos após 2 dias
úteis.

Desta forma, segue abaixo os prazos de liquidação dos principais investimentos:


Ø Tesouro Direto: ocorre em 0 dia útil (d+0), ou seja, liquidez diária;
Ø Ações: ocorrem em 2 dias úteis (D+2);
Ø Fundos de investimentos: cada fundo de investimentos possui suas próprias
regras, pois depende da sua composição e das regras que estarão discriminadas no
seu regulamento e demais documentos.

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Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)


Conceito
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à
movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira, ou seja, é “a transferência de fundos próprios
e de terceiros realizados entre bancos em tempo real, com o objetivo de reduzir o risco
sistêmico”. O novo SPB introduziu a TED (Transferência Eletrônica Disponível), mecanismo
que opera no formato de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), fazendo com que
qualquer pessoa possa transferir recursos de sua conta corrente para a conta de outra
pessoa.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);
Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;
Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,
Cartão de Crédito, Cheque, entre outras, envolve o SPB.
Ø O Sistema de Transferência de Reservas (STR) realiza a transferência de recursos
entre instituições financeiras, sendo o sistema central do SPB, responsável pela
transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR).
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Investidor Qualificado
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) a um grupo específico de investidores pessoa física ou jurídica. Este grupo tem
acesso a investimentos com mais risco, como por exemplo, investimentos em FIDC
(Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de Investimentos em
Participações).

São considerados Investidores Qualificados:


Ø INVESTIDORES PROFISSIONAIS (trataremos a seguir esse conceito);
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a UM MILHÃO DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor qualificado mediante termo próprio; ou
Ø Pessoas naturais que foram aprovadas em exames de qualificação técnica ou
possuam certificações aprovadas pela CVM para agente autônomo de investimento,
administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários em relação a
seus recursos próprios (Ancord, CEA, CGA, CNPI, CFP® e CFA®); e
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais
cotistas, que sejam investidores qualificados.”

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Investidor Profissional
Conceito
São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS :
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a DEZ MILHÕES DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor profissional mediante termo próprio; ou
Ø Instituições Financeiras, Seguradoras e Resseguradoras;
Ø Fundos de Investimentos e de Previdência (EAPC e EFPC);
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
Ø Agente autônomo de investimento, administrador de carteira, analista e consultor
de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;
Ø INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE: pessoa física ou jurídica, fundos e outras entidades
de investimentos individuais ou coletivas, com residência, sede ou DOMICÍLIO NO
EXTERIOR, que investem os seus recursos no Brasil.

Vale ressaltar que todo investidor profissional é um investidor qualificado, mas nem todo
investidor qualificado é um investidor profissional. O Investidor Profissional tem acesso a
estruturas financeiras mais sofisticadas que o Investidor Qualificado, como por exemplo, a
possibilidade de ser cotista de um fundo exclusivo.
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Capítulo 2
Mercado de Capitais
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2.1 Gestão de Carteiras

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2.1.1 Teoria Moderna de Carteiras
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Teoria da Utilidade Esperada


Aplicação no Mercado de Capitais
O conceito de Teoria da Utilidade Esperada, que diz que o consumidor deseja ter a maior
quantidade de consumo de Produtos & Serviços disponíveis para a sua renda, também
pode ser aplicada no mercado de capitais (nas combinações de risco e retorno do
investidor). No entanto, ao invés de maximizar todas as variáveis da cesta de combinações
de Produtos & Serviços, como diz a Teoria da Utilidade Esperada, nos investimentos o
investidor racional procura AUMENTAR O RETORNO e DIMINUIR O RISCO. Desta forma,
as curvas serão côncavas no plano retorno em função do risco, podendo ser sintetizados
os três perfis do API:
Ø Conservador (Avesso ao risco): conforma-se com retornos mais limitados, em
troca do conforto da segurança;
Ø Arrojado (Propenso ao risco): aceita ter mais risco em troca de melhores
resultados financeiros;
Ø Moderado (Neutro ao risco): uma mescla entre os dois anteriores.

O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando em uma relação positiva entre retorno e risco.

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Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
Aplicando a teoria no mercado de capitais, temos os produtos financeiros disponíveis dos
segmentos dos bancos (U1 = private; U2 = alta renda; e U3 = varejo). Desta forma, as
curvas mais acima, possuem uma relação risco x retorno melhor que as curvas mais
abaixo. Já em relação ao perfil de risco de um investidor, esta é uma análise baseada na
inclinação das curvas do gráfico. Assim, podemos perceber que investidores que possuem
um comportando do gráfico 1, são muito mais avessos ao risco, que investidores do
gráfico 1, pois o Gráfico 1 é mais inclinado que o Gráfico 2. Desta forma, percebemos
que o perfil do cliente é baseado na inclinação do gráfico e a utilidade está na sua devida
altura (acesso a produtos de investimentos).

U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior U5lidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)

Retorno (R)
10 10 U3

7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5

Risco Total (!) Risco Total (!)


1 2 1 2

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Teoria da Utilidade Esperada


Carteira Ótima
A escolha da Carteira Ótima é determinada pelo ponto em que a curva de investimento
tangencia sua mais alta curva de indiferença, combinando assim, as carteiras otimizadas
possíveis com o perfil do investidor. Portanto, será a com melhor risco x retorno dentro do
perfil de risco do investidor e das suas possibilidades de escolha.

Retorno
(R) U1

FRONTEIRA
EFICIENTE

CARTEIRA ÓTIMA

Risco Total (!)

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Modelos de Precificação de Ativos
Conceitos
Dentro dos modelos de precificação de ativos, estudaremos os seguintes:

Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Conceito fundamental das finanças tradicionais,


que foi sendo aprimorado através da CML, SML e culminou na teoria do CAPM
(Capital Asset Pricing Model).

Ø Dividend Discount Model (Modelo de Gordon): Risco total com a adição do ativo
livre de risco.

Ø Fluxo de Caixa Livre: Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas análises.
Agora, o não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.

Ø Múltiplos: indicadores extraídos de informações financeiras que visa


principalmente à análise comparativa entre dois ou mais ativos.

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Fronteira Eficiente de Markowitz


Conceito
Para atender à exigência do investidor avesso a riscos, uma opção é diversificar a carteira
de investimentos, conforme velho ditado: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Porém, para termos uma diversificação mais eficiente, deve-se construir uma carteira de
investimos no qual os ativos tenham comportamentos inversos com as notícias
financeiras, ou seja, sejam inversamente correlacionados. Desta forma, devesse analisar o
coeficiente de correlação entre os ativos (valor que varia entre -1 e 1, e quanto menor for
o número, mais diversificada será), vide exemplo dado de petrolíferas & empresas aéreas
no capítulo de estatística.

Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.

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Fronteira Eficiente de Markowitz
Gráfico
Podemos notar que pontos abaixo da linha verde são carteiras consideradas ineficientes,
pois o investidor terá na Fronteira Eficiente, opções melhores. Já acima, são opções
inatingíveis.

Retorno (R) Carteiras Inatingíveis


Fronteira
Eficiente
Mesmo RISCO mas
Carteira de com MENOR retorno
Variância Mesmo retorno
Mínima mas com maior risco
Carteira não eficiente

Carteiras
Ineficientes

Risco Total (!)

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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menos será o
risco total da mesma, gerados pelo benefício da “Diversificação”.

Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico

Risco Não-Sistêmico

Risco Total
(DP = σ)

Beta Risco Sistêmico

Número de Ações na Carteira

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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
Podemos destrinchar o risco total de um investimento, dois grandes grupos, que são
chamados de:
Ø Risco sistêmico (risco NÃO DIVERSIFICÁVEL): Ele é o risco gerado pelos sistemas
econômico, político e social, no qual impacta a economia como um todo. Suas
principais características são:
§ Medido pelo Beta;
§ Não pode ser evitado pela diversificação dos ativos;
§ Exemplos: impeachment, grandes mudanças na taxa de juros ou câmbio.
Ø Risco não-sistêmico (risco DIVERSIFICÁVEL ou próprio): Este é o risco individual do
ativo ou do seu setor. Suas principais características são:
§ Pode ser diminuído com a elaboração de uma carteira com diversos ativos com
Coeficiente de Correlação menores que +1;
§ Exemplos: risco de crédito ou de liquidez de uma companhia.
Ø RISCO TOTAL (Risco Sistêmico + Risco Não Sistêmico): O risco total de uma
carteira (ou de um ativo) é medido pelo desvio-padrão. Ele pode ser considerado
também como a soma do “Risco Sistêmico” com o “Risco não-sistêmico”.

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Beta
Conceito
O Beta é uma medida de risco sistêmico que calcula a volatilidade de determinado ativo
em relação ao risco de mercado. Ele mede a sensibilidade deste ativo em relação aos fatos
sistêmicos que ocorrem no mercado financeiro, como por exemplo, qual será o impacto
na oscilação do preço da ação por fatos como pandemias, impeachment, guerras,...

Como os eventos sistêmicos (positivos e negativos) atingem o mercado como um todo,


dizemos que uma carteira teórica de ações (no Brasil, o Ibovespa), possui Beta igual a 1 e
com isso, podemos interpretar o resultado do Beta de uma ação da seguinte forma:
Ø Beta IGUAL a 1: oscilará com a mesma intensidade que o mercado.
Ø Beta MAIOR que 1: oscilará com mais intensidade que o mercado.
Ø Beta MENOR que 1: oscilará com menos intensidade que o mercado.

q Fórmula:

#$%(#,&) DP(()
β(#) = OU β(') = ×#+,-(#,&)
%&'(&) DP())

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Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.

Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal

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Estatística
População e Amostra
Para iniciarmos os estudos de estatística, precisamos primeiramente entender a diferença
de População e Amostra. Assim sendo:
Ø População: O Conceito de População é “a totalidade dos números do grupo a ser
estudado”. Por exemplo, um fundo de investimentos possui 10 anos de criação e
vamos analisar estes 10 anos.
Ø Amostra: Já a Amostra é “uma parte da totalidade do grupo que deseja ser
estudado, ou seja, um pedaço da População”. Por exemplo, desejamos saber em
quem a população brasileira pretende votar. Como é muito difícil perguntar para
todos os brasileiros, fazemos uma pesquisa somente com uma “parte” da população,
que será considerada como se fosse o todo.

POPULAÇÃO
Amostra

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Medidas de Posição Central
Média
A MÉDIA nada mais é que um valor que aponta para onde mais se concentram os dados
de uma distribuição, ou seja, “o ponto de equilíbrio” do grupo de dados analisados. É
como se todos os números desse grupo, fossem iguais neste ponto de equilíbrio. Para
fazermos o cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser
de dois tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.

Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam


relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar
valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo
devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será
apresentado adiante.

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Medidas de Posição Central


Média Simples: Exemplo
Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação
financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?

MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%

Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.

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Medidas de Posição Central
Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Média !: [g][0]
" Média 3%

A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.

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Medidas de Posição Central


Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?

Ativo Retorno Valor Investido Lucro


Banco do Brasil +4,00% R$ 10.000,00 R$ 400,00
+
Itaú +3,00% R$ 20.000,00 R$ 600,00 Lucro:
+ R$ 2.000,00
Bradesco +2,00% R$ 30.000,00 R$ 600,00
+
Santander +1,00% R$ 40.000,00 R$ 400,00

q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.

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Medidas de Posição Central
Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


4 ENTER 10.000 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 ENTER 20.000 [∑+] 2º número do grupo Número 2

2 ENTER 30.000 [∑+] 3º número do grupo Número 3

1 ENTER 40.000 [∑+] 4º número do grupo Número 4

Média Ponderada !w: [g][6]


" Média Ponderada 2,00%

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Medidas de Posição Central


Moda
A moda é o valor que ocorre com maior frequência em uma amostra (série de valores), ou
seja, o número que “mais enxergamos” no grupo. Um conjunto de resultado pode
apresentar uma moda ou mais, sendo classificado como:
Ø 1 moda = unimodal;
Ø 2 modas = bimodal;
Ø 3 ou mais = multimodal.
Como exemplo, temos dois fundos (A e B) apresentando os seguintes retornos:

Mês Retorno do Fundo A Retorno do Fundo B


Janeiro 1,00% 1,00%
Fevereiro 3,00% 5,00%
Março 3,00% 2,00%
Abril 5,00% 2,00%
Maio 3,00% 5,00%
MODA UNIMODAL: 3,00% BIMODAL: 2% e 5%,

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Medidas de Posição Central
Mediana
A mediana de um grupo de dados é o número do meio, ou seja, o valor numérico que
divide o grupo em duas partes iguais. No entanto, antes de fazermos esta divisão,
devemos ordenar o grupo de forma crescente ou decrescente. Se a quantidade de
números do grupo for ímpar, consideramos o divisor dos dois grupos. Se for par, pegamos
os dois “mais próximos do centro” e fazemos sua média. Por exemplo:
Ø Um fundo teve os seguintes retornos de Janeiro a Maio: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%}
Se não ordenarmos o grupo, entenderíamos que a Mediana do Fundo A seria 2%
(número que está dividindo o grupo em duas partes iguais). No entanto,
primeiramente devemos ORDENAR: {1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo ordenado,
percebemos agora que o número do meio, a mediana, é o 4% e não mais o 2%.

Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.

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Como a prova tem cobrado!


[207124] Com relação a uma amostra com mais de 30 observações, é correto afirmar
que:

a) ao serem alterados apenas os termos dos extremos, a mediana não será alterada.

b) a média é sempre maior que a mediana.

c) haverá somente uma moda.

d) ao serem alterados apenas os termos dos extremos, o desvio-padrão não será


alterado.

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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão
A Variância e o Desvio Padrão são medidas estatísticas que medem o grau de dispersão
de um conjunto de dados em relação a sua média, ou seja, o risco dos dados não darem a
média do grupo. Quanto maior a Variância ou Desvio Padrão, maior será o risco, já que a
distância entre cada ponto até a média será maior.

A Variância é calculada através da MÉDIA DO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE CADA


PONTO ATÉ A MÉDIA DO GRUPO, e o Desvio Padrão será a raiz quadrada deste número.
Este passo-a-passo deixará um pouco mais claro:
Ø (1) Calcular a média do grupo;
Ø (2) Calcular a distância de cada ponto até a média;
Ø (3) Elevar cada uma destas distâncias ao quadrado (Motivo: deixar todos os
números positivos);
Ø (4) Calcular a média desses números que foram elevados ao quadrado.
Este número será a Variância Populacional.
Ø (5) Desvio Padrão = Raiz quadrada da Variância.
Ou seja, da Variância chegamos no Desvio Padrão, consequentemente, do Desvio Padrão
chegamos na Variância.

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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.

6
Fundo A Média

5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)

4 (Distância entre o
ponto e a média )
3

0
1 2 3 4 5

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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão do grupo (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%),
iremos seguir o passo-a-posso através da construção de uma tabela:

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média = (8 ÷ 5) = 1,6
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 1,6
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = $, & = ±1,26

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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média N-1 = (8 ÷ 4) = 2
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 2
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = ( = ±1,41

66
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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral: HP-12C
A Hp-12 calcula diretamente apenas o Desvio Padrão, sendo ele o Amostral. Mas com o
Desvio Padrão, podemos chegar na Variância elevando-o ao quadrado. Primeiro, vamos
“limpar” a HP-12C com “[F] [CLx]”.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão 1,41

2 [YX] Variância 2,00

67
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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C
Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando
um número extra que será a média do grupo.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1
3 [∑+] 2º número do grupo Número 2
3 [∑+] 3º número do grupo Número 3
5 [∑+] 4º número do grupo Número 4
3 [∑+] 5º número do grupo Número 5
3 [∑+] Média adicionado ao grupo Número 6

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão – População 1,26

2 [YX] Variância – População 1,60

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Medidas de Dispersão
Analisando duas Aplicações
Para as finanças, o Desvio Padrão e a Variância nos indicam o Risco de Mercado do ativo.
Este risco é conhecido também por Volatilidade, que nada mais é que a sua oscilação
perante a média de retornos. No entanto, quanto maior o risco, maior o retorno exigido
por aquele investimento e caso dois investimento possuam o mesmo retorno, devemos
escolher o que possui o menor risco. Por exemplo, dois fundos que possuam um retorno
médio de 3% e que apresentem os retornos abaixo, deve-se escolher o Fundo A, pois
possui menor oscilação e, consequentemente, menor Desvio Padrão que o Fundo B.

7 Fundo B Fundo A Média


6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)

q FÓRMULAS:

VARIÂNCIA POPULACIONAL VARIÂNCIA AMOSTRAL

70
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância
A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)
se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a variar na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as
devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não
possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.

Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem


petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta
forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e
as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as
ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a
valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:
Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)
Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)

A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.

71
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Medidas de associação entre 2 variáveis


Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades
distintas.

Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar


estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de
“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as
variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação
linear). Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de
Correlação:
Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;
Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).
Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se
movimentar independentemente uma da outra.
Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.

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Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância e Coef (ρ)
Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos
adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para
isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito
bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão
diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações
irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,
adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como
por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre

Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1

Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final


CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000
50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)
CARTEIRA (B) R$ 100.000
50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)

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Medidas de associação entre 2 variáveis


Fórmulas
Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,
entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve
ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.

q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:

. × 0" -0
," -, . . × 0" -0
," -, .
Ø (1) COV(X,Y) = ∑+)*+ ; OU ∑+)*+ ;
1 1-2

Ø (2) COV(X,Y) = DP(X)×DP(Y) × Coef (X,Y); quando se tem o Coeficiente.

q Coeficiente de Correlação: O coeficiente de correlação é calculado através:

345(,,0)
Coef (X,Y)=
89(:)×89(;)

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Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo Covariância
Sabemos empiricamente que quanto mais alto estão os juros (SELIC), menos as pessoas
tendem a comprar (o crédito fica mais caro). No entanto, podemos provar essa relação
inversa com o cálculo da Covariância entre a Taxa de Juros versus Consumo. Por exemplo,
calcule a Covariância entre “Consumo & Taxa de Juros”, sabendo que nos últimos quatro
anos, foram coletados os seguintes dados:
Ø Consumo por pessoa: {R$ 800; R$ 700; R$ 600; R$ 500}
Ø Taxa SELIC: {10%; 11%; 13%; 14%}

Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .

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Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo Covariância: Passo a Passo
Primeiramente, devemos notar que o exemplo nos passa a informação dos “últimos
quatro anos”, portanto, uma amostra. Para termos a população entre “Consumo & Taxa de
Juros” deveríamos ter todos os dados desde a primeira vez que alguém consumiu no
Brasil (uma coleta de dados impossível). Assim, nossa soma final será divida por 3 (n – 1).
Seguindo o passo-a-passo, chegamos na seguinte tabela:

Consumo (A) ETAPA 2: SELIC (B) ETAPA 2: ETAPA3:


Retorno – Média Retorno – Média Multiplicar Riscos
800 +150 10 ‒2 (150×-2)= ‒300
+
700 +50 11 ‒1 (50×-1)= ‒50
+ (-700 ÷ 3)
600 ‒50 13 +1 (-50×1)= ‒50
+
500 ‒150 14 +2 (-150×2)= ‒300
ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:
Média: 650 Média: 12 Cov (A,B) = ‒233

A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).

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Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
A HP-12C não calcula diretamente a Covariância, somente o Coeficiente de Correlação. No
entanto, sabemos que ela também calcula o desvio padrão dos ativo. Desta forma,
podemos aplicar a seguinte fórmula, lembrando que nossos resultados são sempre
Amostrais:

COV (a,b) = DP(a) × DP(b) × Coeficiente de Correlação(a,b)


Risco A Risco B Risco relacionado entre A,B
q HP-12C - Passo-a-Passo:
Ø (1) Zerar a Hp-12C com [f][CLx]
Ø (2) Inserir um por um, os pares do grupo: Ativo A “ENTER” + Ativo B “[∑+]”,
Com os grupos criados, podemos solicitar o cálculo do Coef (a,b), DP(a) e DP(b).
Ø (3) Calcular Coef(A,B): [g][2] e posteriormente “inverter variáveis” [x><y]
Ø (4) Calcular DP(B): [g][.]; a Hp-12 sempre nos mostra primeiro o “segundo ativo”.
Ø (5) Calcular DP(A): [x><y]; inverter variáveis (você já pediu o DP(b), agora esta
pedindo para a HP somente inverter a variável)
Ø (6) Calcular COV(A,B): multiplicar os itens anteriores (3)×(4)×(5).

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Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
q Aplicando o Passo-a-Passo:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


800 ENTER 10 [∑+] 1º número do grupo 1
700 ENTER 11 [∑+] 2º número do grupo 2
600 ENTER 13 [∑+] 3º número do grupo 3
500 ENTER 14 [∑+] 4º número do grupo 4
2,r: [g][2]
3 Correlação (r) 1.210
COEF (A,B) [x><y] Inverter resultado ‒0,99
DESVIO PADRÃO (B) S: [g][.] A HP calcula 1º segundo ativo 1,83
DESVIO PADRÃO (A) [x><y] Inverter o Ativo 129,10
Multiplicar duas vezes, pois os
COV(A,B) [×] [×] valores do COEF, DP(a) e DP(b) -233,33
já estão na memória da HP

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Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.

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Medidas de associação entre 2 variáveis


Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias.
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam.
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos.
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos.
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.

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Como a prova tem cobrado!
[306112] A correlação entre os ativos A e B é de -0,65, pode-se afirmar que a
covariância entre esses dois ativos é de aproximadamente:

a) 0,0026.

b) – 0,0026.

c) 0,0062.

d) – 0,0062.

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Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Conceito
A importância de se saber a média e o desvio-padrão da amostra coleta nos
investimentos, está em conhecer a probabilidade de eventos futuros de se afastarem da
média do grupo. Esta probabilidade é chamada de “Intervalo de Confiança” e pode ser
demonstrada através da “Curva da Distribuição Normal”, formada pela distribuição dos
dados coletados em uma curva. Estas probabilidades já foram calculadas pelos estatísticos
e são padronizadas da seguinte forma:
Ø Aproximadamente 68% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de UM desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 95% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de DOIS desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 99% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de TRÊS desvio padrão, para mais ou para menos da média.

Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!

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Intervalo de Confiança
Gráfico
A partir da média (µ), quanto mais nos afastamos dela, maior a probabilidade de um
evento ocorrer. Este afastamento é baseado pela quantidade de desvios padrões (σ).
Importante ressaltar que não importa a quantidade de desvios padrões utilizarmos, jamais
teremos 100% de certeza.

A curva de distribuição normal é apresentada desta forma:

1 DP(4) = 68,26%
2 DP(4) = 95,44%
3 DP(4) = 99,74%
1,96 DP(4) = 95%

83
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Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Exemplo
Um fundo de ações possui retorno médio anual de 40% e um desvio padrão de 5%. Para
um intervalo de confiança de 95%, qual a variação esperada aproximada?

q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;

Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%

Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.

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Como a prova tem cobrado!
[503203] O intervalo com 99% de confiança para os possíveis retornos de um ativo
com média de 40%, desvio padrão de 5% e t crítico de 2,33 é

a) 35%; 45%.

b) 37,33%; 42,67%.

c) 28,35%; 51,65%.

d) 188,35%; 211,65%.

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CML – Capital Market Line


Adição do Ativo Livre de Risco
A introdução de um ativo livre de risco, cujo retorno chamaremos de TLR e que não tem
correlação alguma com os outros títulos (covariância e correlação = 0), faz com que a
antiga “fronteira eficiente” (uma curva) mude para uma RETA chamada Capital Market
Line (CML), sendo desta forma, uma evolução da fronteira eficiente!

Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.

Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M,
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.

q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.

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CML – Capital Market Line
Gráfico

Retorno (R)

CML - Carteira D é preferível à A;


Z
- D está emprestando parte
Fronteira dos seus recursos (menor
Eficiente risco que a carteira do
M
mercado M);
D
TLR - Z está alavancado.

Risco Total (!)

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SML – Security Market Line


Conceito
A SML (Security Market Line) é a evolução da CML, já que compreendemos que quando
uma carteira é muito bem diversificada, o risco total da carteira de investimentos, acaba
sendo somente o risco sistêmico (o risco não-sistêmico acaba diluindo a zero). Com isso,
não faz sentido calcularmos risco através de desvio padrão (risco total), mas sim, através
do Beta (risco sistêmico). Portanto, a principal evolução do modelo CML para o SML é a
medida de risco utilizada, já que:
Ø CML: usa RISCO TOTAL como medida de risco (medido pelo desvio padrão)
Ø SML: usa RISCO SISTÊMICO ou de mercado (medido pelo Beta – β).

Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.

88
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SML – Security Market Line
CAPM: Fórmula
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um modelo que mostra o retorno mínimo que um
investidor aceitaria por investir em uma empresa levando em consideração risco
sistemático (Beta) daquele ativo. A fórmula leva em consideração o mínimo que se deve
ganhar no mercado financeiro, ou seja, Taxa Livre de Risco (Rf), acrescentado pelo retorno
exigido pelo risco sistêmico da ação. Este modelo segue a premissa de aversão ao risco
(quanto maior o risco, maior o retorno exigido)

q FÓRMULA:
!(#$) = #. + β/ #0 − #1
Prêmio de Risco

onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).
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SML – Security Market Line


Gráfico

Retorno (R)

SML

M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO

RETORNO QUE NÃO


TLR
POSSUI RISCO

1 Risco Sistemático (β)

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SML – Security Market Line
Exemplo
O preço esperado pelos analistas para as ações da Toro Educação S/A é de R$ 66,00. Esta
ação está sendo negociada hoje no mercado pelo valor de R$ 60,00. Sabendo que a taxa
livre de risco é 5%, o retorno do mercado (Ibovespa) é 15% e o Beta da ação é 0,7, qual o
retorno requerido segundo a SML? Esta ação está super ou subvalorizada?

q RESPOSTA: devemos realizar dois cálculos, o do Retorno Esperado e o do Retorno


Requerido do ativo. Após isso, iremos comparar os retornos:
Ø RETORNO ESPERADO:
§ 60 [ENTER]
§ 66 [Δ%]
§ Resposta: 10% é o retorno esperado para o ativo.
Ø RETORNO REQUERIDO (CAPM)
§ RR = 5% + 0,7×(15% - 5%)
§ RR = 5% + 0,7×(10%)
§ RR = 12%
Como o retorno requerido é superior ao retorno esperado do mercado, o investidor não
deve adquirir as ações e com isso, podemos afirmar que ela está supervalorizada.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

SML – Security Market Line


Exemplo: Gráfico

Retorno (R)

Retorno SML
Requerido

12%
10% Ação

5%
Retorno
Esperado

0,7 Risco Sistemático (β)

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SML – Security Market Line
Escolhendo Ativos
Títulos Subvalorizados Títulos Supervalorizados
(Ativos Baratos) (Ativos Caros)

Ø Retorno esperado é MAIOR que Ø Retorno esperado é MENOR que


retorno exigido do ativo. retorno exigido do ativo.

Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.

Ø Deve ser comprado. Ø Deve ser vendido.

Não confunda RETORNO ESPERADO com RETORNO REQUERIDO (RETORNO EXIGIDO)


de um ativo. O primeiro é a expectativa de retorno do mercado financeiro para aquela
ação (podendo ser calculado por média pondera), já o Retorno Requerido é quanto um
investidor está exigindo de retorno mínimo baseado no risco sistêmico do ativo.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

APT – Arbritrage Pricing Theory


Conceito
O APT, ou teoria de precificação por arbitragem, é um modelo que considera a existência
de várias fontes causadoras de risco de mercado. Como paralelo, podemos notar que o
modelo CAPM utiliza somente uma variável como medida de risco: o Beta (risco
sistêmico).

O modelo APT considera a taxa de juros, a taxa de câmbio, a inflação, o PIB, o


desemprego, entre outros, também são fontes geradoras de risco sistêmico. Assim,
segundo o APT, podemos prever o comportamento de uma ação utilizando a relação entre
aquele ativo e diversos fatores (F) de risco relacionados. São utilizados os beta específicos
de cada fator utilizado na equação.

q FÓRMULA:
67(") = 896 + β$ ×F$ + β% ×F% +... + β& ×F&

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SML x CML
Resumo

SML CML
MEDIDA DE Risco Sistêmico Risco Total
RISCO (não diversificável, Beta) (Desvio Padrão)

Usado para determinar a alocação


Usado para determinar o de ativos apropriada (ativo livre de
APLICAÇÃO
retorno requerido para ativos risco vs. Carteira do Mercado) para
o investidor

Gráfico da Fronteira Eficiente +


DEFINIÇÃO Gráfico CAPM
Adição do Ativo Livre de Risco

GRAU DE Prêmio de risco Índice de Sharpe da


INCLINAÇÃO de mercado Carteira do Mercado

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CAPM x APT
Resumo

CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)

Modelo simples, facilita o Modelo amplo, não possui


VANTAGEM
cálculo de retorno do ativo premissas restritivas

É restrito ao considerar apenas Aberto demais, não determina


DESVANTAGEM
uma medida de risco quais fatores devem ser utilizados

OS DOIS SÃO MODELOS DE AVERSÃO AO RISCO!


EM COMUM QUANTO MAIOR O RISCO DE UM ATIVO,
MAIOR SERÁ O RETORNO EXIGIDO!

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
2.2 Renda Variável I

97
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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

2.2.1 Conceitos Básicos


98
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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Renda Variável
Conceitos
A RENDA VARIÁVEL é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo
não é conhecida no momento da aplicação. Esses investimentos são mais arriscados e
recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado. São exemplos desses
tipos de investimos: ações; moedas, tais como dólar, euro, iene...; commodities (soja, café
arábico, boi gordo, petróleo); Clubes de Investimentos e Fundos de Investimentos.

Alguns definições serão importantes sabermos durante nossos estudos, tais com:
Ø Acionista minoritário: É o acionista que possui uma quantidade não expressiva de
ações com direito a voto, sendo estes protegidos pela CVM.
Ø Acionista(s) Controlador(es): É quem exerce o poder de controle na sociedade,
seja uma pessoa ou grupo de pessoas, sendo estes fiscalizados pela CVM.
Ø Home Broker: É o sistema online de uma corretora que permite seu cliente a
comprar e vender ativos na B3 sozinho, sem a necessidade de um operador. Os
principais ativos negociados são ações, derivativos e fundos de investimentos.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Ações
Conceito
A AÇÃO de uma empresa representa “a menor fração do seu capital social”. O detentor
de uma ação (acionista), se torna um dos donos da companhia (coproprietário) e não um
credor da empresa, desta forma, ações NÃO POSSUEM RISCO DE CRÉDITO! Junto com
todas as outras pessoas (físicas ou jurídicas) que detêm ações da empresa, você passa a
fazer parte do quadro de acionistas da companhia. As ações são conversíveis em dinheiro
a qualquer momento por negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão, desde
que haja um outro interessado e por isso há o risco de Liquidez.

As ações possuem algumas características, podendo ser:


Ø Nominativas ou “Ao portador”;
Ø Escriturais ou físicas;
Ø Ordinárias (ON) ou Preferências (PN);
Ø De diferentes Classes (A, B, C, ...).

100
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Ações
Tipos
As ações se diferenciam basicamente pelos direitos que concedem a seus acionistas. No
Brasil, elas estão divididas em dois grandes grupos: as ações ordinárias e as ações
preferenciais. Ambos os tipos de ações devem ser nominativas (seu detentor é
identificado nos livros de registro da empresa).

As principais características de cada uma são:


Ø Ações Ordinárias (ON): ação com direito a voto.
Ø Ações Preferências (PN): ação com preferência aos dividendos.
Ø Certificados de Depósito de Ações (UNITS): são ativos compostos por mais de
uma classe de valores mobiliários, como por exemplo, uma composição da ações ON
e ações PN.

101
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Ações
Ações Ordinárias (ON)
Os detentores de ações ordinárias nominativas (ON) têm o direito de votar nas
assembleias da empresa. Porém, para do pequeno investidor, esse direito é bastante
limitado, já que seu voto pode ser bastante insignificante perto dos grandes investidores.
As características das ações ON são:
Ø Dá direito a voto nas assembleias (1 ação = 1 voto);
Ø Eleição do Conselho Administrativo;
Ø Controle do destino da empresa;
Ø Direito a Tag Along (mínimo de 80% do valor pago por ação com direito a voto em
caso de alienação de controle)

Importante ressaltar que é obrigatório que no mínimo 50% das ações sejam ordinárias, e
em caso de falência, ela será o último débito a ser quitado pela empresa, portanto há
um maior risco comparado as PN.

102
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Ações
Ações Preferencial (PN)
As ações preferenciais nominativas (PN) são aquelas que menos protegem o acionista
minoritário, pois não lhe dão o direito de votar em assembleia e em caso de venda da
empresa, não lhe garantem o direito de participar do prêmio de controle (valor pago ao
acionista que detém o comando, no caso de venda da empresa). Desta forma, suas
características são:
Ø Não dá direito a voto (há exceções);
Ø Prioridade na distribuição de dividendo;
Ø Prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio;
Ø Número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do
total de ações emitidas.
Ø Caso a companhia não distribua resultados por três exercícios consecutivos, as
ações preferenciais podem adquirir direito a voto, o qual será mantido até que se
faça a distribuição de dividendos.
o A aquisição do direito a voto valerá tanto nas companhias abertas ou fechadas,
onde foi estipulado dividendo fixo ou mínimo e nas companhias abertas onde foi
estipulado dividendo mínimo de 3% do patrimônio líquido.

103
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Ações
Ações Preferencial (PN)
Conforme a lei 10.303, somente poderão ser negociadas em bolsa as ações PN com pelo
menos UMA das vantagens abaixo, independentemente do direito de receber ou não o
reembolso de capital:
Ø Direito de participar de dividendo a ser distribuído de, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) do Lucro Líquido do exercício; ou
Ø Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10% (dez por cento) maior do
que o atribuído a cada ação ordinária (ON); ou
Ø Direito de serem incluídas no Tag Along (em caso de venda da companhia, direito
de vender as suas ações recebendo, no mínimo 80% do valor pago por cada ação
integrante do bloco de controle), assegurando o dividendo pelo menos igual ao das
ordinárias (ON).

104
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Ações
Classe
As empresas podem emitir diferentes classes de ações e criar quantas classes quiser,
dentro de seu tipo (ON ou PN). Essas classes de ações recebem uma letra, conforme
objetivos específicos. Por exemplo, a empresa pode estabelecer em seu estatuto valores
diferenciados de dividendos ou proventos especiais para cada classe de ação.

Uma ação PNA indica uma ação PN (Preferencial Nominativa) classe A. A classe A pode
indicar que seja uma ação com dividendo mínimo e a classe B, uma ação com dividendo
fixo.

As classes são descritas por letras (A, B, C, ...), após o ON e PN, sendo que no Estatuto
Social é que são determinadas as vantagens e restrições de cada uma delas.

105
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Depositary Receipts (DR’S)


Definição
São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país. No Brasil são negociados os BDRs (Brazilian Depositary Receipts),
certificados representativos de ações de empresas estrangeiras, no qual os Brasileiros
podem comprar. Já nos Estados Unidos são emitidos os ADRs, onde os Americanos podem
investir em empresas não-americanas. Por exemplo, a Petrobrás possui um programa de
ADR negociadas na NYSE na qual cada 2 ações PN equivalem 1 ADR (PBRA). Já quando
esse lastro é em qualquer outro país, como por exemplo, na Inglaterra, chamamos de
GDR (GLOBAL Depositary Receipts).

• Negociadas nos EUA


Ações • Negociadas no Brasil
• Emitidas por empresas • Emitidas por empresas
não americanas não brasileiras

ADR - American DR’s BDR - Brazilian


Depositary Receipts Depositary Receipts

106
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Depositary Receipts
Benefícios
Tantos as empresas estrangeiras que decidem acessar o Mercado Internacional, quanto os
investidores, podem se beneficiar dos programas de ADR, BDR ou GDR, que são:
Ø BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA:
§ Ampliação e diversificação de sua base de acionistas;
§ Maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais;
§ Aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores;
§ Maior cobertura de research fora de seu país de origem;
§ Alternativa adicional para captação de recursos;
§ Melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares;
§ Moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições.
Ø BENEFÍCIOS PARA O INVESTIDOR:
§ Não precisa enviar dinheiro para o exterior e com isso, não tem a preocupação
com a conversão do câmbio e não é tributado pelo IOF.
§ Evita os custos relacionados à remessa de recursos para o exterior, como
câmbio e manutenção de contas;
§ Possibilidade de elaboração de estratégias, diversificação de investimentos e
arbitragem com ativos locais e estrangeiros.
§ Possibilidade de converter os DRs em ações da companhia emissora.
107
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Depositary Receipts
Custodiante & Depositário
Dentre as figuras importantes no processo das DR’s, temos a Instituição Custodiante, a
Instituição Depositária e a empresa patrocinadora, que possuem as seguintes funções:
Ø Custodiante: a instituição que presta o serviço de custódia (faz a guarda da ação
que estará servindo como lastro para a emissão da DR).
Ø Depositária: a instituição que, no exterior, emite os correspondentes DR. Ela tem
como responsabilidade garantir que os DRs de fato estejam lastreados nos valores
mobiliários e que os mesmos estejam bloqueados para negociação no país de
origem. Ela deverá garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos
valores mobiliários no Exterior e dos DRs emitidos.
Ø Empresa patrocinadora: a emissora sediada no País dos ativos que estão servindo
como lastro do programa de DR e signatária de contrato específico com instituição
depositária para a emissão de DR.

Por exemplo, imagine que a Petrobrás (empresa patrocinadora) deseja ter 100.000 ADRs
sendo negociadas na bolsa americana. Assim, caso a paridade ADR por ações seja um (1)
para um (1), 100.000 ações ficarão “guardadas” em uma Instituição Custodiante. Com
isso, a Instituição Depositária fará a emissão de 100.000 ADRs nos EUA e ficará
responsável por garantir que as 100.000 ações no Brasil não sejam negociadas.
108
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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts
Tipos de Categorias
Os recibos BDRs possuem duas categorias:
Ø Patrocinadas; e
Ø Não Patrocinadas.

Os certificados patrocinados são emitidos por uma instituição depositária contratada pela
companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários. Além disso, esta companhia é
responsável por divulgar todas as informações necessárias, fazendo parte do processo.
Outro ponto importante é que a categoria Patrocinada pode ser classificada como Nível I,
Nível II ou Nível III. Já a categoria Não Patrocinado é emitido sem o envolvimento da
empresa estrangeira, desta forma, só pode ser classificado como nível I. Vale ressaltar
que, desde 22 de outubro de 2020, as BDRs Nível I estão dispostas a negociação a
quaisquer investidores, desde que:
Ø o mercado de maior volume de negociação desses ativos, nos últimos 12 meses,
seja um ambiente de mercado estrangeiro classificado como “mercado reconhecido”;
Ø o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro aos BDR esteja sujeito à
supervisão por parte da entidade reguladora do mercado de capitais do mercado de
maior volume de negociação.

109
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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Programa de BDR
Poderão ser instituídos programas de BDRs, patrocinados ou não pela companhia aberta,
ou assemelhada, emissora dos valores mobiliários objeto do certificado de depósito, os
quais deverão ser previamente registrados na CVM. Desta forma, fica claro que todos os
programas necessitam ser registrados, mas não que as empresas precisam ser registradas
na CVM (como veremos a seguir). Estes programas podem ser classificados como:
Ø BDR Patrocinado Nível I: Não há registro da empresa na CVM (regra geral).
§ Negociados no mercado de balcão não organizado ou em segmentos
específicos de BDRs nível I em mercados de balcão organizado ou bolsa (B3);
§ Divulgação, no Brasil, pela instituição depositária, das informações que a
companhia emissora está obrigada a divulgar em seu país de origem e no país em
que o valor mobiliário é admitido à negociação
§ Dispensa de registro de companhia na CVM, ressalvada a hipótese de BDR com
lastro em títulos representativos de dívida emitidos por emissores nacionais com
registro na CVM;
§ Possibilidade de distribuição por oferta pública com esforços restritos, nos
termos da regulamentação específica;
§ Como regra geral, apenas para investidores qualificados ou funcionários. Para
investidores não qualificados, deve-se respeitar os itens citados no slide anterior.
110
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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts
Programa de BDR
(...) Continuação
Ø BDR Patrocinado Nível II: Registro da companhia na CVM.
§ Não há emissão de ações;
§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;
§ Possibilidade de distribuição por oferta pública com esforços restritos, nos
termos da regulamentação específica.
Ø BDR Patrocinado Nível III: Há emissão de ações (através de oferta pública).
§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;
§ Registro da companhia na CVM;
§ Mais completo e oneroso.
Ø BDR NÃO Patrocinado: Não há envolvimento da companhia estrangeira.
§ Instituído por uma ou mais instituições depositárias ou emissoras de
certificado, sem envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores
mobiliários lastro, e só pode ser classificado como Nível I. Desta forma, este nível
é parecido ao BDR Nível I, mas sem o envolvimento da companhia.

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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Alerta aos investidores
Vale ressaltar o alerta aos investidores, descrito no próprio site da B3:
“Ao adquirir BDR Patrocinado, o investidor deve considerar que não há garantia de
que poderá iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos arbitrais ou
administrativos, no Brasil ou no exterior, relacionados ao BDR, às ações subjacentes a
este, ao emissor estrangeiro que as emitiu ou aos respectivos administradores e
acionistas, inclusive para reparação de eventuais prejuízos envolvendo falhas
informacionais, ilícitos de mercado, violação de deveres fiduciários da administração
ou quaisquer outros. O investidor deverá considerar, ainda, que o Depositário não
tem obrigação de iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos
arbitrais ou administrativos, no Brasil ou no exterior, nos termos mencionados
anteriormente, nem há a garantia de que possa fazê-lo”.

112
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ADR’S: American Depositary Receipts
Programas de ADR
Da mesma forma como no Brasil, as ADRs possuem quatro tipos de classificação, que se
diferem pelo objetivo da empresa em relação à emissão e pela quantidade de exigências
feitas pelas autoridades nacionais, onde nos EUA é a SEC (Security Exchange Comission),
conhecida por nós como “CVM americana”. Estas classificações são:
Ø ADR Nível I ou Balcão (Pink Sheet): Negociados no mercado de balcão.
§ Não há emissão de novas ações.
§Não precisa atender normas contábeis americanas.
§ Tem como objetivo colocar ações no mercado norte-americano, para que a
empresa seja mais conhecida e em um futuro, poder ter captação de recursos.
§ Não necessita atender a todas as exigências da SEC.
Ø ADR Nível II (Lister): Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.
§ Não há emissões de ações.
§ Necessita o registro completo na SEC.
§Deve atender normas contábeis americanas – USGAAP.
§ Deve prever um programa de divulgação institucional de alta qualidade.

113
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ADR’S: American Depositary Receipts


Programas de ADR
(...) Continuação
Ø ADR Nível III (Fully Registred): Há emissão de novas ações (mercado primário).
§Necessita o registro completo na SEC.
§ Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.
§ Deve atender as normas contábeis americanas (USGAAP).
§ Programa de divulgação institucional de alta qualidade.
§ Mais completo e oneroso.

Ø ADR 144A (Rule 144A): Não há necessita de registro na SEC.


§ Negociados em balcão, através do sistema PORTAL.
§ Permite captação de recursos apenas para QIB - Qualified Institutional Buyers,
que são Investidores institucionais qualificados .
§ Menos oneroso que o nível III.
§ Do ponto e vista legal, a empresa necessita apenas cumprir as regras exigidas
no ADR Nível I, a diferença principal está na desvantagem de tornar a empresa
conhecida apenas por um grupo restrito de investidores (QIB).

114
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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts
Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (R$)
INVESTIDOR CORRETOR
BRASILEIRO 9. Entrega BDR BRASILEIRO

D R
t rega B 2. R$
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite BDR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. U$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) AMERICANO Valores
5. Ações
115
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ADR’S: American Depositary Receipts


Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (US$)
INVESTIDOR CORRETOR
AMERICANO 9. Entrega ADR AMERICANO

ga ADR 2. US $
tre
BANCO 8. En
DEPOSITÁRIO
(emite ADR) Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.
7. Notifica o Depositário
3. R$
BANCO 4.
CUSTODIANTE 6. Entrega ações CORRETOR Bolsa de
(custódia de ações) BRASILEIRO Valores
5. Ações
116
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2.2.2 Direitos dos Acionistas
Minoritários
117
117
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Direitos dos Acionistas


Lei das S/A’s
O acionista minoritário possui direitos regidos pela Lei 6.404/76, que são:
Ø Participação nos Lucros Sociais: Dividendos, JCP e Bonificação;
Ø Fiscalização: Fiscalizar, na forma prevista nesta lei, a gestão de negócios sociais;
Ø Preferência de Subscrição: em caso de aumento de capital, o acionista tem direito
de subscrever um número de ações proporcional à sua participação, para evitar
diluição da sua participação percentual no capital social;
Ø Preferência de Retirada ou de Recesso: Direito de um acionista se retirar da
sociedade, tendo um reembolso por suas ações, podendo ser acionado em casos
como mudança de objeto social, cisão, fusão, incorporação ou alteração das classes
de ações;
Ø Participação do acervo em caso de liquidação: Direito de receber a parcela de
capital que lhe pertence em caso de encerramento das atividades.

118
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Direitos dos Acionistas
Lei das S/A’s
q DIREITO AO VOTO: A autoridade máxima de uma empresa é a Assembleia de
Acionistas, sendo que a cada ação ordinária (ON), corresponde a 1 voto. O Estatuto Social
(ou a Assembleia Geral) pode limitar o número de votos de cada acionista, mas não
poderá privar o acionista de:
Ø Participar dos Lucros;
Ø Participar do Acervo da companhia, em caso de liquidação;
Ø Fiscalizar a gestão dos negócios sociais;
Ø Retirar-se da sociedade em casos previstos na lei; e
Ø Da preferência para subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em
ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição.
Ø OBS: Preferencialistas (PN) ganham direito ao voto, caso a empresa deixe de
pagar dividendos por três anos consecutivos, até a nova distribuição de lucros.

q FISCALIZAÇÃO: O acionista tem o direito de fiscalizar a gestão da empresa:


Ø Participando das Assembleias (AGO e AGE);
Ø Analisando demonstrações financeiras;
Ø Elegendo membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal.

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AGO e AGE
Conceito
q Assembleia Geral Ordinária (AGO): deve ser convocada obrigatoriamente pela
diretoria da sociedade e tem como objetivo verificar resultados, discutir e votar relatórios
e eleger o conselho fiscal da diretoria. Assembleia deve ser realizada anualmente e em até
quatro meses depois do encerramento do exercício social da empresa.

q Assembleia Geral Extraordinária (AGE): Assembleia extraordinária, como o próprio


nome já sugere, é aquela que não tem periodicidade pré-determinada ou definida. Ela
serve para que seja definido assuntos que não podem ser esperados até a próxima AGO,
assuntos urgentes.

120
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Acordo de Acionistas
Conceito
O acordo de acionistas é um contrato parassocial que visa regular o exercício do voto dos
aderentes, a compra e venda de suas ações, preferências para adquiri-las e qualquer
matéria que se pode contratar. Somente acionistas podem participar. As ações vinculadas
ao acordo, não poderão ser negociadas em bolsa nem em mercado de balcão.

A forma tem que ser escrita; o prazo de duração fica a critério dos contratantes podendo
ser fixado por termo ou condições resolutivas.

q Tipos de Acordo de Acionistas


Ø Acordo de Comando – Para organizar o controle;
Ø Acordo de Defesa – Para reunir minoritários e pleitear direitos de acordo com
percentuais exigidos pela lei.
Ø Acordo misto – Firmado entre Controladores e Minoritários para evitar ou
extinguir litígios.

121
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Tag Along
Conceito
É um instrumento que promove a extensão do prêmio de controle aos acionistas
minoritário. O tag along é previsto na legislação brasileira e assegura que a alienação,
direta ou indireta, do controle de companhia aberta, somente ocorrerá sob a condição de
que o acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com
direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes
assegurar o preço no MÍNIMO IGUAL A 80% DO VALOR PAGO POR AÇÃO COM DIREITO A
VOTO, pelas ações integrantes do bloco de controle.

Algumas companhias, voluntariamente, estendem o direito de tag along também aos


detentores de ações preferenciais (PN) e/ou asseguram aos detentores de ações
ordinárias (ON) um preço superior aos 80%.

q EXEMPLO: Rafael é sócio majoritário e vende o controle da sua companhia pelo valor
de R$ 10,00 por ação (ON). Assim, todos os sócios minoritários que possuem ações ON,
deverão receber uma proposta para venderem as suas ações por no mínimo R$ 8,00, se
desejarem, ou seja, 80% do que o Rafael vendeu. Importante notar que as ações PN não
possuem esse direito!

122
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Governança Corporativa
Conceito
Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os
objetivos da administração da companhia aos interesses dos acionistas, visando assegurar
que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das
organizações.

Entre os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:


Ø Conselho de administração ativo e que atue com independência;
Ø Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente
reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
Ø Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes.

123
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Governança Corporativa
Níveis de diferenciados de Governança
A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem
para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente
as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de
Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia
(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto
estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever
de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:
Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);
Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);
Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança)

q Os principais objetivos são:


Ø Incentivar e preparar as companhias para aderirem ao Novo Mercado;
Ø Melhoria da relação com investidores;
Ø Fortalecer o mercado de capitais nacional;
Ø Maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos
controladores e administradores da companhia.

124
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Governança Corporativa
Nível 1
As principais mudanças entre o tradicional e o Nível 1 de Governança Corporativa
referem-se a melhorias na prestação de informações ao mercado e com dispersão
acionário (free float mínimo de 20%, como regra geral). Suas principais características são:
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
Ø Melhoria nas informações prestadas, trimestrais e anuais;
Ø Ao menos uma reunião anual pública com analistas e investidores;.
Ø Apresentação de calendário anual, constando todos os eventos corporativos;
Ø Divulgação de Política de Negociação de Valores Mobiliários e de Código de
Conduta,
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.

125
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Governança Corporativa
Nível 2
Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior
equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes foram
mantidos ou melhorados. Estes itens são:
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAP ou IFRS);
Ø Tag Along de 100% para ações ON e PN;
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo 5 membros, dos quais pelo menos
20% independentes, com mandato unificado de até 2 anos.
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa;
Ø As ações preferenciais terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:
o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;
o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;
o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;
o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que
sejam deliberados em Assembleia Geral.
126
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Governança Corporativa
Novo Mercado
O nível Novo Mercado exige das empresas os mais altos níveis de governança corporativa,
sendo referência no que se refere à transparência e respeito aos acionistas. Ele inclui
todos as regras da nível 2, mas com uma grande mudança: o capital deve ser composto
EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com direito a voto. Ou seja, é proibido ter na
sua composição, ações preferencias (PNs). Desta forma, as principais regras são:
Ø Capital deve ser composto EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com
direito a voto;
Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter
em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital
social;
ØTag Along de 100% para ações ON;
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;
Ø Conselho de Administração com no mínimo de 3 membros (conforme legislação),
dos quais, pelo menos, 2 ou 20% (o que for maior) devem ser independentes, com
mandato unificado de até 2 anos;
Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Governança Corporativa
Free Float: Regra Alternativa
A regra geral do percentual mínimo de ações em circulação (free float) para os 3 níveis é
de 20%.

Contudo há uma regra alternativa, que reduz esse percentual para 15% nas seguintes
condições:
Ø Caso o ADTV (Average Daily Trading Volume – Volume Médio Diário de
Negociações) seja igual ou superior a R$ 20 milhões, considerando os negócios
realizados nos últimos 12 meses; ou
Ø Na hipótese de ingresso no Novo Mercado, concomitantemente ao IPO quando a
oferta:
Ø for superior a R$ 2 bilhões; ou
Ø enquadrar-se entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, desde que respeitadas as
contrapartidas previstas no Regulamento.

Nessa última condição, a companhia poderá manter o free float em 15% do capital social
por 18 meses, sendo que, ao final do período, o ADTV deve atingir o patamar de R$ 20
milhões, o qual deve ser consistente por 6 meses consecutivos.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Governança Corporativa
Quanto maior, mais benefício ao acionista minoritário

Tradicional N1 N2 Novo Mercado


Atender Atender requisitosAtender requisitos Ter apenas
Objetivo
Legislação de transparência societários ações ON
mínimo 20% (regra mínimo 20% (regra
Free Float não há regra mínimo 20% (regra geral)
geral) geral)
Características ON e PN ON e PN ON e PN (com
somente ON
das ações conforme a lei conforme a lei direitos adicionais)
mínimo 5 membros,
mínimo 3 mínimo 3 membros, mínimo 3 membros, dos quais
dos quais, pelo
membros, dos dos quais, pelo 20% pelo menos 2 ou 20% (o que
Conselho de menos 20%
quais, pelo independentes, com for maior) independentes,
Administração independentes, com
menos 20% mandato unificado com mandato unificado de
mandato unificado de
independentes de até 2 anos até 2 anos
até 2 anos
Demonstrações conforme traduzidas para o
conforme legislação conforme legislação
Financeiras legislação inglês
80% ON 80% ON 100% p/ ON
Tag Along 100% p/ ON
conforme a lei conforme a lei 100% p/ PN
Câmara de
facultativo facultativo Obrigatório Obrigatório
Arbitragem

129
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2.2.3 Ofertas Públicas e Ambientes de


Negociação
130
130
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Mercado Primário e Secundário
Conceito
q MERCADO PRIMÁRIO (IPO): é aquele em os valores mobiliários de uma nova emissão
são negociados diretamente entre a companhia ou Banco Central (quando se tratar de
títulos públicos) e os investidores. Em resumo:
Ø Finalidade de dinamizar o fluxo de poupança em direção aos investimentos
produtivos, viabilizando o crescimento empresarial;
Ø Emissor emite títulos pela primeira vez ou está realizando uma nova captação de
recursos (novas ações, debêntures, CRI, CRA, títulos públicos...);
Ø Há entrada de recursos no caixa do emissor.

q MERCADO SECUNDÁRIO: local onde os investidores negociam e transferem entre si os


valores mobiliários (transferência de propriedade e de recursos), sem ter participação da
companhia. Assim sendo, o mercado secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no
mercado primário. Em resumo:
Ø Finalidade de dar liquidez às ações e títulos emitidos no mercado primário;
Ø Onde ações são negociadas após sua emissão (bolsa ou mercado de balcão);
Ø Transferência de posse das ações entre investidores;
Ø Não há entrada de recursos no caixa da empresa.

131
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Mercado Primário e Mercado Secundário


Gráfico
Decide captar
Bancos de
recursos via
Investimento;
emissão de títulos
Agente Bancos Múltiplos;
EMPRESA
Underwriting DTVM, CTVM
R$
vai
p ara Emite as ações no
IPO

ae mercado primário
mp
$ res (underwriting)
a
C CTVM Bolsa de
Ações Valores / Mercado
Mercado Primário
Ações C
de Balcão
V CTVM
Mercado secundário:
$
títulos passam a ser negociadas
entre os investidores

132
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IPO – Initial Public Offering
Definição
IPO é a sigla em inglês para Initial Public Offering, ou, em português, Oferta Pública Inicial,
que ocorre quando uma empresa abre seu capital, passando a ter suas ações listadas na
Bolsa de Valores. Esta é uma das formas que as empresas tem como alternativa para
captar recursos e assim financiar seus investimentos. Esta forma de captação de recursos
chamamos de “captação através de recursos próprios”, já que a outra forma é através de
empréstimos, que é chamada de “captação através de recursos de terceiros”.

Para uma empresa realizar a captação de recursos aberta ao público, ela deve seguir a
Instrução CVM 400 (ICVM 400), que dispõe sobre as ofertas públicas de distribuição de
valores mobiliários, nos mercados primário e secundário, e tem por finalidade assegurar
a proteção dos interesses do público investidor e do mercado em geral, através do
tratamento equitativo aos ofertados e de requisitos de ampla, transparente e adequada
divulgação de informações sobre a oferta, os valores mobiliários ofertados, a companhia
emissora, o ofertante e demais pessoas envolvidas. Somente após o registro da oferta na
CVM, é que poderá ser ofertado ao público em geral. No entanto, a companhia também
pode buscar recursos através da ICVM 476, onde um grupo restrito de investidores
profissionais que poderão adquirir os ativos ofertados. Esta instrução, que veremos a
seguir, dentro do conceito de follow on.
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IPO – Initial Public Offering


Vantagens
q VANTAGENS: O maior benefício deste tipo de captação é que a empresa não possui
mais a obrigação de remuneração como havia através da captação de dívidas, pois agora
irá remunerar através do lucro da empresa, diferentemente de quando são dívidas, paga-
se independentemente dos resultados. As demais vantagens são:
Ø Maior número de investidores potenciais (investidores institucionais)
Ø Maior profissionalização de gestão, pois é transparência necessária às empresas
de capital aberto.
Ø Alta liquidez patrimonial, vide que há conversão de ações em dinheiro, além da
maior visibilidade no mercado.

q DESVANTAGENS: No entanto, o que era benefício na forma de captação de recursos de


terceiros (dívidas), neste momento são desvantagens, tais como:
Ø Diluição do lucro por acionista, caso o acionista não subscreva seu direito;
Ø Divulgação obrigatória de informações estratégicas da empresa ao público
(inclusive à concorrência);
Ø Aumento dos custos administrativos:
o Publicação de demonstrações financeiras e auditorias;
o Pouco significativos para a empresa de grande porte.
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IPO – Initial Public Offering
Estruturação da Operação
q ORDEM CRONOLÓGICA PARA OFERTAS:
1. Análise interna e processo decisório: preparação da empresa e definição da
estrutura, (Decisão dos Sócios);
2. Mandato para Instituição Financeira;
3. Transformar a empresa em S/A;
4. Preparar a documentação e registro junto à CVM e à B3;
5. Realizar apresentações para potenciais investidores (road show);
6. Formar consórcio de distribuição;
7. Elaborar o prospecto da emissão;
8. Anúncio de início de distribuição;
9. Anúncio de encerramento da distribuição.

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IPO – Initial Public Offering


Tipos de Colocação
A operação para o lançamento de novos títulos (ações, debêntures, CRI, CRA,...) envolve
riscos relacionados a procura dos investidores pelos papeis da empresa. Cumprindo os
procedimentos legais da operação e avaliando a viabilidade econômico-financeira, a
empresa deve procurar uma instituição financeira que a auxilie a diminuir o risco de
demanda pela oferta. Esta instituição financeira pode ser um banco de investimentos ou
uma corretora (CTVM).

O processo de subscrição pública desses títulos podem ocorrer através de 3 regimes:


Ø Garantia Firme (Straight);
Ø Melhores Esforços (Best Efforts);
Ø Residual (Stan-by).

OBS: Há a possibilidade de distribuição de lote suplementar, nas mesmas condições e


preço da oferta, desde que conste no Prospecto e que não exceda 15% da oferta inicial

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IPO – Initial Public Offering
Garantia Firme (Straight)
Na garantia firme de colocação (Straight), o agente financeiro responsável se compromete
a adquirir todo o valor do título que foi ofertado. Dessa forma, a empresa tem a garantia
de que todos os títulos emitidos serão vendidos, ou seja, a empresa captará todos os
recursos necessários e o RISCO SERÁ DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE INTERMEDIU A
OPERAÇÃO.

Este regime é pouco comum para a emissão de ações, pois o agente financeiro só
assumirá o risco se houver uma demanda estimada pelas ações muito maior do que o
volume da oferta

q RESUMO: instituição financeira subscreve integralmente a emissão da empresa para


revendê-la posteriormente ao público, assumindo todo o risco da operação.

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IPO – Initial Public Offering


Melhores Esforços (Best Efforts)
No Regime de Melhores Esforços, a instituição financeira se compromete a fazer tudo que
está ao seu alcance para que as ações da oferta sejam colocadas no mercado. Desta
forma, não há garantia de que a empresa conseguirá vender todos os títulos objeto da
oferta.

Diferente da garantia firme, OS RISCOS DA ACEITAÇÃO OU NÃO DOS TÍTULOS LANÇADOS


NO MERCADO É DA EMPRESA. Dependendo das condições de mercado, há um risco
importante de que não haja demanda pelo total das ações. Também pode ocorrer que o
preço da ação na oferta fique abaixo da faixa mínima estipulada. Numa situação dessas, é
muito comum que a oferta seja cancelada ou postergada.

q RESUMO: Nos Melhores Esforços não há um comprometimento por parte do


intermediário de que haverá a colocação efetiva de todas as ações; o risco é da própria
empresa.

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IPO – Initial Public Offering
Residual (Stan-by)
No regime Residual, também chamado de stand-by, a instituição financeira se
compromete a colocar as sobras junto ao público durante determinado período de tempo.
Caso não consiga, o próprio agente subscreve as ações não colocadas junto ao mercado.
Passado o prazo de colocação de sobras, o risco da demanda pela oferta passa a ser da
instituição financeira e não mais da empresa.

q RESUMO: Podemos resumir este processo sendo uma MESCLA DA GARANTIA FIRME
COM O DE MELHORES ESFORÇOS.

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IPO – Initial Public Offering


Procedimentos usuais de um IPO
q PERÍODO DE RESERVA: este é o período no qual o investidor pode entrar em contato
com a sua corretora e informar que deseja participar do IPO. O investidor informar a
quantidade de ações que deseja ou o valor financeiro que gostaria. Após o encerramento
deste período, o investidor não tem mais como cancelar o seu pedido.

q RATEIO: se a demanda pelo IPO (procura de investidores) superar a oferta (valor que a
empresa deseja captar no mercado), haverá rateio, ou sejam, os investidores terão direito
a um número menor do que o solicitado.

q ORDEM LIMITADA: é quando um investidor estabelece um valor máximo para adquirir


os ativos do IPO. Por exemplo, Rafael deseje comprar pelo valor máximo de R$ 10,00, caso
o valor da venda seja superior, Rafael não comprará as ações.

q ORDEM A MERCADO: já a ordem a mercado significa que não importa o valor que será
a oferta, a corretora executará a ordem do cliente no preço da oferta.

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Procedimento de precificação para venda
Bookbuilding, Leilão em Bolsa e Preço Fixo
Quando a empresa está buscando novos recursos, ela deve escolher qual o procedimento
para a precificação para a venda destes títulos, que podem ser ações, debêntures, CRI,
etc. Para esse procedimento, três são as formas possíveis:
Ø BOOKBUILDING: mesmo o nome não sendo familiar, este é o processo mais
comum para precificação de títulos. Aqui a empresa emissora define as condições
básicas da oferta e os investidores encaminham suas ofertas para a instituição
coordenadora da emissão, construindo assim, um “livro de ofertas”. Caso a demanda
seja maior que a oferta, a empresa comunicará o rateio, junto com o resultado do
bookbuilding.
Ø LEILÃO EM BOLSA: ao invés do investidor encaminhar suas ofertas para a
instituição coordenadora da emissão como no bookbuilding, nesse processo, as
ordens serão enviadas diretamente para a bolsa de valores, ocorrendo assim a
definição do preço por oferta e demanda.
Ø PREÇO FIXO: Nesse processo, a emissora define o preço através de uma
AGE (Assembleia Geral Extraordinária) ou RCA (Reunião do Conselho de
Administração).

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Follow-On
Definição
Chamados de FOLLOW-ON quando uma empresa que já possui negociação na B3 (ou seja,
uma empresa de capital aberto) e decide captar novos recursos através de ações ou cotas
(por exemplo, em fundos imobiliários). Como vimos anteriormente, quando tratamos de
uma oferta destinada ao público em geral, a companhia necessita ir pelo caminho da
Instrução CVM 400. No entanto, a CVM criou a Instrução 476, para acelerar o processo de
captação de recursos, sem necessitar tanta burocracia.

As principais características da ICVM 476 são:


Ø Destinada exclusivamente para investidores profissionais
Ø No máximo 75 investidores profissionais poderão estar no grupo interessado, mas
destes 75 investidores, apenas 50 poderão subscrever (adquirir) os ativos;
Ø Como regra geral, os investidores deverão aguardar pelo menos 90 dias para
negociar os ativos adquiridos por tal forma.
Ø Ofertar realizada através de esforços restritos, no qual fica dispensada de registro
na CVM e sem obrigatoriedade de elaboração de prospecto).

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Principais Instituições
Definição
As principais instituições presentes em uma oferta primária são:
Ø Banco Coordenador;
Ø Agência de Rating;
Ø Agente Fiduciário;
Ø Banco Escriturador e Mandatário;
Ø Banco Liquidante;
Ø Depositário;
Ø Custodiante;
Ø Formador de mercado (market maker).

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Banco Coordenador
Definição
É a instituição financeira contratada pelas empresas para fazer a intermediação, nas
ofertas públicas de ações, debêntures, notas promissórias e demais valores mobiliários,
cabendo ao coordenador realizar as seguintes tarefas:
Ø Analisar e projetar a situação financeira da empresa emissora;
Ø Selecionar e encaminhar toda a documentação necessária para a divulgação do
lançamento para a CVM;
Ø Formação do preço da ação ou debênture no lançamento;
Ø Divulgar junto ao público o lançamento dos papéis;
Ø Suspender ou cancelar a distribuição, caso verifica alguma irregularidade, mesmo
após a obtenção do registro, desde que justifique a devida decisão.

Para pode ser o Coordenador de uma oferta, a instituição financeira dever uma Corretora
(CTVM), Distribuidora (DTVM) ou Banco de Investimento. Além disso, um detalhe
importante é que PODE TER MAIS DE UM BANCO COORDENADOR, PORÉM UM SERÁ
DENOMINADO COORDENADOR LÍDER.

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Agência de Rating
Definição
As empresas contratam as agências especializadas como Standard & Poor’s e Moody’s
para que elas classifiquem através de uma nota, o risco de crédito referente às obrigações
que vão lançar no mercado (e que serão adquiridas por investidores), como debêntures,
notas promissórias, ativos de securitização (como os CRIs e CRAs), etc. O rating depende
da probabilidade de inadimplência da empresa devedora, assim como das características
da dívida emitida e quanto mais notas “A” a dívida tiver, menos risco se possui.

DESCRIÇÃO STANDAR & POOR’S FITCH MOODY’S


INVESTMENT GRADE (GRAU DE INVESTIMENTO)
Grau Elevado AAA – AA AAA – AA Aaa – Aa
Grau Intermediário A – BBB A – BBB A – Baa
NON-INVESTMENT GRADE (SEM GRAU DE INVESTIMENTO)
Especulativo BB – B BB – B Ba – B
Inadimplente (Default) CCC – D CCC – D Caa – C
INTERVALO TOTAL AAA – D AAA – D Aaa – C

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Agente Fiduciário
Definição
A figura de AGENTE FIDUCIÁRIO é de suma importância nas emissões de debêntures. Ele
é o responsável por representar e defender os interesses dos debenturistas perante a
companhia emissora da dívida, podendo-se valer de qualquer ação para isso,
principalmente quando for um caso de calote eminente. Caso seja este o motivo, ele
poderá:
Ø Executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-lo no pagamento,
integral ou proporcional dos debenturistas;
Ø Requerer falência da emitente, se não existirem garantias reais;
Ø Tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus
créditos.

Outro ponto importante é que o Agente Fiduciário deve ser pessoa natural capacitada ou
uma instituição financeira, mas sempre autorizada pelo Banco Central. Estas pessoas não
podem ser Agentes Fiduciárias, se houve qualquer tipo de conflito de interesse.
Ressaltamos também que, caso o Agente Fiduciária causa prejuízos aos debenturistas por
culpa ou dolo, ele responderá por estes atos.

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Banco Escriturador e Mandatário
Definição
q BANCO ESCRITURADOR: A legislação brasileira permite que o estatuto das companhias
autorize ou estabeleça que as ações sejam mantidas em contas de depósitos, sem a
emissão de certificados. Nessa hipótese, as ações são escriturais e a propriedade é
comprovada pelo registro na conta de depósito das ações, aberta em nome do acionista
nos livros da instituição depositária. Vale ressaltar que, somente as instituições financeiras
autorizadas pela CVM podem prestar esse serviço.

q BANCO MANDATÁRIO: é responsável pela confirmação financeira e por todos os


pagamentos e movimentações financeiras efetuados pelos títulos da oferta da companhia
emissora, ou seja, ela processará as liquidações físicas e financeiras entre sua tesouraria e
a instituição custodiante junto a B3. Além disso, o banco mandatário verifica a existência,
autenticidade, validade e regularidade da emissão de valores mobiliários, a quantidade
emitida, série e emissão dos mesmos.

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Banco Liquidante
Definição
q BANCO LIQUIDANTE: é a instituição financeira responsável por prestar serviços de
liquidação financeira das operações registradas no Sistema Nacional de Debêntures (SND)
e no Sistema de Distribuição de Títulos (SDT), bem como pelo pagamento das taxas
relativas ao uso do SND. Para poder realizar as operações, o Banco Liquidante possui uma
conta “Reservas Bancárias”, em espécie, no Banco Central do Brasil. Essa conta, habilitada
na B3 e indicada pelos participantes da operação, tem como finalidade a liquidação das
operações registradas nos sistemas citados acima (SDT e SND).

Todo esse procedimentos de liquidação financeira, têm por objetivo assegurar a


finalização das operações, ou seja, garantir que o vendedor possui os títulos que está
vendendo e que o comprador tem o dinheiro para comprar.

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Instituição Depositária
Definição
q INSTITUIÇÃO DEPOSITÁRIO: É a instituição financeira autorizada e habilitada a exercer
alguns tipos de serviços financeiros, como por exemplo, ser a responsável pela gestão de
recibos depositários (ADRs e BDRs). Essas instituições devem ser bancos comerciais,
bancos de investimentos, corretoras (CTVM) ou distribuidoras (DTVM).

As funções e obrigações de uma Instituição Depositária são:


Ø Custodiar valores mobiliários;
Ø Realização de registro de debêntures escriturais;
Ø Ser o agente emissor de certificados;
Ø Emissão e substituição de certificados;
Ø Transferências e averbações nos livros;
Ø Fornecer extrato da sua conta de depósito ou de custódia, periodicamente.

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Agentes de Custódia
Definição
q AGENTES DE CUSTÓDIA: Antes de identificar quem são estas instituições, devemos
compreender o que significa o serviço de custódia. Podemos definir esse serviço como
sendo a guarda, manutenção, atualização e exercício de títulos e ativos negociados no
mercado financeiro. Desta forma, os títulos financeiros adquiridos pelo investidor, ficam
guardados em nome dos investidores, sob a responsabilidade de uma terceira parte – o
tal de custodiante.

Assim, podemos dizer que os Agentes de Custódia são instituições que tem como uma das
funções principais, fazer a guarda dos ativos de clientes, tanto de pessoas físicas, quanto
de pessoas jurídicas. Além disso, o custodiante realiza os seguintes serviços:
Ø Realiza serviço de cadastro perante as instituições onde o cliente deve ser
representado;
Ø Envia informações aos órgãos reguladores;
Ø Executa a liquidação física e financeira das operações;
Ø Administra os dividendos, juros, direitos de subscrição, entre outros.

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Formador de Mercado (Market Maker)
Definição
O MARKET MAKER é o agente que se propõem a garantir liquidez mínima e referência de
preço para ativos previamente credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência
no mercado de capitais. Este papel pode ser desempenhado por corretoras, distribuidoras
de valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimentos,
que, ao se credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no
mercado, diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de
ativos predeterminada e conhecida por todos.

Ao registrar ofertas, o MARKET MAKER proporciona um preço de referência para a


negociação do ativo, minimizando o risco de liquidez e diminuindo o spread nos preços
que ocorrem no livro de ofertas (book) de compra e venda deste ativo. O conceito de
spread é “diferença”, e quanto menor essa diferença, maior a liquidez dos ativos. Diante
deste conceito, surge um segundo o conceito: o BID-ASK. Na prática, o spread BID-ASK
determina a liquidez dos ativos, pois BID significa a oferta de compra ao preço mais alto
no book e ASK significa a oferta de venda ao preço mais baixo no book. Com isso quanto
menor for o “spread BID-ASK”, maior a liquidez do ativo, pois não haverá distorções tão
agressivas entre “o melhor comprador e o melhor vendedor”.

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OPA - Oferta Pública de Aquisição


Conceito
Segundo a B3, “A Oferta Pública de Aquisição (“OPA”) é uma oferta pública obrigatória ou
voluntária, nos termos da regulamentação aplicável, para aquisição de parte ou da
totalidade das ações de emissão de uma empresa, sujeita à aprovação da CVM no caso de
OPA obrigatória e aprovação da B3 no caso de OPA voluntária que não envolva pagamento
por meio de permuta. Através da OPA, o Ofertante manifesta o seu compromisso
de adquirir uma quantidade específica de ações ou até mesmo a sua totalidade, mediante
condições, preço e prazo determinados, veiculados no Edital da OPA”.

As OPA´s obrigatórias são previstas na Lei das S/A (6404/76) e ocorrem, principalmente,
nas hipóteses de (1) CANCELAMENTO DE REGISTRO de companhia aberta, de
(2) AUMENTO DE PARTICIPAÇÃO de acionista controlador que impeça a liquidez de
mercado das ações remanescentes e ainda no caso de (3) ALIENAÇÃO DE CONTROLE
ACIONÁRIO, que são as que devem possuir registro perante a CVM. Já OPA´s voluntárias
ocorrem unicamente por vontade do ofertante de realizar a aquisição de ações por oferta
pública, ou seja, sem estar previsto nos casos da Lei das S/A.

q OBS: Caso a companhia for registrada no novo mercado, ela tem a obrigatoriedade de
realização de oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico.
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OPA - Oferta Pública de Aquisição
Princípios Gerais
Segundo a ICVM 361, no seu artigo 4º, deverão ser observados princípios para a
realização de uma OPA e seus principais itens são:
Ø Será sempre dirigida indistintamente aos titulares de ações da mesma espécie e
classe daquelas que sejam objeto da OPA, assegurado o rateio entre os aceitantes de
OPA parcial;
Ø Será realizada de maneira a assegurar tratamento equitativo aos destinatários,
permitir-lhes a adequada informação quanto à companhia objeto e ao ofertante, e
dotá-los dos elementos necessários à tomada de uma decisão refletida e
independente quanto à aceitação da OPA;
Ø Será intermediada por sociedade corretora ou distribuidora de títulos e valores
mobiliários ou instituição financeira com carteira de investimento;
Ø Será lançada por preço uniforme, salvo a possibilidade de fixação de preços
diversos conforme a classe e espécie das ações objeto da OPA, desde que compatível
com a modalidade de OPA e se justificada a diferença pelo laudo de avaliação da
companhia objeto ou por declaração expressa do ofertante, quanto às razões de sua
oferta diferenciada;
Ø Será efetivada em leilão em bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão
organizado, salvo exceções expressamente autorizada pela CVM.
153
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

OPA - Oferta Pública de Aquisição


OPA: Cancelamento de Registro
Também conhecido como fechamento de capital, ela envolve uma decisão do acionista
controlador ou da companhia através de assembleia dos acionistas. Porém, com a
companhia deixando de ser uma empresa de capital aberto, os acionistas minoritários
deixariam, involuntariamente, de ter a liquidez das ações gerado pelo mercado
secundário. Desta forma, a legislação protegeu estes acionistas obrigando a realização de
uma OPA da totalidade das ações em circulação e com isso, os acionistas não interessados
em continuar sendo sócios, poderiam alienar as suas ações.

O fechamento do capital deverá ser aceito expressamente ou aprovado por mais de 2/3
(dois terços) das ações detidas pelos acionistas que: (i) tenham expressamente
concordado com o cancelamento de registro ou (ii) tenham se habilitado a participar do
leilão de OPA. Vale ressaltar que, após a realização da OPA, caso remanesçam em
circulação menos de 5% do total das ações emitidas pela empresa, a Assembleia Geral
poderá deliberar o resgate destas ações detidas por acionistas minoritários e com, isso, os
minoritários que não alienaram suas ações através da OPA, receberão o mesmo valor
pago na OPA por suas ações, retirando as mesmas de circulação

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
OPA - Oferta Pública de Aquisição
OPA: Aumento de Participação
Quando o acionista controlador decide aumentar a sua posição, ele acaba adquirindo
ações no mercado secundário. Desta forma, ele pode ser obrigado a realizar uma OPA,
caso adquira ações que elevem sua participação na empresa que represente mais de 1/3
(um terço) do total das ações de cada espécie e classe em circulação. Neste caso, o
requerimento de registro da OPA deverá ser apresentado à CVM no prazo de 30 (trinta)
dias, contados da data em que for verificado o aumento de participação do acionista
controlador.

No entanto, a CVM poderá determinar a realização da OPA por aumento de participação


quando o acionista controlador que detinha, na entrada em vigor da ICVM 345, de 4 de
setembro de 2000, mais da metade das ações de emissão da companhia de determinada
espécie ou classe, adquirir participação igual ou superior a 10% (dez por cento) daquela
mesma espécie e classe em período inferior a 12 (doze) meses, caso ela entenda que tal
aquisição teve o efeito de impedir a liquidez das ações da espécie e classe adquirida.
Neste caso, caberá à CVM determinar o prazo para o requerimento do registro da OPA.

155
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

OPA - Oferta Pública de Aquisição


OPA: Alienação de Controle Acionário
Este é o caso no qual o acionista minoritário pode exercer o seu direito de Tag Along, no
qual o novo controlador tem a obrigação de realizar oferta pública para adquirir as ações
pertencentes aos acionistas minoritários titulares de ações com direito a voto por no
mínimo 80% do ofertado ao acionista controlador antigo. Vale ressaltar que, dependendo
do nível de governança, esse percentual pode chegar a 100% e também ser estendido as
ações preferenciais.

Além disso, as próprias companhias podem adicionar esse direito no estatuto social,
deixando expressamente escrito o direito de tag along aos acionistas preferenciais, ou
aumentando o percentual mínimo de 80% descrito na Lei das S/A 6.404/76.

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Ambientes de Negociação
Tipos de Ordens
Quando um cliente deseja realizar uma operação na bolsa de valores (ou no mercado de
balcão), existem diversas formas que esta ordem poderá ser solicitada. São elas:
Ø Ordem a Mercado: Especifica-se somente a quantidade e as características dos
valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender (ordem mais comum
no mercado)
Ø Ordem Administrada: Como a Ordem a Mercado, mas a execução da ordem ficará
a critério da corretora.
Ø Ordem Discricionária: Gestor estabelece as condições de execução da ordem (não
o investidor).
Ø Ordem Limitada: Será executada somente por um preço igual ou melhor que o
indicado pelo investidor.
Ø Ordem Casada: A ordem Casada poderá ocorrer das seguintes características:
o Comprar somente quando ocorrer a venda de um outro ativo; ou vender
somente quando ocorrer a compra de um outro ativo;
o Somente será efetiva se ambas as transações forem executadas;
o Poderá ser especificado qual operação será executada primeiro.

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Ambientes de Negociação
Tipos de Ordens: Ordem STOP
Além das ordens anteriores, uma das ordens mais comuns do mercado financeiro é a
Ordem Stop. Na Ordem Stop se especifica o preço do ativo ou direito a partir do qual a
ordem deverá ser executada. Ela poderá ser um:
Ø Stop de COMPRA: irá comprar as ativos para o investidor, caso ocorra um negócio
MAIOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de venda
(aluguel de ações – BTC).
Ø Stop de VENDA: irá vender a posição do investidor, caso ocorra um negócio
MENOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de
compra.
Ø STOP LOSS: será executada para encerrar uma posição de perda.
Ø STOP GAIN: será executada para encerrar uma posição de ganho financeiro.

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2.3 Renda Variável II

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2.3.1 Índices da Bolsa de Valores


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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
160
Índices de Bolsa de Valores
Definição
Os Índices das bolsas de valores, também chamados de índices bursáteis, são cestas de
ações representativas do mercado como um todo ou setor econômico específico e com
metodologia específica. Eles são de suma importância para utilização de benchmarks e os
principais grupos de índices brasileiros são:
Ø IBOVESPA: Índice Bovespa
Ø IBrX: Índice Brasil
Ø ISE B3: Índice de Sustentabilidade Empresarial
Ø ICO2 B3: Índice Carbono Eficiente B3
Ø IGC B3: Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada
Ø IGCT B3: Índice de Governança Corporativa Trade
Ø IGC NM B3: Índice de Governança Corporativa Novo Mercado
Ø ITAG B3: Índices de Ações com Tag Along Diferenciado

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Índices de Bolsa de Valores


IBOVESPA
O IBOVESPA é o mais importante indicador (benchmark) do mercado acionário brasileiro.
Ele é uma carteira teórica de ativos, sendo rebalanceada a cada quatro meses
(quadrimestral). O ajuste desta carteira teórica ocorre no último dia útil dos meses de
abril, agosto e dezembro. Desde 2014, o peso na carteira é ponderado pelo valor de
mercado, com limite de participação baseado na liquidez da ação. Antes desta data, o
IBOVESPA levava em consideração somente a liquidez dos ativos (chamado por índice de
negociabilidade), ou seja ignorava o valor de mercado das ações.

q Critérios de inclusão: para a AÇÃO ou a UNIT DE AÇÕES compor o índice BOVESPA, ela
deverá, nos últimos 12 meses:
Ø Estar listada entre os ativos que representam 85% do índice de negociabilidade,
(este índice é calculado através do volume financeiro e o número de negócios); e
Ø Estar presente em 95% dos pregões;
Ø Deverá ter volume financeiro maior ou igual a 0,1%; e
Ø Ações “penny stocks” (cotação abaixo de R$ 1,00) não poderão permanecer no
índice.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Índices de Bolsa de Valores
Demais índices (I)
Os demais índices são:
Ø IBrX: O objetivo do IBrX é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos
ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações
brasileiro, sendo o IBrX 50 dos maiores 50 ativos e o IBrX100 dos 100 maiores ativos.
Seu rebalanceamento é quadrimestral, da mesma forma que o IBOVESPA.
ØSustentabilidade Empresarial (ISE): É um índice sob o aspecto da sustentabilidade
corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e
governança corporativa, onde é feito uma análise das respostas fornecidas pela
empresas a um questionário composto por seis dimensões, que avaliam diferentes
aspectos da sustentabilidade. Tem como missão apoiar os investidores na tomada de
decisão de investimentos socialmente responsáveis e induzir as empresas a
adotarem as melhores práticas de sustentabilidade empresarial.
Ø Carbono Eficiente B3 (ICO2 B3): Seu o objetivo é ser o indicador do desempenho
médio das cotações de ativos pertencentes à carteira do IBrX 100, levando em
consideração as emissões de gases de efeito estufa (GEE) das empresas. Estas
empresas precisam estar dentro do IBrX 100, aderir formalmente à iniciativa do ICO2
através de formulário e reportar dados de seu inventário anual de GEE.

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Índices de Bolsa de Valores


Demais índices (II)
Os demais índices são:
Ø Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC B3): É composto por ativos
de empresas listadas nos 3 níveis de governança corporativo: Nível 1, Nível 2 e Novo
Mercado da B3. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50% no período de
vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.
Ø Governança Corporativa Trade (IGCT B3): Idem ao IGC, mas com a principal
diferença que estes ativos devem ter presença em pregão de 95% no período de
vigência das 3 carteiras anteriores.
Ø Governança Corporativa Novo Mercado (IGC NM B3): É composto apenas por
ativos listados no Novo Mercado. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50%
no período de vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.
Ø Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG B3): Sua composição é feita por ativos de
emissão de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários,
no caso de alienação do controle (ações ordinárias com tag along superior a 80% e
ações preferenciais com tag along em qualquer percentual).

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2.3.2 Estratégias de Investimentos
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Estratégias de Investimentos
Conceito
Existem diversas estratégias de investimentos no mercado de ações. Essas estratégias
permitem desde a simples compra de uma ação como pensamento de longo prazo,
quanto a de especular entre a diferença de preços de duas empresas do mesmo setor,
como por exemplo, os bancos Itaú e Bradesco. Desta forma, as estratégias mais usuais e
que são cobradas na prova são:
Ø Compra à Vista;
Ø Compra com uso de margem;
Ø Operações a Termo;
Ø Venda à vista;
Ø Venda Descoberta;
Ø Aluguel de Ações;
Ø Long & Short.

A seguir, veremos cada uma destas operações.

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Estratégias de Investimentos
Compra à Vista ou com Uso de Margem
Estas operações envolvem a compra de ações no mercado a vista, ou seja, pelo preço no
momento da compra. A diferença entre os dois é que pela COMPRA À VISTA o investidor
possui os recursos para a devida aquisição das ações; já na COMPRA COM USO DE
MARGEM o investidor utilizada uma linha de crédito fornecida pela Corretora. Nos dois
casos é uma estratégia com pensamento em ser sócio da companhia e obter retornos com
a alta das ações.

Como a COMPRA COM USO DE MARGEM, é um pouco menos usual, vamos explanar um
pouco mais as suas características. Conforme dito, ela é uma compra através de uma linha
de crédito disponível para que investidores comprem ações à vista na B3, mesmo sem ter
dinheiro em conta, tornando assim uma compra alavancada. Desta forma, o investidor
pode adquirir ações através de um empréstimo da corretora, cujo valor será calculado
com base na carteira de ações que ele já possui na instituição financeira. No entanto,
apenas ações determinadas pela B3 geram limite para compra de ações com a Conta
Margem.

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Estratégias de Investimentos
Venda à Vista e Venda Descoberta
As operações que envolvem de vendas de ações tem como intuito o pensamento que os
preços das ações irão se desvalorizar. A diferença entre os dois casos é que pela VENDA À
VISTA o investidor possui as ações que está vendendo; já na VENDA DESCOBERTA o
investidor vende algo que ele NÃO POSSUI, e para honrar a operação, ele toma
emprestado de um terceiro, pagando-lhe um juros por esse empréstimo de ações.

Essa VENDA DESCOBERTA é como quando você deseja usar um veículo que não tem.
Assim, você vai até uma locadora de veículos e faz um contrato de empréstimo: você pode
utilizar o veículo da forma que quiser, mas ao final do contrato, necessita devolve-lo e
pagar um valor pelo aluguel. Assim também funciona com as ações: uma pessoa que não
possui estas ações vai até um local chamado BTC (Banco de Títulos CBLC), aluga as ações
de outros investidores que possuem e que desejam emprestar, e no final do contrato, é
necessário devolver as mesmas ações e pagando-lhes um juros. Desta forma, o TOMADOR
das ações agora pode VENDER algo que ele não tinha e se os preços diminuírem, ele
recompra por um preço mais barato e devolvem as ações para quem lhe emprestou
(DOADOR, que seria a locadora de veículos). Agora, se os preços das ações subirem, ele
precisará comprar por um valor mais caro, perdendo dinheiro!

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Estratégias de Investimentos
Aluguel de Ações
Retomando o nosso exemplo da Venda Descoberta, no qual havia uma “locadora de
veículos”, a operação de ALUGUEL DE ATIVOS é exatamente ser a locadora de veículos,
recebendo um valor fixo por este empréstimo. Essa é uma forma de rentabilizar os
investidores que não desejam se desfazer das suas posições no curto prazo, mas desejam
ser remunerados de alguma maneira. Vale ressaltar que os ativos que podem ser
colocados para alugar são as ações, units, ETFs e fundos imobiliários

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Mesmo emprestando as ações, os proventos continuarão sendo do DOADOR, tais
como JCP, DIVIDENDOS, Bonificação de Ações ou Direito de Subscrição.
Ø Os juros recebidos pelo doador, serão tributado como renda fixa.
Ø O BTC (Banco de Títulos CBLC) é administrado pela B3.
Ø Os contratos de empréstimo poderão ser de três formas distintas, que são:
§ PRAZO FIXO, onde haverá um prazo determinado, não podendo ser terminado
antecipadamente;
§ Doador podendo solicitar a devolução antecipadamente;
§ Tomador podendo liquidar o BTC antecipadamente.

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Estratégias de Investimentos
Long and Short
Realizar uma operação LONG & SHORT significa vender uma ação que não possui (ficar
short) e, com o recurso da venda, comprar uma outra ação (ficar long). Como vimos
anteriormente, quando você não possui a ação, você precisa alugar a ação vendida a
descoberto para entregar ao comprador. É uma operação que visa lucrar em virtude da
distorção destes preços. Lembre-se: quando você compra (LONG) um ativo, o seu lucro
ocorre com a valorização do seu preço; já quando você vende (SHORT), o seu lucro vem
da desvalorização.

Normalmente, os pares mais comuns são montados com:


Ø Ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da mesma empresa;
Ø Ações de um mesmo setor (Bradesco por Itaú); ou
Ø Entre uma ação e um índice (por exemplo, contra o Ibovespa).

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Estratégias de Investimentos
Operações a Termo
O TERMO DE AÇÕES nada mais é que um contrato entre o comprador e o vendedor de
alguma ação, firmando que um dos lados se obriga a comprar no futuro as ações pelo
PREÇO DE HOJE + JUROS e o outro que irá vender por este valor definido. Por se tratar de
uma operação futura, a B3 exige garantias de ambos os lados, podem ser em dinheiro ou
em ativos mobiliários.

As estratégia mais utilizadas com esse derivativo são:


Ø ALAVANCAGEM: o investidor compra mais ações que o seu capital permite,
acreditando na alta das ações por um certo período.
Ø VENDA A TERMO: utilizada para ter a remuneração da taxa de juros do período, o
o investidor compra as ações no mercado a vista e já as vende por um contrato a
termo, recebendo a taxa de juros acordada (tributação de renda fixa).
Ø OPERAÇÃO CAIXA (Obter Recursos): o investidor que necessita de recursos, pode
vender suas as ações e comprar a termo automaticamente. Com isso, ele não precisa
tomar um empréstimo no banco e paga somente os juros da operação.
Ø PROTEÇÃO DE PREÇOS: utilizada pelo investidor que não possui recursos no
momento, mas que deseja garantir o preço de hoje. Utiliza por quem irá receber
recursos no futuro (herança, PLR, bônus, venda de outra ação, ...).
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Estratégias de Investimentos
Resumo
ESTRATÉGIAS RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
Compra de ações com seu próprio dinheiro, acreditando na alta
COMPRA À VISTA
dos preços.
Compra de ações com dinheiro emprestado da corretora,
CONTA MARGEM
acreditando na alta dos preços. Operação alavancada.
Venda das próprias ações, acreditando na baixa dos preços, para
VENDA À VISTA
posteriormente comprar mais barato.
Venda de ações que pegou emprestado, acreditando na baixa
VENDA DESCOBERTA dos preços, para posteriormente comprar mais barato e
devolver ao doador.
ALUGUEL DE AÇÕES O investidor empresta suas ações em troca de uma taxa.
Operação que se vende um ação e com o dinheiro da venda,
LONG & SHORT
compra outra.
Contrato de promessa de compra ou venda futura, já
TERMO DE AÇÕES
estabelecendo os preços hoje + uma taxa de juros.

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2.3.3 Remuneração das Ações e
Liquidez
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Ações
Remunerações
O retorno financeiro de um acionista dependerá de vários fatores, sendo os principais
motivos o (1) desempenho econômico da empresa; e o (2) comportamento da economia
brasileira e internacional. Esta remuneração poderá através de:
Ø Ganho de Capital: na valorização das ações;
Ø Dividendos: distribuição do lucro;
Ø JCP (Juros sobre o Capital Próprio): juros pagos em relação ao Patrimônio Líquido
da companhia;
Ø Bonificação: ações gratuitas recebidas pela incorporação do lucro. Se a empresa
tem bons projetos, é preferível que seu lucro seja utilizado para financiar seus
investimentos, pois podem ganhar mais na valorização das ações do que no
recebimento de dividendos;
Ø Subscrição: direito de compra de ações na mesma proporção à sua participação.

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Dividendos
Conceito
DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).
O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja
de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do
mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este
processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).
Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara
que serão pagos dividendos;
Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço
de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o
dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito
ao dividendo anunciado;
Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.

Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia
do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele
venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na
da DATA DO PAGAMENTO.

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Juros sobre o Capital Próprio (JCP)


Conceito
A JCP, o JUROS sobre o CAPITAL PRÓPRIO, é uma forma de remuneração alternativa ao
dividendo para o acionista. A diferença é que ela é considerada uma despesa para a
empresa e transferindo a tributação para o acionista. Esta remuneração é limitada até o
valor da correção da TLP (Taxa de Longo Prazo) sobre o Patrimônio Líquido (PL).

Inicialmente parece ruim, mas é uma excelente estratégia, já que a tributação nas PJ varia
de 25% a 35% sobre o lucro e nas pessoas físicas é de 15%. Outro ponto importante é que
após seu pagamento, o preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos
dividendos, ou seja, é negociada ex-juros.

q VANTAGEM PARA EMPRESA: Despesa dedutível da base de cálculo para o IRPJ


(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) na
apuração pelo lucro real das empresas.

q IR PARA O INVESTIDOR: O acionista é tributado em 15% sobre o valor a ser distribuído,


com o IR sendo exclusivo e definitivo na fonte. Para a prova, a JCP possui os mesmos
efeitos que o dividendo, porém com tributação de 15% para o acionista.

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Direito de Subscrição
Conceito
O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a
proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.

Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui
um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).
Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no
primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no
segundo é gratuito.

FÓRMULA PARA PREÇO EX-SUBSCRIÇÃO (X):

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Direito de Subscrição
Gráfico Demonstrativo
Para você não se apegar a fórmula, vamos então entender o raciocínio passo-a-passo!

RToro Education Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão
1 sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta
100 ações forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!

RToro Education Esta empresa deseja captar R$ 100,00 de recursos


50
novos, então ela dá o direito de subscrição de 50
2 AÇÕES
100 ações ações a R$ 2,00 a seus acionista (para cada 2 ações
NOVAS
que um acionista possui, ele pode adquirir 1 nova).

RToro Education S/A Agora a empresa estará valendo os R$ 500,00 MAIS


R$ 100,00 do dinheiro que entrou (R$ 600,00),
3
150 AÇÕES porém possuindo 150 ações. Assim, o novo preço
no mercado será de R$ 600 ÷ 150 = R$ 4,00.

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Bônus de Subscrição
Exemplo de Cálculo
A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de
uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50
e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o
período da subscrição (Ex-Subscrição)?

q RESPOSTA: Quando a questão não nos informa a quantidade de ações que a


companhia possui, utilizamos como base o número 100 para facilitar os nosso cálculos.
Assim, primeiramente vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia, depois o
valor que entrada de recursos na empresa, e por último o novo preço!
(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,50 = R$ 250,00 é o valor total da empresa
(2) Dinheiro entrando na RToro Education S/A: A questão nos diz que a empresa está
aumentando em 30% o seu capital social. Como utilizamos o número 100 como base, ela
estaria aumentando em 30 ações ao valor de R$ 2,40, ou seja, 30 x R$ 2,40 = R$ 72,00.
(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor de mercado antes da subscrição
e o valor em dinheiro que está entrando, sabemos que ela vale ao total R$ 322,00, pois é
a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta dividir pela quantidade de ações, que
agora é de 130 (100 + 30). Portanto, o novo valor será R$ 322,00 ÷ 130 = R$ 2,48.

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Bonificação de Ações
Conceito
A BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é o ato de uma companhia incorporar as reservas de lucro ou
de capital para ela e em troca disso, distribui novas ações aos atuais acionistas, realizando
um aumento de capital. É como se, ao invés a empresa distribuir o valor em dividendos,
ela distribui em ações, e esse recebimento é proporcional à posição acionária existente no
momento que a assembleia concede a bonificação.

A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do
Patrimônio Líquido, pois ele é uma das contas do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o capital
social é aumentado pela capitalização de reservas (novas ações foram emitidas para os
atuais acionistas). Como não ocorre incremento do patrimônio líquido, apenas
movimentação de contas em seu interior, o valor da empresa não se altera, somente o
valor da ação é modificado, vide que hão há entrada de novos recursos, pois os recursos
já estão na empresa.

q RESUMO: a BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é a distribuição GRATUITA de novas ações aos


atuais acionistas, causado pelo incorporação do lucro. O acionista tem somente um custo
contábil por estas ações (quando ele vender, o custo informado a receita federal para o
ganho de capital, será este custo contábil).
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Bonificação de Ações
Exemplo de Cálculo
Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.
Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído
em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão
sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,
que possui 10% da companhia, após a bonificação?

q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o
acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor
da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse
valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:
(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).
(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.
(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.
(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois
com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.
(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.

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Desdobramento (Split)
Conceito
O DESDOBRAMENTO, também chamado de SPLIT, é a divisão de uma ação em várias e
tem por finalidade ampliar a liquidez das ações em circulação de uma empresa. Ou seja,
quando uma empresa acredita que suas ações estão tendo pouca liquidez, ela pode
realizar esse processo, que aumentará a quantidade de ações no mercado e, ao mesmo
tempo, reduzirá a cotação na mesma proporção. Esse procedimento NÃO AFETA A
ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o investidor mantenha o mesmo
valor financeiro que tinha antes do desdobramento!

q EXEMPLO: Um investidor possui 200 ações a R$ 30,00 cada (R$ 6 mil). Sabendo que a
empresa fez um Split de 1 pra 3 (ou seja, de 200%), qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: Para cada ação que o investidor possuía, ele passará agora a ter o triplo, ou
seja, 3 ações, tendo ao total 600 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro
investido (R$ 6.000,00), cada ação deverá valer agora R$ 10,00. Perceba que o preço e a
quantidade de ações possui uma relação inversamente proporcional nesses
procedimentos!

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Grupamento (Inplit)
Conceito
O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,
tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.
Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está
sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no
mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção. Esse
procedimento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o
investidor mantenha o mesmo valor financeiro que tinha antes do grupamento!

q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).
Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição
será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),
cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de
ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!

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Despesas incorridas na negociação


Conceitos
Quando um investidor decide se tonar um acionista, ou seja, comprar ações no mercado
financeiro, ele poderá se deparar com três possíveis custos. São eles:
Ø CORRETAGEM: este é o principal custo da negociação de ações e outros ativos de
renda variável, sendo a remuneração das Corretoras e Distribuidoras (CTVM e
DTVM). Pode ser cobrada na forma de uma taxa fixa e/ou um percentual sobre o
montante negociado, sendo que a CVM sugere a cobrança de uma tabela progressiva
(quanto maior o valor negociado, mais o cliente paga) podendo chegar até 0,5% da
operação + R$ 25,21 por dia de negociação.
Ø EMOLUMENTOS: esta é a taxa paga às bolsas de valores (B3) para cobrir os custos
operacionais. São percentuais que incidem sobre o valor de cada operação.
Ø CUSTÓDIA: A taxa de custódia remunera a guarda dos ativos. A B3 cobra uma taxa
sobre o valor em custódia, calculada com base na aplicação de um percentual (pro
rata mês) sobre o valor da carteira do cliente , além da cobrança da custódia pela
corretora.

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2.3.4 Tributação de Renda Variável
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Tributação: Renda Variável


Introdução
A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda variável os
ganhos líquidos auferidos por qualquer beneficiário (inclusive pessoas jurídicas isentas),
em operações realizadas nas Bolsas de Valores, de Mercadorias, de Futuros e
assemelhados, existentes no Brasil. Os principais ativos que veremos são:
Ø Alienação de Ações;
Ø Alienação de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em bolsa;
Ø Derivativos:
o Mercado a Termo;
o Mercado Futuro;
o Mercado de Opções.

Relembrando que o derivativo Swap e a operação com opções na estratégia “box de 4


pontas” são tributados como renda fixa.

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Tributação: Renda Variável
Alíquota
MERCADO A VISTA DAY TRADE
IR total IRRF IR total IRRF
Alíquotas Renda Variável (1) 15% 0,005% 20% 1%
Responsável pelo Recolhimento (2) Investidor Inst. Financeira Investidor Inst. Financeira
Valor mínimo pagamento IR:
IR total – DARF R$ 10,00 R$ 1,01 R$10,00 Não tem
IRRF – retenção na fonte
IR Futuro/Termo/Opção
15% 0,005% 20% 1%
Sobre ajuste/prêmio recebido
IR Ações:
Sobre a Venda Não 0,005% Não Não
Sobre o Lucro 15% Não 20% 1%
Isenção: (ação) e (ouro):
Sim sim não não
R$ 20.000,00/mês cada (3)
Compensação de Perdas Permitida Permitida
(1) IRRF (“dedo duro”) é deduzido no pagamento do IR total a ser recolhido pelo investidor via DARF mensal
(2) Investidor: até o último dia útil do mês subsequente para pagar IR (DARF)
Instituição Financeira: 3º dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador para repassar IRRF
(3) Somente para Pessoa Física: Considera valor bruto de venda, sem descontar despesas.

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Tributação: Renda Variável


Mercado a vista (não Day Trade)
Mercado a vista, também chamadas de “não Day-trade”, ocorrem quando o investidor
compra e vende as suas ações em dias diferentes. Por exemplo, Rafael comprou 500
ações da XYZ a R$ 5,00. Após um mês, ele vendeu toda sua posição por R$ 11,00 por ação,
lucrando R$ 6,00 por cada. Desta forma, o lucro será tributado como NÃO DAY-TRADE.
q IR (Imposto de Renda):
Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);
Ø Alíquota: TOTAL de 15% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: o próprio é o investidor através da DARF, que será
o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00.
Ø Pessoas físicas possuem isenções do IR caso suas VENDAS no mês (Ações e Ouro),
somando-se todas as operações, não ultrapasse R$ 20 mil.
q IRRF (IR Retido na Fonte):
Ø Base Tributária: o valor total das VENDAS!
Ø Alíquota: 0,005% sobre o valor da alienação, com valor mínimo de R$ 1,01.
Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira.

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Tributação: Renda Variável
Day Trades
Day-trade ocorre quando o investidor compra e vende as suas ações no mesmo dia. Por
exemplo, Rafael comprou 1.000 ações da Petrobrás a R$ 10,0. Antes de acabar o dia, ele
vendeu todas as ações por R$ 11,00, gerando um lucro de R$ 1,00. Este lucro será
tributado como DAY-TRADE, pois Rafael encerrou a operação no mesmo dia em que
iniciou ela.
q IR (Imposto de Renda):
Ø Base Tributária: VENDA menos AQUISIÇÃO menos CUSTOS (Ex: corretagem);
Ø Alíquota: TOTAL de 20% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: o próprio é o investidor através da DARF, que será
o ganho de capital MENOS o IRRF já recolhido pela instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: R$ 10,00;
Ø Não HÁ isenções em Day Trades.
q IRRF (IR Retido na Fonte):
Ø Base Tributária: Lucro Líquido!
Ø Alíquota: 1% sobre o ganho de capital;
Ø Responsável pelo recolhimento: instituição financeira;
Ø Valor mínimo da DARF: não tem.

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Tributação: Renda Variável


Compensação de Perdas
É possível fazer a compensação de prejuízos passados, com os lucros futuros para se pagar
menos Imposto de Renda. O investidor deverá manter os registros das operações,
lançando ano após ano, na sua Declaração de Ajuste Anual, até a sua devida utilização
para compensação. Além disso, somente é permitido a compensação de prejuízos entre
operações com mesma alíquota, ou seja, day trade com day trade e não day trade com
não day trade.

q EM RESUMO:
Ø Perdas incorridas: pode compensar perdas no próprio mês ou nos meses
subsequentes. Compensar day trade com day trade e não day trade com não day
trade;
Ø Tempo para compensação: não há prazo. O investidor pode transferir o saldo para
o ano seguinte (ou anos seguintes) até efetivar a compensação do prejuízo, desde
que lançado na Declaração de Ajuste Anual.
Ø NÃO É POSSÍVEL COMPENSAR PREJUÍZOS FUTUROS COM LUCROS PASSADOS, ou
seja, se o investidor lucrou R$ 50.000,00 em janeiro/2020 e teve um prejuízo de
R$ 50.000,00 em fevereiro/2020, deverá pagar o imposto sobre o lucro de janeiro e
manter o “crédito” do prejuízo a compensar para o futuro.
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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Variável
Compensação do IRRF
Da mesma forma, o investidor poderá compensar o IR Retido na Fonte (IRRF), respeitando
as seguintes regras:
Ø IRRF não day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Compensado na declaração de ajuste anual do IR se, após as deduções ou
compensações, houver saldo do imposto retido até 31/12.
Ø IRRF day trade:
o Deduzido do imposto sobre ganhos apurados no mês;
o Compensado com o imposto incidente sobre ganhos apurados nos meses
subsequentes; ou
o Se houver saldo de IRRF a compensar em 31/12, a pessoa física deverá solicitar
sua restituição diretamente à RFB.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Tributação: Renda Variável


Exemplo 1: Mercado a Vista
Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 9.800 × 15% = R$ 1.470,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 1.470,00 – R$ 2,00 = R$ 1.468,00

192
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Variável
Exemplo 2: Day Trade
Rafael compra R$ 30.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 30.200,00 = R$ 9.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 9.800,00 × 20% = R$ 1.960,00
Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 9.800,00 = R$ 98,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 1.960,00 – R$ 98,00 = R$ 1.862,00

193
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Tributação: Renda Variável


Exemplo 3: Mercado a Vista
Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)
o Imposto Total: R$ 0,00 × 15% = R$ 0,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 40.000,00 = R$ 2,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: 0,00

194
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Variável
Exemplo 4: Day Trade
Rafael compra R$ 50.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 40.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor):
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 40.000,00 – R$ 50.200,00 = - R$ 10.200,00 (Prejuízo)
o Imposto Total: R$ 0,00 × 20% = R$ 0,00
Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 0,00 = R$ 0,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 0,00

195
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Tributação: Renda Variável


Exemplo 5: Mercado a Vista
Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende, um mês depois, por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, (1) qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael? Caso
Rafael tivesse vendido as ações por R$ 20.100,00, (2) quais seriam os novos valores?
q Resposta (1): Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:
Ø IR da operação (investidor): Operação Isenta! Pois vendeu até R$ 20 mil.
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% × R$ 20.000,00 = R$ 1,00 (não recolhe)
q Resposta (2):
Ø IR da operação (investidor): + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS
o +R$ 20.100,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 20.100,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.900,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 14.900,00 × 15% = R$ 2.235,00
Ø IRRF (instituição financeira): 0,005% sobre a venda
o IRRF = 0,005% × R$ 20.100,00 = R$ 1,01
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 2.235,00 – R$ 1,01 = R$ 2.233,99

196
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Variável
Exemplo 6: Day Trade
Rafael compra R$ 5.000,00 em ações da RToro Education S/A na bolsa de valores e as
vende no mesmo dia por R$ 20.000,00. Sabendo que ele pagou R$ 100,00 em cada
operação, qual o IRRF, o Imposto de Renda e a DARF a ser recolhido por Rafael?

q Resposta: Rafael fez 2 operações (uma de compra e uma de venda). Assim:


Ø IR da operação (investidor): Não há isenção em Day Trade.
o + VENDAS − COMPRAS − CUSTOS = LUCRO / REJUÍZO
o +R$ 20.000,00 – R$ 5.000,00 – 2x(R$ 100,00) = L /P
o +R$ 20.000,00 – R$ 5.200,00 = R$ 14.800,00 (Lucro)
o Imposto Total: R$ 14.800,00 × 20% = R$ 2.960,00
Ø IRRF (instituição financeira): 1% sobre o lucro
o IRRF = 1% × R$ 14.800,00 = R$ 148,00
Ø DARF: IR total descontado do IRRF, a ser pago no mês posterior a venda.
o DARF: R$ 2.960,00 – R$ 148,00 = R$ 2.812,00

197
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Tributação: Derivativos
Regra
Os derivativos (contratos futuros, termo e opções) possuem como regra básica, ser
tributado como renda variável. A exceção ocorre com o Swap e com opções na operação
de “box de 4 pontas”, que possuem tributação como renda fixa, portanto, sem
possibilidade de compensação de prejuízos.

q RESUMO (salvo exceções):


Ø Não day trade: imposto de 15% sobre o ganho;
Ø Day Trades: imposto de 20% sobre o ganho;
Ø Possibilidade de compensação de perdas (exceção no caso do Swap)
Ø Não há isenção como ocorre nas ações em vendas abaixo de R$ 20.000,00.

q INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Ø Contrato Futuro de Dólar: Um (1) contrato equivale a 50.000,00 dólares.
Ø Contrato Futuro do Ibovespa: O contrato vale o mesmo número de pontos do
índice, ou seja, cada ponto equivale a R$ 1,00. Por exemplo, se o Ibovespa está
60.000 pontos, um contrato futuro padrão vale R$ 60.000,00.

198
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
2.4 Fundos de Investimentos

199
199
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

2.4.1 Aspectos Gerais


200
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 200
CVM e Anbima e suas funções com os fundos
Funções
q FUNÇÕES DA CVM: Atualmente os fundos funcionam sob a autorização da CVM, órgão
responsável por sua REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO, buscando a proteção do investidor. As
principais regras se enquadram na Instrução CVM 555 (ICVM 555) e todos os fundos de
investimentos são obrigatórios o seu registro na CVM.

q FUNÇÕES DA ANBIMA: AUXILIAR no aperfeiçoamento da legislação de fundos de


investimento, através dos códigos:
Ø Distribuição de Produtos de Investimentos, quando a comercialização de fundos
for aberta para investidores; ou
Ø Administração de Recursos de Terceiros, quando se tratar das regras internas.

201
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundos de Investimentos (FI)


Conceito
O fundo de investimento é uma empresa (CNPJ), ou seja, é uma comunhão de recursos
constituída sob a forma de condomínio, com o objetivo de se ter ganhos financeiros
através da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Assim sendo, ao
invés do investidor adquirir diretamente um produto de investimento (Títulos Públicos,
CDBs, Ações, ...), ele investe nestes ativos através deste CNPJ. Os fundos de investimento
não contam com a garantia do FGC para o cotista, mas também não precisa, já que nada
acontece com o patrimônio do fundo caso a instituição administradora venha a falir.

Ø Gestão Especializada;
Ø Diversificação da carteira de investimentos;
Ø Menores Custos;
Ø Melhor retorno;
Ø Alta Liquidez;
Ø Acesso a ativos de maior volume financeiro;

202
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundos de Investimentos em Cotas (FIC)
Conceito
Os Fundos de Investimentos em Cotas (FIC) nada mais são que fundos que compram no
mínimo 95% do seu patrimônio líquido, em cotas de Fundos de Investimentos (FI). O
restante não aplicado (podendo ser até 5%), obrigatoriamente deverá ser investido em
ativos de renda fixa. Um dos principais motivos para a sua construção é que, desta forma,
as instituições financeiras podem segmentar “diferenciando” os cotistas (Varejo, Alta
Renda, ..), cobrando taxa de administração diferenciada e aplicações mínimas diferentes.

Títulos Públicos
FI “MASTER”
Títulos Privados
Taxa de ADM 0,2%
Ações

FIC “Varejo” FIC “Alta Renda” FIC “Private”


Taxa de ADM 2,0% Taxa de ADM 1,0% Taxa de ADM 0,5%

203
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundos Exclusivos e Restritos


Conceito
q FUNDO EXCLUSIVO: Fundo composto por um único cotista, destinado a INVESTIDOR
PROFISSIONAL. Pontos importantes para este tipo de fundo:
Ø Os limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo estabelecidos
na ICVM 555 não se aplicam aos fundos destinados a estes investidores;
Ø Pode aplicar até 100% do patrimônio líquido no exterior;
Ø A Marcação a Mercado é opcional;
Ø Mesmo tendo somente 1 cotista, os custos do fundo se mantém os mesmos,
fazendo com que muitas vezes seja inviável para valores abaixo de R$ 10 milhões.

q FUNDOS RESTRITOS (RESERVADO): Constituído para receber aplicações de um grupo


determinado de investidores qualificados, que tenham entre si vínculo familiar, societário
ou pertençam a um mesmo grupo econômico, ou que, por escrito, determinem esta
condição. É permitido que investidores “não-qualificados” sejam cotistas, desde que:
Ø Se empregados ou sócios das instituições administradoras ou gestoras do fundo ou
das sociedades a elas ligadas, e o diretor responsável da instituição autorize
expressamente perante a CVM; ou
Ø Tenha ingressado em concordância com os critérios de admissão antes vigentes.

204
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundos de Investimentos
Tipos
q Abertos: Os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento. No
entanto, suas cotas não podem ser transferidas (não podem ser vendidas, somente
resgatadas), salvo por decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal.
Portanto:
Ø Permitem a entrada de novos quotistas a qualquer momento;
Ø Permitem que os quotistas aumentem suas cotas investindo mais;
Ø O cotista pode resgatar suas quotas ou liquidar quando desejar;
Ø Não permite a venda (cessão) de cotas a outro cotista.

q Fechados: São fundos no qual as cotas só podem ser resgatadas no término do prazo
de duração do fundo (se houver), porém suas cotas podem ser transferidas (vendidas),
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou
através de bolsa de valores ou mercado de balcão.

q Carência: Os fundos abertos podem estabelecer um prazo mínimo de permanência


para o resgate das cotas. Caso o cotista não queira respeitar este prazo, ele não terá
direito a receber os rendimentos do fundo.

205
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundos de Investimentos
Cancelamento pela CVM
q FUNDO ABERTO: Após 90 (noventa) dias do início de atividades, o fundo aberto que
mantiver, a qualquer tempo, patrimônio líquido médio diário inferior a R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais) pelo período de 90 (noventa) dias consecutivos deve ser
imediatamente liquidado ou incorporado a outro fundo.

q FUNDO FECHADO: A CVM cancelará o registro de funcionamento do fundo fechado,


quando não for subscrito o número mínimo de cotas representativas do seu patrimônio
inicial após o decurso do prazo de distribuição.

206
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Dinâmica de aplicação e resgate
Fundos Abertos
Toda vez que ingressa recursos aportados por um cotista em um fundo aberto, o gestor
necessita investir esse valor em ativos. Da mesma forma, quando há um resgate, o gestor
deverá vender ativos do fundo, para poder ter recursos a serem entregues. No entanto, os
ativo possuem liquidez e prazos de liquidação financeira distintos, fazendo com que os
fundos possuam prazos distintos para pagamento após a solicitação do resgate. Desta
forma, os fundos abertos trabalham com prazos de CONVERSÃO (valor da cota que será
calculado para entrega dos recursos ao cotista) e LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA (data na qual
será entregue o recurso calculado na CONVERSÃO).

q Prazo de cotização na Aplicação: a emissão das cotas deverá ser pelo valor da cota do
dia (D+0) ou do dia seguinte (D+1)
q Prazo de cotização no Resgate: no regulamento estabelecerá o prazo entre a data da
solicitação do resgate, a data da conversão e a data da liquidação financeira, sendo que o
pagamento não poderá ultrapassar 5 dias úteis da data da conversão. Caso ultrapasse,
será devido ao cotista uma multa de 0,5% do valor de resgate, a ser paga pelo
administrador do fundo, por dia de atraso no pagamento do resgate de cotas (salvo
exceções).

207
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Cota
Conceito
Cota é a menor fração do Patrimônio Líquido (PL) do Fundo, sendo escriturais e
nominativas. As cotas do fundo conferirão iguais direitos e obrigações aos cotistas
(independente do valor investido), exceto em fundos FIDCs (FI Direitos Creditórios) que
possuem cotas Sênior e Subordinadas. Seu valor depende do Patrimônio Líquido do
fundo, que consequentemente é afetado pela da valorização/desvalorização dos ativos
que a compõe e os seus devidos custos. Desta forma, calculamos o valor da cota da
seguinte maneira:

VALOR PATRIMÔNIO NÚMERO


DA COTA LÍQUIDO DE COTAS

q Patrimônio Líquido:
PL = Valor de Mercado dos Ativos + Valores a Receber - Valores a Pagar

208
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Cota
Tipos
A CVM permite que os fundos de investimentos possam utilizar o valor da contabilização
das cotas através de dois tipos: COTA DE ABERTURA e COTA DE FECHAMENTO:

q COTA DE ABERTURA: Calculada a partir do patrimônio líquido do dia anterior,


atualizado por um dia, ou seja, ela é apurada e conhecida no início do dia. Assim, ao
aplicar/resgatar em um fundo que converte as suas cotas em D+0 com cota de abertura, a
quantidade de cotas adquiridas é conhecida no momento da aplicação. A utilização da
cota de abertura é permitida nos seguintes fundos:
Ø Todos da Classe Renda Fixa (exceto Longo Prazo e Dívida Externa);
Ø Opcional em Fundos registrados como EXCLUSIVOS ou PREVIDENCIÁRIOS.

q COTA DE FECHAMENTO: Calculada a partir do patrimônio líquido do dia, sendo


apurada e conhecida após o encerramento dos mercados em que o fundo atue. Assim, ao
aplica/resgatar em um fundo que converta suas cotas em D+0 com cota de fechamento, a
quantidade de cotas adquiridas/resgatadas é conhecida no final do dia.

209
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Cota
Exemplo
Um Fundo de investimentos é formado por 10.000 cotas de R$ 10,00 cada. Portanto, seu
Patrimônio Líquido (PL) é de R$ 100.000,00. Se um investidor possui 2.500 cotas (cotas a
R$ 10,00) deste Fundo de Investimentos, ele possui 25% do patrimônio do Fundo, pois o
cotista tem aplicados R$ 25.000,00 de um total de R$ 100.000,00 do PL do fundo.

Alguns fatores que afetam o valor da cota, tais como:


Ø Taxa de Administração;
Ø Taxa performance (no entanto, esta não gera um prejuízo % ao fundo);
Ø Valorização/desvalorização dos ativos que compõe o fundo;
Ø Custos gerais (custo de auditoria, taxas CVM, registro na SELIC).

Vale ressaltar que, taxas de entrada e saída NÃO AFETAM O VALOR DA COTA.

210
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Valores que podem ser Cobrados
Tipos
q Taxa de Administração: é uma taxa expressa ao ano (252 DU), calculada sobre o valor
do patrimônio líquido do fundo (independe da rentabilidade), provisionada diariamente,
mas cobrada mensalmente. Desta forma, o valor da cota divulgada diariamente, já é
líquida da taxa de administração. Ela serve paga pagar os prestadores de serviço
(administrador, gestor, distribuidores, consultores, ....).
q Taxa de Performance: Os fundos ativos podem cobrar um percentual sobre o lucro que
exceder a variação do benchmark estabelecido (CDI, IBOV, ...). Para poder ser cobrada, a
CVM estabelece algumas regras, que são:
Ø Conceito Linha d’Água: a cobrança não é permitida caso o valor da cota do fundo
seja inferior ao valor da cota da última cobrança.
Ø Cobrada no mínimo semestralmente e provisionada diariamente.
Ø Realizada após a dedução de todas as despesas (inclusive taxa de administração).
Ø Vedada cobrança em fundos passivos e nos fundos de Renda Fixa: Curto Prazo;
Simples; ou com carteira com prazo médio inferior a 365 dias.
OBS: fundos exclusivamente a investidores qualificados não precisam seguir tais
regras, sendo cobrada o que está estabelecido no seu regulamento.
q Taxa de ingresso ou de saída: valor cobrado por ingressar ou sair de um fundo.
211
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Taxa Performance
Exemplo
Um fundo de investimentos ativo, possui em seu regulamento a possibilidade de
cobrança de taxa de performance. Analisando os dados abaixo que representam o valor
das cotas em reais no fechamento de semestre do fundo, em quais períodos foi cobrado
a taxa de performance?

Final do semestre
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,0000 1,0300 1,0230 1,0280 1,0290 1,0650
Variação do Benchmark 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%

Veremos a seguir que será cobrado somente nos semestres 1 e 5. Isso porque, no
semestre 3, mesmo tendo performado melhor que o benchmarck, não poderá ser
cobrado, pois não superou a Linha D’Água.

212
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Taxa Performance
Cálculo do Exemplo
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,000 1,030 1,023 1,028 1,029 1,065
Variação do Benchmark - 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%
1 - Variação do Fundo - 3,00% -0,68% 0,49% 0,10% 3,50%
2 - Superou o Benchmark? - SIM NÃO SIM NÃO SIM
3 - Linha D'Agua SIM NÃO NÃO NÃO SIM

PASSO A PASSO:
(1) Calcular a rentabilidade do fundo para cada período:
Ø Exemplo: Calculando a rentabilidade do período 1
o 1,000 [ENTER]
o 1,030 [∆%]
o Resposta: 3,00%
(2) Analisar se o Fundo excedeu o benchmark.
(3) Analisar Linha D´Agua: Dos períodos que o Fundo Excedeu o benchmark, analisar se
o valor da cota do período é superior ao valor da cota da última cobrança. Cuidado, não
é o período anterior, mas sim o valor da última cobrança da taxa performance

213
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contabilização de Ativos
Marcação a Mercado (MaM)
A “MaM” consiste em precificar diariamente os ativos da carteira do fundo, pelo valor
negociado no mercado nos casos dos ativos líquidos ou, quando este preço não é
observável, por uma mensuração adequada do preço que o ativo teria em uma eventual
negociação realizada no mercado. Tem como objetivo de evitar a transferência de riqueza
entre cotistas, além e dar maior transparência aos riscos embutidos nas posições. Desta
forma, os ativos de renda fixa não devem ser marcados pela curva de juros (valor aplicado
corrigido pelo juros contratado). Esta será um responsabilidade do Administrador (pode
subcontratar uma instituição precificadora, como custodiante).

Deve haver marcação a mercado para todos os fundos de investimento, com exceção a
obrigatoriedade, quando houver intenção dos cotistas em preservar volume de aplicações
compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento, desde que:
Ø fundo destinado a um único investidor (Fundo Exclusivo), a investidores
pertencentes a um mesmo conglomerado financeiro ou grupo econômico, ou a
investidores qualificados; e
Ø todos os cotistas ao ingressar assinarem um termo de adesão a anuência à
classificação de títulos e valores mobiliários mencionando neste artigo.

214
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Cotistas
Direitos e Deveres
q DIREITOS DOS COTISTAS:
Ø Receber a remuneração proporcionada pelo fundo, nos termos do respectivo
Regulamento;
Ø Participar e votar na Assembleia Geral de Cotistas;
Ø As cotas do fundo conferirão iguais direitos e obrigações aos cotistas
(independente do valor investido). Exceção são os fundos FIDCs (Fundos de
Investimentos em Direitos Creditórios), que podem ter 3 tipos de cotas: Cotas Sênior,
Mezanino e Subordinada.
Ø Ter acesso aos documentos do fundo;
Ø Ter acesso a composição do fundo, ao valor patrimonial e a rentabilidade.

q OBRIGAÇÕES DOS COTISTAS:


Ø Os cotistas responderão por eventual PATRIMÔNIO LÍQUIDO NEGATIVO do fundo,
sem prejuízo da responsabilidade do administrador e do gestor, em caso de
inobservância:
o da política de investimentos; ou
o dos limites de concentração previstos no regulamento e na ICVM 555.
Ø Ao aderir ao fundo, deve concordar com as regras estabelecidas no regulamento.
215
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Prestadores de Serviços
Tipos
Todos os fundos de investimento possuem relação com as 5 figuras:
Ø Administrador de Carteiras: O registro de administrador de carteiras de valores
mobiliários pode ser requerido em ambas ou em uma das seguintes categorias:
§ Administrador Fiduciário (*);
§ Gestor de recursos (*).
Ø Custodiante;
Ø Distribuidor;
Ø Auditor independente;
Ø Consultoria.

Todas as atribuições podem ser feitas por uma mesma instituição (menos a de Auditor
Independente, como o próprio nome já diz), porém é comum serem feitas por entidades
diferentes

q (*) OBS: Utilizaremos o nome de ADMINISTRADOR para quando formos nos referir ao
“Administrador Fiduciário” e de GESTOR para quando formos nos referir a “Gestor de
Recursos”.

216
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Administrador de Carteiras
Definição
Conforme a CVM, a ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS DE VALORES MOBILIÁRIOS é o
exercício profissional de atividades relacionadas, direta ou indiretamente, ao
funcionamento, à manutenção e à gestão de uma carteira de valores mobiliários,
incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado de valores mobiliários por conta
do investidor. O seu registro poderá ser em ambas ou em uma das seguintes categorias:
Ø Administrador fiduciário;
Ø Gestor de recursos.

O administrador de carteiras de valores mobiliários, PESSOA JURÍDICA, pode atuar na


distribuição de cotas de fundos de investimento de que seja administrador ou gestor,
desde que observe as seguintes normas específicas da CVM que dispõe sobre:
Ø A identificação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os limites e
a responsabilidade administrativa referentes aos crimes de “lavagem” ou ocultação
de bens, direitos e valores;
Ø Dever de verificação da adequação dos produtos & serviços ao perfil do cliente;
Ø Normas de cadastro de clientes, de conduta e de pagamento e recebimento de
valores aplicáveis à intermediação de operações realizadas com valores mobiliários
em mercados regulamentados de valores mobiliários.
217
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Administrador de Carteiras
Obtenção da Autorização
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o ADMINISTRADOR DE
CARTEIRAS, PESSOA NATURAL, deve atender alguns requisitos e os principais são:
Ø Ser domiciliado no Brasil;
Ø Ser graduado em curso superior ou equivalente;
Ø Aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM (salve exceções);
Ø Ter reputação ilibada;
Ø Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo;
Ø Não estar impedido de administrar seus próprios bens.

Já para as PESSOAS JURÍDICAS, os principais requisitos são:


Ø Ter sede no Brasil;
Ø No objeto social ter exercício de administração de carteiras de valores mobiliários;
Ø Atribuir a responsabilidade pela administração de carteiras de valores mobiliários
a um ou mais diretores estatutários autorizados a exercer a atividade pela CVM;
Ø Atribuir a responsabilidade pelo cumprimento de regras, políticas, procedimentos
e controles internos e desta Instrução a um diretor estatutário;
Ø Caso o registro seja na categoria “gestor de recursos”, atribuir a responsabilidade
pela gestão de risco a um diretor estatutário.
218
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Administrador Fiduciário
Definição
O administrador fiduciário é o responsável legal pelo fundo de investimentos, ou seja, é o
responsável pelas informações aos cotistas, aos órgãos de regulação e autorregulação,
pela custódia, controladoria de ativos e passivos e, de maneira geral, pela supervisão da
gestão. Além disso, ele é o responsável pela Marcação a Mercado dos ativos e pelo
recolhimento dos impostos dos cotistas (IR, Come-cotas e IOF).

q EM RESUMO:
Ø Registrar o fundo de investimentos na CVM;
Ø Elaborar regulamento, lâmina e formulário de informações complementares;
Ø Manter serviço de atendimento ao cotista;
Ø Fiscalizar e Contratar terceiros legalmente habilitados para a prestação dos
serviços necessário ao funcionamento do fundo, tais como:
o Gestão da Carteira;
o Atividades de Tesouraria, de controle e processamento dos ativos;
o Custódia de ativos financeiros;
o Serviços de auditoria independente e Consultoria de Investimentos;
o Classificação de risco por agência, quando necessário (Ex: FIDCs);
o Distribuição de Cotas.
219
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Gestor de Recursos
Definição
O gestor de recursos é o responsável por perseguir a estratégia do fundo, escolhendo e
realizando seus investimentos, de acordo com o permitido pelo regulamento. Nos fundos
abertos, em geral, a estratégia é definida pela própria gestora. Já nos fundos exclusivos
(que possuem um único cotista), a estratégia poderá ser desenhada em conjunto com o
cliente.

q RESUMO:
Ø É o Profissional responsável pelas decisões de investimentos do fundo (compra
ou venda de ativos para a carteira do fundo), sempre de acordo com a política de
investimentos do fundo;
Ø Pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores
mobiliários pela CVM;
Ø Tem poder para:
o Definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros;
o Seleção de papéis e alocação, conforme política de investimento do fundo.

220
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Administrador e Gestor
Obrigações
q ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO: Deverá manter atualizado todos os documentos
referentes ao fundos (atas de assembleis, registro de cotistas, lista de prestadores de
serviços, documentos contábeis, etc).

q ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO & GESTOR DE RECURSOS: Devem, conjuntamente,


adotar as políticas, procedimentos e controle internos necessários para que a liquidez da
carteira do fundo (exceto fundos fechados) seja compatível com:
Ø os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate;
Ø o cumprimento das obrigações do fundo;
Ø manter todos os documentos por no mínimo cinco (5) anos, exceto KYC (10 anos).

Caso o fundo invista em cotas de outros fundos de investimento, o administrador e o


gestor, devem, em conjunto e diligentemente avaliar a liquidez do fundo investido,
considerando, no mínimo:
Ø o volume investido;
Ø as regras de pagamento de resgate do fundo investido; e
Ø os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e
gestor do fundo investido.
221
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Administrador e Gestor
Vedações
É vedado ao administrador e ao gestor praticar os seguintes atos em nome do fundo:
Ø Receber depósito em conta corrente;
Ø Contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;
Ø Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma;
Ø Vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas
subscritas;
Ø PROMETER RENDIMENTO PREDETERMINADO AOS COTISTAS;
Ø Realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas hipóteses;
Ø Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de
cotistas;
Ø Praticar qualquer ato de liberalidade.

q Parágrafo único: Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação
de garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em
empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por
meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.

222
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Administrador e Gestor
Normas de Conduta
Estão obrigados a adotar as seguintes normas de conduta:
Ø Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo,
empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
dispensar à administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade em
relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas que possam ferir a
relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão;
Ø Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do
patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o regulamento
sobre a política relativa ao exercício de direito de voto do fundo; e
Ø Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas
circunstâncias, praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e adotando as
medidas judiciais cabíveis.

223
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Administrador e Gestor
Substituição
Devem ser substituídos nas hipóteses de:
I – Descredenciamento para o exercício da atividade de administração de carteiras
de valores mobiliários, por decisão da CVM;
II – Renúncia; ou
III – Destituição, por deliberação da assembleia geral.

Nas hipóteses de (I) e (II), fica o administrador obrigado a convocar imediatamente


assembleia geral para eleger seu substituto, a se realizar no prazo de até 15 dias, sendo
facultado aos cotistas que detenham ao menos 5% das cotas, em qualquer caso, ou à
CVM, nos casos de descredenciamento, a convocação da AGE.
(I) Descredenciamento: a CVM deve nomear administrador temporário até a eleição
de nova administração.
(II) Renúncia: O administrador deve permanecer no exercício de suas funções até sua
efetiva substituição, que deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de
liquidação do fundo pelo administrador.

224
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Custodiante
Definição
É um banco responsável por guardar os ativos do fundo, como ações, títulos e demais
ativos, enviando diariamente o inventário para o Gestor e o Administrador. O custodiante
também é responsável pela liquidação física e financeira dos ativos (inclusive seus
proventos), ou seja, o pagamento e recebimento de ativos e recursos.

q RESUMO:
Ø É o Prestador de serviço de custódia.
Ø É o Responsável pelo registro, liquidação e exercício dos direitos e obrigações do
ativo que compõem a carteira.
Ø Os valores mobiliários depositados podem não ser os mesmos quando de sua
saída, embora sejam das mesmas espécies, qualidade e quantidade.

225
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Distribuidor
Definição
É a entidade responsável pelo relacionamento com os investidores do fundo. Sua principal
atribuição é traçar o perfil de risco do cliente, o que é feito através de questionários, e
com isso aconselhar investimentos condizentes com o perfil. Além disso, o distribuidor é
responsável pela prevenção à lavagem de dinheiro, checando se as informações
fornecidas pelos novos clientes são verídicas, assim como se possuem pendências
judiciais ou com entidades de crédito.

q RESUMO:
Ø São as instituições financeiras autorizadas pela CVM a VENDER os fundos de
investimentos.
Ø São distribuidores de fundos de investimento:
o Bancos de varejo (são os maiores);
o Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
o Bancos de atacado;
o Gestores.

226
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Auditor Independente
Definição
Conforme a CVM define, o AUDITOR INDEPENDENTE é a figura que ASSEGURA
CREDIBILIDADE ÀS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS de determinada entidade, ao opinar se
as demonstrações contábeis preparadas pela sua administração representam, em todos
os aspectos relevantes, sua posição patrimonial e financeira correta. Desta forma, esta
auditoria externa, gera uma proteção a todos os cotistas, pois ela da veracidade as
informações prestadas pelo administrador.

q RESUMO:
Ø É um Perito (contador) que presta serviços de AUDITORIA independe a empresas
(obrigatório registro na CVM).
Ø Busca dar maior credibilidade às informações divulgadas e maior segurança.
Ø O valor que o Auditor Independente recebe são pagos pelo próprio fundo, ou seja,
não está incluso na taxa de administração.

227
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Consultoria (Fundos Imobiliários)


Definição
O Administrador Fiduciário pode contratar, em nome do fundo de investimentos,
consultoria especializada, que objetive dar suporte em suas atividades de análise, seleção
e avaliação dos ativos. Quando se tratar de fundos imobiliários, o seu custo será pago pelo
próprio CNPJ do fundo; já quando ele tiver outra classificação, este custo será pago pelo
administrador do fundo (estará incluso na taxa de administração), como por exemplo, em
um fundo de ações (FIA).

A consultoria especializada pode, entre outras funções:


Ø Analisar, selecionar, avaliar e acompanhar, de acordo com a política de
investimento e regulamento do fundo de investimentos;
Ø Participar de negociações e propor negócios ao fundo de investimentos;
Ø Monitorar, acompanhar projetos e comercialização dos respectivos ativos, e
consolidar dados econômicos e financeiros selecionados das companhias investidas
para fins de monitoramento;
Ø Quando se tratar de Fundos Imobiliários, poderá administrar as locações ou
arrendamentos de empreendimentos integrantes do patrimônio do fundo imobiliário
e a exploração do direito de superfície.

228
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Objetivo e Política de Investimento
Definição e Finalidade
q OBJETIVO DO FUNDO: Descreve O QUE o fundo se propõe a fazer, podendo ser de
duas maneiras:
Ø Fundos Passivos: procuram acompanhar o benchmark (índice de referência). Estes
fundos possuem dificuldades de replicação dos seus benchmarks por questões
custos, impostos, dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo, regras de
contabilização a mercado e necessidade de liquidez para resgates. Para minimizar
estes impactos, eles utilizam como estratégias derivativos para proteção de carteiras
(em inglês, hedge);
Ø Fundos Ativos: buscam superar o benchmark (índice de referência). Estes fundos
podem cobrar taxa performance sobre o que superar seu benchmark.

q POLÍTICA DE INVESTIMENTO: Descreve COMO será atingida a meta proposta. Desta


forma, a política define os parâmetros de atuação do gestor, detalhando os mercados,
papéis, limites, percentuais e o risco ao qual o fundo será exposto.

Estas duas informações são obrigatórias a estarem presentes no Regulamento e na Lâmina


do fundo de investimentos. Assim o investidor consegue tomar uma decisão mais
coerente com seus objetivos.
229
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Divulgação de informações para Comercialização


Regulamento
São as regras de funcionamento de um Fundo de Investimento, tais como o objetivo, a
política de investimento e as taxas que serão cobradas. Este documento deve ser
registrado em cartório e, obrigatoriamente, dispor sobre:
Ø Política de investimento, caracterizando a classe do fundo;
Ø Taxa de administração, de performance, de ingresso e saída.
Ø Todas as despesas do fundo;
Ø Distribuição de resultados;
Ø Público-alvo;
Ø Exercício social do fundo;
Ø Qualificação do administrador, gestor e custodiante (e seus registros na CVM);
Ø Espécie do fundo, se aberto ou fechado;
Ø Prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
Ø Identificação dos riscos assumidos pelo fundo;
Ø Forma de comunicação que será utilizada pelo administrador.

230
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Divulgação de informações para Comercialização
Termo de Adesão e Ciência de Risco
Documento no qual o cotista deve atestar que:
(I) tomou ciência dos fatores de riscos envolvidos; não há qualquer garantia contra
eventuais perdas patrimoniais que possam acontecer por causa do fundo; a CVM não
é responsável pelas informações dos fundos; e, se o fundo for alavancado e gerar
prejuízos maiores que o Patrimônio Líquido, o cotista deverá aportar recursos
adicionais para cobrir o devido prejuízo.
(II) teve acesso ao inteiro teor do regulamento, da lâmina e do formulário de
informações complementares.

Além disso, a CVM limitou o Termo de Adesão em no máximo 5.000 caracteres, devendo
identificar os 5 (cinco) principais fatores de risco do fundo e que informações mais
detalhadas podem ser obtidas no formulário de informações complementares.

q OBS: O termo de adesão é obrigatório a todos os fundos, menos aos Fundos de


Investimentos de RENDA FIXA SIMPLES.

231
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Divulgação de informações para Comercialização


Lâmina de Informações Essenciais
Este documento é praticamente o RESUMO das principais informações presentes no
Regulamento do fundo, sendo estruturado de acordo com as regras da CVM e
atualizada mensalmente até o dia 10. Assim, o administrador de fundo aberto que não
seja destinado exclusivamente a investidores qualificados, deve elaborar uma lâmina de
informações essenciais contendo as seguintes informações:
Ø Público-alvo; objetivos; política e condições de investimento; composição da
carteira; risco; histórico de rentabilidade; exemplo comparativo; simulação de
despesas; política de distribuição; serviço de atendimento ao cotista; supervisão; e
fiscalização.
O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores tenham
acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo de investimentos.

Ressaltando, os fundos destinados a investidor Qualificado e/ou Profissional estão


dispensados da sua elaboração.

232
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Divulgação de informações para Comercialização
Formulário de Informações Complementares
O formulário de informações complementares, elaborado pelo administrador, deve
abranger pelo menos os seguintes itens:
Ø Periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo;
Ø Local, meio e forma de divulgação das informações;
Ø Exposição dos fatores de riscos;
Ø Descrição da política de direito de voto;
Ø Descrição da tributação;
Ø Descrição da política de administração de risco;
Ø Identificação da agência de classificação de risco de crédito;
Ø Apresentação do administrador e do gestor;
Ø Relação dos demais prestadores de serviços e política de distribuição de cotas;
Ø Quaisquer outras informações que o administrador entenda relevantes.

233
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Divulgação de informações para Comercialização


Prospecto (ANBIMA)
É o documento que apresenta de forma destacada as principais informações do
regulamento para o investidor, ou seja, é um resumo do Regulamento. Estas principais
informações se referem à política de investimento do fundo, às taxas que serão cobradas,
os principais direitos e responsabilidades dos cotistas e administradores, além dos riscos
envolvidos nas aplicações do fundo. Importante destacar que ele não substitui o
regulamento.

q EM RESUMO:
Ø Apresente a Política de investimento.
Ø Riscos envolvidos e medidas de gestão de risco;
Ø Direitos e responsabilidades dos cotistas e do Administrador;
Ø Possíveis restrições (resgate de cotas, prazo de carência, limites mínimos e
máximos de investimento, etc.);
Ø Relação dos prestadores de serviços do fundo;
Ø Exigido somente pela ANBIMA;
Ø Deve estar apenas disponível para consulta.

234
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Divulgação de informações para Comercialização
Cotas e Rentabilidade
A divulgação da informação pode se dar por qualquer meio, respeitando o PERÍODO DE
CARÊNCIA DE SEIS MESES a partir da data da primeira emissão de cotas. Porém, toda vez
que alguma informação divulgada inclua a referida rentabilidade, esta informação
necessita divulgar a sua devida taxa de administração a taxa de performance (se houver).

Além disso, sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à


rentabilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com
destaque, de que:
Ø a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros; e
Ø os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por
qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo FGC (fundo garantidor de crédito).

235
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Prestação de Contas aos Cotistas


Divulgação das Cotas e Rentabilidade
Em relação a prestação de contas aos cotistas, também é de responsabilidade do
administrador fiducário:
Ø Calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto
diariamente ou na periodicidade da liquidez do fundo, caso este não seja de liquidez
diária;
Ø Disponibilizar aos cotistas, mensalmente ou no período previsto no regulamento
para cálculo e divulgação da cota, extrato de conta;
Ø Disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da
carteira, à periodicidade, prazo e teor das informações, de forma equânime entre
todos os cotistas;
Ø Disponibilizar aos cotistas dos fundos não destinados exclusivamente a
investidores qualificados a demonstração de desempenho do fundo até o último dia
útil de fevereiro de cada ano; e
Ø Divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet e sem proteção de
senha, a demonstração de desempenho do fundo relativo nos últimos 12 meses em
30 de junho e em 31 de dezembro.

236
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Prestação de Contas aos Cotistas
Divulgação de Informações e Resultados
O administrador deve remeter, por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível
na página da CVM na rede mundial de computadores, os seguintes documentos:
Ø Informe diário (valor total da carteira, patrimônio líquido, valor da cota,
Ø Captações realizadas no dia) no prazo de 1 (um) dia útil;
Ø Mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a que se referirem:
o balancete;
o demonstrativo da composição e diversificação de carteira;
o perfil mensal; e
o lâmina de informações essenciais, se houver;
Ø Formulário de informações complementares, sempre que houver alteração do seu
conteúdo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis de sua ocorrência;
Ø Anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias contado a partir do encerramento do
exercício a que se referirem, as demonstrações contábeis acompanhadas do parecer
do auditor independente.

237
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Prestação de Contas aos Cotistas


Fatos Relevantes
O administrador é obrigado a divulgar imediatamente a todos os cotistas na forma
prevista no regulamento do fundo e por meio do Sistema de Envio de Documentos
disponível na página da CVM, e para a entidade administradora de mercado organizado
onde as cotas estejam admitidas à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou
relacionado ao funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua
carteira.

São considerados relevante:


Ø Qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no valor das cotas ou
na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
Ø Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do
fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira deve ser:
o Divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página
da CVM; e
o Mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do
distribuidor do respectivo fundo.

238
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Prestação de Contas aos Cotistas
Operações Omitidas
Caso o fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas
pela sua divulgação, o demonstrativo da composição da carteira pode omitir sua
identificação e quantidade, registrando somente o valor e a percentagem sobre o total da
carteira.

Essas operações omitidas devem ser divulgadas no prazo máximo de:


Ø 30 (trinta) dias, improrrogáveis, nos fundos da classe “Renda Fixa” Curto Prazo,
Simples e Referenciado; e
Ø nos demais casos (ações, por exemplo), 90 (noventa) dias após o encerramento do
mês, podendo esse prazo ser prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, e
com base em solicitação fundamentada submetida à aprovação da CVM, até o prazo
máximo de 180 (cento e oitenta dias).

239
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Prestação de Contas aos Cotistas


Assembleia Geral
A Assembleia Geral dos Cotistas, é a instância máxima do fundo de investimentos. Ela
ocorre ao menos uma vez por ano, para demonstrações contábeis, podendo ocorrer
outras vezes, quando houverem situações extraordinárias. Essas situações são aquelas
que competem privativamente à assembleia geral de cotistas, que são:
Ø As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
Ø A substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
Ø A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do fundo;
Ø O AUMENTO da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas
máximas de custódia, ou seja, REDUÇÃO não precisa;
Ø A alteração da política de investimento do fundo;
Ø A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
Ø A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam previstos no
regulamento; e
Ø A alteração do regulamento, ressalvado quando decorrer de mudanças exigidas
pela CVM, atualização cadastral dos prestadores de serviço ou redução de taxas
(administração e performance).

240
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Aplicação por Conta e Ordem
ICVM 450
O fundo de investimento poderá contratar, por escrito, instituições intermediárias
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários para realizar a distribuição
de cotas, autorizando-as a realizar a subscrição de cotas do fundo por conta e ordem de
seus respectivos clientes. Os DISTRIBUIDORES que estejam atuando por conta e ordem de
clientes assumem todos os ônus e responsabilidades relacionadas aos clientes, inclusive
quanto a seu cadastramento, identificação e demais procedimentos QUE CABERIAM
ORIGINALMENTE AO ADMINISTRADOR. Desta forma, o distribuidor pode comparecer e
votar nas assembleias representando o titular (desde que com procuração para tal).

Na hipótese de rescisão do contrato firmado entre o fundo e o intermediário que esteja


atuando por conta e ordem de clientes, deve ser facultado ao cotista permanecer como
investidor no fundo, comprometendo-se a instituição intermediária, neste caso, a
identificar e fornecer ao administrador toda a documentação cadastral do cliente.

241
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fechamento do Fundo para Resgates


Motivo
Em casos excepcionais de iliquidez dos ativos componentes da carteira do fundo,
inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente,
ou que possam implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos
cotistas, o administrador poderá declarar o fechamento do fundo para a realização de
resgates, sendo obrigatória a convocação de Assembleia Geral Extraordinária, no prazo
máximo de um (1) dia, para deliberar, no prazo de 15 dias, a contar da data do
fechamento para resgate.

q OBS: O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes
tenham sido causados em decorrência da não utilização dos poderes conferidos neste
artigo.

242
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fechamento do Fundo para Aplicações
Motivo
Caso o administrador fiduciário entenda que o capacity do fundo de investimentos foi
atingido, ele poderá suspender novas aplicações no fundo, desde que isso se aplique
tanto aos novos investidores quanto aos cotistas atuais.

Mas o que significa capacity de um fundo de investimentos? Este é um termo técnico


utilizado no mercado financeiro para definir qual o volume máximo do patrimônio líquido
que o fundo de investimentos poderá ter, para manter a capacidade de entrega de
retornos condizente ao seu risco. Essa valor é definido pelo gestor, pois ele é o
responsável por investir os recursos do fundo. Por exemplo, se o capacity de um fundo de
ações é R$ 10 bilhões, o gestor entende que acima deste valor, ele não conseguirá
encontrar boas oportunidades para investir os recursos e com isso, a melhor decisão, para
não prejudicar o retorno dos cotistas, é fechar o fundo para novas aplicações.

Esse fechamento não é eterno, pois se o gestor entende que há novas oportunidades, o
administrador poderá reabrir para novas captações de recursos e com isso, o gestor
aplicar os valores captados nessas novas oportunidades.

243
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Disclaimers e Avisos Obrigatórios


Publicidade dos Fundos 555
Caso a instituição financeira ou o fundo (CNPJ) faça parte da ANBIMA, os mesmos deverão
constar, como AVISO OBRIGATÓRIO, com destaque na capa, na contracapa ou na primeira
página do prospecto ou no formulário, os avisos ou assemelhados:
Ø “Este fundo não conta com garantia do administrador, do gestor, de qualquer
mecanismo de seguro ou, ainda, do FGC”;
Ø “A rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura”;
Ø “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos e taxa de [nome da taxa]”;
Ø “As informações contidas neste documento estão em consonância com o
regulamento do fundo, mas não o substituem. É recomendada a leitura cuidadosa
tanto deste documento quanto do regulamento”;
Ø “O investimento neste fundo apresenta riscos para o investidor. Ainda que o gestor
da carteira mantenha sistema de gerenciamento de riscos, não há garantia de
completa eliminação da possibilidade de perdas para o fundo e para o investidor”;
Ø “A ANBIMA não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos
divulgados pelas Instituições Participantes, ainda que façam uso do selo ANBIMA,
nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.

244
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Disclaimers e Avisos Obrigatórios
Publicidade dos Fundos 555 (Cap. VI)
O Código da ANBIMA sobre este assunto, diz também que:
Ø Todo e qualquer material publicitário, elaborados pelas instituições participantes,
deve obedecer às disposições trazidas pela legislação e regulamentação vigente
aplicável.
Ø Todo e qualquer material publicitário dos fundos de investimento é de
responsabilidade de quem o divulga, inclusive no que se refere à conformidade de
tal material com as normas do presente Código.
Ø Considerando que o registro de um fundo de investimento na ANBIMA pressupõe
a adesão da instituição participante à totalidade das normas do presente Código, os
materiais publicitários, materiais técnicos ou propagandas institucionais divulgados
pelos fundos podem ser analisados pela ANBIMA a partir de denúncias formuladas
por instituições participantes, devendo tais denúncias atender ao disposto no Código
ANBIMA dos Processos de Regulação e Melhores Práticas.
Ø Cabe à Diretoria da Associação regulamentar as regras de uso do selo ANBIMA.

245
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

2.4.2 Principais Estratégias e Tipos de


Gestão de Fundos
246
246
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Estratégias de Gestão
Gestão Passiva
Os fundos que possuem uma estratégia de investimento passiva investem em ativos
buscando "replicar" um índice de referência (benchmark), visando manter o desempenho
do fundo próximo à sua variação. Assim sendo, possuem um menor risco (menor
volatilidade comparada ao seu benchmark), já que não dependem da “qualidade” do
gestor. Alguns exemplos de benchmark são:
Ø FUNDOS RENDA FIXA: Taxa DI, Taxa Selic, Índices de Preços (IGP-M e IPCA), Índices
de Mercado Anbima (IMA Geral, IMA-B e IRF-M)
Ø FUNDOS RENDA VARIÁVEL: Índice Bovespa (IBOVESPA), Índice Brasil (IBrX), Índice
de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

Para manter aderência aos índices de referência os gestores acabam comprando os


mesmos ativos da composição do benchmark, mas também acabam utilizando
derivativos/contratos futuros para proteção de parte da carteira de investimentos.

247
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Estratégias de Gestão
Gestão Ativa
Nesta estratégia o gestor tem liberdade para fazer a seleção dos ativos que vão compor a
carteira de determinado fundo de investimento. Sua meta é obter rentabilidade superior
ao registrado pelo índice de referência (benchmark). Isso significa que o gestor procura no
mercado as melhores alternativas, buscando sempre tentar atingir esse objetivo. O
gestores nessa estratégia, podem se utilizar de derivativos como forma especulativa, não
somente como proteção.

Como o gestor é ativo nesse tipo de estratégia, além da taxa de administração, é comum
cobrarem taxa performance. Importante salientar que a Gestão Ativa pode ocorrer tanto
em fundos de Renda Fixa, quanto em Renda Variável.

248
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Estratégias de Gestão
Gestão Ativa Alavancada
Dentro da Gestão Ativa, conforme mencionado anteriormente, alguns gestores tem como
política não utilizar derivativos somente como forma de proteção, mas sim como forma de
especulação, além de investir um capital maior do que o Patrimônio Líquido do Fundo,
portanto, sua perda pode ser superior ao PL (Patrimônio Líquido) do FI (Fundo de
Investimentos).

Caso ocorra perdas maiores que o PL, o investidor terá que aportar recursos para honrar
seus compromissos. Importante ressaltar que, se o fundo for alavancado, esta informação
é obrigatória no Prospecto.

249
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

2.4.3 Principais Modalidades de


Fundos de Investimentos (CVM)
250
250
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Classificação CVM dos Fundos de Investimentos
Classes
A CVM, através da Instrução CVM555 classifica os fundos de investimentos, quanto à
composição do seu patrimônio, primeiramente o classificando pela CLASSE, e após,
incluindo possíveis SUFIXOS. As classes pela classificação CVM são:
Ø Fundo de Renda Fixa;
Ø Fundo Cambial;
Ø Fundo de Ações (FIA);
Ø Fundo Multimercado (FIM)

Existem também outros fundos que possuem regras específicas e são chamados de
fundos de investimentos estruturados. Eles fazem parte de outras instruções e os
principais são:
Ø Fundo em Direitos Creditórios (FIDC);
Ø Fundos Imobiliários (FII);
Ø Fundos em Participações (FIP);
Ø Fundos em Índice de Mercado (ETF).

251
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CVM: Fundos de Investimentos


Subclassificações
Após definido a CLASSE do fundo (renda fixa, cambial, ações ou multimercado), para
denominar o principal risco, o fundo poderá ter sufixos para deixar mais clara a estratégia
que será utilizada para atingir o objetivo. Importante ressaltar que é admitido a utilização
cumulativa dos sufixos, desde que respeite as características específicas de cada um dos
fundos de investimento. Os fundos que possuírem o sufixo “Investimento no Exterior”
serão destinados exclusivamente a Investidores Qualificados e não haverá limite de
aplicação em investimento no exterior.

CLASSE RENDA FIXA CAMBIAL MULTIMERCADO AÇÕES


Ø Curto Prazo
S
Ø Referenciado
U Ø Longo Prazo Ø Longo Prazo Ø Mercado de
Ø Simples
F Ø Crédito Privado Ø Crédito Privado Acesso
Ø Longo Prazo
I Ø Investimento Ø Investimento Ø Investimento
Ø Crédito Privado
X no Exterior no Exterior no Exterior
Ø Dívida Externa
O
Ø Investimento
S
no Exterior

252
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo Renda Fixa
Características
Os fundos classificados como “Renda Fixa” deverão possuir, no mínimo, 80% da carteira
em ativos relacionados diretamente (ou sintetizados via derivativos) ao fator de risco
que dá nome à classe, tais como: títulos públicos federais (LFT, LTN, NTN-B, ...) e títulos
privados (CDBs, LCIs, Debentures, ...).

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Sua composição dependerá da política de investimentos, podendo apresentar
maior risco de crédito com títulos privados;
Ø Não podem investir estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou
de renda variável (ações);
Ø Não podem cobrar taxa performance, exceto quando tiverem algum dos seguintes
sufixos: Investimentos no Exterior; Longo Prazo; Dívida Externa; ou forem destinados
a investidor qualificado;
Ø DERIVATIVOS: podem utilizar tanto para proteção da carteira, quanto para
alavancagem;
Ø PRINCIPAIS FATORES DE RISCO: Taxa de juros doméstica (Ex: CDI) ou Índice de
inflação (Ex: IPCA e IGP-M).

253
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundo Renda Fixa


Sufixo: Curto Prazo
Os fundos de renda fixa com o sufixo “Curto Prazo”, dentre os fundos classificados pela
CVM, possuem o menor risco de crédito e o menor risco de mercado (volatilidade), isto
porque os vencimento dos títulos que compõem a sua carteira precisam respeitar o prazo
máximo a decorrer de 375 dias e o prazo médio da carteira inferior a 60 dias, além de
serem compostos exclusivamente por títulos públicos federais ou privados classificados
como baixo risco de crédito.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Deverão aplicar 100% dos recursos (exclusivamente) em títulos públicos federais
ou privados com baixo risco de crédito;
Ø Títulos com prazo máximo de 375 dias, e prazo médio da carteira do fundo
inferior a 60 dias;
Ø Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado.
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

254
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo Renda Fixa
Sufixo: Referenciado
Para o fundo ser classificado como “Referenciado” deverão aplicar no mínimo 80% de seu
patrimônio líquido aplicado títulos públicos federais ou privados classificados como baixo
risco de crédito, com certificação por agência de classificação de risco localizada no País e
Mínimo 95% da carteira composto por ativos financeiros que repliquem o benchmark
escolhido. Por exemplo, um Fundo de Investimentos Renda Fixa REFERENCIADO IPCA de
R$ 100 milhões de reais de patrimônio, deverá investir no mínimo R$ 95 milhões em
títulos atrelados ao IPCA (95%), sendo que R$ 80 milhões deverão estar em títulos
públicos ou ativos de baixo risco de crédito (80%).

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø O indicador de desempenho deve estar expressamente definido na denominação
do fundo;
Ø Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado ou classificados como Longo Prazo ou Dívida Externa;
Ø Pode utilizar cota de abertura somente se, além de referenciado, também for
Curto Prazo. Exemplo: Fundo de Investimento Referenciado DI Curto Prazo;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

255
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Fundo Renda Fixa


Sufixo: Simples
Para o fundo ser classificado como “Renda Fixa Simples” deverá sempre ser um fundo
aberto e aplicar no mínimo Mínimo 95% de seu patrimônio líquido aplicado em títulos da
dívida pública federal ou títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições
financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo,
equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida pública federal. Além disso, este é o
único fundo que dispensa a assinatura de termo de adesão e a verificação da adequação
do investimento no fundo (API), também chamado de “Suitability”.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Único fundo no qual não precisa ter API e nem assinar o termo de adesão;
Ø Lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
Ø Deve ser um fundo aberto e é vedado a sua transformação em fundo fechado.
Ø Pode utilizar cota de abertura.
Ø Vedado a concentração de mais de 50% em crédito privado;
Ø Vedado tanto a cobrança de taxa de performance;
Ø Vedado aplicação em investimentos no exterior;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
256
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo Renda Fixa
Sufixo: Dívida Externa
Definimos como Dívida Externa tudo que um país deve em caráter internacional, ou seja,
o total de débitos do país originados de empréstimos no exterior. Desta forma, os fundos
classificados como “Renda Fixa” que invistam no mínimo 80% do seu patrimônio líquido
em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deverão
utilizar o sufixo Dívida Externa.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Mínimo de 80% de seu Patrimônio Líquido (PL) em títulos representativos da
dívida externa de responsabilidade da União;
Ø Recursos remanescentes poderão ser alocados em ativos de créditos no exterior,
respeitada a concentração máxima de 10% por emissor;
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE)
até o limite 10% do Patrimônio Líquido (PL).
Ø Principais fatores de risco: variações da moeda e a variação de preços dos títulos
da dívida externa brasileira (Risco Internacional).

257
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundo Cambial
Características
Os fundos classificado como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco de
carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial,
sendo que no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome
à classe (normalmente dólar ou euro). Vale ressaltar que a aplicação e o resgate sempre
será em reais e que o fundo poderá ter rentabilidade diferente da variação cambial, pois
além da variação cambial, poderá ter a variação do ativo que o fundo investiu.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Mínimo 80% do patrimônio líquido (PL) em ativos atrelados à variação cambial.
Ø Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento);
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: variação de preços de moeda estrangeira ou a variação
do cupom cambial.

258
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo Multimercado
Características
Os fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de investimento
que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum
fator em especial. Eles têm liberdade para operar diferentes ativos, entre papéis de
renda fixa, ações de empresas, moedas (como dólar), derivativos e investimento no
exterior. Essa flexibilidade possibilita ao gestor do fundo montar diversas estratégias,
conforme mudanças no cenário econômico ou no mercado financeiro, por exemplo.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Pode investir até 20% do patrimônio em cotas de Fundos Imobiliários e cotas de
Fundos de Direito Creditórios (FIDCs). Se destinados a Investidor Qualificador,
poderão investir em FIDCs, FIEE, FIP, até os limites previstos em seu regulamento;
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø Proibida a utilização de cota de abertura (sempre cota de fechamento).
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: Vários fatores de risco, sem compromisso de
concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais
classes.

259
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundo Renda Fixa, Cambial ou Multimercado


Sufixo: Longo Prazo
Os fundos classificados como “Referenciado”, “Renda Fixa”, “Cambial”, “Dívida Externa” e
“Multimercado” poderão ser adicionalmente classificados como "Longo Prazo" quando o
prazo médio de sua carteira supere 365 dias (não podendo ficar mais que 15 dias
seguidos desenquadrado) e seja composta por títulos privados ou públicos federais, pré-
fixados ou indexados à taxa SELIC, a índices de preço ou à variação cambial, ou, ainda, por
operações compromissadas lastreadas nos títulos públicos federais referidos neste
parágrafo.

O fundo que dispuser, em seu regulamento, que tem o compromisso de obter o


tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal
vigente estará obrigado a:
Ø incluir a expressão “Longo Prazo” na denominação do fundo; e
Ø atender às condições previstas na referida regulamentação de forma a obter o
referido tratamento fiscal.

260
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo Renda Fixa, Cambial ou Multimercado
Sufixo: Crédito Privado
Os fundos de Renda Fixa, Cambiais ou Multimercados, que tiverem como política investir
mais de 50% do seu patrimônio líquido em ativos ou modalidades operacionais de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado (exceto ações) ou de emissores públicos que
não seja a União Federal, devem incluir em sua denominação o sufixo “Crédito Privado” e
destacar essa informação no termo de adesão e ciência de risco.

No entanto, o ingresso no fundo será condicionado à assinatura de TERMO DE CIÊNCIA


DOS RISCOS INERENTES À COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DO FUNDO (risco de crédito),
vedada a utilização de sistemas eletrônicos para esse fim e contar em destaque, que o
fundo está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido, como por
exemplo, caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos financeiros.

261
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundo de Ações
Características
São fundos de investimento que investem no mínimo 67% do seu patrimônio líquido em
ativos que tenham como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à
negociação em mercado organizado, como por exemplo: AÇÕES negociadas em bolsa ou
balcão organizado; Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações
admitidas à negociação em bolsa ou balcão organizado; Cotas de fundos de ações e cotas
dos fundos de índice de ações negociação em bolsa ou balcão organizado; ou BDRs
classificados como nível II e III. Desta forma, este é um fundo que no máximo poderá
investir 33% em outras modalidades, como por exemplo, em renda fixa.

q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Composição mínima de 67% do patrimônio líquido em ações.
Ø Os Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento).
Ø Permitida a cobrança de taxa performance.
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: risco de mercado e liquidez.

262
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundo de Ações
Sufixo: Mercado de Acesso
São Fundos de Ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 do seu PL
seja investido em ações de companhias listadas em segmento de negociação de valores
mobiliários, voltado ao mercado de acesso, que assegure, por meio de vínculo contratual,
práticas diferenciadas de governança corporativa. Devem ter no nome “Ações – Mercado
de Acesso”.

Quando for fundo fechado, pode-se investir até 1/3 do seu PL em ações, bônus de
subscrição, debêntures, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
permutáveis em ações de emissão de companhias fechadas, desde que:
Ø Participe do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na
definição de sua política estratégica e na sua gestão;
Ø Invista somente em companhias fechadas que adotem práticas diferenciadas de
governança corporativa.

q OBS: quando se tratar de fundo fechado, poderá ser utilizado como parâmetro de
referência para o cálculo da taxa performance, índices atrelados a juros ou à inflação.

263
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

FIDC – Direitos Creditórios


Características
O FIDC, também conhecido como fundo de recebíveis, é uma comunhão de recursos que
destina parcela mínima de 50% do patrimônio líquido para a aplicação em direitos
creditórios. Os Direitos Creditórios são lastreados nos resultados futuros de caixa de
operações comerciais de vendas de bens e serviços de uma empresa, como por exemplo,
duplicatas, créditos de cartão de crédito e cheques que uma empresa tem a receber.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Depois de 90 dias, a porcentagem de direitos creditórios deve ser pelo menos 50%
do Patrimônio Líquido do fundo e seu PL não pode ser inferior a R$ 500 mil.
Ø Somente os fundos classificados como RENDA FIXA ou MULTIMERCADOS podem
adquirir cotas desses fundos até o limite de 20% do Patrimônio Líquido (PL).
Ø Podem ser fundos fechados ou abertos e FIC-FIDCs (Fundos em Cotas).
Ø NÃO HÁ MAIS INVESTIMENTO MÍNIMO PARA APLICAÇÃO!
Ø Somente para investidor qualificado.

264
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
FIDC – Direitos Creditórios
Tipos de Cotas
Não há regime fiduciário para o patrimônio do fundo, de forma que todos os cotistas têm
direitos sobre o patrimônio total do fundo. Estes direitos, no entanto, estão divididos de
acordo com os dois tipos de cotas que um FIDC pode emitir: Sênior e Subordinada.
Ø COTA SÊNIOR: tem preferência para amortização e resgate em relação aos demais
tipos de cotas. Desta forma, é a cota mais segura dentre os cotistas.
Ø COTA MEZANINO: é uma cota intermediaria entre a sênior e a subordinada, ou
seja, tem prioridade sobre o pagamento da subordinada, mas recebe após os cotista
da classe sênior.
Ø COTA SUBORDINADA: só são remuneradas após todos os demais cotistas (sênior e
mezanino) terem sido totalmente pagas. Portanto, podem ter rentabilidade inferior
ou superior a cada exercício em relação a Cota Sênior.

Como as cotas seniores são protegidas de calote (até um certo limite), elas possuem risco
significantemente menor. Cotas subordinadas possuem muito mais risco, no entanto,
podem gerar um lucro muito maior. Este mecanismo de quotas permite a um FIDC atrair
num só fundo, diferentes classes de investidores.

265
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

FIDC – Direitos Creditórios


Processo Estrutural

Auditor

Administrador
Agência de
Rating
Direitos
Direitos Creditórios
Creditórios
Cotas
Originadores Investidores
Clientes FIDC
dos Recebíveis (cotistas)
Venda $$$ $$$
a prazo Gestor

Cobrança
Custodiante

266
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
FIP – Fundo de Investimento em Participações
Características
São fundos que investem no mínimo 90% do Patrimônio Líquido em companhias abertas,
fechadas ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento. Esses investimentos
podem ser através de ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores
mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão destas companhias. Além
disso, o FIP deverá participar do processo decisório da companhia investida, com efetiva
influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão, através da indicação de
membros do Conselho de Administração.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Investem no mínimo 90% do Patrimônio Líquido em companhias abertas, fechadas
ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento.
Ø Podem investir no máximo 33% do capital do fundo em debentures simples.
Ø FUNDO FECHADO, em que as cotas somente são resgatadas ao término de sua
duração ou quando é deliberado em assembleia de cotistas a sua liquidação.
Ø Somente para INVESTIDORES QUALIFICADOS.
Ø Pode investir até 20% de seus recursos em ativos no exterior, desde que esses
possuam a mesma natureza econômica dos ativos já mencionados.

267
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

FII – Fundo de Investimento Imobiliário


Características
São sempre FUNDOS FECHADOS que investem em empreendimentos imobiliários
diversos, podendo ter prazo de duração determinado ou indeterminado e que são
obrigados a distribuir no mínimo 95% do lucro auferido em no máximo 180 dias a seus
cotistas. Os recursos captados poderão ser utilizados para a aquisição de imóveis rurais ou
urbanos, tanto para fins residenciais ou comerciais com intuito de renda através de
locação, venda ou arrendamento ou títulos e valores mobiliários ligados ao setor
imobiliário. Vale ressaltar que qualquer pessoa pode investir, ficando a critério do
administrador restringir o público alvo, se desejar.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø O patrimônio deve ser aplicado em bens e direitos imobiliários (CRI, LCI, LH, LIG,
cotas de outros FII, ações ou cotas de sociedades cujo ÚNICO propósito se enquadre
entre as atividades IMOBILIÁRIAS). Podem investir também em cotas de fundos de
renda fixa ou em títulos públicos, para atender suas necessidades de liquidez.
Ø SÃO SEMPRE FUNDOS FECHADOS.
Ø DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

268
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
ETF – Fundos de Índice de Mercado
Características
Os ETFs (Exchange Traded Funds), conhecidos também como Fundos de Índice, são fundos
abertos que buscam obter retorno semelhante com base em determinado índice, com a
diferença que suas cotas são negociadas em bolsa ou mercado de balcão, como se fossem
ações ou fundos fechados. Estes fundos devem manter 95%, no mínimo, de seu
patrimônio líquido aplicado em valores mobiliários de renda fixa ou outros ativos de
renda variável autorizados pela CVM.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Deverá investir no mínimo 95% do patrimônio líquido em ativos financeiros que
integrem o índice de referência, sendo ele de renda fixa ou de renda variável;
Ø São fundos sempre abertos passivos;
Ø Sua negociação ocorre na Bolsa ou no mercado de Balcão;
Ø Deverá constar em seu nome o índice de referência;
Ø Os dividendos pagos pelas ações que fazem parte do ETF, serão automaticamente
reaplicados no próprio ETF.

269
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundos de Investimentos
Concentração por Emissor
O fundo observará os seguintes limites de CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR, sem prejuízo
das normas aplicáveis à sua classe:
Ø até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de emissão do seu
administrador.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for fundo de
investimento.
Ø até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for pessoa física ou
pessoa jurídica de direito privado que não seja companhia aberta ou instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

q OBS: NÃO HAVERÁ LIMITES quando o emissor for a UNIÃO FEDERAL.

270
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundos de Investimentos
Investimentos no Exterior
Em regra geral, os fundos destinados ao varejo podem investir no máximo 20% do seu
patrimônio líquido em ativos financeiros no exterior e para fundos destinados
exclusivamente a investidores qualificados no máximo 40%. No entanto, existem fundos
que podem ter aplicação ilimitada no exterior, como por exemplo:
Ø Fundos classificados como “Renda Fixa – Dívida Externa”;
Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores profissionais que incluam em
sua denominação o sufixo “Investimento no Exterior”; e
Ø Exclusivamente destinados a investidores qualificados que determinem em sua
política de investimento que seu patrimônio líquido seja composto por no mínimo
67% de ativos financeiros no exterior.

Esses ativos no exterior devem observar, ao menos, uma das seguintes condições: (I) ser
registrados em sistema de registro, objeto de escrituração de ativos, objeto de custódia
ou objeto de depósito central, em todos os casos, por instituições devidamente
autorizados em seus países de origem e supervisionados por autoridade local
reconhecida; ou (II) ter sua existência diligentemente verificada pelo administrador ou
pelo custodiante do fundo, desde que tais ativos sejam escriturados ou custodiados por
entidade devidamente autorizada para o exercício da atividade (salvo exceções).
271
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Fundos de Investimentos
Limites de ativos financeiros negociados no exterior
LIMITE DE
TIPOS DE FUNDOS
INVESTIMENTO
Ø Fundos de Renda Fixa Dívida Externa;
Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores profissionais
que incluam em sua denominação o sufixo “Investimento no
Ilimitado Exterior”;
(100%) Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados
desde que sua política de investimento determine que, no
mínimo 67% de seu patrimônio líquido seja composto por ativos
financeiros no exterior.
Ø Fundos exclusivamente destinados a investidores qualificados
Máximo de 40%
que não se enquadrem no cenário anterior.
Máximo de 20% Ø Fundos destinados ao público em geral.

0% do PL Ø Fundos de Renda Fixa Simples

272
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fundos de Investimentos
Classificação
Para fins de tributação, a Receita Federal tem a sua própria classificação para os fundos de
investimento. Esta modalidades são:
Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MENOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MAIOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Ações e Clubes de Investimentos: fundos de investimentos que a
carteira seja composta por no mínimo 67% de ações.
Ø Fundos Imobiliários: a carteira deverá ser composta por no mínimo 75% em ativos
atrelados a imóveis ou dívidas imobiliárias (LCI, CRI, CCI, ...).
A tributação ocorrerá na “transformação” das cotas em dinheiro, sendo:
Ø Fundos abertos: através do resgate (nos fundos de renda fixa, poderá ocorrer a
antecipação do imposto através do come-cotas);
Ø Fundos Fechados: através da (I) alienação (venda) das cotas; (II) amortização de
cotas; (III) dividendos; ou no (IV) resgate (encerramento do fundo).

273
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Resumo: Fundos de Investimentos CVM


FATOR DE SUFIXOS
CLASSE ATIVOS CARACTERÍSTICAS
RISCO POSSÍVEIS
Aplica em títulos com prazo máximo a
Curto Prazo decorrer de 375 dias. O prazo médio da
carteira é inferior a 60 dias
Compromete-se a obter o tratamento fiscal
Longo Prazo destinado a fundos de longo prazo
No mínimo Investe ao menos 95% do patrimônio em
80% da carteira ativos que acompanham um índice de
Referenciado referência, destinando 80%% para títulos
Variação da em ativos
públicos e ativos de baixo risco
Renda taxa de juros, relacionados à
de índice de variação da taxa Destina ao menos 95% do patrimônio a
Fixa preços ou de juros, de títulos públicos ou papéis de instituições
financeiras com risco equivalente. Prevê no
ambos índice de Simples regulamento que seus documentos serão
preços ou disponibilizados aos cotistas por meios
ambos. eletrônicos
Aplica ao menos 80% do patrimônio em
Dívida Externa títulos da dívida externa da União

Crédito Investe mais de 50% do patrimônio líquido


Privado em ativos de crédito privado

274
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Resumo: Fundos de Investimentos CVM
FATOR DE
CLASSE ATIVOS SUFIXOS CARACTERÍSTICAS
RISCO
Ao menos 67% do
patrimônio aplicado em
Variação dos
ações, certificados de Destina 2/3 do patrimônio a ações
preços das ações
depósito de ações, bônus Mercado de de companhias listadas em
Ações negociadas em
de subscrição cotas de Acesso segmento de acesso de bolsas de
mercados
fundos de ações e de valores
organizados
fundos de índices e BDRs
níveis II e III
Mínimo de 80% da carteira Longo Prazo Prazo Médio superior a 365 dias
Variação de em ativos relacionados à
Cambial preços de moeda variação de preços de Investe mais de 50% do patrimônio
estrangeira moeda estrangeira Crédito Privado
em ativos de crédito privado
Vários fatores de Longo Prazo Prazo Médio superior a 365 dias
Multi- risco, sem o
compromisso de - Investe mais de 50% do patrimônio
mercado concentração em Crédito Privado
em ativos de crédito privado
nenhum deles
Fundos destinados exclusivamente
Investimento no a investidor profissional, não
Todas as Classes Exterior havendo limite de investimentos no
exterior

275
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

2.4.4 Clubes de Investimentos e Carteiras


Administradas
276
276
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Carteira Administrada
Conceito
A Carteira Administrada É UM SERVIÇO DE GESTÃO de investimentos no qual o investidor
contrata um gestor para cuidar especificamente dos seus recursos, desde a estratégia de
alocação até o rebalanceamento (compra e venda de cada ativo que compõe a carteira).
Desta forma, a tributação é a mesma de uma pessoa física sem este serviço, mantendo
todos os benefícios de isenção de IR de produtos de Renda Fixa (LCI, LCA, CRI, CRA...) e do
limite de venda de até R$ 20.000,00 por mês em ações. Além disso, a carteira
administrada é moldada para as necessidades de cada cliente, sem ter que seguir regras
rígidas como as da classificação de fundos.

Portanto, diferentemente de aplicar em fundos de investimentos, na Carteira


Administrada o cliente é proprietário dos ativos diretamente e não das cotas, como
ocorre nos fundos. Outro ponto importante, é que a Carteira Administrada permite tanto
a Gestão Discricionária (gestor toma as decisões sem consultar o cliente), quanto a Não
Discricionária (quando há participação do cliente na tomada de decisão), tendo também
um maior grau de liberdade para trabalhar derivativos.

277
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Clubes de Investimento
Conceito
O Clube de Investimento é um condomínio de PESSOAS FÍSICAS constituído para aplicação
de recursos em títulos e valores mobiliários, com as mesmas características dos Fundos de
Investimentos em Ações, ou seja, devem investir no mínimo 67% do patrimônio líquido
em: ações, bônus ou recibos de subscrição; debêntures conversíveis em ações, de
emissão de companhias abertas; cotas de fundos de índices de ações negociados em
mercado organizado; certificados de depósitos de ações. Já o restante (33%), poderão ser
investidos em renda fixa ou compra de opções.

O que difere os Clubes dos Fundos de Ações, é que os clubes devem ser constituído por
no mínimo 3 pessoas e no máximo 50 pessoas físicas, sendo que O MÁXIMO que um
único investidor pode ter de um clube de investimento é de 40% sobre o patrimônio do
clube. Quando se tratar de empregados de uma mesma empresa, o número de
condôminos pode ser maior. Além disso, clubes antigos, possuíam outros limites máximos.

q OBS: Comparado com os fundos de investimentos, os custos dos clubes de


investimentos são menores, pois alguns encargos não são obrigatórios, como por
exemplo, de auditoria independente.

278
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Clubes de Investimento
Vedações
É VEDADO ao Clube de Investimento:
Ø Realizar operações com valores mobiliários fora de mercados organizados;
Ø Adquirir títulos ou valores mobiliários de emissão do administrador, gestor ou de
empresas a eles ligadas; exceto nos casos em que os títulos e valores mobiliários
façam parte de índice de mercado ao qual esteja atrelada a política de investimento
do Clube, podendo ser adquiridos na mesma proporção de sua participação no
respectivo índice; e os casos de aquisição de ações de emissão de companhia por
Clubes formados por seus empregados.
Ø Adquirir cotas de fundos de investimento administrados ou geridos pelo
administrador, pelo gestor ou por empresas a eles ligadas.
Ø Fazer lançamento de opções a descoberto (por exemplo, vender opções de
compra sem ter o ativo-objeto).

279
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Clubes de Investimento
Resumo
As principais características dos Clubes de Investimento são:
Ø Pode possuir de 3 a 50 participantes;
Ø Um membro não pode ter mais de 40% das cotas, mas em caso de resgate de
outros cotistas, poderá ocorrer um desenquadramento passivo.
Ø Devem investir no mínimo 67% do patrimônio líquido em ações; bônus de
subscrição; debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas;
recibos de subscrição; cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado
organizado; e ou certificados de depósitos de ações.
Ø Investimento para um grupo restrito de pessoas físicas;
Ø Gestor pode ser pessoa física ou jurídica;
Ø Administrado por corretoras, distribuidoras e bancos de investimento.
Ø Deve possuir estatuto social registrado em entidade administradora de mercado
organizado;
Ø Registrado na B3 e fiscalizados pela B3 e pela CVM;
Ø Menores custos comparados aos fundos de investimentos em ações.

280
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Capítulo 3
Mercado de Renda Fixa
281
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 281

3.1 Fundamentos de Finanças

282
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 282
Matemática Financeira
Conceito
A MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática para calcular o valor do dinheiro
no tempo, ou seja, quanto um valor hoje deverá valer no futuro ou quanto um valor
futuro deveria valer hoje. A partir de diferentes fórmulas é possível mensurar este valor e
ter uma melhor compreensão sobre finanças e com isso, utilizar melhor o dinheiro para
realizar investimentos, como por exemplo, decidir se é melhor comprar um veículo a vista
ou tomar uma empréstimo; quanto necessito acumular todos os meses para atingir meu
objetivo ou até mesmo, qual o valor de uma empresa hoje baseado nos lucros futuros.

A fórmula básica desta compreensão da matemática é que o montante acumulado (valor


futuro) será o principal (valor de hoje) mais os juros gerados deste principal, ou seja, a
matemática financeira se resume a esta fórmula:

Valor Futuro (Montante) = Valor Presente (Principal) + JUROS

283
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Matemática Financeira
Definições
As principais definições para este início são:
Ø CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV), representa o valor do
dinheiro hoje. Este valor pode ser de um investimento, dívida ou empréstimo.
Ø JUROS (J): Representam os valores gerados pela remuneração do capital inicial.
Podemos dizer que eles são o custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma
aplicação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre o valor à vista e o valor
pago prazo de uma compra, ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui
entrará os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Compostos).
Ø TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os fluxos de caixa, também
chamado de custo ou remuneração do dinheiro. Ela sempre será associada a um
certo prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao ano...
Ø PRAZO (n): é o tempo do “problema” apresentado. Vale ressaltar que no
momento do cálculo, o prazo (n) e a taxa de juros (i) devem estar no mesmo período.
Por exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em 2 anos).
Ø MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV), representa o capital
inicial, mais os juros acrescidos.

284
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
HP 12C – Valor Presente (PV)
Conceito
Valor Presente (PV) é o valor da soma de uma série de fluxos de caixa futuros,
descontados pela taxa de juros durante um período, ou seja, o quanto valeria esse fluxo
na data de hoje.

q Exemplo: Qual o valor a ser aplicado hoje, para que em 48 meses, a uma taxa de 10%
ao ano, eu tenha R$ 146.410,00?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [146.410] e pressione [FV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [48] e [ENTER], digite [12], pressione [÷] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [PV]
Ø Resposta: -100.000,00

Precisamos aplicar (saída de caixa) R$ 100.000,00 para podermos RECEBER (entrada de


caixa) de R$ 146.410,00

285
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

HP 12C – Valor Futuro (FV)


Conceito
Valor Futuro (FV) é o valor da soma de uma série de fluxos de caixa futuros, acrescidos
por uma taxa de juros durante um período, ou seja, o quanto valeria esse fluxo no
vencimento desse fluxo (último dia).

q Exemplo: Qual o total de um empréstimo de R$ 100.000,00 hoje, a uma taxa de juros


de 10% a.a, após 4 anos?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] e pressione [PV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [4] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [FV]
Ø Resposta: -146.410,00

q OBS: A resposta desta vez está negativa, pois o valor inserido no PV foi positivo (entrou
R$ 100 mil na nossa conta do banco) e precisamos pagar (saída de caixa) de
R$ 146.410,00.

286
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Fluxo de Caixa (Cash Flow)
Conceito
É o conjunto de entradas e saídas de capital dispostas ao longo do tempo. Por exemplo,
Rafael tem um capital de R$ 1.000,00 e irá aplicar por 5 meses a uma taxa de 1% a.m.
Após esse período, resgatará R$ 1.051,00. Assim, temos que no período zero (hoje) há
uma saída de R$ 1.000,00 (aplicação) e no período 5 há uma entrada de recursos
(vencimento) de R$ 1.051,00. Nos demais períodos (1, 2 , 3 e 4), não há entradas e nem
saídas, apenas correção do valor do dinheiro.

CONVENÇÃO:
R$1.051 Valor
Futuro Ø Seta para cima: Entrada de recursos,
ou seja, resgates de aplicações e
0
tomadas de empréstimos);
5 Mês
1 2 3 4 Ø Seta para baixo: Saída de recursos,
ou seja, aplicações financeiras e
R$ 1.000 Valor Presente pagamentos de dívidas.

Os números 0, 1, 2, 3, 4 e 5 representam os períodos de tempo, sendo saída em 0 (seta


para baixo) e entrada dos recursos em 5 (seta para cima).

287
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Conceito
No Regime de Capitalização Simples, também conhecido como Regime de Juros Simples,
os juros incidem somente sobre o capital inicial. Desta forma, os cálculos só podem ser
executados se o tempo de aplicação n for expresso na mesma unidade de tempo a que se
refere a taxa i, ou seja, considerando o prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em
mês, taxa ao mês, etc. As suas fórmulas são:
Ø FV (M) = C + J
ØJ=C×i×n
Ø FV (M) = C + (C × i × n) ou
Ø FV (M) = C × (1 + i × n)

Sendo que:
§ J = Juros;
§ C = Capital ou Valor Presente (PV)
§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período

288
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Regimes de Capitalização: Juros Simples
Exemplo
q PERGUNTA: Qual o valor ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos R$ 100.000,00
a uma taxa de juros simples de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS SIMPLES

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000
Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000
Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000

289
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Regimes de Capitalização: Juros Simples


Exemplo
Qual a taxa anual que devemos ter para obter R$ 40.000,00 de juros após 4 anos , se
aplicarmos R$ 100.000,00 no Regime de Capitalização Simples?

Para calcularmos os Juros Simples, devemos utilizar a fórmula:

J=C×i×n
q SOLUÇÃO DO PROBLEMA:
Ø (1) J = C x i x n
Ø (2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos
!$ $%.%%%,%%
Ø (3) i =
!$ (%%.%%%,%% ×$ *+,-

Ø (4) i = 0,10 = 10% a.a

290
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Regimes de Capitalização: Juros Simples
Proporcionalidade de Taxas
Em JUROS SIMPLES, usamos TAXA PROPORCIONAL. Isso significa que, duas taxas são
proporcionais quando os seus valores guardam uma proporção com o tempo a que elas se
referem, portanto, é preciso reduzir o tempo a uma mesma unidade. Estes problemas
envolvendo taxas proporcionais podem ser resolvidos por meio de “Regra de Três”.

q EXEMPLO: Calcular a taxa mensal proporcional a 30% ao ano?


Ø Primeiro passo é reduzir o tempo a uma mesma unidade (1 ano = 12 meses).
Ø Depois, fazemos a “Regra de Três”:
§ 30% está para 12 meses, assim como X está para 1 mês, ou seja:

291
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Conceito
No Regime de Capitalização Composta, também conhecido como Regime de Juros
Composto, os Juros incidem sobre o capital acrescido dos juros do período anterior e é
por este motivo, que falamos que são “juros sobre juros”. Da mesma forma como nos
juros simples, os cálculos só podem ser executados se o tempo de aplicação n for
expresso na mesma unidade de tempo a que se refere a taxa i, ou seja, considerando o
prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em mês, taxa ao mês, etc.

A fórmula deste regime é:

Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período

292
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Regimes de Capitalização: Juros Compostos
Exemplo
q PERGUNTA: Qual o valor ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos R$ 100.000,00
a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano?

Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano


após ano, através da seguinte tabela:

PERÍODO JUROS COMPOSTOS

Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000
Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100
Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410

293
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Regimes de Capitalização: Juros Compostos


Exemplo: HP 12C
Qual a taxa de juros compostos de uma aplicação de R$ 100.000,00 para que se tenha
R$ 500.000,00 em um prazo de 5 anos?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [100.000] [CHS] e pressione [PV] → aplicação = saída de caixa
Ø (3) Digite [500.000] e pressione [FV] → recebimento = entrada de caixa
Ø (4) Digite [5] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [i]
Ø RESPOSTA: 37,97% ao ano

q OBS: sabemos que a taxa está em ano, pois o prazo (n) foi inserido em anos: 5 anos. O
prazo e a taxa SEMPRE devem estar no mesmo período (taxa em ano, prazo em ano; prazo
em dias, taxa em dias).

294
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Fórmula
Em JUROS COMPOSTOS, usamos TAXA EQUIVALENTE. Isso significa que as taxas de juros
não são proporcionais, ou seja, uma taxa de 12% ao ano é não é equivalente a 1% ao mês.
Teoricamente, taxa equivalentes significa que, aplicadas ao mesmo capital P durante o
mesmo período de tempo, através de diferentes períodos de capitalização, produzem o
mesmo montante final. Diante disso, necessitamos usar conceitos exponenciais para
fazermos a conversão de taxas equivalentes e sua fórmula é:

q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros que desejamos encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros que já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa que pretendemos encontrar (prazo que
“eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa que já sabemos (prazo que “eu tenho”).

295
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Modelo 1: Fórmula
Qual a taxa equivalente ao mês de 12% ao ano?

Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]

Ø (2) Digite [1] e pressione [ENTER]

Ø (3) Digite [0.12] e pressione [+]

Ø (4) Digite [12], aperte e pressione

Ø (5) Digite [1] e pressione [-]

Ø (6) Digite [100] e aperte [x]

Ø Resposta: 0,948879

296
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Equivalência de Taxas: Juros Compostos
Modelo 2: Programação da HP-12
Qual a taxa anual equivalente ao mês de 12% ao ano?

PRESSIONAR OBJETIVO VISOR


12 i Introduzir a taxa que desejo converter no [i] 12,000
360 n Introduzir o prazo em dias, correspondente do [i] 360,000
Prazo desejado (dias que você quer 30). Caso seja em
30 30
dias úteis, 1 mês =21 dias; e 1 ano = 252 dias)
R/S Executa o programa 0,948879

q Resposta: 0,948879% ao mês.

Este método é sendo pela programação inserida (LIVRO APRESENTAÇÃO). Caso “limpe” a
programação (f PRGM) ou haja algum outro problema, será necessário inserir o passo-a-
passo novamente.

297
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Equivalência de Taxas: Juros Compostos


Modelo 2: Programação da HP-12
PRESSIONAR OBJETIVO VISOR
F R/S P/R: Entrar no modo de programação 00-
F R↓ PRGM: Limpar memória de programas anteriores 00-
STO 0 Guardar o prazo desejado na memória “0” 01- 44 0
RCL i Busca o valor digitado na taxa 02- 45 12
1 % Divide a taxa por 100 04- 25
1 + Soma 1 com a taxa unitária 06- 40
RCL 0 Busca o valor do prazo que quero 07- 45 0
RCL n Busca o valor do prazo que tenho 08- 45 11
÷ Divide os dois prazos 09- 10
Yx Eleva a taxa unitária somado 1, a razão das taxas 10- 21
1 - Subtrai 1 do resultado obtido 12- 30
1 13- 1
0 14- 0
Multiplica o resultado por 100, a fim de transformar a taxa unitária em percentual
0 15- 0
X 16- 20
G R↓ GTO: Retorna a primeira linha de programação. 17-43.33.00 (GOLD)
00 ou 000 Observação: usar “00” para HP (dourada) e “000” para HP Platinum. 017.43.33.000 (PLAT)

F R/S P/R: Finaliza o modo de programação 0,00000000

298
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Conceito
De modo geral, a TAXA NOMINAL é aquela divulgada pelas instituições financeiras, ou
seja, a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira.
Exemplo: a rentabilidade do fundo de investimentos nos últimos 12 meses foi de 12%; ou
o CDB contratado irá render 8% por ano.

Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.

Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115,00. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas sim, uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.

299
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Fórmula
Para calcularmos a taxa real, utilizamos a fórmula de Fischer:

1 + #$%$ ,-./0$)
#$%$ '($) = − 1 ×100
1 + 102)$çã-

Importante dizer que, o retorno nominal é o retorno total do investimento. Ressaltamos


isso, pois vamos ver adiante, produtos que rendem um “fixo MAIS inflação”, como na
NTN-B. No entanto, este “MAIS” não deverá ser utilizado como soma, mas sim, como
MULTIPLICAÇÃO. Provamos isso, reorganizando a fórmula de Fischer, no qual a Taxa
Nominal de um investimento, será dada pela Taxa Real e pela Inflação:

#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100

Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular pra prova!

300
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Cálculo da Taxa Real: Modelo 1
EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?

q Cálculo da Taxa Real: PASSO A PASSO NA HP-12C


!"!#% Ø (1) Pressione [f][CLx], para zerar a HP
1 #$ %&'l = − 1 ×100
!"!%% Ø (2) Digite [15] e pressione [ENTER]
!,!# Ø (3) Digite [100] [÷]
2 #$ %&'l = !,!%
− 1 ×100
Ø (4) Digite [1] [+]
Ø (5) Digite [10] e pressione [ENTER]
3 #$ %&'l = ., 0122 − 1 ×100
Ø (6) Digite [100] [÷]
4 #$ %&'l = 0, 0122 ×100 Ø (7) Digite [1] [+]
Ø (8) Pressione [÷]
R #$ %&'l = 4,55% Ø (9) Digite [1] [‒]
Ø (10) Digite [100] [×]
Ø Taxa Real: 4,55% ao ano

301
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Cálculo da Taxa Real: Modelo 2
Neste modelo, vamos calcular através das teclas [n], [i], [PV] e [FV], da seguinte forma:
Ø n: sempre receberá o valor [1]
Ø PV: aqui será inserido o valor da inflação, adicionado o valor 100. Este valor deverá
ser inserido como sendo negativo, ou seja, clicando em [CHS]
Ø FV: aqui será inserido o valor da taxa nominal, adicionado o valor 100
Ø PMT: não precisa inserir nada, já que sempre iremos zerar a HP antes do cálculo
Ø i: nossa resposta

q EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?
Ø [f] [CLx] → zerar a hp-12c
Ø 100 [ENTER] 10 [+] [CHS] [PV] → Lançar o número “- 110”, entrada negativa
Ø 100 [ENTER] 15 [+] [FV] → Lançar o número “115”, entrada positiva
Ø 1 [n] → Prazo sempre será 1
Ø [i] → Esta será a nossa resposta: 4,55%

q OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessária “descontar
taxas” (divisão de taxas) em juros compostos.

302
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Calculando a Taxa Nominal
Para calcularmos a taxa nominal, simplesmente vamos somar as taxas, mas utilizando uma
base inicial: o número 100!

q EXEMPLO: Qual foi o retorno de uma NTN-B que está remunerando 4,55% + IPCA,
sabendo que a inflação do período foi de 10%?

Perceba que estes são os números que utilizamos até agora nos nossos exemplos: 10%
sendo a inflação e 4,55% a taxa real. Desta forma:
Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base
Ø 4,55 [%] [+]→ estamos somando a taxa real na nossa base
Ø 10 [%] [+] → estamos crescendo 10% o número anterior
Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base
Ø Resposta: 15% é a nossa taxa nominal

303
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Série de Pagamentos (PMT)


Conceito
Séries de pagamentos, também chamadas de renda certa ou ANUIDADE, são nomes
dados à sequência de pagamentos, que tem por objetivo a quitação de empréstimos
(amortização) de forma parcelada, ou a formação de um montante (capitalização) para
utilização futura. Elas podem ser:
Ø Finitas: no caso de existir uma última prestação;
Ø Infinitas (Perpetuidade): quando NÃO existir uma última prestação.

Em relação ao vencimento de seus termos, possuímos também dois casos:


Ø ANTECIPADAS: quando os termos posicionam-se no INÍCIO de cada período. Para
utilizarmos os cálculos desta forma, devemos clicar nas teclas [g][7], o que fará surgir
no visor da HP-12C a sigla “BEG” de begin (início);
Ø POSTECIPADAS: quando os termos posicionam-se no FINAL de cada período. Para
utilizarmos os cálculos desta forma, devemos clicar nas teclas [g][8]. Importante
notar que não surgirá nenhuma informação no visor, ou seja, se não estiver
mostrando no visor a palavra “BEG”, significa que os cálculos estarão sendo feitos de
forma postecipada.

304
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Série de Pagamentos (PMT)
Exemplo 1
Rafael tem 30 anos e deseja se aposentar daqui 20 anos com um patrimônio financeiro de
R$ 1.000.000,00. Atualmente ele possui R$ 200.000,00 em um fundo de previdência
aplicados no banco com você a uma taxa de 0,5% ao mês. Qual deverá ser o aporte
mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: -R$ 731,45

305
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Série de Pagamentos (PMT)


Observações Importantes 1
Normalmente, em casos de acumulação para retirada futura, Valor Presente (PV) e
Pagamentos (PMT) têm o mesmo sinal. Consequentemente, o Valor Futuro (FV) terá sinal
contrário.

R$ 1.000.000
Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
0
240n

-R$ 731,45

-R$ 200.000

306
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Série de Pagamentos (PMT)
Exemplo 2
Levando em consideração as mesmas condições do exemplo anterior, porém agora o
banco irá fornecer uma rentabilidade de 2% a.m. Qual deverá ser o aporte mensal que
Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [2] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: + R$ 3.860,73

307
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Série de Pagamentos (PMT)


Observações Importantes 2
Neste caso, ao invés de Rafael necessitar aportar, ele poderá resgatar todos os meses
R$ 3.860,73 e mesmo assim chegará no objetivo de R$ 1.000.000,00 em 20 anos. Este é
um exemplo claro de que devemos SEMPRE fazer o fluxo de caixa, já que normalmente o
PV e o PMT possuem o mesmo sinal, o que poderia nos levar ao equívoco da questão, já
que desta vez não o possuem!

R$ 3.860,73 R$ 1.000.000

0
240n
Taxa de juros
(i) = 2,00 a.m.

-R$ 200.000

308
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Série de Pagamentos (PMT)
Exemplo 3
Você irá adquirir um imóvel no valor de R$ 500.000,00. Se o financiamento prevê
pagamentos iguais mensais durante 30 anos, à taxa de 0,5% ao mês, qual será o valor das
prestações?
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [500.000] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [30] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [0] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: -R$ 2.997,75

q OBSERVAÇÃO: quando uma das variáveis for zero, não é necessário inseri-la. No
entanto, sempre teremos as 5 variáveis: [n],[i],[PV],[PMT] e [FV]

309
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Série de Pagamentos (PMT)


Observações Importantes 3
Quando uma pessoa toma uma empréstimo, este recurso entra na conta corrente (ou
seja, um valor positivo). Assim, as parcelas pagas serão negativas. Outro ponto importante
é: o final de toda é zero, portanto o FV será igual a zero (salve exceções).

R$ 500.000

Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
360 meses
0
-R$ 2.997,75
R$ 0,00

310
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Série de Pagamentos (PMT)
Exemplo: Antecipado
Uma empresa realizou 6 depósitos trimestrais antecipados de R$ 405,74 e obteve o
montante de R$ 3.000,00. Qual foi a taxa de juros?

q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Informa a função Begin (depósitos antecipados)
Ø Pressione [g] e depois [7]
Ø Digite [405,74][CHS] e pressione [PMT]
Ø Digite [3.000] e pressione [FV]
Ø Digite [6] e pressione [n]
Ø Aperte [i]
Ø Resposta: 6% ao trimestre

q OBSERVAÇÃO: Após realizar algum exercício que necessite utilizar a função Begin, volte
para a função END [g][8]. Raramente teremos duas questões seguidas com Begin.

311
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Perpetuidade do Valor Presente


Conceito
O termo perpetuidade (ou série infinita) sugere fluxos de duração infinita sem limite, ou
seja, seria a “utilização dos juros gerados da aplicação financeira (imóvel, ação, cdb, ...)”.
Como os juros gerados de uma aplicação é: PMT = PV × i, para encontrarmos a
perpetuidade de um valor presente, precisamos reorganizar a fórmula do juros, ou seja:

!$%
!"("#$) =
&
q EXEMPLO: Qual valor Rafael precisa investir para ter uma renda perpétua de
R$ 5.000,00 por mês, sabendo que a taxa de investimento é de 0,5% a.m?
Ø Fórmula: PVPER = 5.000 /0,005 = R$ 1.000.000,00
Ø Calculando pela HP-12C:
§ 0,5 [ENTER] → inserir taxa em %
§ 5.000 → inserir renda TOTAL deseja
§ [%T] → tecla para calcular renda perpétua
§ Resposta: R$ 1.000.000,00

312
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Matemática Financeira
Lembretes
Os Principais lembretes para você fazer os cálculos são:
Ø Nunca se esqueça de zerar a calculadora, pois pode haver dados guardados que
influenciarão seu cálculo, levando a respostas equivocadas na prova!
Ø Taxa de juros(i), períodos (n) e parcelas (PMT) devem estar sempre na mesma
base (mês com mês, ano com ano, etc), sendo que quando:
§ Houver PMT, o prazo “n” e a taxa “i” devem ficar na SEMPRE na base do PMT;
§ Não houver PMT, você pode escolher qual deve transformar. Porém, é mais fácil
converter a base do prazo (n) para a mesma base da taxa (ou seja, se a taxa está
em ano e o prazo em mês, é mais fácil converter tudo para ano);
Ø Convenção de sinais:
§ Entrada de caixa: sinal positivo
§ Saída de caixa: sinal negativo (CHS)
Ø Preste muita atenção no enunciado da questão para não passar desapercebido
quando indicarem que o fluxo é antecipado (ativar o modo BEGIN – “g7”)
Ø Sempre deixe a calculadora no modo END (“g8”), pois raramente teremos duas
questões em sequência que sejam de fluxo antecipado;
Ø E por último, FAÇA SEMPRE O FLUXO DE CAIXA!

313
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

3.2 RENDA FIXA

314
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 314
Renda Fixa
Introdução
Os títulos de renda fixa são contratos onde de um lado alguém está precisando de
dinheiro e do outro, a contraparte aceita emprestar os recursos cobrando uma certa taxa
de juros, podendo ela ser conhecida desde o início (juro prefixado) ou indexada (IPCA,
IGP-M, CDI, Selic,...).

Quando este devedor for o governo federal, dizemos que é um título público federal,
sendo o emissor da dívida o Tesouro Nacional. Já quando for um agente privado (bancos,
padarias, lojas,...), classificamos como títulos privados. Portanto, este mercado está
relacionado à gestão de títulos de crédito, sendo os seus instrumentos de renda fixa
geridos e fiscalizados pelo Banco Central, juntamente com a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), quando se tratar, principalmente de ofertas públicas.

Atualmente, os títulos do Governo Federal possuem a maior relevância dentre o mercado


de renda fixa nacional, movimentando aproximadamente 95% do volume financeiro. Isso
demonstra que os títulos privados de crédito ainda possuem pouca relevância no
mercado nacional. Vale ressaltar que o Governo Federal também utiliza os títulos do
Tesouro Nacional como ferramenta para a rolagem da dívida pública federal.

315
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Renda Fixa
Glossário
Alguns conceitos serão importantes dentro da renda fixa, tais como:
Ø TÍTULO: É a obrigação legal assumida entre um emissor (devedor) e um credor
(investidor), ou seja, o título de renda fixa é um contrato de dívida.
Ø VALOR DE FACE (Valor Nominal): nos títulos prefixados, este é o valor que o
emissor devolverá ao credor no vencimento do título, a menos que não tenha
ocorrido default. Por exemplo, uma obrigação com valor de face de R$ 1.000, com
juros de 10% ao ano, pagará R$ 100,00 ao ano de cupom. Já em uma duplicata
(cheque), o valor de face será utilizado como base para calcular o desconto gerado
devido a taxa aplicada.
Ø VALOR PRINCIPAL: Este é o valor que o emissor recebeu sobre a emissão do título
e que será devolvido ao credor acrescido dos juros pactuados.
Ø CUPOM: É a remuneração periódica em dinheiro feita ao investidor, ou seja, os
juros pagos pelo título pactuados entre o credor e o emissor.
Ø MATURIDADE (VENCIMENTO): Não devemos confundir “MATURIDADE” com
“PRAZO MÉDIO” do título. Maturidade é quando a dívida irá encerrar. Já o Prazo
Médio leva em consideração todos os recebimentos de juros pagos. Títulos sem
Cupom, possuem Maturidade e Prazo Médio Iguais.

316
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Renda Fixa
Tipos de Renda Fixa
Esses títulos possuem uma remuneração financeira pré-estabelecida e por este motivo o
nome de “renda fixa”, pois a renda (retorno) será fixado em algo, podendo ser:
Ø Prefixados: Onde a taxa de juros é previamente conhecida, ou seja, sabemos a
remuneração final desde o início. Pode ser um desconto sobre o valor de face (ex:
um desconto sobre um cheque) ou uma taxa pré-estabelecida (ex: 10% ao ano).
Ø Pós-Fixados: Onde a taxa será atrelada a uma referência de mercado (CDI, IPCA,
IGP-M) e que iremos saber a rentabilidade somente no final da aplicação. Por
exemplo, CDB rendendo 100% do CDI. No final da aplicação, calcula-se o CDI do
período do contrato e corrige o título a esta taxa.

Por se tratar de uma dívida, ela poderá ser paga aos poucos ou apenas no final. Desta
forma, poderemos classificar os títulos de renda fixa também como::
Ø Zero Cupom (Bullet): São títulos que toda a remuneração é paga no final, ou seja,
não possui juros periódicos e por isso o nome “sem cupom”.
Ø Amortizados: São títulos no qual, além dos juros serem pagos durante a dívida,
parte do principal também será paga antes da data de vencimento. Pois juros é o
“fruto” do que você investiu, já amortização é o próprio valor que você investiu.

317
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Relação entre Títulos Públicos e Privados


Formação de Preços e a TLR
Cada título de dívida possui uma taxa de juros relacionada, que considera uma taxa livre
de riscos (TLR) mais um prêmio pelo risco. Chamamos de Taxa Livre de Risco o
investimento que possui o menor risco de crédito possível (no Brasil, utilizamos os títulos
públicos e como referência a LFT – Tesouro Selic, que é um título pós-fixado atrelado a
taxa básica da economia brasileira). Essa taxa é importante pois a partir dela, balizamos
todos os outros investimentos (Princípio da Dominância).

Isso por que os títulos públicos possuem uma avaliação de risco, via de regra, menor do
que os privados. Por exemplo, o risco soberano de um país é menor do que o risco de
uma empresa desse país. Dessa forma, os títulos privados costumam pagar um juro
(remuneração) superior aos títulos públicos, devido ao seu prêmio por risco de crédito ser
maior. Sendo assim, cada título de dívida possui uma taxa de juros relacionada, que
considera uma taxa livre de riscos mais um prêmio pelo risco e esta diferença a chamamos
de Spread.

318
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Relação entre Títulos Públicos e Privados
Spread de Crédito
O Spread de Crédito é uma medida que representa a probabilidade de inadimplência do
emissor do título, quando comparado com o Ativo Livre de Risco. Quando maior for a
diferença de taxas, maior o risco de inadimplência desde emissor. Em nosso exemplo,
título B tem maior risco de crédito, comparado com o título A.

Taxa de Título Privado B


Juros (%) Spread B
Título Privado A
Spread A
Título Público (benchmark)

tempo (t)

319
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Resgate Antecipado ou Vencimento Antecipado


Conceito
Como os ativos de renda fixa são dívidas, diversas vezes apresentam garantias reais, como
um terreno ou uma sala comercial. No entanto, existem outras formas do credor se
proteger. Essas formas são cláusulas impostas nos contratos e eles podem ser de duas
maneiras. São elas:
Ø Quebra de Covenants: Covenants são cláusulas contratuais de títulos de dívida,
que protegem o interesse do credor estabelecendo condições que não devem ser
descumpridas. De maneira geral, caso um covenant seja quebrado, o credor tem o
direito de requerer o vencimento antecipado da dívida. Estas condições tem por
objetivo reduzir o risco de não recebimento por parte do credor e, também reduzir o
custo da dívida do credor.
Ø Cross Default: Esta regra, também chamado de cláusula de vencimento
antecipado, quer dizer que se uma dívida do emissor vencer e ele ficar inadimplente,
os outros títulos de dívida também estarão vencidos automaticamente. O contrário é
verdadeiro, ou seja, se ele não pagar a dívida referenciada, ou os juros, as outras
dívidas podem ser declaradas vencidas automaticamente. É como se fosse um “bloco
único” de obrigações inter-relacionadas.

320
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
3.3 Títulos Públicos Federais
321
321
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Títulos Públicos Federais (TPF)


Conceito
Os Títulos Públicos Federais (TPF) são títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional.
Esse rendimento pode ter sua remuneração prefixada ou pós-fixada (diferentes
indexadores). Servem para cobertura de déficits do Tesouro Nacional, rolagem da dívida
pública. Além disso, eles são escriturais, nominativos e negociáveis no mercado
secundário.

Os principais Títulos Públicos Federais são:


Ø LTN (Tesouro Prefixado);
Ø LFT (Tesouro Selic);
Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

Importante salientar que, conceitualmente, os títulos públicos federais são considerados


os ativos livre de risco para as aplicações em moeda nacional, ou seja, não possuem risco
de crédito, mas sim, risco soberano. Isto ocorre somente em teoria, pois havendo uma
aplicação em renda fixa, há um devedor, gerando risco de crédito.

322
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Títulos Públicos Federais (TPF)
LTN (Tesouro Prefixado)
As Letras do Tesouro Nacional (LTN), com nome atual de Tesouro Prefixado, são títulos
com rentabilidade definida no momento da compra. Assim, calcula-se o preço unitário
(PU) descontando-se do Valor Nominal (que sempre será de R$ 1.000,00) pela taxa, de
acordo com o prazo em dias úteis de resgate do título.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU;
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final.

323
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Títulos Públicos Federais (TPF)


LFT (Tesouro Pós-Fixado)
As Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com nome atual de Tesouro Pós-fixado), são títulos
com rentabilidade atreladas a variação da taxa SELIC, ou seja, somente se sabe a
rentabilidade nominal no final da aplicação. O cálculo da remuneração se dará através da
variação da taxa Selic diária (DU) registrada entre a data de liquidação da compra e a data
de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio (Preço: acima do valor de face;
Rendimento: abaixo de 100% da Selic) ou deságio (Preço: abaixo do valor de face;
Rendimento: acima de 100% da Selic) no momento da compra.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Pós-fixada (valor aplicado corrigido pela taxa Selic);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação DIRETA: quanto maior a taxa Selic for no período, maior a rentabilidade;
Ø Riscos: baixo risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo);
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na ALTA da taxa de juros (SELIC).

324
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Títulos Públicos Federais (TPF)
NTN-B Principal
As Notas do Tesouro Nacional série B Principal (NTN-B Principal), com nome atual de
Tesouro IPCA,, são títulos com rentabilidade atreladas a variação da inflação IPCA mais
uma taxa fixa contratada (chamamos essa taxa de “juros real da economia nacional”), ou
seja, é um título híbrido: parte com remuneração pós-fixada e parte com remuneração
prefixadas.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal;
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas;
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa);
Ø Cupom: não possui;
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito;
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA.

325
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Títulos Públicos Federais (TPF)


NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais)
As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com nome atual de Tesouro IPCA com Juros
Semestrais, possuem a mesma remuneração das “NTN-B Principal” com uma única
diferença: possuem cupom semestral (pagamento dos juros semestralmente). Desta
forma,
sua rentabilidade é atreladas a variação da inflação IPCA mais uma taxa fixa contratada.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Híbrida (valor aplicado corrigido pelo IPCA + uma taxa fixa).
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação: relação direta com o IPCA;
Ø Riscos: moderado risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito.
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que desejam se proteger do risco da inflação (IPCA) ou que
acreditam na alta do IPCA, além de fluxo de caixa semestral. Possui menos risco de
mercado que as NTN-B Principal.

326
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Títulos Públicos Federais (TPF)
NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais)
As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F), com nome atual de Tesouro Prefixado com
Juros Semestrais, possuem a mesma remuneração das “LTN – Tesouro Prefixado” com
uma única diferença: possuem cupom semestral (pagamento dos juros semestralmente).
Desta forma, sua rentabilidade é definida no momento da compra, sendo uma compra
com desconto sobre o valor nominal de R$ 1.000,00.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Governo Federal.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixada (aplica-se um desconto sobre o valor de R$ 1.000,00);
Ø Cupom: SIM, sendo ele semestral.
Ø Relação inversa: quanto maior a taxa de desconto, menor o seu PU.
Ø Riscos: alto risco de mercado (taxa de juros) e baixo risco de crédito (governo).
Ø Quando devemos investir: indicado para investidores que desejam baixíssimo
risco de crédito e que acreditam na queda da taxa de juros (SELIC), pois ela já está
com a sua rentabilidade garantida até o final, além de fluxo de caixa semestral.
Possui menos risco de mercado que as LTN.

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Tesouro Direto
Características
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos desenvolvido pelo Tesouro
Nacional e pela CBLC. Ele é direcionado a pessoas físicas que queiram investir com
segurança e tranquilidade.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Compra de títulos públicos pela internet, a partir de R$ 30,00, com aplicação
máxima de R$ 1 milhão por mês, sendo a quantidade mínima de 0,01 de um título
(ou seja, 1% do valor do título);
Ø A liquidez das aplicações é garantida através do programa diário de recompra do
Tesouro Nacional, gerando liquidez para ao investidor. Importante ressaltar que não
há limite financeiro para vendas .
Ø Taxa de custódia cobrada pela B3 é de 0,25% ao ano, podendo ser acrescido por
taxa de custódia de instituições financeiras acordadas com o seu investidor;
Ø Pode ser adquirido diretamente pelo site do Tesouro Direto ou no site da
Instituição Financeira.

328
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
3.4 Principais Títulos Privados

329
329
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Títulos Privados de Renda Fixa


Conceito
Os títulos privados de renda fixa podem ser de instituições financeiras, de instituições
não-financeiras ou emitidos por pessoas físicas. Em relação aos títulos das instituições
financeiras, uma das diferenças é que alguns desses investimentos possuem um “seguro”
em caso de insolvência da mesma, chamado de FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Os títulos de renda fixa de Instituições Financeiras cobrados em prova são:


Ø CDB – Certificado de Depósito Bancário;
Ø LCI – Letra de Crédito Imobiliário;
Ø LCA – Letra de Crédito do Agronegócio;
Ø LIG – Letra Imobiliária com Garantia;
Ø DPGE – Depósito a Prazo com Garantia Especial;
Ø LF – Letra Financeira;
Ø Operação Compromissada.

330
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CDB – Certificado de Depósito Bancário
Características
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma das principais ferramentas de captação
de recursos das instituições financeiras, com o investidor emprestando recursos em troca
de remuneração. Ele é um título de renda fixa, escritural e nominativo, que representa
promessa de pagamento, em data futura, do valor do depósito a prazo, acrescido da
rentabilidade convencionada.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
o Prazo mínimo com base na remuneração:
§ TR ou TJLP – 1 mês;
§ TBF – 2 meses;
§ Índices de inflação – 1 ano.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Garantia de FGC: SIM.

331
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

LCI – Letra de Crédito Imobiliário


Características
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) é um título de crédito, lastreado por créditos
imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária. O seu investidor, tem o
direito de crédito pelo valor nominal mais os juros, podendo também ter atualização
monetária, caso esteja estipulado. O seu vencimento não poderá ser maior que o prazo
de quaisquer créditos imobiliários que lhe servirem de lastro.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras autorizadas a conceder créditos imobiliários
(Ex: Bancos Comerciais, múltiplos e a Caixa Econômica Federal).
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.

332
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
Características
A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é um título de crédito, lastreado por
empréstimos do agronegócios (CPR, CDCA, Nota Promissória Rural, etc). Da mesma forma
que a LCI, as LCAs possuem isenção de IR e de IOF para o investidor pessoa física. O risco
primário da LCA é a instituição financeira e, caso haja inadimplência do banco, os lastros
estão penhorados por lei ao investidor final que pode requisitar sua propriedade ao juiz
quando o banco não pagar o ativo.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições financeiras.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Prazo mínimo: Prazo mínimo de 90 dias ou limitado pelo prazo das obrigações que
serviram de base para o seu lançamento.
Ø Garantia de FGC: SIM.

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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

LIG – Letra Imobiliária Garantida


Características
A LIG é um título de renda fixa lastreado por créditos imobiliários, isento de imposto de
renda para pessoas físicas, mas não conta com a garantia do FGC. Mas diferentemente de
outros produtos financeiras, a LIG foi criada com outra estrutura da garantias, um modelo
conhecido como no exterior como “covered bonds”, onde os ativos que lastreiam a
operação servem de garantia para caso de insolvência do emissor, uma vez que estes
ativos estão apartados do patrimônio da instituição financeira, dedicados exclusivamente
à LIG. Desta forma, quando o investimento do cliente for superior ao da proteção do FGC,
a LIG acaba sendo muito mais segura do que demais produtos financeiros, pois além da
garantia da instituição financeira que emitiu a dívida, possui a garantia dos lastros
imobiliários (covered bonds), independente do seu valor.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento ou
investimento, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isento de imposto de renda para pessoas físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO
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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Especial
Características
O DPGE é um título de renda fixa de depósito à prazo criado em 2009 para ajudar as
instituições financeiras a captar recursos e sua principal característica era ter uma garantia
especial de até R$ 20 milhões do FGC, ao invés dos R$ 250.000,00. No entanto, no dia 06
de abril de 2020, o CMN autorizou o aumento para R$ 40.000.000,00.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Bancos Comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: Não poderá ser resgatado antecipadamente e nem parcialmente
antes de 6 meses e o seu prazo máximo é de 36 meses.
Ø Garantia de FGC: SIM, porém possui garantia especial de até R$ 40 milhões.

335
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

LF – Letras Financeiras
Características
São títulos de longo prazo (mínimo 2 anos) emitidos por instituições financeiras. Elas
devem ter valor nominal unitário mínimo de R$ 50 mil (R$ 300 mil se contiver cláusula
de subordinação). No caso de ser emitida com cláusula de subordinação, seus detentores
têm seu direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da instituição
emissora em caso de falência ou inadimplência. As LF podem ser recompradas pelas
instituições financeiras emissoras, a qualquer tempo, desde que não ultrapasse 5% do
total emitido sem cláusula de subordinação.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Instituições Financeiras.
Ø Investidor: Pessoas físicas e jurídicas.
Ø Rentabilidade: taxas de juros prefixadas, combinadas ou não com taxas flutuantes
ou índices de preço, ocorrendo pagamento de rendimentos em intervalos de, no
mínimo, 180 dias.
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Prazo mínimo: mínimo de 2 anos, sendo vedado o resgate total ou parcial antes do
vencimento (porém, podem ser negociadas no mercado secundário).
Ø Garantia de FGC: NÃO POSSUI!

336
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Operações Compromissadas
Características
A operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de
recomprar os títulos vendidos em uma data futura, com o valor e remuneração
previamente definido (pré ou pós fixado, caso seja um parâmetro). Na mesma operação o
comprador, por sua vez, assume o compromisso de revender o título ao vendedor na data
acordada e com o pagamento do preço fixado, sendo esses valores maiores que o valor de
emissão. Ou seja, o comprador atua como credor (empresta fundos para o vendedor) e o
vendedor como devedor (usa títulos como garantia).

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Operação: Sempre uma das partes necessita ser uma instituição financeira;
Ø Títulos que podem estar nessa operação: Títulos públicos, CDB, LH, LCI, CRI,
Debêntures, CPR com liquidação financeira, ... E demais títulos que venham a ser
autorizados pelo Banco Central. Quando o lastro for título privado, as operações
ocorrerão na B3 e quando for público, ocorrerão no SELIC;
Ø Garantia de FGC: SIM, desde que tenham como objeto títulos emitidos após
08.03.2012 por empresa ligada.

337
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Títulos de Renda Fixa de Não Financeiras


Conceito
Já os títulos de renda fixa de Instituições NÃO Financeiras cobrados em prova são:
Ø NP – Nota Promissória
Ø Debêntures
Ø CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários
Ø CCI – Certificado de Crédito imobiliário
Ø CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio
Ø CPR – Cédula do Produto Rural
Ø CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio
Ø CCB – Cédula de Crédito Bancário
Ø Cota de Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC)

338
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Nota Promissória (Commercial Paper)
Características
A nota promissória é uma promessa de pagamento de curto prazo, devendo conter os
seguintes requisitos essenciais, lançados por extenso no contexto:
Ø Denominação de “Nota Promissória” ou termo correspondente, na língua em que
for emitida;
Ø Soma de dinheiro a pagar;
Ø Nome da pessoa a quem deve ser paga;
Ø Assinatura do próprio punho da emitente ou do mandatário especial.
Quando forem emitidas através de colocação pública, deverá seguir as normas da CVM,
podendo ser emitidas por companhias e sociedades limitadas

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA:


Ø Sujeito a registro na CVM;
Ø Escritural, Nominativa e Negociável.
Ø Garantia: pode ou não possuir (quando possui, em geral, é mera fiança bancária)
Ø Prazo máximo: MÁXIMO 360 DIAS, exceto quando se tratar de oferta restrita, na
qual não possui prazo máximo.
Ø OBS: Não há mais diferenciação de prazos entre companhias abertas ou fechadas!

339
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Debêntures
Características
Debêntures são dívidas de médio e longo prazo, podendo ser emitidas por (1)sociedades
anônimas não financeiras Abertas ou Fechadas; (2)sociedades de arrendamento
mercantil; ou (3)companhias hipotecárias. No entanto, a sua captação voltada ao público
em geral, só é permitida as sociedades anônimas de capital aberto, com registro na CVM.
O adquirente de uma debênture é chamado de debenturista e os dois principais tipos são:
Ø Debênture Simples: No vencimento o resgate é feito em dinheiro;
Ø Debênture Conversível (DCA): no final, o resgate poderá ser em dinheiro ou em
ações, a exclusivo critério do investidor e em condições predeterminadas.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado ou e também atrelado a variação cambial.
Ø Imposto: tabela regressiva de renda fixa;
Ø Limite: Valor total das emissões de debêntures, NÃO poderá ultrapassar o capital
social da empresa.
Ø Repactuação: Mecanismo para adequar a remuneração dos títulos às condições
do mercado. Só pode ser realizada, se essa cláusula estiver na escritura.
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.

340
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Debêntures Incentivadas
Características
As Debêntures Incentivadas, conhecidas como “Debêntures de Infraestrutura”, foram
criadas com o intuito de financiar projetos de infraestrutura de longo prazo (prazo mínimo
de 4 anos), considerados prioritários pelo Governo Federal. Desta forma, são títulos de
crédito privado com isenção fiscal (IR) de empresas que desejam financiar seus projetos a
um custo mais acessível.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissor: Sociedades de Propósito Específico (SPE), de capital aberto ou fechado;
Ø Rentabilidade: Taxa de Juros Prefixada + índice de preços ou TR;
Ø Tributação: Isento para pessoas físicas e de 15% para pessoas jurídicas;
Ø Obrigatório pagamento de cupom, com periodicidade mínima de 180 dias;
Ø Obrigatório prazo médio ponderado superior a 4 anos;
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.

341
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Debêntures e Debêntures Incentivadas


Tipos de Garantias
As debêntures podem ser classificadas em 4 tipos de garantias. São elas:
Ø GARANTIA REAL: fornecida pela emissora pressupõe a obrigação de não alienar ou
onerar o bem registrado em garantia, tem preferência sobre outros credores, desde
que averbada no registro. É UMA GARANTIA FORTE;
Ø GARANTIA FLUTUANTE: assegura privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas
não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. Ela marca lugar na fila
dos credores, e está na preferência, após as garantias reais, dos encargos trabalhistas
e dos impostos. É UMA GARANTIA FRACA, e sua execução privilegiada é de difícil
realização, pois caso a emissora esteja em situação financeira delicada, dificilmente
haverá um ativo não comprometido pela companhia;
Ø GARANTIA QUIROGRAFÁRIA: ou sem preferência, não oferece privilégio algum
sobre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais
credores quirografários (sem preferência), em caso de falência da companhia;
Ø GARANTIA SUBORDINADA: na hipótese de liquidação da companhia, oferece
preferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

q LEMBRE-SE: REFLUQSU!

342
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Companhia Securitizadora
Definição
A Companhia Securitizadora é uma entidade emissora constituída sob a forma de
sociedade por ações e não-financeira que devem ser sempre registradas junto a CVM.
Elas tem como objeto exclusivo a aquisição e securitização de créditos oriundos de
operações de empréstimo, de financiamento e de arrendamento mercantil.

A atividade de securitização tem como objetivo transformar direitos creditórios em títulos


negociáveis no mercado e desta forma, as Companhias Securitizadoras emitem os títulos
chamados de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e de CRA (Certificado de
Recebíveis do Agronegócio). Além desses títulos exclusivos a elas, as mesmas também
podem emitir outros títulos de crédito, como por exemplo, debêntures.

Importante frisar que as Securitizadoras NÃO SÃO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS e com


isso, seus produtos NÃO POSSUEM GARANTIA DO FGC.

343
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CCI – Cédula de Crédito Imobiliário


Características
A CCI é um título que representa um crédito imobiliário, em que um devedor se
compromete a pagar uma dívida imobiliária a um credor. Funciona como um instrumento
que facilita a negociabilidade e a portabilidade do crédito imobiliário.

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: todos os credores dos créditos imobiliários.
Ø Negociação em mercado secundário.
Ø Emitidas com ou sem garantia real (hipoteca ou alienação fiduciária) ou
fidejussória (aval ou fiança);
Ø Companhias securitizadoras adquirem CCI para emissão de CRI;
Ø A CCI pode ser remunerada à taxa prefixada ou pós-fixada, inclusive por índices de
preços, de acordo com o indexador do direito creditório nela representado.

344
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio
Características
O CDCA (Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio) é um título de crédito
nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro
emitido com base em direitos creditórios originários de negócios entre produtores rurais,
suas cooperativas ou terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos relacionados
com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos,
insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados na produção
agropecuária.

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.

345
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CPR – Cédula de Produto Rural


Características
A Cédula do Produto Rural é um título de crédito lastreado em GARANTIA REAL,
representada por penhor rural ou mercantil. Trata-se de uma VENDA A TERMO, na qual o
produtor, associação ou cooperativa de crédito emite um título para comercializar seus
produtos, recebendo o valor antecipadamente, com a obrigação de pagamento em
produto (CPR Física) ou de resgate financeiro (CPR Financeira).

q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Rendimentos isentos de Imposto de renda (PF).
Ø Podem ser Pré ou Pós-fixados.
Ø Pode ser emitido com alienação fiduciária dos direitos creditórios vinculados ao
título, o que aumenta ainda mais as garantias dos investidores nessa operação.

346
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Companhia Securitizadora
Fluxo (Securitização)
Credor possui Direitos de 6
crédito imobiliário/agronegócio
sobre o Devedor. Geração de
fluxo financeiro futuro
1 2
Credor Securitizadora Investidores
4 ($) 3 ($)

Devedor Agente Fiduciário


5($)
Responsável em proteger os
Direitos dos investidores.
1 – Cessão dos direitos de crédito / fluxo financeiro.
2 – Emissão CRI/CRA lastreados recebíveis / Colocação no mercado.
3 – Captação de recursos.
4 – Pagamento pela cessão dos direitos de crédito.
5 – Pagamento de fluxo financeiro dos direitos de crédito.
6 – Remuneração aos investidores de acordo com o estabelecido no Termo de Securitização

347
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários


Características
Os CRIs são títulos de crédito nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em
créditos imobiliários, emitidos pelas companhias securitizadoras, que adquirem e
securitizam créditos imobiliários e posteriormente distribuem ao mercado. Os CRIs podem
ser emitidos pela forma Simples ou pelo Regime Financeiro Fiduciário, sendo que neste
último, é constituído um patrimônio separado e administrado pela securitizadora, que
será composto exclusivamente dos direitos creditórios que lastreiam a emissão.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Créditos Imobiliários.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado, Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!

348
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
CRA – Certificados de Recebíveis do Agronegócio
Características
Os CRAs são títulos semelhantes aos CRIs, tendo como principal diferença o lastro: são
lastreados em créditos agrícolas. A sua emissão também é realizada por companhias
securitizadoras, com a remuneração desses títulos podendo ser periódica (mensalmente,
trimestralmente, ...). As demais características também são iguais, acrescentando ainda
que os dois tipos de títulos permitem a negociação no mercado secundário.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: Securitizadora de Direitos Creditórios do Agronegócio.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado e também atrelado a variação cambial.
Ø Tributação: isenta de imposto de renda SOMENTE para as Pessoas Físicas.
Ø Garantia de FGC: NÃO!

349
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CCB – Cédula de Crédito Bancário


Características
A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido por pessoa física ou jurídica, em
favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa
de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.

Foi instituída pela Lei 10.931/2004.

Com a CCB, a instituição financeira credora possui um título negociável. Com isso, o banco
não precisa necessariamente aguardar o fim da operação de crédito para reaver os
recursos, pois pode negociar esse título com outra instituição.

Outra vantagem da CCB é que se trata de um título executivo extrajudicial; assim, em


caso de inadimplemento, a execução da garantia (que pode ser nesse caso fidejussória ou
real) é bem mais ágil.

350
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Títulos de Instituições Não Financeiras
Resumo

Isenção IR Isenção IOF


EMISSOR
(Somente PF) (PF e PJ)
LCI SIM SIM Somente Instituições Financeiras
LCA SIM SIM Somente Instituições Financeiras
CRI SIM SIM Companhias Securitizadoras
CRA SIM SIM Companhias Securitizadoras
CCI SIM SIM Credor do Crédito Imobiliário
CPR SIM SIM Em geral, Produtores Rurais
Cooperativas rurais e produtores PJ que
CDCA SIM SIM exerçam atividades ligados a produção
agropecuária

OBS: o CRI e CRA NECESSITAM de autorização da CVM para emissão.


351
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Debêntures x Notas Promissórias


RESUMO
DEBÊNTURES NOTAS PROMISSÓRIAS
Captação de recursos para Captação de recursos
Principal Objetivo financiamento de para financiamento de
CAPITAL FIXO CAPITAL DE GIRO
S/A Abertas ou Fechadas,
porém para captação aberta ao
Quem pode emitir Empresas LTDA e S/A.
público necessita ser S/A Aberta
e com Registro na CVM.
Quem NÃO pode emitir Instituições Financeiras Instituições Financeiras
Depende do tipo de
Prazo mínimo para resgate Não tem
Remuneração
360 dias
Prazo máximo para resgate Não tem (em esforços restritos
não há prazo máximo)

352
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
3.5 Precificação dos Títulos de
Renda Fixa & Noções de Duration
353
353
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Precificação de títulos de Renda Fixa


Conceito
A precificação de títulos de renda fixa (principalmente os negociados no mercado
secundário), baseia-se em calcular o valor presente de todos os recebimentos e soma-los,
ou seja, trazer a valor presente os juros e as amortizações!

Como já vimos na matemática financeira, para calcular o valor presente, necessitamos


utilizar uma taxa de desconto. Essa taxa de desconto utilizada, será o valor que o novo
investidor deseja receber pela aquisição do título, ou seja, é a TIR deste investimento
(também chamada de YTM – Yield to Maturity, na renda fixa).

Para a prova, os principais cálculos envolverão LTN e Debêntures. Em relação as


debentures, importante ressaltar que a prova fornecerá o cupom do título através de uma
taxa, que deverá ser multiplicada pelo valor final de recebimento que será sempre
R$ 1.000,00 (definição). Por exemplo uma debenture possui cupom com taxa de 12% ao
ano com pagamento anual, ou seja, quer dizer que os juros periódicos pagos ao investidor,
serão de R$ 120,00 pagos anualmente. Caso o pagamento fosse SEMESTRALMENTE,
deveríamos transformar os 12%a.a. para semestre, e multiplicar pelos mesmos
R$ 1.000,00.

354
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Precificação de títulos de Renda Fixa
Fórmula
Como dissemos anteriormente, o cálculo para mensurar qual o valor justo atual de um
título de renda fixa, basta trazer a valor presente, todos os fluxo de caixa, conforme
fórmula abaixo. É desta forma, que avaliamos o quanto devemos pagar em um título que
já foi emitido. Mas não se preocupe, a HP-12c fará esse cálculo para nós através das teclas
(n, i, PV, PMT, FV)

q Onde:
Ø VP = valor presente
Ø Fc = cupom do título, ou seja, fluxo de caixa para o período n
Ø i = taxa de desconto
Ø n = número de fluxos de caixa a serem avaliados
Ø P = principal

355
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Precificação de títulos de Renda Fixa


Passo a Passo
Desta forma, o passo a passo para se calcular um título de renda fixa é:
Ø (1) Estimar o fluxo de caixa da vida do título:
§ Cupom de pagamentos (PMT). Este valor é definido no momento da emissão
do título e não no mercado secundário.
§ Retorno do principal (FV)

Ø (2) Determinar a taxa de desconto mais adequada:


§ A taxa (i) que será utilizada, deve sempre ser considerado o risco de
recebimento do fluxo de caixa e o principal do investimento no título, ou seja, o
risco de crédito do título.

Ø (3) Calcular o valor presente dos fluxos de caixa estimados, incluindo o


principal, e somar cada um deles.
§ Com as demais variáveis definidas acima (1) e (2), basta utilizamos o prazo do
título e clicar em PV.

356
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Risco de Taxa de Juros
Conceito
Pode ser definido como o efeito de mudanças na taxa de juros, causando perdas no valor
do ativo ou no portfólio de ativos. Podemos mensurar este risco através de medidas de
sensibilidade de um título em relação a variações nas taxas de juros (Duration de
Macaulay ou Duration Modificada).

Por exemplo, Rafael possui dois ativos prefixados com rentabilidade de 10% ao ano:
Ø (1) LTN com vencimento em 10 anos;
Ø (2) LTN com vencimento em 20 anos.
Caso o COPOM aumente em 1%a.a. a taxa de juros SELIC (de 10% para 11%), os títulos
acima terão impactos diferentes. Como a alteração foi de 1% POR ANO, a LTN (1) será
impactada negativamente 10 vezes de 1% (pois durante 10 anos, você receberá 10%,
enquanto o mercado estará rendendo 11%) e a LTN (2) terá um impacto de VINTE VEZES,
sendo muito mais prejudicial por causa do seu prazo. Este impacto negativo é visto
diretamente na marcação a mercado do ativo.

A seguir, será aprofundado o conceito de Duration, para analisarmos os impactos da


mudança da taxa de juros.

357
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Risco de Taxa de Juros


Duration de Macaulay
A Duration de Macaulay (DMac), chamada simplesmente de “Duration”, surgiu para
estimar sensibilidade do preço de um título prefixado a mudanças nas taxas de juros. Ela
veio para substituir o conceito de “maturidade média”, que nada mais era do que fazer a
média ponderada de uma carteira de renda fixa, baseado no vencimento dos seus títulos.
Seu grande problema era que não considerava os efeitos do pagamento dos cupons e
amortizações intermediárias de um título. Assim, o que o financista Macaulay fez na sua
fórmula foi considerar o valor presente de todos os recebimentos, conforme passo-a-
passo e sua fórmula baixo:
(1) Trazer a valor presente todos fluxos , multiplicando-os pelo seu período;
(2) Somar estes resultados;
(3) Dividir este (2) somatório pelo valor presente (negociado) do ativo.

Ø Sendo que:
§ Fct = cada fluxo de caixa
§ t = período
§ i = YTM (taxa de desconto)
§ VP = valor presente do título

358
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Risco de Taxa de Juros
Duration: Relações Diretas e Indiretas
A Duration de um título ZERO-CUPOM (sem pagamentos de juros, como uma LTN) é
IGUAL ao seu prazo de vencimento e a Duration dos títulos pós-fixados é sempre ZERO,
ou seja, não falamos de Duration em ativos pós-fixados (por exemplo, LFT). Em relação as
variáveis que impactam na Duration, temos as seguintes relações com:

Ø Prazo do título Direta

Ø Taxas de juros Inversa


Ø TIR (YTM) Inversa
Ø Tamanho do Cupom Inversa
Ø Frequência de pagamento de Cupons Inversa

q CONCLUSÕES: Quanto menor a duration MENOR o risco de taxa de juros. Entre um


título COM cupom e outro SEM cupom com mesmo vencimento, o título COM cupom
possui Duration MENOR, e o SEM cupom, possui Duration Maior!

359
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3.6 Tributação de Renda Fixa


360
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Fixa
Introdução
A Receita Federal considera para tributação do Imposto de Renda como renda fixa, os
ativos que tenham como característica remunerações definidas (prefixado, pós-fixado ou
híbrido) e com a relação de credor & devedor. Desta forma, os principais ativos são:
Ø TÍTULOS PÚBLICOS:
o LTN (Tesouro Prefixado);
o LFT (Tesouro Selic);
o NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
o NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
o NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).
Ø TÍTULOS PRIVADOS:
o Caderneta de Poupança;
o CDB, Letra de Câmbio (LC), Notas Promissórias (CP), Debêntures, Cédula de
Crédito Bancário (CCB), Letras Financeiras (LF), ....;
o Títulos do Agronegócio (LCA, CRA, CDCA, CPR);
o Títulos Imobiliários (LCI, CRI, CCI);
o Aluguel de ações (DOADOR);
o Demais títulos ou operações: COE; SWAP; Box de 4 pontas (opções)

361
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Tributação: Renda Fixa


Alíquotas e Isenções
A tributação do IMPOSTO DE RENDA na renda fixa, ocorre da seguinte forma:
o IR = BASE TRIBUTÁRIA (lucro menos IOF) × ALÍQUOTA (tabela regressiva)
q INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Ø Responsável pelo recolhimento: Instituição financeira que paga o rendimento ou
que está custodiando o título (Exemplo: aplicações pelo Tesouro Direto);
Ø Compensação de perdas: NÃO HÁ!
Ø IR: O recolhimento do IR sempre será na fonte ;
Ø IOF: regressivo e incide antes do IR;
Ø Isenção: somente poderá ocorrer para pessoas físicas.

TABELA REGRESSIVA ISENÇÃO de imposto (IR e IOF) para PESSOAS FÍSICAS


Até 180 dias 22,50% Ø Poupança;
De 181 a 360 dias 20,00% Ø Imobiliários: LCI, CRI, LH, CCI;
De 361 a 720 dias 17,50% Ø Agronegócio: LCA, CRA, CDA, WA, CDCA, CPR;
Mais de 720 dias 15,00% Ø Debêntures Incentivadas (infraestrutura).

362
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Tributação: Renda Fixa
Fato Gerador
O conceito de fato gerador é “ocorrência, em si, que traz a tona a exigência do respectivo
ônus para o contribuinte”, podendo ocorrer nos ativos de renda fixa nos seguintes casos:
Ø Recebimento do rendimento no vencimento do título
Ø Recebimento de juros, como por exemplo, cupom dos títulos públicos.
Ø Resgate, venda, repactuação, cessão com rendimento, por exemplo, resgate CDB e
venda de uma NTN-F.
Ø Conversão de debêntures em ações;
Ø Vencimento de operações conjugadas com rendimento prefixado, por exemplo,
operações de Box de quatro pontas com opções.

Importante ressaltar que não há fato gerador quando se transfere a custódia de uma
instituição financeira para outra, desde que seja para o mesmo CPF ou CNPJ. Por exemplo,
transferência de títulos do Tesouro Direto entre instituições financeiras.

363
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Aluguel de Ações (BTC)


Doador e Tomador
O aluguel de ações é um contrato no qual existem duas partes:
Ø DOADOR: Investidor proprietário das ações que as empresta em troca de uma
remuneração fixa, com prazo e garantias definidas. Desta forma, seus rendimentos
serão tributados como renda fixa (tabela regressiva). Importante ressaltar que os
dividendos e a JCP ainda são de recebimento do Doador e a bonificação de ações, os
valores são corrigidos e repassados apenas na data de liquidação.
Ø TOMADOR: É aquele que não possui as ações e as toma emprestadas para vender,
para posteriormente recomprar (um dos motivos é tentar lucrar com a queda dos
preços). Assim, sua tributação será como renda variável, podendo incorporar ao
custo da operação, as despesas com o aluguel. Se houver dividendos ou JCP pagos
durante o período em que o tomador possui as ações, este valor deverá ser
descontado do tomador, após o pagamento do Imposto de Renda.

364
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Aluguel de Ações (BTC)
Exemplo
Um investidor A possui 10.000 ações da RToro Education e as aluga (doa) para um terceiro
(investidor B) pelo preço de R$ 100.000,00 a taxa de 1% para 30 dias. Ao final do período,
o proprietário das ações (investidor A) as recebe de volta MAIS R$ 1.000,00 pelos juros do
empréstimo pagos pelo investidor B. Portanto, o investidor A precisa recolher o IR dos
R$ 1.000,00 recebidos e o investidor B poderá incrementar em sua operação os custos dos
juros pagos.
Ø Investidor A: R$ 1.000,00 x 22,5% = R$ 225,00 recolhidos de imposto
Ø Investidor B: irá incrementar no custo da sua operação.

365
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IOF: Imposto sobre Operações Financeiras


Conceito
O IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF) incide sobre operações de crédito
(cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos), câmbio, seguros,
compra e venda de títulos e valores mobiliários. As alíquotas do IOF variam conforme a
operação realizada. O lançamento é diário, mas o recolhimento do IOF é mensal ou, no
caso dos investimentos em valores mobiliários, no momento do resgate, cessão ou
repactuação, limitado ao rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela.

Em relação aos investimentos, o IOF ocorrerá principalmente sobre as aplicações


classificadas pela receita federal como renda fixa. Importante ressaltar que o seu
desconto ocorrerá sobre o lucro e antes da aplicação do Imposto de Renda, sendo ele
zerado a partir do 30º dia de aplicação. No fundos de investimentos com carência, o IOF
cobrado em um resgate ocorrido durante este período será de 0,5% ao dia fixa, limitada
ao rendimento, vigente durante todo o período de carência.

366
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):
Introdução
q Regra do 4-3-3.

Dias Alíquota Dias Alíquota Dias Alíquota


1 96% 11 63% 21 30%
2 93% 12 60% 22 26%
3 90% 13 56% 23 23%
4 86% 14 53% 24 20%
5 83% 15 50% 25 16%
6 80% 16 46% 26 13%
Último dia
7 76% 17 43% 27 10%
de Cobrança
8 73% 18 40% 28 6%
9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0%

367
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):


Alíquota Zero ou Isenta
São isentas (ou com alíquota zero) do IOF as operações com títulos ou valores mobiliários:
Ø Carteiras dos fundos de investimento e dos clubes de investimento;
Ø Resgate de cotas dos fundos e clubes de investimento em ações, assim
considerados pela legislação do imposto de renda;
Ø Caderneta de Poupança;
Ø Cédula de Produto Rural realizadas nos mercados de bolsas e de balcão;
Ø Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e com Warrant Agropecuário (WA);
Ø Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do
Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
Ø Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI) e Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
Ø Debêntures;
Ø Letras Financeira (LF);
Ø Mercado de renda variável, inclusive as realizadas em bolsas de valores, de
mercadorias, de futuros e entidades assemelhadas;
Ø Negociação de cotas de Fundos de Índice de Renda Fixa em bolsas de valores ou
mercado de balcão organizado.
Ø Operações compromissadas, exceto as operações compromissadas de emissores
do mesmo grupo econômico e inferiores a 30 dias
368
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
IOF/TVM (Título de Valores Mobiliários):
Exemplo
q EXEMPLO: Um investidor aplicou R$ 100.000,00 em um CDB e após 18 dias, ele
resgatou R$ 101.000,00. Desta forma, qual o valor líquido resgatado?

Para chegarmos no valor exato, primeiramente devemos descontar o IOF da operações,


que será calculado sobre o lucro da operação (R$ 1.000,00) e a alíquota correspondente a
18 dias. Após o seu desconto, devemos calcular o valor do imposto de renda e descontar
do restante do lucro. Os dois impostos são descontados na fonte sob a responsabilidade
da instituição financeira.

q CÁLCULO:
Ø IOF = R$ 1.000,00 x 40% (18 dias) = R$ 400,00
Ø IR = (R$ 1.000,00 – R$ 400,00) × 22,50%
Ø IR: R$ 600,00 × 22,50% = R$ 135,00
Ø Valor líquido = R$ 101.000,00 – R$ 400,00 – R$ 135,00
Ø Valor Líquido = R$ 100.465,00

q OBS: Para não inverter as ordens de IOF e IR, lembre-se do alfabeto, primeiro vem a
letra F para depois vir o R, ou seja, primeiro o ioF e depois o iR.

369
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Capítulo 4
Mercado de Derivativos
370
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

4.1 Derivativos

371
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Derivativos
Conceito
Um dos principais pilares de uma gestão financeira é o conceito e a mensuração de risco.
Isto por que, sob a ótica de uma empresa, as expectativas de lucro nos empreendimentos
devem ser analisados juntamente com os riscos envolvidos no negócio, por exemplo, não
basta uma empresa brasileira vender sua mercadoria aos estados unidos sem analisar a
exposição do risco de descasamento entre o recebimento em dólares e o custo de
produção (ocorrido em reais).

Para as incertezas ocorridas na vida das pessoas (falecimento, doenças, incêndio) foram
criados produtos específicos pelo mercado segurador. Já para as incertezas ocorridas nos
mercados financeiros (variação cambial, de taxas de juros, valor das ações, ...), surgiram os
contratos derivativos, assunto deste capítulos.

Portanto, os derivativos são instrumentos financeiros, cujo preço deriva de um ativo ou


instrumento financeiro de referência (ativo-objeto), sendo um mercado de Liquidação
Futura.

372
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Derivativos
Tipos de Derivativos
Os derivativos podem ser divididos em 4 grupos:
Ø CONTRATO A TERMO: contrato na qual as duas partes (comprador e vendedor)
possuem obrigação em honrar o pagamento financeiro e a entrega do objeto
estabelecido em contrato. Não possui padronização.
Ø CONTRATO FUTURO: instrumento financeiro semelhante ao Contrato a Termo,
porém padronizado. Somente é realizado em mercados organizados como a B3,
sendo o púnico tipo de contrato que possui ajuste diário.
Ø SWAP: acordo entre duas partes para trocar fluxos de caixa no futuro, definindo as
datas que os fluxos de caixa serão pagos e a forma de cálculo.
Ø OPÇÃO: O contrato de opção tem característica semelhante a um seguro, no qual
um dos lados paga um prêmio, recebendo um direito (opção de querer ou não
querer a realização do contrato) e a contraparte que recebeu o prêmio, fica com a
obrigação. Nos seguros de carro, o segurado paga o prêmio e tem o direito de
exercer o seu seguro, já a seguradora que recebeu o prêmio, tem a obrigação de
honrar o contrato, caso assim o segurado deseje.

373
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Derivativos
Principais Estratégias
São quatro as principais estratégias que podemos utilizar os derivativos:
Ø HEDGE OU PROTEÇÃO: Operação financeira que objetiva reduzir ou eliminar o
risco de operações no mercado, protegendo, principalmente, contra oscilações
adversas de preços ou de taxas. Ex: agricultores vendem parte da sua produção com
contratos futuros para minimizar o risco de flutuação de preços.
Ø ARBITRAGEM: Ocorre quando há distorções de preços, possibilitando ganhos
proporcionais oriundos de diferença de preços existentes no mercado à vista e no
mercado futuro, sem risco de mercado.
Ø ALAVANCAGEM: Operação na qual o investidor toma recursos emprestados para
fazer uma aquisição na qual não possuía recursos suficientes, ou quando uma
posição pode ser feita investindo-se um valor de investimento muito menor que o
potencial ganho (ou perda), por exemplo, contratos futuros que somente é
necessário a margem de garantia.
Ø ESPECULAÇÃO: ocorre pela compra e venda sistemática de ativos, com a intenção
de obter lucro rápido e elevado, aproveitando a oscilação dos preços.

374
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Derivativos
Participantes do Mercado
Desta forma, os agentes que utilizam estas estratégias, são chamados de:
Ø HEDGERS: São os participantes do mercado ligados ao produto físico que buscam
proteção de preços, como por exemplo, os produtores rurais, os exportadores ou
importadores. Eles acabam realizando contratos futuros, definindo no presente, os
valores para comprar ou vender dólares, soja, café ou qualquer outro ativo.
Ø ARBITRADOR: Os arbitradores são aqueles que realizaram uma operação de
arbitragem, comprando no mercado A e vendem no B. O arbitrador acaba agindo
exatamente como um árbitro, por acabar com as distorções de preços entre
mercados diferentes.
Ø ESPECULADORES: São a maioria do mercado e estão interessados em auferir
ganhos com as flutuações de preços. Podem usar tanto análises fundamentalistas
quanto análise gráficas. São aqueles que utilizam operações de Alavancagem ou de
Especulação.

375
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Local de Negociação
B3 – Brasil, Bolsa e Balcão
A B3 foi criada em março de 2017 como fruto da combinação entre a BM&FBOVESPA e a
Cetip, dando origem a uma companhia de infraestrutura de mercado financeiro de classe
mundial e consolidando a atuação da BM&FBOVESPA na negociação e pós-negociação de
produtos listados e da Cetip no registro e depósito de operações de balcão e de
financiamento.

Ela é uma sociedade por ações com fins lucrativos que atua, no mercado de derivativos,
como contraparte (como a vendedora de todos os compradores e como compradora para
todos os vendedores). Para tanto, exige garantias prévias dos participantes (margem).
Além disso, ela organiza, regulamenta e fiscaliza os mercados de liquidação futura. Ela
também administrar as margens de garantia, os ajustes diários e as entregas físicas na
Bolsa. Em resumo, a B3 reduz ao máximo o risco de crédito entre os agentes, além de
mitigar o risco de liquidação.

376
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Local de Negociação
Mercado de Balcão
O MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADO é um ambiente com sistemas informatizados e
regras para a negociação de títulos e valores mobiliários (ações; cotas de fundos; entre
outros ativos). Este ambiente é administrado por instituições, devendo ser autorizado pela
CVM e, portanto, sendo fiscalizado por ela também. Estas instituições autorizadas são
chamadas de “instituições autorreguladoras” e no Brasil, esta instituição é a B3.

As transações no mercado de balcão organizado são feitas por telefone ou


eletronicamente entre as instituições financeiras, não tendo mais um local físico definido.
Existem uma série de requisitos que uma instituição deve obedecer para atuar como
intermediário financeiro, englobando a conduta, a fiscalização e a aplicação de
penalidades aos infratores. Outro ponto importante é que nesse sistema, além de se ter o
risco de mercado, há o risco de contraparte também.

Quando se trata somente de Mercado de Balcão (não organizado), considera-se uma


negociação criado por duas partes em qualquer outro local.

377
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Sistemas de Garantias
Margens e Ajustes Diários
A B3 reavalia diariamente o montante de garantias necessárias para que as obrigações
decorrentes das operações realizadas nos mercados de derivativos e de empréstimo de
títulos possam ser liquidadas, em caso de inadimplência, nos devidos prazos e formas.
Desta forma, existe 2 mecanismos:
Ø MARGEM DE GARANTIA: corresponde ao valor que deverá ser colocado de
garantia para realizar uma operação. O valor da margem representa apenas um
percentual do valor total do contrato, devendo permanecer depositado na conta da
corretora enquanto o comprador/vendedor mantiver sua posição em aberto.
Quando as posições forem encerradas, a B3 devolve a margem de garantia dos
contratos, já que é ela que faz a administração.
Ø AJUSTE DIÁRIO: É um mecanismo de equalização da posição de todos os
participantes que estão negociando o derivativo chamado de Contrato Futuro.
Diariamente, as contas de compradores e vendedores que possuem posições em
aberto neste mercado, sofrem um ajuste financeiro (crédito ou débito) de acordo
com o preço de ajuste do dia. Veremos a seguir um exemplo e não se preocupe,
adiante será explanado todas as características deste tipo de contrato, o importante
agora é entender a ideia do Ajuste Diário.

378
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Sistemas de Garantias
Ajuste Diário: Exemplo
Rafael comprou dólares através de um contrato futuro no dia 03/03/2019 a R$ 4,00. Neste
dia, o preço de ajuste do fechamento foi de R$ 4,10 (ou seja o dólar se valorizou desde o
momento da sua compra). Desta forma, a diferença de foi de R$ 0,10 a seu favor. Assim,
no dia 04/03/2019 será CREDITADO um valor de R$ 0,10 por dólar na sua conta da
corretora (agora o valor de R$ 4,10 será o novo preço base de Rafael).

Neste dia 04/03/2019, no qual houve o crédito na sua conta, o preço de ajuste do
fechamento foi de R$ 3,90 (ou seja, o dólar se desvalorizou neste dia). Como o preço base
para o ajuste agora é de R$ 4,10, será DEBITADO um valor de R$ 0,20 por dólar na sua
conta da corretora.

Esse processo de AJUSTE DIÁRIO ocorre diariamente, fazendo com que se o ativo tiver se
valorizado, o comprador terá um CRÉDITO e o vendedor terá um DÉBITO. Já se o ativo se
desvalorizar, o comprador terá um DÉBITO e o vendedor terá um CRÉDITO.

379
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
4.2 Modalidades: Termo & Futuro
380
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Mercado a Termo
Conceito
Representa um acordo para a compra ou a venda de certa quantidade de um ativo em um
momento determinado no futuro a um preço fixado, quando do fechamento do acordo. O
contrato a termo pode ser negociado mediante um contrato particular, não necessitando
de uma Bolsa de Futuros.

Em outras palavras, quando efetivamos uma compra a termo, estamos tratando de uma
compra a prazo e com juros (recebendo o ativo hoje mas com a obrigação de pagar
“amanhã”). Já quando fazemos a venda de ações a termo, estamos recebendo o dinheiro
hoje porém com a obrigação de recomprar futuramente esta ativo financeiro.

Por se tratarem de “operações a prazo” são exigidos garantias (Cobertura e Margem) mas
não possuem ajuste diário. Outro ponto importante é que são contratos NÃO
PADROZINADOS.

381
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Mercado a Termo
Características
As principais características do Mercado a Termo são:
Ø Contrato de obrigações recíprocas, quem compra é obrigado a pagar e quem
vende é obrigado a entregar o bem negociado.
Ø As partes liquidarão a operação pela entrega física ou pela financeira na data de
vencimento.
Ø NÃO POSSUI PADRONIZAÇÃO: As Partes negociam entre si o valor do contrato,
características do ativo e vencimento.
Ø Possuem menor liquidez comparados aos contratos futuros.
Ø Se negocias na B3 são exigidas as seguintes garantias:
o Cobertura: depósito da totalidade do ativo objeto do contrato. Somente é
cobrado do vendedor.
o Margem: estabelecido um percentual do valor do contrato.

382
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Mercado a Termo
Termo de Dólar
O contrato a termo de moedas possibilita a negociação de taxa de câmbio ou de paridade
futura. Dessa forma, é possível fixar, antecipadamente, o valor em reais correspondente a
um montante em moeda estrangeira que será liquidado futuramente. No vencimento, a
liquidação ocorre pela diferença entre a taxa a termo contratada e a taxa de mercado
definida como referência aplicada ao nocional da operação. A B3 disponibiliza registro de
termo de moedas com (realizada pela Clearing House) e sem garantia (realizada somente
entre as partes).

A operação de termo sem garantia dispensa desembolso inicial e intermediário,


diferentemente do que ocorre ao realizar o hedge por meio de opção, a qual requer
pagamento inicial de prêmio ou através de contratos futuros, já que possuem os ajustes
diários. Assim, constitui uma forma eficaz de proteção para clientes que não possuem
estrutura de administração de fluxo de caixa que permitam desembolsos intermediários.

Um cliente deve optar por esta operação ao invés do Contrato Futuro, quando ele não
deseja dispor de capital para os possíveis ajustes diários, colocando somente ativos como
garantia. No entanto, por não ser padronizado, pode ocorrer de ser mais caro.

383
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Mercado a Termo
Termo de Dólar: Exemplo
Um investidor que acredita na desvalorização do Real (valorização do dólar), assume uma
posição comprada de USD 1MM no Forward de dólar para 180 dias, com o dólar Spot
cotado a R$ 2,00 e o termo de dólar a R$ 2,10 para este prazo. Desta forma, iremos
analisar dois cenários, que são:

q CENÁRIO 1: Dólar sobe 10% para R$ 2,20:


Ø Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Ø Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 2,20 = R$ 2.200.000,00
Ø Resultado = R$ 2,2MM – R$ 2,1MM = R$ 100.000,00 (Lucro)

q CENÁRIO 2: Dólar cai 10% para R$ 1,80:


Ø Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Ø Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 1,80 = R$ 1.800.000,00
Ø Resultado = R$ 1,8MM – R$ 2,1MM = - R$ 300.00,00 (Prejuízo)

384
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

NDF – Non Deliverable Forward


Conceito
O NDF (Non Deliverable Forward) é um contrato a termo de moedas, negociado em
mercado de balcão, cujo objetivo é fixar, antecipadamente, uma taxa de câmbio em uma
data futura e são registrados na B3. No vencimento, a liquidação (exclusivamente
financeira em reais) ocorre pela diferença entre a taxa a termo contratada e a taxa de
mercado definida como referência.

Sua utilização ocorre principalmente em cenários onde se deseja proteger contra


oscilações cambiais ou simplesmente participar ativamente da variação de uma moeda,
ou seja, muito utilizado como instrumento de hedge por importadores e exportadores.

Sua vantagem em relação ao contrato futuro de câmbio é que não há ajuste diário,
somente chamada de margem.

385
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
Conceito
O CONTRATO FUTURO é caracterizado por ser um contrato PADRONIZADO (característica
do ativo, tamanho do contrato, vencimento pré-definido), no qual ambas as partes
possuem obrigações, tendo o vendedor a obrigação de entregar o ativo, e o comprador a
obrigação de pagar na data futura. Este é o único contrato que possui AJUSTE DIÁRIO,
pois ele NÃO TEM RISCO DE CONTRAPARTE, já que todo vendedor vende para a clearing
B3 e todo comprador compra da clearing B3.

Estes contratos se encerram por Liquidação Financeira (pagamento ou recebimento da


diferença de preços do ativo, sem necessidade de entrega física), que é a forma mais
comum, ou pela Liquidação Física (entrega do ativo negociado).

Os contratos futuros mais relevantes para a prova são:


Ø Ibovespa Futuro;
Ø DI Futuro;
Ø Futuro de Dólar;
Ø Cupom Cambial;
Ø FRA de Cupom (FRC).

386
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contrato Futuro
Formação de Preço
O Preço Futuro (F) de qualquer é o seu preço à vista (S – spot) acrescido da taxa de juros
livre de risco. Assumindo que a taxa de juros livre de risco (i) é constante e igual para
todos os vencimentos (t), temos:

!
!=#× &+(
Um conceito importante é o de BASE, que é a diferença entre o preço futuro de uma
mercadoria para um vencimento qualquer e o seu preço a vista.

Preços

Preço Futuro
Base
Preço à vista
(t)
Data de vencimento
do contrato futuro

387
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
Ibovespa Futuro
O ÍNDICE FUTURO DE IBOVESPA é o principal contrato futuro cobrado em provas. Este
contrato consiste em negociar a cesta de ações composta do índice Bovespa, em uma
data futura, sem a necessidade realizar a compra de cada ação que compõe este índice.
Como característica, este contrato é negociado através dos pontos do Ibovespa mais uma
taxa de juros. Cada ponto do contrato vale R$ 1,00, portanto, se o índice futuro está
60.000 pontos, ele está valendo R$ 60 mil.

q PRINCIPAIS VANTAGENS:
Ø Mecanismo de proteção (hedge) contra oscilações ou para alavancagem no
mercado financeiro, quando se trata de renda variável;
Ø Por ser um contrato futuro, não necessita de desembolso financeiro para replicar
o comportamento do principal índice brasileiro, o Ibovespa. Somente da margem de
garantia e dos possíveis ajustes diários;
Ø Baixo custo de transação, por se tratar de um derivativo;
Ø Possibilidade de arbitragem entre as ações no mercado a vista, quando os devidos
preços não condizerem com o seu valor mais taxa de juros brasil (SELIC).

388
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contrato Futuro
Exemplo: Compra de Contrato Futuro
Rafael COMPROU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice subir 2.000
pontos, ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim,
ele lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice cair e vier para 58.000 pontos, ele
perderá R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.

Resultado RESULTADO DA COMPRA


DO CONTRATO FUTURO
Lucros e
Total (10
PV Custo Perdas por
Resultado contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 - 2.000 -20.000
Lucro
59.000 60.000 -1.000 -10.000

59.500 60.000 -500 -5.000


Prejuízo Preço do Ativo
60.000 60.000 60.000 0 0
(PV)
60.500 60.000 + 500 + 5.000

61.000 60.000 + 1.000 + 10.000

62.000 60.000 + 2.000 + 20.000

389
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
Exemplo: Venda de Contrato Futuro
Rafael VENDEU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice cair 2.000 pontos,
ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim, ele
lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice subir e for para 62.000 pontos, ele perderá
R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.

RESULTADO DA VENDA
DO CONTRATO FUTURO
Resultado
Lucros e
Total (10
Resultado PV Custo Perdas por
contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 +2.000 +20.000

Preço do Ativo 59.000 60.000 +1.000 +10.000


Lucro (PV) 59.500 60.000 +500 +5.000

60.000 60.000 0 0
Prejuízo
60.000 60.500 60.000 -500 -5.000

61.000 60.000 -1.000 -10.000

62.000 60.000 -2.000 -20.000

390
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Contrato Futuro
DI Futuro
O DI FUTURO é a principal referência para o mercado financeiro em relação as
expectativas sobre os comportamentos dos juros para períodos futuros do Brasil. Isso
porque neste contrato é negociado a Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia
negociado na B3, funcionando da seguinte forma: ele é um contrato com diversos
vencimentos, mas com valor final sempre de R$ 100.000,00. Com isso, o valor atual do
contrato futuro DI demonstra qual o valor que o mercado financeiro está querendo
receber de retorno da renda fixa, para aquele período.

Quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ CAIR, ele irá COMPRAR o
contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está comprando PU e vendendo taxa). Isso
ocorre, pois quanto menor for a taxa de juros, mais alto fica o valor presente de um título,
fazendo com que ele se valorize!

Já quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ SUBIR, ele irá VENDER
o contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está vendendo PU e comprando taxa). Isso
ocorre, pois quanto maior for a taxa de juros, menor será o valor presente de um título!

391
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
DI Futuro: Exemplo
O contrato futuro de DI com vencimento em 504 dias úteis, está sendo negociado a uma
taxa de 10% ao ano. Caso Rafael acredite que a taxa de juros irá cair para 8% ao ano, ele
deveria comprar ou vender o contrato de DI e por qual valor?

q SOLUÇÃO: Como veremos nos cálculos abaixo, quando um título que possui valor final
definido e a taxa de mercado diminui, o valor presente deste ativo acaba sendo valorizado
(exatamente o que ocorre com as LTN que possui valor final de R$ 1.000,00, e neste caso,
o contrato DI que possui valor final de R$ 100.000,00). Com isso, Rafael deveria comprar o
contrato para ter um ágio.

(1) Valor Atual do DI Futuro: (2) Valor do DI Futuro a 8%:


Ø n = 504 ÷ 252 = 2 anos Ø n = 504 ÷ 252 = 2 anos
Ø i = 10 Øi=8
Ø FV = 100.000 Ø FV = 100.000
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø PV = ? = R$ 82.644,63 Ø PV = ? = R$ 85.733,88

q Valorização de R$ 3.089,25 (3,74%)!

392
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contrato Futuro
Dólar Futuro
O mercado financeiro entende o CONTRATO FUTURO DE DÓLAR, não como uma moeda
física (utilizada para fazer compras), mas como ferramenta de proteção ou de
alavancagem em relação ao preço do dólar em uma data futura. Desta forma, as
negociações ocorridas nesse dólar, levam em consideração a data de hoje do dólar spot
(dólar a vista) mais um prêmio para a data futura.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Protege o investidor contra oscilações indesejadas de preço (hedge);
Ø Possibilita alavancagem de posição;
Ø Transparência de preço nas negociações em plataforma eletrônica;
Ø Objeto de negociação: Taxa de Câmbio de Reais (BRL) por Dólar Americano (USD);
Ø Contrato: Cada contrato representa um acordo de compra e venda no valor de
USD 50.000,00 (cinquenta mil Dólares). Já no o minicontrato (mini dólar), o acordo
de compra e venda é de tem valor de USD 10.000,00.

q TÓPICO DE PROVA: para se proteger o EXPORTADOR VENDE dólar futuro (fica passivo
em dólar) e o IMPORTADOR COMPRA dólar futuro (fica ativo em dólar).

393
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
Cupom Cambial
O Cupom Cambial é a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e aplicados
no mercado financeiro nacional. Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro
em aplicar seus recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito soberano
que passa a assumir e o retorno que teria em seu país.
Ø Cupom Limpo (clean): quando utiliza a cotação corrente da taxa de câmbio;
Ø Cupom Sujo (dirty): quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda do dia
anterior à compra do título (PTAX800).
Para facilitarmos o cálculo, podemos dizer que o valor do dólar futuro, nada mais é que a
cotação presente pela correção de uma taxa (taxa Pré-Brasil por taxa do Cupom Cambial):

Taxa (i)

Cotação Cotação
Futura Presente

394
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contrato Futuro
Cupom Cambial: Cálculo
Qual o cupom cambial de um papel com 90 dias corridos (63 DU), a TLR é igual a
12% a.a. (base 252), a taxa spot é R$ 2,07/U$ e o forward para 3 meses é R$ 2,10/U$?

(1 + Taxa Real)(DU/252)
Fórmula: Forward = Spot ×
(1 + Cupom Cambial × (DC/360))

!"
& + &$% #$# !$ $, &' &, '$*(+(
1 !$ $, &' = !$ $, '(× 2 =
/' !$ $, '( /'
& + --× +0' & + --× +0'

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3 &, '&22/+× & + --× = &, '$*(+( 4 & + --× =
+0' +0' &, '&22/+

5 & + --×', $3 = &, '&2'2& 6 --×', $3 = &, '&2'2& − &

7 -- = ', '&2'2& ÷ ', $3 8 -- = ', '30&02 = 3, 0$% 6. 6.

395
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Contrato Futuro
FRA de Cupom Cambial
Conforme a definição da B3, “O Forward Rate Agreement (FRC) é um produto estruturado
que combina a negociação de dois contratos futuros de Cupom Cambial, com natureza
opostas, de forma a expor o investidor à um Cupom Cambial à termo, ou seja, com início
em uma data futura. Esse mecanismo auxilia os investidores a negociar uma taxa de juro
referenciada em dólar à termo sem correr o risco de execução em livros de ofertas
distintas para cada Futuro de Cupom Cambial”.

q PRINCIPAIS VANTAGENS:
Ø Auxilia o cliente a realizar proteção de taxa de juros referenciada em dólar.
Ø Elimina o risco de execução ao combinar em uma única operação dois
vencimentos distintos de Futuro de Cupom Cambial.
Ø Auxilia investidores a alongar a exposição cambial com baixo risco de execução se
combinado com Contratos Futuros de Dólar e de DI.

396
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Contrato Futuro
Alavancagem: Exemplo
Preço à vista da do ETF BOVA11 (cesta de ações da Bovespa) é de R$ 100,00 e seu
contrato futuro de R$ 105,00. Para comprar um contrato futuro, é necessário depositar
como garantia R$ 10,00. Após alguns dias, o preço a vista subiu para R$ 120,00 e o
contrato futuro, para R$ 125,0. Qual o retorno em cada mercado?

‘ MERCADO À VISTA MERCADO FUTURO

Preço de abertura R$ 100,00 R$ 105,00


Preço de fechamento R$ 120,00 R$ 125,00
Ganho líquido R$ 20,00 R$ 20,00
R$ 100,00 R$ 10,00
Investimento inicial
(pagos pela BOVA11) (margem)
Retorno 20,00% 200%

397
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Resumo 1 : Contratos Futuros e a Termo
CARACTERÍSTICAS FUTURO TERMO
Negociação Bolsas Organizadas Balcão (são privados)
Mercado Secundário Sim Não
Ajuste Diário Sim Não
Margem de Garantia Sim Às vezes
Vencimento Padrão Negociável
Lote Padrão Negociável
Clearing Sim Às vezes
Formato Fixo A formatar
Risco de Crédito NÃO (MOTIVO: B3) Sim
Intercambialidade Sim Não
Liquidez Alta Pequena
Risco de Liquidez Diário Vencimento
Participante Membros da Bolsa Negociam entre si
Disseminação Preço Contínua Sob cotação

398
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Resumo 2: Contratos Futuros


Tabela
ÚLTIMO DIA DE
CONTRATO VALOR VENCIMENTO
NEGOCIAÇÃO
Quatros primeiros meses
Último dia útil do mês anterior subsequentes à realização da
DI 1 R$ 100 mil
ao do mês de vencimento operação. A partir daí,
meses de início de trimestre
Último dia útil do mês anterior
DOL U$ 50 mil Todos os meses.
ao do mês de vencimento
Quatros primeiros meses
Último dia útil do mês anterior subsequentes à realização da
DDI e FRA US$ 50 mil
ao do mês de vencimento operação. A partir daí,
meses de início de trimestre
Cotação Futuro Quarta-feira mais próxima do
INDFUT Meses Pares
x R$ 1,00 dia 15 do mês de vencimento

399
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
4.3 Modalidade: Swap
400
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Swap
Conceito
O Swap é um contrato que estabelece a troca de fluxo de caixa e risco entre
empresas/investidores, sendo um contrato de obrigações recíprocas, sendo que cada uma
das partes possui uma posição Ativa (Credora) e a outra Passiva (Devedora). O valor inicial
e a(s) data(s) de vencimento são livremente pactuados entre as partes, portanto, no início
as taxas são estabelecidas por equilíbrio financeiro (equivalentes).

A liquidação pode ser feita apenas no vencimento ou com ajuste periódico, no caso,
calcula-se a variação dos indexadores (ativo e passivo) e a liquidação se dá pela diferença
dos fluxos, conforme aplicado a fórmula abaixo:

Resultado = (Vi(A) × i(A)) – (Vi(B) × i(B))


Sendo:
Ø “Vi(A)” o Valor Inicial do Ativo A;
Ø “i(A)”, variação do ativo A;
Ø “Vi(B)”, o Valor Inicial do Ativo B;
Ø “i(B)”, variação do ativo B.

401
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Swap
Gráfico
O Swap Pode ocorrer trocas de dois fluxos de caixa com taxa pós (exemplo: CDI x IPCA) ou
pré com pós (exemplo: LTN x CDI) em várias datas futuras. Abaixo um exemplo de swap de
Dólar por CDI.

PAGA A VARIAÇÃO RECEBE A VARIAÇÃO


DO DÓLAR DO DÓLAR

INSTITUIÇÃO A TROCA DE FLUXOS INSTITUIÇÃO B

RECEBE A VARIAÇÃO PAGA A VARIAÇÃO


DO CDI DO CDI

402
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Swap
Características
As principais características do Swap são:
Ø São operações ocorrem no mercado de balcão.
Ø Os contratos podem ser registrado na B3 (podendo ser com ou sem garantias), da
mesma forma como os contratos a termos de moeda (assim, contratos a termos e
swaps possuem características semelhantes).
Ø Podem ser realizados diversos tipos de contratos de swap:
o Swap de Juros (CDI, pré-fixada, Selic e TJLP);
o Swap de Moeda (Dólar, euro e iene);
o Swap de Crédito (CDS – Credit Default Swap: “seguro contra calote”);
o Swap de Índice de Preços (IPCA e IGP-M).

q TÓPICO DE PROVA:
ØPara se proteger o EXPORTADOR FICA PASSIVO EM DÓLAR (e ativo em taxa de
juros) e o IMPORTADOR FICA ATIVO EM DÓLAR (e passivo em taxa de juros).
ØEm swap de juros, quem está ativo em prefixado (passivo em pós-fixado) acredita
na queda da taxa de juros; já quem está ativo em pós-fixado (passivo em prefixado),
acredita na alta da taxa de juros.

403
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Swap
Exemplo
A empresa RToro Education S/A possui uma dívida de R$ 1.000.000,00 pós-fixada, com
vencimento em um ano (ou seja, ela não sabe o quanto irá pagar ao total por essa dívida),
mas ela já possui vendas realizadas, recebendo os devidos valores em um ano (vendas
através de cartão de crédito). Desta forma, podemos afirmar que a empresa possui um
PASSIVO em pós-fixada e um ATIVO em prefixado (já que quando se faz uma venda
financiada com preço fixo, é embutido uma taxa de juros prefixada).

Assim, a empresa pode levar a situação ao banco e fazer um contrato de SWAP, no qual se
houver um aumento da taxa de juros, o banco paga a diferença e caso a taxa de juros caia,
a empresa paga ao banco. Com isso, o contrato feito seria feito desta forma:

PASSIVO EM PRÉ ATIVO EM PRÉ


(Paga Taxa Prefixada) (Recebe Taxa Prefixada)
CONTRATO DE SWAP
RToro Education S/A BANCO
(TROCA DE FLUXOS)
ATIVO EM CDI PASSIVO EM CDI
(Recebe Taxa CDI) (Paga Taxa CDI)

404
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Swap
Exemplo
Continuando o nosso exemplo, a RToro Education S/A assina um SWAP com as seguintes
condições com o banco:
Ø Taxa prefixada: 10% ao ano.
Ø Taxa pós-fixada: 100% do CDI
Desta forma, a RToro Education S/A ficará no swap ATIVA em pós-fixada e PASSIVA em
prefixada, já o banco estará ao contrário: ATIVO em prefixada e PASSIVO em pós-fixada.
Agora que temos o contrato firmado, vamos simular exatamente alguns cenários e saber o
que irá ocorrer no contrato de swap!

Taxa de Juros Ponta Ativa do Ponta Passiva do


Resultado do SWAP
no vencimento Swap Pós-fixada Swap Prefixada
RToro Education
8,00% + R$ 1.080.000 - R$ 1.100.000 - R$ 20.000
PAGA
10,00% + R$ 1.100.000 - R$ 1.100.000 R$ 0,00 Não há fluxo
RToro Education
12,00% + R$ 1.120.000 - R$ 1.100.000 + R$ 20.000
RECEBE

405
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
4.4 Modalidade: Opções
406
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Opções
Conceito
É um contrato em que o comprador (titular) tem o direito de negociar uma determinada
quantidade de um ativo-objeto por um preço estabelecido (preço de exercício ou strike)
até (ou numa) data-futura. Por este motivo que este derivativo se chama Opção, pois o
titular não tem a obrigação de comprar ou vender o ativo, mas sim, a OPÇÃO de querer ou
não querer exercer o contrato. Um caso claro seria o seguro do carro. Nele, o segurado
paga um prêmio ao emissor e assim, passa a ter o direito de exercer seu seguro quando
lhe convir. Importante ressaltar que o segurado nunca é obrigado a exercer sua apólice,
mas quando o fizer, o emissor será obrigado a honrar as devidas cláusulas.
q TERMINOLOGIAS BÁSICAS:
Ø Comprador (Titular): O titular da opção paga um valor, chamado de prêmio, ao
vendedor (lançador) e assim, possui direito de exercer o seu contrato (opção).
Ø Vendedor (Lançador ou Emissor): O emissor recebe o prêmio e tem a obrigação
de honrar os termos pré-estabelecidos, caso lhe seja solicitado.
Ø Strike (Preço de exercício): É o preço que o titular paga (ou recebe) pelo bem em
caso de exercício da opção, vide por exemplo, a tabela FIPE no seguro do carro.
Ø Prêmio: É o valor pago pelo titular (e recebido pelo lançador) para adquirir o
direito de comprar ou vender o ativo pelo preço de exercício em data futura.

407
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Opções
Tipos de Opções
As opções podem ser de dois tipos:
Ø Call (opção de compra): proporciona a seu titular (o comprador) o direito de
comprar um ativo por certo preço até uma determinada data.
Ø Put (opção de venda): dá a seu titular o direito de vender um ativo por
determinado preço até uma certa data

Em relação a seu exercício, as opções podem ser:


Ø Europeia: Seu exercício é permitido somente na data de vencimento.
Ø Americana: Seu exercício é permitido em qualquer período entre a sua compra e a
data de vencimento.

Tipo Opção de Compra (CALL) Opção de Venda (PUT)


Comprador
Direito de comprar Direito de vender
(Titular)
Vendedor
Obrigação de vender Obrigação de comprar
(Lançador / Emissor)

408
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Valor do Prêmio da Opção


Precificação
O valor (prêmio) de uma opção pode ser dividido em duas partes:
Ø Valor intrínseco (intrinsic value): é o valor imediato de uma opção em relação ao
preço do ativo-objeto, independente de outros fatores como juros e tempo restante
para o vencimento do contrato. O valor intrínseco está relacionado apenas com a
vantagem imediata que este contrato proporciona ao investidor titular da opção,
portanto ele é igual a diferença positiva quando o titular deseja exercer a opção e o
valor de mercado.
§ Para uma CALL = (Preço do Ativo Objeto) MENOS (Preço de Strike da Opção)
§ Para uma PUT = (Preço de Strike da Opção) MENOS (Preço do Ativo Objeto)

Ø Valor temporal (time value): é a diferença entre o prêmio (preço ou cotação) de


uma opção e o seu valor intrínseco, ou seja:
§ Valor Temporal (VT) = (prêmio da opção) MENOS (valor intrínseco).
§ Ela também é vista como uma função da probabilidade do valor da opção
mudar até o vencimento. No dia do vencimento, o valor temporal deve ser ZERO,
existindo somente o Valor Intrínseco.

409
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Valor da posição no vencimento
Exemplo
Uma ação está sendo negociada a R$ 100,00. Analisando as opções abaixo, qual o valor
mínimo que cada uma delas deveria estar sendo negociada, ou seja, qual o valor
intrínseco de cada uma delas?
(1) Opção de Compra (Call) com Strike de R$ 80,00
(2) Opção de Compra (Call) com Strike de R$ 120,00
(3) Opção de Venda (PUT) com Strike de R$ 80,00
(4) Opção de Venda (PUT) com Strike de R$ 120,00

q RESPOSTA: Para calcularmos o Valor Intrínseco (VI), basta analisarmos as opções que o
titular deseja exercer e assim, calcular a sua diferença positiva. Desta forma:
(1) CALL (Strike 80): Titular deseja COMPRAR a R$ 80? SIM, VI = 100 – 80 = R$ 20,00
(2) CALL (Strike 120): Titular deseja COMPRAR a R$ 120? NÃO, VI = R$ 0,00
(3) PUT (Strike 80): Titular deseja VENDER a R$ 80? NÃO, VI = R$ 0,00
(4) PUT (Strike 120): Titular deseja VENDER a R$ 120? SIM, VI = 120 – 100 = R$ 20,00

410
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Opções
Classificação das Opções
As opções podem ser classificados de três formas:
Ø Opções in-the-money (ITM): Quando o titular QUER exercer a opção.
o Opção de compra: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção tem valor intrínseco (gera fluxo de caixa positivo se imediatamente
exercida).

Ø Opções out-the-money (OTM): Quando o titular NÃO QUER exercer a opção.


o Opção de compra: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção não tem valor intrínseco.

Ø Opções at-the-money (ATM): Quando o exercício é INDIFERENTE para o titular.


o Preço de exercício = preço à vista do ativo-objeto

411
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Opções
Classificação das Opções: Exemplo
As opções com valor de exercício (strike) R$ 80,00, R$ 100,00 e R$ 120,00 das opções CALL
e PUT, para um ativo que está sendo negociado a R$ 100,00, seriam classificados como:

Quer Exercer Tanto Faz Não quer exercer


C
(ITM) (ATM) (OTM)
A
L R$ 80 R$ 100 R$ 120
L

Valor atual do Ativo R$ 100

P R$ 80 R$ 100 R$ 120
U
T Não quer exercer Tanto Faz Quer Exercer
(OTM) (ATM) (ITM)

412
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Operações Básicas
Long Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Payoff
Opção de Compra (Call) para o titular da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Perdas
80 120 -10 -10
Lucro/Perda 90 120 -10 -10
100 120 -10 -10

Ativo no vencimento 110 120 -10 -10


0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
125 120 -10 -5
-10
Preço de Equilíbrio: 130 120 -10 0
strike + Prêmio = 140 120 -10 +10
120 + 10 = 130
150 120 -10 +20
160 120 -10 +30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)

413
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Operações Básicas
Short Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Opção de Compra (Call) para o lançador da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 +10 +10
120 + 10 = 130
90 120 +10 +10
100 120 +10 +10
110 120 +10 +10
10 Ativo no vencimento 120 120 +10 +10
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 125 120 +10 +5
130 120 +10 0
140 120 +10 -10
Lucro/Perda 150 120 +10 -20
160 120 +10 -30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)

414
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Operações Básicas
Long PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
Opção de Venda (PUT) para o titular da PUT
Strike R$ 120,00
Lucro Prêmio R$ 10,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 -10 +30
Payoff 120 - 10 = 110
90 120 -10 +20
100 120 -10 +10
Lucro/ 110 120 -10 0
Perda 115 120 -10 -5
Ativo no vencimento
0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
-10 130 120 -10 -10
140 120 -10 -10
150 120 -10 -10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)

415
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Operações Básicas
Short PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que VENDE uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) recebendo um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.

Resultado do Exercício
para o lançador da PUT
Preço de Equilíbrio: Opção de Venda (PUT)
Lucro strike + Prêmio = Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Perdas
120 - 10 = 110 Prêmio R$ 10,00
80 120 +10 -30
90 120 +10 -20
100 120 +10 -10
110 120 +10 0
10
115 120 +10 +5
0 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
(PV)
Ativo no 120 120 +10 +10
vencimento 130 120 +10 +10
Lucro/
140 120 +10 +10
Perda
150 120 +10 +10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)

416
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CALL – Opção de Compra


Gráfico
Boca do Crocodilo: Call

Compra de CALL
Lucro

x Preço do
ativo-objeto
Prêmio
Prejuízo

Venda de CALL

Prejuízo ilimitado!

417
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
PUT – Opção de Venda
Gráfico
Lucro
Peixe: Put

Venda de PUT
x Preço do ativo-objeto

Compra de PUT Prêmio


Prejuízo

418
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Operações Estruturadas
Financiamento (Lançamento Coberto)
A operação FINANCIAMENTO, também conhecida como Lançamento Coberto ou Compra
Coberta, é uma das operações mais comuns no mercado financeiro. Está operação
consiste em ficar comprar uma ação e vender uma opção de compra (vender uma Call) ao
mesmo tempo.

Esta Operação tem como objetivo aumentar a rentabilidade caso o ativo comprado não
suba muita, recebendo o prêmio da opção vendida, além de proteger uma leve queda. Em
contrapartida, o lucro do investidor fica limitado ao teto do strike CALL vendido.

O termo “coberto” significa que a ação cobre o prejuízo ilimitado que uma venda de uma
CALL possa ter, já que o investidor possui a ação para entregar.

419
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Operações Estruturadas
Financiamento (Lançamento Coberto)
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma AÇÃO por
R$ 130,00 e VENDE uma OPÇÃO DE COMPRA, recebendo um prêmio de R$ 10,00.
Resultado para o
Ex: Ativo = 130 Financiamento Coberto
Lucro Strike = 150, PV Opção Ação Operação
Prêmio = 10
Ativo 100 +10 -30 -20
110 +10 -20 -10
Lucro Máx = ganho até strike + prêmio
120 +10 -10 0
30 Estratégia Final 130 +10 0 +10
20
140 +10 +10 +20
10 Ativo no vencimento 150 +10 +20 +30
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 160 0 +30 +30
170 -10 +40 +30

Venda Call 180 -20 +50 +30

Preço de Equilíbrio = (Preço de compra do ativo) – (Prêmio)

420
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas
A operação Box de 4 pontas tem como objetivo ganhar uma taxa de juros previamente
estabelecida. Desta forma, ela É CONSIDERADA UMA OPERAÇÃO DE RENDA FIXA
prefixada, ou seja, possui tributação da tabela regressiva da Renda Fixa.

A realização da operação ocorre da seguinte forma:


Ø Compra Call de exercício menor (X1) e vende Call de exercício maior (X2), ambas de
mesmo vencimento.
Ø Compra Put de exercício maior (X2) e vende Put de exercício menor (X1).

q Resultado: O investidor exerce ou será exercido de modo que comprará ativo a X1 e


exerce ou será exercido de modo que venderá ativo a X2.. O seu resultado financeira será a
diferença dos strikes, descontado do valor investido.

421
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas: Exemplo
Luís irá montar a estrutura “Box de 4 pontas” da seguinte forma:
Ø CALL (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 12,50 → Esta será comprada
Ø CALL (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 1,00 → Esta será vendida
Ø PUT (Strike = 120) com prêmio no valor de R$ 8,00 → Esta será comprada
Ø PUT (Strike = 100) com prêmio no valor de R$ 0,50 → Esta será vendida
Assim, Luís investirá por estrutura: - R$ 12,50 – R$ 8,00 + R$ 1,00 + R$ 0,50 = - R$ 19,00.
Analisando os cenários abaixo, você perceberá que, não importa o valor que estiver a
ação, o investidor receberá sempre R$ 20,00, gerando assim um lucro de R$ 1,00 para
cada R$ 19,00 investidos. Ou seja, um retorno de 5,26%.

Ativo no Compra Venda Venda Compra Resultado Final


vencimento Call 100 Call 120 Put 100 Put 120 (excl. prêmios)
80 0 0 -20 +40 + R$ 20,00
110 +10 0 0 +10 + R$ 20,00
120 +20 0 0 0 + R$ 20,00
150 +50 -30 0 0 + R$ 20,00

422
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Cap (Teto), Floor (Piso) & Collar


Definição
Este tipo de operação consiste em fixar a taxa máxima de juro do financiamento ou
garantir um valor mínimo para a taxa de juro da aplicação financeira. Desta forma, as
operações são:
Ø Cap (Teto): pode ser visto como um tipo especial de opção de compra (CALL), em
que o titular adquire o direito, mas não a obrigação, de receber a acumulação das
taxas de juros flutuantes diárias, pagando com uma taxa e juros fixa (preço de
exercício).
Ø Floor (Piso): é análogo a uma opção de venda, em que o titular tem o direito, mas
não a obrigação de receber uma taxa de juros prefixada, pagando com a acumulação
das taxa de juros flutuantes diárias.
Ø Collar: Consiste na combinação de um Cap e um Floor, onde obtém-se tanto um
limite inferior (determinado pelo preço de exercício do Floor) quanto um limite
superior (determinado pelo preço de exercício do Cap) para a taxa de juro.

423
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Opções exóticas (com barreiras)
Definição
Opção exótica significa que a opção (tanto CALL, quanto PUT) passa a existir ou deixa de
existir conforme o tipo de barreira combinada (knock-in ou knock-out). Desta forma, essas
barreiras acionam ou extinguem os direitos e obrigações relativos ao exercício da opção.

As opções podem ser montadas fora dos padrões estabelecidos pela B3, com a livre
negociação entre as partes sobre o preço de exercício, a data de vencimento, o tipo de
barreira, o tamanho do lote e os parâmetros. Esses contratos de balcão são conhecidos
como opções flexíveis e podem ser registrados na B3, que pode dar ou não a garantia de
liquidação aos participantes.

O exercício da opção deve ser solicitado pelos respectivos titulares, pois a B3 somente
registra as opções. Importante ressaltar que, uma vez acionado o "gatilho", a opção não
será revertida, mesmo que os preços voltem ao patamar original. Com isso, a condição
acionada ficará valendo até o vencimento da opção.

424
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Opções exóticas (com barreiras)


Tipos
As quatro principais formas de opções com barreiras são:
Ø Up-and-in (SUBIR-E-ULTRAPASSAR): A opção somente irá ser ativada se o preço do
ativo-objeto valorizar e ultrapassar o valor do strike (preço de exercício). Por
exemplo, as ações da ART valem hoje R$ 10,00. Se em algum momento, elas forem
negociadas acima de “R$ 12,00” a opção irá ser ativada. Caso contrário, a opção irá
expirar sem valor (virar pó).
Ø Down-and-in (DESCER-E-ULTRAPASSAR): A opção somente irá ser ativada se o
preço do ativo-objeto desvalorizar e ultrapassar o valor do strike (preço de
exercício). Por exemplo, as ações da ART valem hoje R$ 10,00. Se em algum
momento, elas forem negociadas abaixo de “R$ 7,00” a opção irá ser ativada. Caso
contrário, a opção irá expirar sem valor (virar pó).
Ø Up-and-out: A opção DEIXARÁ DE EXISTIR caso o ativo-objeto valorize acima do
strike. Por exemplo, se ações da ART valem hoje R$ 10,00. Se em algum momento,
elas forem negociadas acima de “R$ 12,00” a opção irá expirar e virar pó.
Ø Down-and-out: A opção DEIXARÁ DE EXISTIR caso o ativo-objeto desvalorize
abaixo do strike. Por exemplo, as ações da ART valem hoje R$ 10,00. Se em algum
momento, elas forem negociadas abaixo de “R$ 7,00” a opção irá expirar e virar pó.
425
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Modelo Binomial
Conceito
O modelo binomial de precificação de opções foi desenvolvido por Cox, Ross e Rubinstein
em 1979. O modelo envolve a construção de uma árvore binomial, que é um diagrama
que representa diferentes caminhos de preços que pode ser seguido pelo ativo-objeto
durante a vida da opção, procurando identificar as possíveis trajetórias do preço do ativo.

A fórmula que eles criaram, levam em consideração algumas premissas, que são:
Ø As visões dos diversos investidores quanto às probabilidades que acreditam com
relação ao movimento da ação não influenciarão o valor da opção;
Ø O valor da opção não depende das atitudes dos investidores em relação ao risco;
Ø A única variável aleatória da qual o preço da opção de compra depende é o preço
da própria ação (ou do ativo subjacente à opção), definido pela letra S.

Ø C =Preço da opção;
Ø C(u) = Preço da Opção na alta (up);
Fórmula: Ø C(d) = Preço da Opção na baixa (down);
Ø p = probabilidade;
Ø r = taxa de juros

426
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Modelo Binomial
Árvore Binomial
O exemplo abaixo demonstra a ideia da Árvore Binomial, no qual temos o cenário de uma
ação que está valendo no mercado hoje R$ 50,00 e que em 1 ano poderá valer R$ 60,00
ou R$ 40,00, com uma certa probabilidade em cada um desses cenários. Não entraremos
no detalhe do cálculo, mas apenas da ideia deste modelo.

Preço: Ativo-Objeto Preço: Ativo-Objeto

p uS R$ 60,00
S R$ 50,00
1-p dS R$ 40,00
t t+1 Hoje 1 ano depois
EXEMPLO
Preço: Opção de Compra Preço: Opção de Compra

ade R$ 10,00
p Cu = Max [0, uS - X] bilid
oba
?
pr
C
prob
1-p Cd = Max [0, dS - X] abili
dade R$ 0,00
t t+1 Hoje 1 ano depois

427
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Modelo Black-Scholes
Conceito
O modelo Black & Scholes desenvolvido em 1973 por Fischer Black e Myron Scholes é o
mais utilizado pelo mercado financeiro para precificar do tipo EUROPEIA. Este conceito
utiliza algumas premissas para seus cálculos, tais como:
Ø Não há custos de transação ou impostos;
Ø Não há oportunidade de arbitragem sem risco;
Ø A opção só poderá ser exercida na data do vencimento;
Ø As ações não possuem dividendos;
Ø Custo de empréstimo é igual ao custo de captação;
Ø Volatilidade (medida pelo desvio padrão) é constante;
Ø A TLR é constantes e idêntica a qualquer prazo.;
Ø O retorno esperado do investimento ativo-objeto é constantes.

428
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Modelo Black-Scholes
Fatores que determinam o preço de uma Call
Antes do vencimento, existem seis fatores que afetam o preço de uma opção de compra:
EFEITO NA CALL
FATORES DETERMINANTES
RELAÇÃO
Quanto maior,
S: (preço a vista) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
T: (tempo até o vencimento) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
S: (volatilidade esperada) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
R: (taxa de juros) DIRETA
maior o prêmio
Quanto maior,
X: (preço do exercício ) INVERSA
MENOR o prêmio
D: (dividendos esperados Quanto maior,
INVERSA
durante a vida da opção ) MENOR o prêmio

429
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Capítulo 5
Conceitos Econômicos
430
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 430

5.1 Macroeconomia

431
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 431
Principais Indicadores Econômicos
Conceito
Os principais indicadores da economia brasileira e cobrados em prova são:
Ø PIB – Produto Interno Bruto;
Ø PNB – Produto Nacional Bruto;
Ø Taxa SELIC-Meta e Selic-Over;
Ø Taxa DI;
Ø TR – Taxa Referencial;
Ø PTAX – Taxa de câmbio;
Ø IPCA e IGP-M – Índices de Inflação; e
Ø TLP – Taxa de Longo Prazo

432
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

PIB – Produto Interno Bruto


Conceito
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de tudo que é produzido dentro de um país
em um determinado ano, sendo assim, a riqueza de um país. Mankiw (2007) definiu PIB
como “o valor de mercado de TODOS OS BENS E SERVIÇOS FINAIS produzidos em um país
em um dado período de tempo”. Portanto, quando consideramos os valores finais de uma
cadeia produtiva, devemos excluir da conta todos os bens e serviços intermediários,
mesmo que eles tenham contribuído para o devido cálculo. Isto ocorre para que não haja
um valor acima do que de fato um país produziu. Veremos a seguir este conceito de valor
agregado, também chamado de valor adicionado, que serve para saber o quanto cada
produtor contribuiu individualmente para o PIB do país.
Este indicador é considerado o melhor medidor de bem estar econômico de uma
sociedade, pois ele considera tudo o que foi gerado (Carros, pães, livros, computadores,
ingressos de cinema, refeições) em um determinado ano. Para chegarmos nesse valor, é
possível calcular através de três maneiras, que são:
Ø Ótica do Consumo (Dispêndio ou Despesa);
Ø Ótica da Produção;
Ø Ótica da Renda.

433
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
PIB – Produto Interno Bruto
PIB e o Valor Agregado (Adicionado)
Cada bem ou serviço prestado está agregando valor ao PIB, mas como vimos, para o
devido cálculo consideramos apenas o valor final. Para descobrirmos o valor adicionado
de uma pessoa ao PIB, basta descontar do valor cobrado os bens e serviços intermediários
que lhe custou para gerar aquele faturamento. Por exemplo, um (1) MARCENEIRO vendeu
por R$ 500, madeiras para uma (2) FÁBRICA construir uma cama. Após isso, esta fábrica
vendeu por R$ 2 mil a cama. O PIB total gerado foi de R$ 2 mil, no entanto, o marceneiro
gerou R$ 500,00 e sobre a madeira, a fábrica AGREGOU mais R$ 1.500,00 ao PIB.

PIB TOTAL GERADO:


R$ 2.000,00

R$ 500 R$ 1.500

MARCENEIRO FÁBRICA CONSUMIDOR

434
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

PIB – Produto Interno Bruto


Ótica do Consumo (Dispêndio)
Pela ÓTICA DO CONSUMO (Dispêndio), o PIB resulta da soma dos seguintes fatores:
Ø Consumo das Famílias: Como o nome já diz, é o consumo das pessoas físicas!
Ø Investimentos das Empresas: despesa das empresas em investimento, sendo em
bens de capital, matérias-primas e produtos (variação de estoques),;
Ø Gastos do Governo: este item leva em consideração todos os gastos que o
governo faz em bens ou serviços. Não é considerado os gastos com transferências
(como bolsa família) e nem os pagamento de juros sobre a dívida pública.
Ø Balança Comercial: Também chamada de EXPORTAÇÃO LÍQUIDA, é a resultante
das nossas exportações, descontado das importações. Quanto mais caro o dólar
(desvalorização do real), maior será esse item e maior será o PIB.

Balança Comercial

PIB = C onsumo + Investimentos + GGastos do Governo + Xexportação – iMportação

435
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
PIB – Produto Interno Bruto
Ótica da Produção
Pela ÓTICA DA PRODUÇÃO, também chamado de ÓTICA DA OFERTA, o Produto Interno
Bruto corresponde à soma dos valores agregados líquidos dos setores primário,
secundário e terciário da economia (indústria, agropecuária e serviços), mais os impostos
indiretos, mais a depreciação do capital, menos os subsídios governamentais. Portanto, a
Ótica da Produção é o processo reverso da ótica do consumo, pois, para alguém comprar,
outra deve vender (produzir).
q FÓRMULA:

PIB = Produção
da Indústria + Produção
Agrícola + Produção
de Serviços

436
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

PIB – Produto Interno Bruto


Ótica da Renda
Para chegarmos ao PIB pela ÓTICA DA RENDA, devemos somar todas as remunerações
com base em salários, juros, aluguéis e lucros distribuídos (dividendos), ou seja, o
somatório da renda do trabalho, renda do capital, renda de instalações e renda do
processo de produção.
Mesmo não sendo muito muito utilizada (o mais comum é mensurar o PIB através da
Ótica do Dispêndio e pela Ótica de Produção), a ótica da renda tem como vantagem
compreender a situação dos rendimentos do país, consistindo ne análise da maneira pela
qual a produção é dividida entre aqueles que contribuíram para o seu cálculo.
q FÓRMULA:

PIB = Salários + Juros + Aluguéis + Dividendos

437
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
PNB – Produto Nacional Bruto
Conceito
O Produto Nacional Bruto (PNB) se difere do PIB apenas por incluir os valores dos bens e
serviços produzidos e realizados no exterior. Enquanto que o PIB considera apenas o que
foi gerado INTERNAMENTE (dentro do país), o PNB considera o que foi gerado
INTERNAMENTE e EXTERNAMENTE, ou seja dentro e fora do país.
Com isso, para chegarmos no PNB devemos subtrair do PIB o que chamamos de Renda
Líquida Enviada ao Exterior (RLEE), que é a diferença dos valores enviados para o exterior
e os valores recebidos do exterior a partir dos fatores de produção. Quando mais valores
enviarmos para o exterior, menor será a produção nacional. Quando maior for o
recebimento dos valores do exterior, maior será a produção nacional.
q FÓRMULA:

PNB = PIB − RLEE (envio menos recebimento)

438
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

SELIC-META
Conceito
A Selic-Meta é a taxa de juros definida pelo COPOM, que toma essa decisão com base na
Meta de Inflação (IPCA). Ela será a META que o governo deseja para taxa de juros
praticada pela economia brasileira em relação a dívida brasileira para aquele período.

q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;
Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;
Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;
Ø Praticada pelo Governo.

439
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
SELIC-OVER
Conceito
Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia), obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações
de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e cursadas no
referido Sistema na forma de operações compromissadas.
A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que
chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um
investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é
composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e
demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).

q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);
Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;
Ø Praticada pelo Mercado Financeiro.

440
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

CDI – Certificado de Depósito Interbancário


Conceito
Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições
financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são
idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua
função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras
palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para
quem não tem. A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar a
rentabilidade de fundos, como os DI, por exemplo.
O DI é utilizado para avaliar o custo do dinheiro negociado entre os bancos, no setor
privado e, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), essa modalidade de aplicação
pode render taxa de prefixada ou pós-fixada.

441
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
CDI X SELIC
Conceito
O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro
para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic. No entanto, a taxa Selic Over é
obtida mediante o cálculo da taxa média das operações de financiamento por um dia
entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos públicos federais. Quando o
financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa CDI.

Banco
Títulos Privados (CDI)
Central IF IF
Taxa CDI

Venda
de TPF Títulos Públicos Federais

IF
Taxa Selic Over
IF = Instituição Financeira

442
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

TR – Taxa Referencial
Conceito
A TR é um índice de referência de juros da economia brasileira, principalmente utilizada
para correções da Poupança, empréstimos de habitação como o SFH, títulos da dívida
agrária (TDA) e do FGTS.
Para chegarmos no valor da Taxa Referencial, o banco central aplica um redutor sobre a
Taxa Básica Financeira. Para a formação da TBF, calculasse as taxas de juros negociadas
no mercado secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN). Assim, a TBF de um mês
será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos
imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da
aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93.

443
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
TLP – Taxa de Longo Prazo
Conceito
A TAXA DE LONGO PRAZO (TLP) É O PRINCIPAL CUSTO FINANCEIRO DOS
FINANCIAMENTOS DO BNDES. Ela compõe a taxa de juros final, junto com as
remunerações (spreads) do BNDES e dos bancos repassadores e a taxa de risco de crédito
do cliente.
A TLP mensal é composta de uma parcela de juros reais pré-fixados ("TLP-Pré") e da
inflação (IPCA), sendo que a TLP-Pré será CALCULADA E DIVULGADA NO INÍCIO DE CADA
MÊS PELO BANCO CENTRAL. A partir da data de início de vigência dos contratos em TLP, a
parcela de juro real será fixa, ao longo da vida dos contratos, variando apenas o
componente da inflação, que é o IPCA.

= ×
Juros Reais
TLP Prefixados
(“TLP-Pré”)
Inflação
(IPCA)

444
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Taxa de Câmbio
Conceito
Por definição do Banco Central do Brasil a Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a
cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”.
Contratos de câmbio são realizados por motivos de viagens internacionais, transferências
unilaterais, negociações, podem ser realizados diretamente com uma corretora de câmbio
ou alguma instituição financeira autorizada pelo Bacen, sendo que elas possuem
liberdade para negociar as suas taxas pelos seus spreads. Para o fechamento de contrato
de câmbio, passa-se pelas fases de contratação, negociação da taxa e posterior liquidação.
A liquidação é a última fase do fechamento do contrato de câmbio. Ela acontece quando
se efetiva o envio da moeda estrangeira entre os envolvidos, através de um banco ou
corretora. O fechamento de câmbio se dá quando há a conversão das moedas da
negociação, quando há o crédito ou débito da moeda estrangeira entre as partes e a
instituição responsável realiza a transferência internacional através do SWIFT.

445
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Taxa de Câmbio
Câmbio Pronto e Câmbio Futuro
O CÂMBIO PRONTO é aquele em que ocorre a compra ou venda de moeda estrangeira
com prazo à vista, seguindo liquidação em até 2 dias úteis. Já o CÂMBIO FUTURO possui o
seu preço também fechado no momento da contratação, mas sendo liquidado em um
prazo mais extenso, além de 2 dias úteis (uma liquidação futura).
As operações de câmbio contratadas para liquidação pronta devem ser liquidadas no
mesmo dia, quando se tratar de compras e de vendas de moeda estrangeira em espécie
ou em cheques de viagem; ou de operações ao amparo da sistemática de câmbio
simplificado de exportação. Caso não sejam esses casos, a liquidação ocorrerá em até dois
dias úteis da data da contratação, nos demais casos, excluídos os dias não úteis nas
praças das moedas.
Vale ressaltar que a liquidação pronta é obrigatória nos seguintes casos:
Ø Operações de câmbio simplificado de exportação ou de importação;
Ø Compras ou vendas de moeda estrangeira em espécie ou em cheques de viagem;
Ø Compra ou venda de ouro - instrumento cambial.

446
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Taxa de Câmbio
PTAX: Conceito
A PTAX é a principal taxa de câmbio utilizada nacionalmente como referência do real por
dólares americanos. Seu nome veio da PTAX800, por causa da PTAX800, uma transação do
Sistema do Banco Central usada durante muitos anos pelo público para consultar taxas de
câmbio, mas que foi descontinuado em 2014.
Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média ponderada pelo volume das
operações no mercado interbancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis. Hoje
em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em quatro momentos de alta liquidez no
mercado de câmbio, que informam qual foi o valor que eles fizeram numa única
negociação naquele momento com o dólar americano, ou seja, qual o preço praticado no
mercado interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma MÉDIA SIMPLES
(aritmética), de cada ponta de compra e venda do dólar, excluindo em cada caso, as duas
maiores e as duas menores. A divulgação da PTAX ocorra a cada consulta (são 4 por dia) e
no final do dia também, com a PTAX do dia. A participação dos dealers (instituições
financeira) no cálculo da Ptax é avaliada mensalmente e um desempenho insatisfatório, o
leva ao descredenciamento.

447
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Taxa de Câmbio
Câmbio Pronto e Câmbio Futuro
Além da forma de mensuração do Banco Central do Brasil, podemos ter outros tipos de
cotação, como por exemplo:
Ø COMERCIAL: Conforme o próprio nome diz, faz referências às transações
comerciais, sendo utilizado para balizar as grandes movimentações de importação e
exportação das empresas brasileiras. Além disso, esta é a cotação considerada nas
ações do governo no exterior, como empréstimos (registrados no Banco Central) de
brasileiros residentes em outros países.
Ø TURISMO: Já neste caso, representa a cotação das moedas para as pessoas físicas
que usarão a moeda para viajar ao exterior ou para comprar produtos e serviços em
sites interacionais. Sua cotação é baseada no custo da moeda comercial, com o
acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) praticado pelo Governo.
Por se tratar de moeda física, possui demais custos, como por exemplo, o de
logística.
Ø SPOT: Chamado de Dólar a vista, pode ser negociado nos mercados da B3.
Ø FORWARD: Termo utilizado para taxações feitas em contratos financeiros que
serão iniciados em uma data futura, como por exemplo, nos contratos futuros ou nos
contratos a termo da B3.

448
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Taxa de Câmbio
Desvalorização do Dólar
Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem
vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está
caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se
tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O
REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares
pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “caro”, o aumento da
$ $ $ quantidade de dólares em $ $ $
$ $ $ circulação poderá ocorrer através $ $ $
de:
o Aumento das Exportações
$ $ $
o Aumento da Conta Turismo $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 o Venda de dólares pelo BC US 1,00 = R$ 2,00

449
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Taxa de Câmbio
Valorização do Dólar
A valorização da moeda estrangeira ocorre da mesma forma: quando há uma diminuição
da sua quantidade ou quando muitas pessoas a estão comprando. Ou seja, quando o
dólar está barato (R$ 2,00), muitas pessoas desejam comprar dólares, fazendo com que se
tenha menos moeda estrangeira na economia brasileira VALORIZANDO o dólar e
DESVALORIZANDO O REAL, deixando o cenário mais atrativo para o EXPORTADOR. Essa
diminuição de dólares na economia brasileira, pode ocorrer da seguinte forma:

Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “barato”, o seu
$ $ $ aumento de preço poderá $ $ $
$ $ $ ocorrer por causa do: $ $ $
o Aumento das Importações $ $ $
o Diminuição da Conta Turismo
o Compra de dólares pelo BC $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 US 1,00 = R$ 2,00

450
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Inflação
Conceito
Podemos definir INFLAÇÃO como a alta persistente e generalizada dos preços em uma
determinada economia, gerando para as pessoas a perda do poder de compra e como
iremos ver a seguir, existem vários motivos para ocorrer a inflação e para cada motivo,
temos um nome específico: inflação inercial, inflação de demanda, inflação de oferta
(custos), inflação estrutural.
Você pode perceber essa perda de poder de compra de duas formas: a primeira é
perceber que um serviço que custava R$ 50,00 agora está custando R$ 100,00, ou seja,
você precisa do dobro de dinheiro para contratar o mesmo serviço (ou produto). A outra
forma é na diminuição do produto, como por exemplo, nas barras de chocolate. A 10 anos
atrás, uma barra de chocolate de 200 gramas custava R$ 5,00. Hoje, quando você vai
comprar a mesma barra de chocolate, você percebe que ela continua custando R$ 4,00,
mas ao invés de ela ter 200 gramas, a barra de chocolate tem cem gramas (a metade), ou
seja, os mesmos R$ 4,00 compram a metade, ocorrendo a perda do poder de compra.
Importante entender essa perda do poder de compra, para podermos repor ela através de
correções nos contratos de alugueis, nas dívidas e, principalmente, nos salários. Mas para
isso, precisamos entender “quanto foi essa inflação” e assim, surgem os diversos índices
de inflação, sendo os dois principais o IPCA e o IGP-M.
451
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Inflação
Motivos para a Inflação
Os principais motivos que podemos ter inflação são:
Ø Inflação de Demanda: quando há muito mais procura por produtos (serviços) do
que ofertantes, os preços tendem a subir. Esse tipo de inflação, tende a ocorrer
quando há um rápido crescimento econômico, mas também causado pela “Inflação
Monetária” (quando o governo emite dinheiro de forma descontrolada, através de
redução de taxa de juros ou impressão de papel-moeda).
Ø Inflação de Custos (Inflação de Oferta): consiste no aumento dos preços gerados
pelo aumento dos custos de produção. Na pandemia do COVID, vimos um aumento
nos preço das commodities, gerando aumento no custo da construção civil.
Ø Inflação Inercial: ocorre quando o vendedor (ou produtor) acredita que a inflação
irá subir e, antecipadamente, aumenta os seus valores antes mesmo de existir um
aumento real, causando inflação simplesmente por um fator psicológico.
Ø Inflação Estrutural: semelhante a inflação de custos, ocorre por falta de eficiência
na estrutura produtiva do país (exemplo: falta de malha ferroviária no Brasil).
Outros dois conceitos interessantes são o de Estagflação e a Hiperinflação. Chamamos de
Estagflação quando o PIB de uma economia não cresce, mas os preços não param de
subir. Já a Hiperinflação, vivida pelo Brasil nos anos 80 e início dos anos 90, ocorre
quando a inflação fica acima de 50% ao ano, saindo totalmente do controle.
452
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IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo


Definição
O IPCA é o índice de inflação oficial do Brasil, sendo calculado pelo IBGE. Ele tem como
objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no
varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, ou seja, é influenciado pela variação
dos preços no VAREJO.

Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40


salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de
abrangência do SNIPC (Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor), as quais
são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios
de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

A utilização do IPCA ocorre em diversas frentes, como por exemplo:


Ø É o indicador que o CMN utiliza como meta da inflação;
Ø Nos títulos públicos do governo federal (NTN-B e NTN-B Principal);
Ø Correção dos balanços e das demonstrações financeiras de companhias abertas; e
Ø Fornecer um panorama sobre como está o poder de compra da população.

453
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Resumo
A PONDERAÇÃO DAS DESPESAS DAS PESSOAS PARA SE VERIFICAR
A VARIAÇÃO DOS CUSTOS FOI DEFINIDA PELO SEGUINTE MODO:
Tipo de Gasto Peso % do Gasto • Índice Oficial de Inflação do Brasil;
Alimentação 25,21 • Calculado pelo IBGE;
• Divulgado mensalmente;
Transporte e • Utilizado como referência para META de
18,77
Comunicação inflação definida pelo CMN para o COPOM;
Despesas Pessoais 15,68 • População-objetivo do IPCA abrange as
Vestuário 12,49 famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)
Habitação 10,91 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte
Saúde e cuidados de rendimentos, e residentes nas áreas
8,85
pessoais urbanas das regiões metropolitanas de
Artigos de residência 8,09 Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Total 100,00 Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia.

454
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IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado


Definição
O IGP-M é um índice de inflação muito utilizado para correção de contratos de aluguéis e
também em contratos de dívidas de empresas. Ele é calculado pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas), sendo na verdade, uma composição de três outros índices de inflação:
Ø 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA): Atualmente chamado de Índice de
Preços ao Produtor Amplo, registra variações de preços de produtos agropecuários e
industriais nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final.
Ø 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): medida de preço médio necessário
para comprar determinados bens de consumo e serviços no mercado varejista por
famílias que possuem renda de 1 a 33 salários mínimos residentes nos principais
centros consumidores do Brasil.
Ø 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC): Reflete o ritmo dos preços de
materiais de construção e da mão de obra no setor imobiliário, sendo muito utilizado
na correção de contratos de Compra & Venda na planta.
Como podemos perceber, diferentemente do que ocorre no IPCA, que tem maior impacto
nos preços do varejo, o IGP-M tem como principal variável os preços no ATACADO e como
a variação cambial tem impacto mais relevante nos preços do atacado do que no varejo, o
IGP-M sofre variações mais impactantes do que o IPCA quando há variações cambiais.

455
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
5.1.1 Políticas Macroeconômicas:
Monetária, Fiscal e Cambial
456
456
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Política Macroeconômicas
Conceito
Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um governo para atingir os objetivos do
PIB desejado. Quando um governo deseja que o PIB cresça, chamamos de política
expansionista, e ao contrário, de política contracionista, ou seja:
Ø Política Expansionista: o governo “injetará” dinheiro na economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, aumentem. A consequência é um aumento da
inflação, aumento da liquidez, aumento do PIB e uma diminuição da taxa de juros.
Ø Política Contracionista: o governo “retira” dinheiro da economia, fazendo com
que as variáveis que compõe o PIB, diminuam. A consequência é uma diminuição da
inflação, diminuição da liquidez, diminuição do PIB e um aumento da taxa de juros.
Estas estratégicas poderão vir através de 3 políticas (Monetária, Fiscal e Cambial), sendo
que elas não precisam ter as mesmas estratégias, ou seja, pode-se ter, por exemplo, uma
política monetária expansionista, enquanto a cambial é contracionista, lembrando que o
PIB é a soma de todos os setores que podem consumir dentro de um país (Pessoas Físicas,
chamado de Consumo; Pessoas Jurídicas, chamado de Investimentos; Governo,
considerado os Gastos do Governo; estrangeiros, resultante da Balança Comercial).

457
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
COPOM
Conceito
O Comitê de Política Monetária (COPOM) é o órgão decisório da política monetária do
Banco Central, que define, a cada 45 dias, a meta da taxa básica de juros da economia
brasileira (SELIC). As decisões do COPOM são tomadas visando com que a inflação (IPCA)
situe-se em linha com a meta definida pelo CMN e, uma vez definida a taxa Selic, o Banco
Central atuará diariamente por meio de operações de mercado aberto (comprando e
vendendo títulos públicos federais) para manter a taxa de juros próxima ao valor definido
na reunião. As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos (terças e quartas-
feiras) e o calendário de reuniões de um determinado ano é divulgado até o mês de junho
do ano anterior.

q CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:
Ø COMPOSIÇÃO: Diretoria colegiada do BACEN (Presidente + 8 Diretores);
Ø PRINCIPAL FUNÇÃO: Definir a meta da taxa de juros (selic-META). Esta meta é
baseada pelo IPCA do mercado;
Ø Reuniões: 8 reuniões por ano (a cada 45 dias, reúnem-se durante 2 dias).

458
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Política Monetária
Conceito
Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de
estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do
sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades
monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:
Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos
Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o
governo dispõe para fazer política monetária.
Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos
recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa
conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez
do mercado.
Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central
pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo
BACEN, menor a liquidez do mercado.
Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais
dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a
tendência de um aumento da inflação.

459
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Política Monetária
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB
• COMPRAR Títulos Públicos;
Expansionista • REDUZIR Compulsório; AUMENTA AUMENTA AUMENTA
• REDUZIR Redesconto.
• VENDER Títulos Públicos.
Contracionista • AUMENTAR Compulsório; REDUZ REDUZ REDUZ
• AUMENTAR Redesconto;

q EM RESUMO:
Ø EXPANSIONISTA: Uma diminuição do compulsório fará com que os bancos fiquem
com mais recursos para poder emprestar, com isso, haverá mais recursos circulando
na economia.
Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor
entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta
forma, há menos dinheiro na economia circulando.

460
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Política Fiscal
Conceito
Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas
(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:
Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;
Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;
Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.
Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da
venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as
despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando
negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.
Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que
ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos
governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.
Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos
Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de
exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O
dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.

461
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Política Fiscal
Contas do Setor Público

Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
= Receitas
(impostos, taxas e
contribuições) ‒ Despesas NÃO
financeiras

Superávit / Déficit
NOMINAL
= Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
‒ Pagamento dos
juros da dívida
Pública

462
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Política Fiscal
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO

• Aumento dos gastos públicos;


EXPANSIONISTA • Diminuição das cargas tributárias;
• Aumento das transferências (Ex. bolsa família)

• Diminuição dos gastos públicos;


CONTRACIONISTA • Elevação da carga tributária;
• Extinção de transferências (Ex. leve leite).

q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (estradas), ele está
contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, está retirando
dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.
Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das
empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos
dinheiro circulando na economia.
463
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Política Cambial
Conceito
Política Cambial “é o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao
comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa
das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos”, BC. Nessas políticas,
podemos ter 3 regimes cambiais:
Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo
do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o
governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o
equilíbrio de oferta e demanda.
Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem
intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.
Ø Flutuação Suja: é o Câmbio Flutuante com interferência do Banco Central quando
ele acredita que há desiquilíbrios e há necessidade de correções. Este é o regime no
qual o Brasil se encontra.
A taxa de câmbio interfere diretamente na vida das pessoas, pois diversos produtos são
adquiridos do exterior e outros vendidos para fora do país, influenciando assim os demais
preços da economia.

464
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Política Cambial
Swap Cambial e Swap Cambial Reverso
Swap é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou
rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos (neste caso, uma das partes
é o Banco Central), não ocorrendo transferências de ativos, mas sim um crédito ou débito
em moeda local no final da operação. Nesta operação, os indexadores serão a taxa Selic e
a variação cambial do dólar. Estas operações poderão ser de dois tipos:
Ø Swap Cambial: o Banco Central “vende” dólares com a obrigação de “recomprá-
los” no futuro, recebendo em troca a taxa de juros do período. Desta forma, o
governo age com o intuito de arrefecer uma alta do dólar.
Ø Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na ponta contrária ao
Swap Cambial. Ao invés de “vender” dólares, ele “compra” dólares para evitar uma
valorização do real (desvalorização do dólar), pagando ao investidor os juros do
período e recebendo a variação do dólar.
Nos dois casos, após a operação, analisa-se o resultado operacional da
valorização/desvalorização do dólar, havendo somente o pagamento/recebimento do
resultado financeiro.

465
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Política Cambial
Reservas Internacionais
As reservas monetárias internacionais, também chamadas de “reservas cambiais”, são os
ativos dos bancos centrais e autoridades monetárias, tais como, moedas estrangeiras
(dólar, euro, libra esterlina, ...), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro,
entre outros ativos.
Elas funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente à seus compromissos
financeiros (obrigações no exterior, emissão de moeda e financiar déficits temporários em
seus balanços de pagamentos) e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais
e interrupções nos fluxos de capital para o país.
As reservas internacionais aumentam quando há um superávit no balança de pagamentos
(BP), ou seja, quando a soma da “Conta de Capital” e das “Transações Correntes” forem
positivas, e diminui, quando for deficitária. Quando não há intervenção do governo, a
consequência da Balança de Pagamentos ser positiva é uma entrada de dólares, fazendo
com que a cotação do dólar diminua (valorização da moeda local e desvalorização da
moeda estrangeira). Já quando ela for negativa, ocorrerá uma desvalorização do Real e
valorização do dólar (aumento do valor do dólar).

466
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Política Cambial
Balança de Pagamentos
A BALANÇA DE PAGAMENTOS é o saldo das contas externas de um país, registrando as
suas transações com os demais país do mundo e com isso, sabemos se está entrando ou
saindo recursos estrangeiros. No Brasil, os valores são expressos em dólares americanos,
mesmo quando são efetuados com países que não são os EUA. O seu cálculo é feito por
duas grandes contas, que são as Transações Correntes e a Conta de Capitais.
Ø TRANSAÇÕES CORRENTES: São as entradas e saídas cotidianas de um país, como se
fosse a conta corrente de uma pessoa. Ela é subdividida em três outras contas:
o Balança Comercial: Registra o comércio de bens (exportação e importação);
o Conta de Serviços & Rendas: Saldo dos serviços (comércio de bens, fretes,
seguros, serviços governamentais) e das rendas (juros de empréstimos,
dividendos). Aqui está sendo contabilizada também a Conta Turismo (Viagens
Internacionais), que corresponde aos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil,
descontada dos gastos que os brasileiros fazem quando estão viajando.
o Renda Secundária: Antes denominada como Transferências Unilaterais, engloba
as remessas, doações, benefícios sociais entre de governos e entre residentes e
não residentes.
Ø CONTA DE CAPITAIS: Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros
por residentes, venda de ativos a estrangeiros, além da Amortização de Dívidas.
467
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Política Cambial
Balança de Pagamentos

Balança de Transações Contas de Erro e


Pagamentos Corrente Capitais Omissões

Transações Balança Serviços Renda


Corrente Comercial & Renda Secundária

Balança
Exportação Importação
Comercial

468
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Política Cambial
Exemplo
POLÍTICA OPERAÇÃO

EXPANSIONISTA • Banco Central compra dólares; ou


(Desvalorização Cambial) • Realiza Swap Cambial Reverso
CONTRACIONISTA • Banco Central vende dólares; ou
(Valorização Cambial) • Realiza Swap Cambial

q EM RESUMO:
Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende
deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir
as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma
das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação)
Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar
o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as
exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança
Comercial será negativa.

469
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
5.2 Microeconomia

470
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro 470

Microeconomia
Princípios
Coeteris Paribus: expressão de origem latina que significa tudo o mais constante. É um
dos princípios básicos da microeconomia, pois analisa as situações de forma isolada,
assumindo que todas as demais variáveis são constantes. Ela difere portanto da
Macroeconomia, pois essa última analisa as situações econômicas como um todo,
assumindo que tudo está inter-relacionado de alguma forma.

Por exemplo, na Macroeconomia, a elevação do PIB de um país em determinado período


pode estar associado a diversos fatores, como aumento da renda, elevação dos preços dos
produtos de exportação, crescimento populacional, entre outros.

Já na Microeconomia, analisaremos a elevação do PIB somente em função de outra


variável, assumindo que todas as demais são constantes.

471
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Princípios
Outros dois princípios básicos da Microeconomia são as curvas de oferta e de demanda.

Começando pela demanda, definimos a quantidade demandada de um bem como sendo


a quantidade que os compradores desejam e podem adquirir desse bem. Porém, a
demanda pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas
principalmente do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Demanda: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade
demandada desse bem diminui. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a
14
quantidade demandada aumenta.
12

10

Preço 8

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

472
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Princípios
Falando agora da curva da oferta, definimos a quantidade ofertada de um bem como
sendo a quantidade que os vendedores desejam e podem vender desse bem. Porém, a
oferta pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas principalmente
do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Oferta: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada
desse bem aumenta. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a quantidade
ofertada diminui. 14

12

10

8
Preço

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

473
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A demanda por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por
exemplo, vacinas contra a gripe registraram grande aumento de procura em função da
pandemia da COVID-19. Exemplos como esses fazem a curva se deslocar para a direita,
pois representam um aumento da demanda.

Agora, se as temperaturas no verão de determinado ano ficarem abaixo das médias, é


possível que a demanda por sorvetes diminua. Isso levaria a curva da demanda a se
deslocar para a esquerda.

Preço
Aumento da
demanda

Redução da
demanda

Quantidade

474
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A curva de demanda pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Renda: a renda disponível para o consumidor tem um impacto importante na


demanda desse consumidor por determinado produto. Como regra geral, se a renda
aumenta, a demanda pelo produto tende a aumentar; e, se a renda diminui, a
demanda tende a diminuir;
Ø Bens normais: porém, essa relação diretamente proporcional entre renda e
demanda é valida somente se estivermos tratando de bens normais. Eles
representam a maior parte dos bens na economia e são caracterizados por essa
relação diretamente proporcional entre a renda e a demanda;
Ø Bens inferiores: contudo, há certos bens que, quando a renda sobe, a
demanda cai. Por exemplo, se uma família tem um aumento de renda,
provavelmente ela irá preferir fazer a viagem de férias se deslocando por avião
do que por ônibus. Então, podemos dizer que a passagem de ônibus é
geralmente um bem inferior.

475
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
Ø Preços de bens relacionados: o preços dos bens relacionados (substitutos ou
complementares) podem também deslocar a curva da demanda.
Ø Bens substitutos: se o preço da manteiga subir, é possível que alguns
consumidores substituam esse produto por margarina em suas compras
mensais. Isso porque são dois produtos muito semelhantes e que satisfazem
desejos também semelhantes. Portanto, quando o aumento (queda) do preço
de um bem aumenta (reduz) a quantidade demandada de outro bem, dizemos
que são substitutos;
Ø Bens complementares: suponha agora que o preço da gasolina registrou
sucessivas elevações. Então, é razoável pensar que muitos consumidores
deixarão de comprar automóveis e procurarão outros meios de transporte.
Assim, quando o aumento (redução) do preço de um bem diminui (aumenta) a
quantidade demandada de outro bem, dizemos que são bens complementares.

476
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
Alguns outros fatores que podem levar a deslocamentos da curva de demanda são:

Ø Gostos: aqui temos um critério mais subjetivo, mas que pode influenciar a curva
de demanda. Por exemplo, se os consumidores passam a gostar mais de automóveis
do tipo SUVs, é provável que a curva de demanda por esse tipo de carro se desloque
para a direita;

Ø Expectativas: às vésperas da Black Friday, é possível que os consumidores adiem


suas compras aguardando as promoções típicas dessa data. Isso levaria a um
deslocamento da curva de demanda para a esquerda;

Ø Número de compradores: quanto mais compradores houver para determinado


bem, maior será a demanda por esse produto e, consequentemente, a curva de
demanda se deslocará para a direita.

477
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
É possível haver mudanças de demanda ao longo da curva, ou seja, que não impliquem
deslocamento da curva de demanda? Sim!

Deslocamentos ao longo da curva são causados por chamados fatores endógenos, ou


seja, que pertencem à curva, basicamente o preço. Vimos que um aumento do preço
implicará redução da quantidade demanda e vice-versa.

Mas há também os deslocamentos paralelos da curva, causados por fatores ditos


exógenos, ou seja, renda, preço de bens relacionados, gostos, expectativas e número de
compradores.

478
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de oferta
A oferta por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por exemplo, o
aço é utilizado na produção de automóveis. Se o preço do aço cair, a fabricação de
automóveis se torna mais lucrativa, aumentando a oferta de carros no mercado. Exemplos
como esses fazem a curva se deslocar para a direita, pois representam um aumento da
oferta.

Agora, se o preço do aço sobe, a fabricação dos carros já se torna menos lucrativa e,
portanto, é de se esperar uma redução da oferta. Isso levaria a curva da oferta a se
deslocar para a esquerda.
Preço
Redução da
oferta
Aumento da
oferta

Quantidade

479
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Preço dos insumos: a oferta de um bem é negativamente correlacionada com o


preço dos insumos. Isso é, se o preço dos insumos sobe, a quantidade ofertada
diminui, deslocando a curva de oferta para a esquerda. Agora, se o preço dos
insumos cai, a quantidade ofertada aumenta, deslocando a curva de oferta para a
direita;

Ø Tecnologia: aqui já há uma relação diretamente proporcional entre tecnologia e


quantidade ofertada. Isso porque, quanto mais avançada a tecnologia aplicada ao
processo produtivo, menores os custos de produção e, consequentemente, maior a
quantidade ofertada, deslocando a curva da oferta para a direita;

480
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Microeconomia
Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Expectativas: a expectativa dos produtores quanto ao preço futuro dos bens


produzidos também pode impactar a curva de oferta. Se, por exemplo, há uma
expectativa de alta do preço desses bens nos próximos meses, é possível que os
produtores resolvam estocar o bem ou adiar sua produção, aguardando a elevação
dos preços para ofertá-los. Nesse sentido, haveria momentaneamente uma redução
da oferta, deslocando a curva para a esquerda;

Ø Número de vendedores: quanto menos vendedores houver no mercado, menor a


oferta de determinado produto, o que deslocaria a curva de oferta para a esquerda.
Por sua vez, um aumento no número de produtores levaria a um aumento da oferta
desse produto, deslocando a curva para a direita. Portanto, aqui temos outro
exemplo de uma relação diretamente proporcional entre número de vendedores e
ofertas.

481
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Microeconomia
Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio

Quando unimos as curvas de oferta e demanda em um mesmo gráfico, podemos notar o


chamado ponto de equilíbrio. Ele ocorre justamente no ponto em que as curvas se
interceptam.

Nesse ponto, também chamado de equilíbrio de mercado, a quantidade do bem que os


compradores desejam e podem comprar é igual à quantidade desse mesmo bem que os
vendedores querem e podem vender. Em outras palavras, nesse ponto estão todos
satisfeitos: compradores e vendedores.

482
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Microeconomia
Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio
No gráfico a seguir, note que o preço de equilíbrio é de R$ 6 para uma quantidade de
equilíbrio de 6 unidades. Esse é justamente o ponto de intersecção das curvas de oferta e
demanda.

Oferta Demanda
14

12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

483
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Microeconomia
Fora do equilíbrio
Porém, pode haver situações em que o mercado não esteja em equilíbrio. Nesses casos,
dizemos que há um excesso de oferta ou de demanda.

Por exemplo, ao preço de R$ 2,00, os vendedores ofertarão 2 unidades, mas os


compradores demandarão 10 unidades. Isso representa um excesso de demanda, pois 8
unidades não serão comercializadas para a atender toda a demanda.
Oferta Demanda
14

12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

Excesso de demanda
484
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Microeconomia
Fora do equilíbrio
Por sua vez, ao preço de R$ 8, os vendedores desejarão vender 8 unidades; contudo, os
compradores estarão dispostos a consumir, por esse preço, somente 4 unidades. Temos
então um excesso de oferta, pois 4 unidades não conseguirão ser vendidas.

Oferta Demanda
14

12
Excesso de oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

485
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Microeconomia
Retorno ao equilíbrio

Na maioria dos mercados livres, desequilíbrios são temporários e os preços tendem a


retornar ao equilíbrio. Essa é a chamada Lei da Oferta e da Procura, que sintetiza
justamente esse retorno ao equilíbrio.

Em casos de excesso de demanda, pode-se dizer que ocorrerá escassez do produto em


questão. Isso levaria os vendedores a aumentar os preços, retornando assim ao equilíbrio.

E, por sua vez, ocorrendo excesso de oferta, os vendedores, com os estoques cheios, sem
conseguir vender toda a produção no preço desejado (que está fora do equilíbrio),
tendem a reduzir os preços e, assim, trazendo o mercado de volta ao equilíbrio.

486
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Microeconomia
Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Suponha que houve um aumento na demanda por determinado bem. Com isso, há um
deslocamento da curva de demanda para a direita e encontramos um novo ponto de
equilíbrio: o mercado estaria agora satisfeito comprando 8 unidades ao preço de R$ 8
cada.

Oferta Demanda
14

12
Aumento da
demanda
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

487
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Microeconomia
Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Agora, imagine que os custos de produção de determinado bem aumentaram
significativamente. Como vimos, a lucratividade desses bens diminui e, com isso, os
produtores reduzirão a quantidade ofertada. Isso implicará um deslocamento da curva de
oferta para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio: o mercado estaria
agora satisfeito comprando apenas 4 unidades ao preço de R$ 8 cada.

Oferta Demanda
14

12 Redução da
oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

488
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Microeconomia
Resumo

Sem mudanças na Oferta Aumento da Oferta Redução da Oferta


Sem mudanças Preço igual Preço diminui Preço aumenta
na Demanda Quantidade igual Quantidade aumenta Quantidade diminui
Preço = não se pode Preço aumenta
Aumento da Preço aumenta
determinar Quantidade = não se
Demanda Quantidade aumenta
Quantidade aumenta pode determinar
Preço diminui Preço = não se pode
Redução da Preço diminui
Quantidade = não se afirmar
Demanda Quantidade diminui
pode afirmar Quantidade diminui

489
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Excedente do Consumidor e do Produtor
Excedente do consumidor é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um
bem menos a quantia realmente paga por ele. Já o excedente do produtor é o montante
que um vendedor recebe menos o seu custo de produção.

Preço Preço
Excedente do Excedente do
consumidor produtor

Quantidade Quantidade

490
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Microeconomia
Elasticidade
Vimos até agora que, de acordo com a Lei da Demanda, um aumento nos preços levará a
uma redução na quantidade demanda e vice-versa. Porém, a pergunta que fica é: um
aumento dos preços reduzirá quanto exatamente a quantidade demandada?

Por sua vez, conforme a Lei da Oferta, um aumento nos preços levará a uma elevação na
quantidade ofertada e vice-versa. Porém, a pergunta novamente que fica é: um aumento
dos preços aumentará quanto exatamente a quantidade ofertada?

A resposta a ambas as perguntas é: depende! Mas depende do quê? Depende da


elasticidade! A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e
vendedores às mudanças das condições de mercado.

Por exemplo, um aumento no preço da gasolina reduzirá em quanto a quantidade


demandada desse combustível? A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a
responder a essa pergunta!

491
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Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a quantificar a redução da demanda em
função de determinado aumento dos preços.
A demanda por um bem pode ser dita, como regra geral, elástica, inelástica ou com
elasticidade unitária:
Ø Elástica: a demanda por um bem é dita elástica se a quantidade demandada
responde substancialmente a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda elástica sobe 10%, a demanda cairá mais do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre superior a 1.

Ø Inelástica: já a demanda por um bem é chamada inelástica se a quantidade


demandada responde pouco a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda inelástica sobe 10%, a demanda cairá menos do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre inferior a 1.

Ø Elasticidade unitária: quando um aumento de 10% no preço de um produto


implica uma redução de exatamente 10% na quantidade demandada. A elasticidade-
preço da demanda nesses casos é sempre igual a 1.

492
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Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada pelos seguintes fatores:

Ø Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais disponíveis forem bens


substitutos, maior será a elasticidade-preço da demanda. O exemplo clássico é o de
manteiga e margarina: um aumento de 1% no preço da manteiga deve reduzir a
quantidade demandada em mais do que 1%, haja vista a possibilidade de substituí-la
facilmente pela margarina;

Ø Bens necessários e supérfulos: bens necessários, como o nome diz, referem-se a


produtos ou serviços de grande necessidade como, por exemplo, a escola dos filhos
de uma família. Um aumento pontual no preço da mensalidade dificilmente levará os
pais a trocarem os filhos de escola. Em outras palavras, bens necessários têm
demanda mais inelástica; já os bens supérfluos são aqueles de menor relevância
para o consumidor e que, portanto, têm demanda mais elástica. Ou seja, o
consumidor consegue ficar sem consumi-los ou consumir quantidade bem inferior à
que consumia anteriormente à elevação dos preços.

493
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada também pelos seguintes fatores:

Ø Definição do mercado: a forma como definimos o mercado pode influenciar a


elasticidade. Por exemplo, ao falarmos do mercado de meios de locomoção como
um todo, podemos assumir uma demanda mais inelástica, pois as pessoas precisam
se locomover; porém, se falarmos mais especificamente de carros com elevado
consumo de combustível, essa categoria já terá uma demanda mais elástica, pois os
consumidores podem trocá-lo por automóveis mais econômicos ou por outros meios
de transporte.

Ø Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica tende a


ser a demanda. Isso porque o consumidor vai adaptando seu estilo de consumo. Por
exemplo, se o preço da gasolina sobe, é possível que haja uma redução na demanda
por combustível em um primeiro momento. Porém, se os preços continuarem
elevados por mais tempo, então o consumidor pode adaptar alguns hábitos para
consumir menos combustível como, por exemplo, pegar uma carona, ir de transporte
público, ou mesmo a pé ou de bicicleta, diminuindo assim mais drasticamente a
demanda por gasolina.
494
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Microeconomia
Cálculo da Elasticidade-preço da demanda
Variação percentual na quantidade demandada
Elasticidade-preço da demanda =
Variação percentual do preço

Se o aumento de 1% no preço da manteiga implicar redução de 3% em sua quantidade


demandada, a elasticidade-preço da demanda da manteiga é de 3/1 = 3.

CUIDADO!
Segundo a Lei Geral da Demanda, um aumento nos preços levará a uma redução da
quantidade demandada e, por sua vez, uma redução nos preços implicará aumento da
quantidade demandada. A Elasticidade-preço da demanda nos diz a magnitude dessas
variações, mas a direção oposta (contrária) do movimento persiste, isto é, preço
aumenta (diminui), quantidade demandada diminui (aumenta).
Portanto, o resultado do cálculo da elasticidade-preço da demanda nos dará a
magnitude desse movimento contrário. Logo, um aumento de 1% no preço da manteiga
levará a uma redução da quantidade demandada em 3%, pois sua elasticidade-preço da
demanda é 3.

495
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
O ponto médio
Sejam os seguintes dois pontos ao longo da curva de demanda:
Preço Se calcularmos a elasticidade partindo de A para B, temos
B que a quantidade reduziu de 100 para 80 (-20%) e que o
15
preço subiu de 10 para 15 (50%). Isso resultaria em uma
10 A elasticidade de 20/50 = 0,4.
Porém, se calcularmos partindo de B para A, temos que a
quantidade subiu de 80 para 100 (25%) e o preço caiu de 15
80 100 Quant. para 10 (-33%), resultando em uma elasticidade de 0,76,
aproximadamente.
Para contornarmos esse problema, fazemos os cálculos a partir dos preços médios, isto é, 12,5
para o preço e 90 para a quantidade.
Dessa forma, partindo de A para B, a queda na quantidade foi de 20 em relação a um preço
médio de 90, o que representa -22,2%. Da mesma forma, o aumento de 5 no preço de A para
B, sobre um preço médio de 12,5, representa 40%. Portanto, a elasticidade seria de 22,2/40 =
0,555.
Fazendo a conta no sentido contrário, de B para A, o aumento na quantidade foi de 20 em
relação a um preço médio de 90, o que representa 22,2%. Da mesma forma, a redução de 5 no
preço de B para A, sobre um preço médio de 12,5, representa - 40%. Portanto, a elasticidade
continuaria sendo de 22,2/40 = 0,555.
496
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Elasticidade ao longo de curva de demanda

Apesar de parecer contra intuitivo à primeira vista, a elasticidade varia ao longo de uma
curva de demanda linear. Isso porque a elasticidade é a razão das variações percentuais
de duas variáveis.

80

70
Elasticidade > 1
60

50
Elasticidade < 1
Preço

40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Quantidade

497
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Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda com
Demanda Demanda elasticidade
perfeitamente inelástica:
inelástica: unitária:
elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. Quant. 16 20 Quant.


19 20
Aumento no Aumento no preço Aumento no preço em
preço não altera em 22% diminuiu a 22% diminuiu a
em nada a quantidade quantidade demandada
quantidade demandada em em exatamente 22%.
demandada. apenas 5,13%.

498
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Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda Demanda
elástica: perfeitamente
elasticidade > 1 elástica:
elasticidade infinita
Preço

15 20 Quant. Quant.

Ao preço de R$ 8, os
Aumento no preço
consumidores comprarão
em 22% diminuiu a
qualquer quantidade.
quantidade
Acima de R$ 8, a
demandada em
demanda é zero e, abaixo
28,6%.
de R$ 8, infinita.

499
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Outras Elasticidades
Além da elasticidade-preço da demanda, podemos também enunciar pelo menos outras
três:

Ø Elasticidade-renda da demanda: mede o quanto varia a quantidade demandada


em função de uma alteração na renda do consumidor.
Ø Bens normais: elasticidade-renda da demanda positiva, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem também
aumenta;
Ø Bens inferiores: elasticidade-renda da demanda negativa, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem diminui;
Ø Bens necessários: elasticidade-renda positiva, mas baixa, pois são bens que
precisam ser consumidos, ainda que em menor quantidade;
Ø Bens supérfluos: elasticidade-renda positiva e bem elevada, pois os
consumidores podem passar um tempo sem consumi-los.

Variação percentual na quantidade demandada


Elasticidade-renda da demanda =
Variação percentual na renda

500
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Microeconomia
Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede o quanto varia a quantidade


demandada de determinado bem em função de uma alteração no preço de outro
bem.
Ø Bens substitutos: novamente o exemplo clássico da manteiga e da margarina.
Uma elevação no preço da manteiga levará a um aumento na quantidade
demandada de margarina. Logo, bens substitutos têm elasticidade-preço
cruzada da demanda positiva.
Ø Bens complementares: são aqueles que consumimos geralmente em pares
como, por exemplo, gasolina e automóveis. Um aumento no preço da gasolina
tende a reduzir a quantidade demandada de automóveis. Portanto, bens
complementares têm elasticidade-preço cruzada da demanda negativa.

Elasticidade-preço cruzada Variação percentual na quantidade demandada do bem 1


da demanda = Variação percentual do preço do bem 2

501
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Microeconomia
Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço da oferta: mede o quanto varia a quantidade ofertada de


determinado bem em função de uma alteração no preço.
Ø A oferta de um bem é dita elástica se a quantidade ofertada responde
substancialmente a mudanças no preço;
Ø Por sua vez, a oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde
pouco a variações no preço.
Ø O fator que mais influencia a elasticidade-preço da oferta é o prazo. Isso
porque, no curto prazo, a elasticidade é mais elástica e, em períodos mais
longos, menos elástica.

Variação percentual na quantidade ofertada


Elasticidade-preço da oferta =
Variação percentual do preço

502
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Microeconomia
Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta com
Oferta Oferta elasticidade
perfeitamente inelástica:
inelástica: unitária:
elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. 16 17 Quant. 16 20

Aumento no Aumento no Aumento no preço


preço não preço em 22% em 22% aumentou
altera em nada aumenta a a quantidade
a quantidade quantidade ofertada em
ofertada. ofertada em exatamente 22%.
apenas 6,1%.

503
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Microeconomia
Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta elástica: Oferta
elasticidade > 1 perfeitamente
elástica:
elasticidade infinita
Preço Preço
10
8

16 24 Quant.
Quant.
Aumento no preço em Ao preço de R$ 8, os
22% aumentou a produtores venderão
quantidade ofertada qualquer quantidade. Acima
em 40%. de R$ 8, a oferta é infinita e,
abaixo de R$ 8, é zero.

504
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Regulamentação Governamental e o Equilíbrio
As políticas governamentais para a economia podem impactar o equilíbrio de mercado.
Nesse sentido, destacamos quatro práticas que podem levar a esse desequilíbrio:

Ø Limites de preços: representa o limite máximo que um vendedor poderia cobrar


por seu produto. Comum nas épocas de hiperinflação no Brasil, o chamado controle
de preços teve efeitos pífios na prática;

Ø Impostos: a incidência de impostos sobre produtos e serviços naturalmente irá


aumentar o preço de equilíbrio e diminuir a quantidade nesse ponto de equilíbrio;

Ø Subsídios: pagamentos em dinheiro feito pelo governo a determinados setores de


produção que resultarão em um aumento na quantidade de equilíbrio e uma
redução no preço de equilíbrio;

Ø Cotas: parecido com o controle de preços, as cotas limitam a quantidade que pode
ser produzida, levando a um aumento do preço de equilíbrio.

505
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Preço
Limites de Preços
Se o preço máximo
Preço for estabelecido
PE máximo acima do preço de
equilíbrio, seu
efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço

Agora, se o preço
máximo for
estabelecido abaixo
Preço
do preço de
máximo
equilíbrio, haverá
QO Escassez QD escassez.
Quantidade

506
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Preço Limites de Preços
Se o salário mínimo
for estabelecido
PE abaixo do preço de
Salário equilíbrio, seu
mínimo efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço
Desemprego
Salário
mínimo Agora, se o preço
máximo for
PE estabelecido acima
do preço de
equilíbrio, haverá
Quantidade desemprego.
QD QE QO

507
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Preço
Impostos
A cobrança de impostos sobre os vendedores desloca
a curva de oferta para a esquerda. Isso irá mudar o
PIC Preço de Equilíbrio (PE) para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV
equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será inferior (QI).
Quantidade Já a cobrança de impostos incidente sobre os
Preço compradores desloca a curva de demanda para a
esquerda. Apesar de incidir agora sobre os
compradores, os efeitos serão idênticos: o Preço de
PIC Equilíbrio (PE) mudará para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será igualmente inferior (QI). Ou seja,
Quantidade consumidores e vendedores sempre dividirão o ônus
do tributo.
508
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Microeconomia
Preço
Cotas e Subsídios
A introdução de uma cota de produção, que
PC geralmente é definida para regular mercados,
estabelecendo um limite máximo de produção, tem
PE como efeitos a redução da quantidade ofertada de
QE para QC e, consequentemente, a elevação do
preço de PE para PC, assumindo que a cota foi
definida como sendo uma quantidade inferior à de
QC QE Quantidade equilíbrio. Se a cota for definida a uma quantidade
superior à de equilíbrio, o efeito será inócuo.
Preço
Já o estabelecimento de subsídios desloca a curva de
PSV oferta para a direita. Com isso, a quantidade
ofertada sobe de QE para QS. Já os novos preços se
PE
PSC comportam da seguinte forma: os vendedores
passam a receber um preço maior, PSV, por conta do
subsídio que recebem, e os consumidor passam a
QE QS pagar um preço inferior, PSC.
Quantidade

509
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Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
Dois efeitos muito importantes podem ser enunciados quando o preço de um
determinado produto cai. Suponha que um consumidor tem duas opções de compra:
refrigerante e cachorro quente. Se o preço do refrigerante cair, haverá duas
consequências:

Ø Efeito Renda: com a queda do preço do refrigerante, o consumidor se sente mais


“rico”, pois agora, com a mesma renda, pode comprar mais refrigerante e mais
cachorro quente. Esse é o efeito renda!

Ø Efeito Substituição: mas ele pode pensar também o seguinte – como o


refrigerante está mais barato, posso comprar mais latas de refrigerantes para cada
cachorro quente que eu abrir mão. Em outras palavras, como o cachorro quente está
agora relativamente mais caro, eu deveria comprar mais refrigerante e menos
cachorro quente. Esse é o efeito substituição!

510
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
E o que ele fará então?

Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais refrigerante e mais cachorro quente. Mas, pelo
Efeito Substituição, é mais vantajoso comprar mais refrigerante. Logo, como ambos os
efeitos atuam na direção de comprar mais refrigerante, o Efeito Total nos diz que ele
comprará mais refrigerante.

E sobre o cachorro quente? Não se pode afirmar, pois os Efeitos Renda e Substituição
operam em direções opostas. Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais cachorro quente;
mas, pelo Efeito Substituição, como o refrigerante ficou comparativamente mais barato que
o cachorro quente, ele deveria comprar menos cachorro quente e mais refrigerante. Tudo
dependerá da magnitude de cada um dos efeitos.

Resumindo: assumindo que o refrigerante é um bem normal, ou seja, se sua renda cresce,
você deseja consumir mais refrigerante. Assim, se o preço do refrigerante cair, o Efeito
Renda é positivo, o Efeito Substituição é Positivo e o Efeito Total também é positivo!

511
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
E se for um bem inferior, aquele que, se sua renda subir, você deseja consumir menos?
Nesse caso, o Efeito Renda será sempre negativo. Isso porque se o preço de um bem
inferior cair, você tende a consumir menos. Com a queda do preço, é como se sua renda
tivesse aumentado. Logo, você vai querer consumir bens normais ao invés de bens
inferiores.

O Efeito Substituição é sempre positivo para bens cujos preços estão caindo, pois é possível
comprar mais desse bem (agora mais barato) em substituição a outro que não teve redução
de preço. Então, mesmo sendo bem inferior, o efeito substituição é igualmente positivo.

Como o Efeito Renda é negativo e o Efeito Substituição é positivo, o Efeito Total depende
da magnitude de cada um desses efeitos.

512
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Microeconomia
Estruturas de Mercado
Em Microeconomia, temos quatro principais estruturas de mercado:

1. Monopólio
2. Oligopólio
3. Competição Perfeita
4. Competição Monopolística

Estrutura de
Tipos de Produtos Número de empresas Exemplos
Mercado
Monopólio Diversos Uma Saneamento básico
Cigarros, empresas
Oligopólio Diversos Poucas
aéreas no Brasil
Competição
Homogêneos Muitas Trigo, leite
Perfeita
Competição
Diferenciados Muitas Livros, restaurantes
Monopolística

513
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Microeconomia
Competição Perfeita
A Competição Perfeita é caracterizada pelos seguintes fatores:
Ø Há muitos compradores e vendedores no mercado;
Ø Os bens oferecidos são homogêneos;
Ø Os participantes são tomadores de preços;
Ø As empresas podem entrar e sair livremente do mercado (barreiras de entrada e
saída praticamente inexistentes);
Ø Não há lucros econômicos no longo prazo.

E qual a decisão de um vendedor sobre quanto produzir e qual preço cobrar operando
em um mercado de competição perfeita? O vendedor buscará maximizar seu lucro
(contábil) no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Vamos ver o
gráfico seguinte para ficar mais claro!

514
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Competição Perfeita
Custos e Receita Custo Marginal

Custo Total Médio


P = RMg
Preço = Receita Marginal. Como são
tomadores de preço, os vendedores não
conseguem praticar outro preço que não
esse.
Custo Variável Médio

QMAX Quantidade

Enquanto a Receita Marginal (RMg) for maior que o Custo Marginal (CMg), o produtor
continuará aumentando sua produção. Porém, se o Custo Marginal se tornar superior à
Receita Marginal, então não fará sentido aumentar mais a produção. Portanto, o ponto de
maximização dos lucros ocorrerá no momento em que a Receita Marginal for igual ao Custo
Marginal.
515
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Microeconomia
Monopólio
O monopólio é uma estrutura de mercado em que uma empresa detém todo o mercado
de um bem. Isso altera totalmente as estruturas que vimos há pouco nos mercados em
concorrência perfeita.

O Monopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:


Ø Uma única empresa detém todo o mercado e, portanto, é formadora de preços
(ao contrário da competição perfeita, em que os vendedores eram tomadores de
preços);
Ø O monopolista aufere lucros econômicos, mesmo no longo prazo;
ØHá enormes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como
único vendedor de seu mercado.
Ø Recurso-chave necessário para a produção é exclusivo de uma empresa;
Ø Regulamentação do governo: concessão a uma única empresa do direito
exclusivo de produzir determinado bem;
Ø Economia de escala (monopólio natural): uma única empresa consegue
fornecer determinado bem a um custo significativamente inferior.

516
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Custo
Monopólio
Preço Marginal

PMon Custo Total Médio


P = RMg
Conc. Lucro
Perfeita
Custo
Receita
Total Demanda
Médio Marginal
QMon QConc Quantidade
Perfeita

No Monopólio, a curva de demanda é negativamente inclinada, conforme a Lei Geral da


Demanda. O Monopolista também maximizará seu lucro no ponto em que Receita Marginal
for igual ao Custo Marginal. Porém, como ele é formador de preços, o monopolista venderá
exatamente o que a demanda estiver disposta a consumir nesse ponto. O resultado é que o
preço é maior e a quantidade, menor, se comparados aos preços e quantidades da
Competição Perfeita.
517
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Competição Monopolística
A Competição Monopolística é uma estrutura de mercado que se situa entre o monopólio e a
competição perfeita. Nesse sentido, há empresas que enfrentam concorrência, mas não tão
rigorosas como na competição perfeita a ponto de serem tomadoras de preço. Por sua vez, há
empresas com certo grau de poder de mercado, mas não a ponto de serem monopolistas.

Alguns exemplos de mercados com competição monopolística: livros, restaurantes, educação


em geral, vestuários, entre outros.

A Concorrência Monopolística é caracterizada pelos seguintes fatores:


Ø Baixas barreiras de entrada: empresas podem entrar e sair do mercado sem muitas
restrições; contudo, haverá um ajuste no número de empresas até que o lucro
econômico se torne zero;
Ø Diferenciação de produtos: cada empresa consegue oferecer produtos ligeiramente
diferentes dos demais oferecidos por outras empresas (produtos similares, mas não
idênticos). Nesse sentido, ela não chega a ser tomadora de preços, mas se depara com
uma curva de demanda de inclinação descendente (conforme a Lei Geral da Demanda) e
elástica;
Ø Grande número de vendedores: há muitas empresas concorrendo pelos mesmos
clientes.
518
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal CURTO PRAZO
PMon Custo Total Médio

Lucro P = RMg
Conc.
Custo Perfeita
Total
Médio Receita
Marginal Demanda

QMon
Quantidade

No curto prazo, a Competição Monopolística é muito semelhante ao monopólio. Além disso,


as empresas operando sob a Competição Monopolística seguem as regras de maximização de
lucros, produzindo no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Nesse
ponto, projeta-se a quantidade e o preço sobre a curva da demanda (como no monopólio) e
temos a quantidade e o preço nesse cenário, o que leva a lucros econômicos no curto prazo!

519
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal LONGO PRAZO
Custo Total Médio

Preço =
Custo
Total
Médio

Demanda Demanda
inferior
Quantidade Receita
que Marginal Quantidade
maximiza o
lucro
Porém, essa situação de lucro econômico positivo é efêmera pois, nesse mercado, há poucas
barreiras de entrada. Logo, novas empresas passarão a ofertar o produto e, com isso, há uma
redução da demanda para cada empresa, deslocando para a esquerda a curva de demanda.
Com isso, à medida que cai a demanda para cada empresa, seus lucros também diminuem,
até que chegam a zero. Portanto, no longo prazo, a estrutura se parece uma competição.

520
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Oligopólio
O oligopólio é uma estrutura de mercado com poucos competidores.

O Oligopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:

Ø Poucos vendedores;
Ø Grandes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como único
vendedor de seu mercado;
Ø Interdependência entre os concorrentes: há uma tensão entre cooperação e
interesse próprio. Por um lado, os oligopolistas se beneficiam quando cooperam
entre si e atuam como monopolistas; por outro lado, como cada um se preocupa
com o próprio lucro, é possível que tomem medidas capazes de impedir que um
grupo de empresas mantenha seus resultados cooperativos. Em outras palavras, o
que um faz interfere no que o outro fará!

521
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Oligopólio
Oligopólios podem atuar como monopolistas desde que façam um conluio, ou seja, um
acordo sobre a produção e os preços entre as empresas. E o grupo de empresas que age
de acordo com esse combinado é chamado cartel.

Porém, na prática, a cooperação necessária é muitas vezes difícil de se manter. Uma das
explicações disso vem da Teoria dos Jogos, especificamente do Dilema dos Prisioneiros.

O Dilema dos Prisioneiros relata uma história de dois criminosos capturados pela polícia.
A polícia tem provas suficientes para incriminá-los por determinado crime e suspeita que
ambos criminosos tenham cometido um assalto a banco juntos, mas não tem provas
suficientes com relação a esse crime maior.

A polícia propõe a eles o seguinte: se um deles confessar o assalto a banco e acusar o


companheiro, ele estará livre e o companheiro ficará 20 anos preso. Contudo, se ambos
confessarem o assalto a banco, eles podem ficar presos por menos tempo, 8 anos. Porém,
se nenhum dos dois confessar, ambos ficarão presos por apenas 1 anos.

522
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Oligopólio
Em resumo, cada um tem duas estratégias: confessar ou não confessar. Porém, a sentença
que cada um receberá dependerá do que o outro fizer.

Ambos pensam o seguinte: se meu colega não confessar, é melhor eu confessar, pois
estarei livre. Agora, se meu colega confessar, também é melhor eu confessar, pois assim
ficarei preso por 8 anos. Logo, a estratégia dominante é confessar, pois a melhor para
cada um dos jogadores, independente do que o outro fizer.

Contudo, o melhor era nenhum dos dois confessar, pois cada um ficaria preso por apenas
um ano. Mas, ao perseguirem os interesses próprios, os dois chegam a resultados piores
para ambos.

Essa é uma das teorias que tenta explicar por que oligopólios poderiam funcionar como
monopólios na teoria, mas não conseguem fazê-lo na prática!

523
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Microeconomia
Outro modelo de oligopólio afirma Preço Oligopólio
existir uma curva de demanda
Demanda MAIS
“quebrada”, isto é, com duas inclinações
elástica
diferentes. Na parte superior, a Ponto de quebra
demanda é seria mais elástica e, na
parte inferior, menos elástica. Em outras
palavras, se uma empresa aumentasse Demanda
os preços para pontos acima do ponto MENOS elástica
de quebra, em que os consumidores são
mais sensíveis a mudanças de preços,
ela não conseguiria aumentar muito seu
faturamento, visto que seu concorrente
dificilmente subirá os preços para acima Quantidade
do ponto de quebra.
Por sua vez, reduzir os preços para abaixo do ponto de quebra também não seria
interessante. Nesse ponto, além de os consumidores serem mais insensíveis (demanda
menos elástica) a preços, provavelmente o concorrente também reduzirá seus preços e todos
sairiam perdendo.

524
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Microeconomia
Resumo das Estruturas de Mercado
Competição Concorrência
Monopólio Oligopólio
Monopolística Perfeita
Barreiras de Praticamente
Grandes Grandes Pequenas
entrada inexistentes
Quantidade
Uma Poucas Inúmeras Inúmeras
de empresas
Depende de como
Lucro Apenas no curto
Sim se comportam os Não
econômico prazo
participantes
Consegue Formadora de Sim, embora com Tomadora de
Sim
definir o preço Preços menos força Preços
Formato da
curva de Decrescente Decrescente Decrescente Plana
demanda
Receita Depende de como
Maximização Receita Marginal Receita Marginal =
Marginal = se comportam os
dos Lucros = Custo Marginal Custo Marginal
Custo Marginal participantes
525
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Capítulo 6
Conduta & Relacionamento
526
526
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

6.1 Princípios É9cos

527
527
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Disposições Gerais
Analista de valores mobiliários é a pessoa natural ou jurídica que, em caráter profissional,
elabora relatórios de análise des4nados à publicação, divulgação ou distribuição a
terceiros, ainda que restrita a clientes.

Para os fins do Código de Conduta da Apimec, e conforme definido na Resolução CVM 20,
a expressão “relatório de análise” significa quaisquer textos, relatórios de
acompanhamento, estudos ou análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre
emissores de valores mobiliários determinados que possam auxiliar ou influenciar
inves4dores no processo de tomada de decisão de inves4mento.

Exposições públicas, apresentações, vídeos, reuniões, conferências telefônicas e


quaisquer outras manifestações não escritas, cujo conteúdo seja @pico de relatório de
análise, são equiparadas a relatórios de análise, para os fins do disposto no Código.

O Código não se aplica a pessoas naturais ou jurídicas que desenvolvam a4vidades de


classificação de risco. E a aPvidade de análise de valores mobiliários é privaPva de
analistas de valores mobiliários credenciados junto a en4dade credenciadora autorizada
pela CVM.
528
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Código de Conduta Apimec


Disposições Gerais
O Código de Conduta da Apimec estabelece normas rela4vas à atuação do Analista de
Valores Mobiliários visando:
Ø O fortalecimento da profissão do Analista, através do incenPvo a:
Ø sua conRnua capacitação técnica;
Ø seu compromePmento com a independência e objePvidade das análises;
Ø seu compromisso com a condução de suas aPvidades sempre de forma
diligente, buscando elevar o nível de excelência dos mercados;
Ø seu respeito aos demais Analistas, suas opiniões e análises; e
Ø seu respeito ao InvesPdor de forma a sempre privilegiar os interesses
deste.
Ø A aderência e cumprimento das normas, em especial as referentes à aPvidade
do Analista;
Ø O fortalecimento da Autorregulação; e
Ø A integridade dos mercados de capitais e de seus parPcipantes.
O Código abrange o Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural no exercício da
profissão, o Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica e as Ins4tuições integrantes
do sistema de distribuição que exerçam a a4vidade de analista de valores mobiliários,
bem como o conjunto de portadores do CNPI, CNPI-T e CNPI-P.
529
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Disposições Gerais
No exercício de sua profissão, o Analista deve aderir aos seguintes Princípios Gerais:
Ø Probidade, boa fé e é4ca profissional: deve elaborar os relatórios de análise
empregando todo o cuidado e diligência esperado de um profissional na sua posição;
Ø Hones4dade, integridade e equidade: deve observar os mais elevados padrões de
honesPdade, integridade e equidade de forma a manter a confiança do invesPdor
em sua profissão;
Ø Prudência e diligência: deve conduzir suas aPvidades com cuidado, diligência e
prudência compaRveis com as expectaPvas do invesPdor e de seu empregador,
dando a ambos o conforto em relação à qualidade do trabalho;
Ø Independência e obje4vidade: as análises devem sempre reflePr o melhor juízo
do autor, nunca sendo influenciadas por pressões ou beneZcios a que este possa
estar sujeito;
Ø Competência profissional: deve sempre procurar manter e aperfeiçoar sua
competência técnica, seu conhecimento dos instrumentos, insPtuições e normas que
regem o mercado e das informações perPnentes ao exercício de sua profissão; e
Ø Cumprimento das leis e normas: deve cumprir todas as normas e leis a que esteja
sujeito.

530
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
O Código de Conduta traz as seguintes Regras de Condutas, que serão dirimidas a seguir:
Ø Potenciais situações de conflitos de interesses no exercício da aPvidade de
analista;
Ø Compromisso de busca por informações idôneas e fidedignas para serem
uPlizadas em análises, recomendações e apresentações;
Ø Dever de Independência do Analista inclusive frente à pessoa ou insPtuição a que
esPver vinculado;
Ø Dever de cumprir as instruções e demais normas emi4das pela CVM que tratam
da aPvidade de Analista de Valores Mobiliários;
Ø Uso de informação privilegiada;
Ø Integridade dos mercados;
Ø Priorização do inves4dor e tratamento equita4vo;
Ø Dever de buscar o aprimoramento técnico;
Ø Comunicação, publicidade e linguagem;
Ø Relatórios de análise; e
Ø Do Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica.

531
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Com relação a Potenciais Situações de Conflitos de Interesses no Exercício da A4vidade
do Analista, o Código afirma que é vedado ao Analista, pessoa natural e jurídica, bem
como aos demais profissionais que efePvamente parPcipem da formulação dos relatórios
de análise:
Ø emiPr relatórios de análise com a finalidade de obter, para si ou para outrem,
vantagem indevida;
Ø omi4r informação sobre conflito de interesses nas informações e comunicações de
cunho insPtucional e publicitário, nos relatórios de análise e em qualquer meio em
relação ao qual o Analista se manifeste sobre o relatório de análise;
Ø negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores
mobiliários objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivaPvos lastreados em
tais valores mobiliários por um período de 30 dias anteriores e 5 dias posteriores à
divulgação do relatório de análise sobre tal valor mobiliário ou seu emissor.

532
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
O Código também afirma que é vedado ao Analista:
Ø negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores
mobiliários objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivaPvos lastreados em
tais valores mobiliários em sen4do contrário ao das recomendações ou conclusões
expressas nos relatórios de análise que elaborou por 6 meses contados da divulgação
de tal relatório; ou até a divulgação de novo relatório sobre o mesmo emissor ou
valor mobiliário, caso ocorra antes desse prazo;
Ø parPcipar, direta ou indiretamente, em qualquer a4vidade relacionada a oferta
pública de distribuição de valores mobiliários, incluindo esforços de venda de
produto ou serviço no âmbito do mercado de valores mobiliários e esforços para
angariação de novos clientes ou trabalhos;
Ø parPcipar da estruturação de aPvos financeiros e valores mobiliários;
Ø parPcipar, direta ou indiretamente, de qualquer aPvidade ligada à consultoria
financeira em operações de fusões e aquisições; e
Ø divulgar o relatório de análise ou seu conteúdo, ainda que parcialmente, para
pessoa que não faz parte da equipe de análise, em especial, o emissor objeto da
análise ou cujos valores mobiliários sejam objeto da análise, antes de sua
publicação, divulgação ou distribuição por meio dos canais adequados.
533
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Como exceção, o código permite ao Analista a negociação com cotas de fundos de
inves4mento, exceto se o Analista puder influenciar, direta ou indiretamente, a
administração ou gestão do fundo ou ainda se o fundo concentre seus invesPmentos em
setores ou empresas cobertos pelos relatórios produzidos pelo Analista.

Outra exceção diz respeito à par4cipação em a4vidade relacionada a oferta pública de


distribuição de valores mobiliários - o Analista pode parPcipar desde que as aPvidades do
Analista tenham por objePvo a educação dos invesPdores. Nesses casos, o Analista :
Ø deve uPlizar relatórios de análise sem a indicação de recomendação;
Ø não deve se comunicar com os invesPdores na presença de qualquer pessoa
ligada à área de distribuição de produto ou serviço ao ao emissor; e
Ø a pessoa jurídica a que o Analista de Valores Mobiliários pessoa natural esteja
vinculado tenha registros, por escrito, dos inves4dores que par4ciparam da
a4vidade de educação do invesPdor.

534
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Ainda como exceção, as aPvidades de: i. negociação de valores mobiliários objeto dos
relatórios de análise; ii. parPcipação em aPvidade relacionada à oferta pública de
distribuição de valores mobiliários; iii. ParPcipação da estruturação de aPvos financeiros e
valores mobiliários; e iv. parPcipação de aPvidade ligada à consultoria financeira em
operações de fusões e aquisições são permi4das desde que tais operações e aPvidades
sejam realizadas por outros departamentos da pessoa jurídica, tendo sido assegurada a
segregação das a4vidades em relação ao departamento de análise.

Como úlPma exceção, é permiPdo divulgar o relatório de análise ou seu conteúdo, ainda
que parcialmente, para pessoa que não faz parte da equipe de análise, em especial, o
emissor objeto da análise ou cujos valores mobiliários sejam objeto da análise, antes de
sua publicação:
Ø em casos em que as partes factuais do relatório tenham sido divulgadas a
terceiros com o objePvo de verificar a veracidade das informações ali conPdas; e
Ø à revisão por assessores jurídicos e pela área de controles internos.

535
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
É vedado ao Analista aceitar bene_cios que de alguma forma possam ter por obje4vo
influenciar suas análises, em parPcular, receber:
Ø presentes em desconformidade com a políPca específica da InsPtuição em que
atue. Caso a InsPtuição em que atue não possua políPca sobre tal quesito, deverá
ser seguida orientação específica a ser emiPda pelo CSA (Conselho de Supervisão
do Analista de Valores Mobiliários), que restrinja quaisquer presentes àqueles de
pequeno valor;
Ø no exercício de sua aPvidade de Analista, quaisquer Ppos de beneZcio ou
compensação estranhos ao estabelecido em seu contrato profissional; e
Ø privilégios, inclusive em situações como as de viagens para sede ou dependências
de empresas emissoras de valores mobiliários.
Na determinação de uma situação de privilégio será levado em conta o grau de
exclusividade do beneZcio e seu valor financeiro.

536
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Demais situações nas quais surja, em algum nível, um conflito ou aparência de conflito de
interesses devem ser claramente explicitadas para o Inves4dor.

São exemplos:
Ø As situações Ppificadas pela CVM como sendo de conflito de interesse e que
exigem que o Analista inclua declarações específicas nos seus relatórios ou outras
comunicações, conforme Resolução CVM 20; e
Ø Outras situações, tais como: assentos em conselhos de companhias emissoras ou
parPcipação relevante em companhias concorrentes de emissores por parte do
Analista ou insPtuição com a qual mantém vínculo e contratos relevantes
firmados com as companhias emissoras, devem também ser explicitados, se for o
caso.

537
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Com relação a Compromissos de busca por informações idôneas e fidedignas para serem
u4lizadas em análises, recomendações e apresentações, o Código afirma que o Analista
deve zelar pela idoneidade e fidedignidade de suas informações, estando pronto para
apresentar fontes e bases metodológicas das análises.
Ø Além disso, o Analista deve possuir uma base razoável que suporte suas opiniões,
calcada em dados, informações, técnicas e metodologias que aPnjam todos os
aspectos que julgar relevantes da matéria;
Ø Arquivos e outras informações que deem suporte às conclusões de um Relatório
de Análise devem ser disponibilizadas à InsPtuição empregadora para a guarda
por período de 5 anos; e
Ø Alterações metodológicas que tendam a modificar as conclusões das análises
devem ser explicitadas
No uso de fontes secundárias, o Analista deve formar uma convicção de que tais fontes
são seguras. E, dentre outras ações, o Analista que se u4lizar do trabalho de outro
Analista assume a plena responsabilidade pelo cumprimento, nos relatórios de análise,
do conjunto das exigências do presente Código, da Resolução CVM 20 e das demais
normas que regulam a a4vidade.

538
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
É vedada a u4lização de trabalhos, conceitos, textos, números ou qualquer material
produzido por terceiros, sem a citação da fonte, exceto se o material uPlizado for da
própria insPtuição com a qual o analista mantenha vínculo.

São exemplos, não exausPvos, desta práPca:


Ø Cópia parcial ou total de material elaborado por terceiros, seja de forma literal,
seja com alterações visando ocultar a reprodução;
Ø Atribuir material ou ideias de outrem a fontes genéricas sem especificar seu
responsável;
Ø UPlização de dados, gráficos e outras informações preparadas por terceiros
citando apenas as fontes primárias;
Ø Cópia de sistemas, planilhas eletrônicas e algoritmos sem a busca da autorização
ou crédito ao autor.

539
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
O Analista deve divulgar os resultados de suas análises e suas opiniões com clareza e
precisão, sem omissão de informações relevantes e com a separação entre fatos e
opiniões, de forma a não induzir o inves4dor a erro ou interpretação equivocada. Isso se
aplica a qualquer Ppo de material, escrito ou não, que divulgue a posição do Analista,
ainda que não seja caracterizado como Relatório de Análise, tais como contatos
telefônicos, entrevistas e apresentações, entre outros.

Comunicações sucintas, tais como listas de ações recomendadas, devem conter aviso
quanto à possibilidade de acesso aos Relatórios de Análise detalhados que as suportam.
Além disso, o Analista deve se assegurar de que não induziu o inves4dor à conclusão de
que exista qualquer 4po de garan4a ou segurança nas recomendações ou que suas
conclusões são, de alguma forma, asseguradas pelos fatos.

540
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Por fim, o Analista deve informar o invesPdor quanto à existência de riscos nos
invesPmentos que recomendar.

No caso específico dos Relatórios de Análise, deve haver especial diligência no


atendimento às exigências regulamentares, conforme Resolução CVM 20.

O Analista deve fixar critérios claros para as recomendações/raPngs/preço-alvo dos


relatórios de análise e mapas de ações, tais como o significado de "compra", "venda”,
"manutenção" e assemelhados, assim como composição de taxas de desconto uPlizadas.

541
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Com relação ao Dever de independência do analista inclusive frente à pessoa ou
ins4tuição a que es4ver vinculado, o Código afirma que, em qualquer circunstância, cabe
ao analista o dever de resguardar sua independência e obje4vidade frente a influências
externas ou internas à insPtuição em que atue.

Influências muitas vezes são transmi4das na forma de pressões diretas ou indicações de


cursos de ação mais "adequados aos obje4vos da firma". O Analista deve dissociar-se de
pressões, apontando para a necessidade de cumprimento do presente Código e demais
obrigações legais e regulamentares.

Uma vez que as InsPtuições tendem a estabelecer posições desvinculadas das opiniões
individuais a respeito de determinado assunto ou indicação de invesPmento, será comum
que o analista se ache em uma situação de discordância em relação à posição
InsPtucional.

Nestas circunstâncias não há uma obrigatoriedade de divulgação da posição discordante.


O Analista deve, sim, se cerPficar de que a posição InsPtucional representa um ponto de
vista legíPmo e suportado por fatos e análises, não sendo fruto de influências, pressões
ou interesses.
542
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Com relação a Dever de cumprir as instruções e demais normas emi4das pela CVM que
tratem da a4vidade de Analista de Valores Mobiliários, o Código afirma que o Analista
tem o dever de cumprir com o disposto na Resolução CVM 20 e nas demais normas
emi4das pela CVM que tratem da aPvidade de Analista de Valores Mobiliários.

O Analista também tem o dever de cumprir com o disposto no Código, no Código dos
Processos da APIMEC e nas demais normas emiPdas pela APIMEC e seus órgãos internos,
incluindo as Deliberações InterpretaPvas, Deliberações NormaPvas e Acórdãos
Vinculantes.

O Analista deve conhecer e manter-se atualizado acerca das normas, instruções,


regulamentações e leis aplicáveis à sua a4vidade. Deve ainda zelar pelo cumprimento de
tais normas.

543
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
São condições necessárias para o Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural atestar o
seu conhecimento normaPvo:
Ø Aprovação no exame de Conteúdo Brasileiro do CNPI, CNPI-T ou CNPI-P; e
Ø A par4cipação no programa de Educação Con4nuada da APIMEC.

Ao zelar pelo cumprimento da norma, o Analista deve:


Ø Abster-se de praPcar atos em desconformidade com as normas vigentes;
Ø Desencorajar outros de fazê-lo; e
Ø Dissociar-se de quem o faça.

A ausência de políPcas e procedimentos adequados ou o não cumprimento de


determinações da CVM ou da APIMEC pela InsPtuição a qual o Analista mantém vínculo
não exime o Analista de suas obrigações perante o presente Código.

544
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Com relação a Uso de informação privilegiada, o Código afirma que a busca e o uso de
informação privilegiada são vedados ao Analista.

Consideram-se informações privilegiadas aquelas que sejam relevantes (isto é, possam


afetar a decisão de invesPmento) e não tenham sido divulgadas para o público em geral.

É vedado ao Analista assediar funcionários ou quaisquer pessoas vinculadas ao emissor,


tais como prestadores de serviços, na busca de informações privilegiadas.

O Analista deve dis4nguir entre a divulgação ao público em geral, feita por um canal
público, e a disseminação para um conjunto determinado de pessoas, por exemplo, um
conjunto de Analistas em uma conference call, ou reunião presencial restrita.

Caso uma informação relevante seja divulgada em ambiente restrito, o Analista deve
abster-se de u4lizar da informação e alertar o emissor da necessidade de proceder a
uma divulgação pública.

545
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Situações que possam dar margem à exposição a informações privilegiadas devem ser
evitadas.

Caso tal exposição ocorra de forma não voluntária, o Analista deve:


Ø Não tomar qualquer ação com base em tal informação; e
Ø Avisar o emissor a que se refere a informação e incenPvá-lo a promover sua
divulgação pública de forma clara e inequívoca.

O Analista não deve submeter seu relatório de análise à apreciação prévia do emissor
objeto de sua análise.

No curso de suas análises ou a parPr de contatos com os emissores, o Analista pode


chegar a conclusões sobre a situação presente ou futura do emissor que tenham impacto
sobre decisões de inves4mento. Tais conclusões não podem ser consideradas informação
privilegiada, conquanto sejam fruto do julgamento do Analista. Tais opiniões devem
estar, no entanto, claramente dis4ntas dos fatos que as embasam devendo o Analista
guardar registro de tais fatos.

546
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Com relação a Integridade dos mercados, o Código afirma que o Analista deve se abster
de prá4cas que possam ferir a integridade dos mercados ou de seus par4cipantes.

É vedado ao Analista disseminar informação falsa, repercu4r rumores, exagerar sobre


fatos ou ainda dar opinião diversa da constante do seu relatório de análise divulgado
publicamente, acerca do mesmo emissor e seus valores mobiliários.

Já com relação à Priorização do Inves4dor e Tratamento Equita4vo, o Código afirma que


o Analista deve colocar o interesse do inves4dor acima de seus próprios interesses ou
dos interesses da Ins4tuição com a qual mantenha vínculo.

O InvesPdor deve ter acesso prioritário aos resultados das análises, sendo vedado ao
Analista fornecer suas análises a terceiros antes de divulgá-las ao Inves4dor.

Além disso, o Analista deve observar as regras referentes à restrição de invesPmentos


após ou antes da emissão de um relatório, conforme Resolução CVM 20.

547
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Ainda com relação à Priorização do Inves4dor e Tratamento Equita4vo, o Código afirma
que o Analista deve tratar os invesPdores de maneira equitaPva.

Relatórios de Análise devem ser divulgados de forma equânime para todos os


inves4dores aderentes ao mesmo nível de serviços;

Nesse senPdo, restrições de acesso aos Relatórios de Análise aos assinantes ou outras
formas de tratamento diferenciado não ferem a presente regra, conquanto os diferentes
níveis de tratamento e os requisitos para a4ngi-los estejam de acordo com uma polí4ca
formal de tratamento equita4vo.

548
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Já com relação a Dever de buscar aprimoramento técnico, o Código afirma que é dever
do Analista buscar permanentemente o aprimoramento técnico.

A obtenção do CNPI, CNPI-T ou CNPI-P e a adesão ao Programa de Educação ConPnuada


da APIMEC são condições necessárias ao exercício pleno da profissão pelo Analista de
Valores Mobiliários Pessoa Natural.

A Pessoa Natural que não tenha obPdo tais cerPficações poderá parPcipar da elaboração
e assinatura de relatórios de análise, desde que seja acompanhado de, ao menos, um
Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural cer4ficado.

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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Já com relação a Comunicação, Publicidade e Linguagem, o Código afirma que o Analista
deve zelar para que as informações ou comunicações de cunho insPtucional e publicitário
relaPvas aos seus serviços sejam verdadeiras, consistentes e não induzam inves4dores a
erro.

O Analista deve uPlizar linguagem serena e moderada em todas as suas informações e


comunicações de cunho insPtucional e publicitário. Além disso, as informações e
comunicações proferidas pelo Analista não podem conter promessa de rentabilidade
futura ou assegurar ou sugerir a existência de garan4a de resultados futuros ou a
isenção de risco para o inves4dor.

As regras dessa seção abrangem todas as divulgações realizadas pelo Analista por meio de
jornais, revistas, vídeos, rede mundial de computadores, programas, aplicaPvos,
mensagens eletrônicas ou qualquer outro meio de comunicação.

550
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Ainda com relação a Comunicação, Publicidade e Linguagem, caso as informações ou
comunicações feitas pelos mais diversos meios pelo Analista apresentem incorreções ou
impropriedades que possam induzir o invesPdor a erro, a CVM ou a enPdade
credenciadora podem exigir:
Ø a cessação da divulgação da informação; e
Ø a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar a
informação original, de re4ficações e esclarecimentos, devendo constar, de
forma expressa, que a informação está sendo republicada por determinação da
CVM ou da enPdade credenciadora, conforme o caso, e, de forma destacada, qual
é a informação que está sendo rePficada ou esclarecida.

551
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Por fim, no que diz respeito a Relatórios de Análise, o Código afirma que os relatórios
deve ser escritos em linguagem clara e obje4va, diferenciando dados factuais de
interpretações, projeções, es4ma4vas e opiniões.

Sempre que possível e adequado, dados factuais devem vir acompanhados de indicação
de suas fontes e as projeções e esPmaPvas devem vir acompanhadas das premissas
relevantes e metodologia adotadas.

O Código também afirma que os relatórios de análise devem ser assinados por, ao
menos, um analista de valores mobiliários credenciado.

552
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Ainda no que diz respeito a Relatórios de Análise, o Código afirma que o Analista de
Valores Mobiliários Pessoa Natural signatário do relatório deve incluir em todos os seus
relatórios de análise, de forma clara e com o devido destaque, declarações:
Ø atestando que as recomendações do relatório de análise refletem única e
exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma
independente, inclusive em relação à pessoa jurídica à qual esteja vinculado, se
for o caso; e
Ø informando o invesPdor caso ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na
elaboração do relatório de análise estejam em situação que possa afetar a
imparcialidade do relatório ou que configure ou possa configurar conflito de
interesses, incluindo, mas não se limitando aos casos em que:
Ø i. ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na elaboração do relatório
tenham vínculo com pessoa natural que trabalhe para o emissor objeto do
relatório de análise, esclarecendo a natureza do vínculo;
Ø ii. ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na elaboração, seus cônjuges ou
companheiros, sejam direta ou indiretamente, em nome próprio ou de
terceiros, Ptulares de valores mobiliários objeto do relatório de análise;

553
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Ainda no que diz respeito a Relatórios de Análise, o Código afirma que o Analista de
Valores Mobiliários Pessoa Natural signatário do relatório deve incluir em todos os seus
relatórios de análise, de forma clara e com o devido destaque, declarações:
Ø informando o invesPdor caso ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na
elaboração do relatório de análise estejam em situação que possa afetar a
imparcialidade do relatório ou que configure ou possa configurar conflito de
interesses, incluindo, mas não se limitando aos casos em que:
Ø iii. ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na elaboração, seus cônjuges ou
companheiros, estejam direta ou indiretamente envolvidos na aquisição,
alienação ou intermediação dos valores mobiliários objeto do relatório de
análise;
Ø iv. ele ou quaisquer dos Analistas envolvidos na elaboração, seus cônjuges ou
companheiros, tenham direta ou indiretamente, qualquer interesse
financeiro em relação ao emissor objeto do relatório de análise, exceto
referente a negociações com cotas de fundos de invesPmento; e
Ø v. a sua remuneração ou a de quaisquer dos Analistas seja, direta ou
indiretamente, influenciada pelas receitas provenientes dos negócios e
operações financeiras realizadas pela pessoa a que esteja vinculado.
554
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Ainda no que diz respeito a Relatórios de Análise, o Código afirma que o analista de
valores mobiliários pessoa natural deve informar o conteúdo de tais declarações
previstas quando houver qualquer situação que possa afetar a imparcialidade do
relatório ou que configure ou possa configurar conflito de interesse, caso se verifique
uma das situações mencionadas anteriormente a esse respeito em exposições públicas,
apresentações, vídeos, reuniões, conferências telefônicas e quaisquer outras
manifestações não escritas das quais parPcipe para divulgação ou discussão do relatório
de análise que tenha elaborado ou cujo conteúdo seja Rpico de relatório de análise.

Concluindo as situações de conflitos de interesse, tais medidas não se aplicam em


reuniões com um único cliente ou inves4dor ou telefonemas dos quais par4cipem o
analista de valores mobiliários pessoa natural, de um lado, e um único cliente ou
inves4dor, de outro.

555
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
ConPnuando as considerações a respeito de Relatórios de Análise, o Código afirma que os
Analistas de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica são responsáveis por declarar, sempre
que aplicável, de forma clara e com o devido destaque, em todos os relatórios de análise
que publicarem, divulgarem ou distribuírem, situações que possam afetar a
imparcialidade do relatório de análise ou que configurem ou possam configurar conflito
de interesses.

556
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
São exemplos de conflito de interesses situações em que os Analistas de Valores
Mobiliários Pessoa Jurídica, suas controladas, seus controladores ou sociedades sob
controle comum:
Ø tenham parPcipações societárias relevantes no emissor objeto do relatório de
análise ou em que o emissor objeto do relatório de análise, suas controladas, seus
controladores ou sociedades sob controle comum tenham parPcipações
relevantes nos Analistas de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica, suas controladas,
seus controladores ou sociedades sob controle comum;
Ø tenham interesses financeiros e comerciais relevantes em relação ao emissor ou
aos valores mobiliários objeto do relatório de análise;
Ø estejam envolvidas na aquisição, alienação ou intermediação dos valores
mobiliários objeto do relatório de análise; e
Ø recebam remuneração por outros serviços prestados para o emissor objeto do
relatório de análise ou pessoas a ele ligadas.

557
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Em tais situações, o Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural atuando em nome de
Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica deve informar o conteúdo das declarações
em exposições públicas, apresentações, vídeos, reuniões, conferências telefônicas e
quaisquer outras manifestações não escritas das quais parPcipe para divulgação ou
discussão do relatório de análise que tenha elaborado ou cujo conteúdo seja Rpico de
relatório de análise.

As únicas exceções a essa regra são em casos de reuniões com um único cliente ou
invesPdor ou telefonemas dos quais parPcipem o analista de valores mobiliários, de um
lado, e um único cliente ou invesPdor, de outro.

558
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Os Analistas são responsáveis por:
Ø enviar os relatórios de análise à enPdade credenciadora, em 3 dias úteis da data
em que tais relatórios forem distribuídos; e
Ø manter os relatórios de análise arquivados por 5 anos, a contar da data em que
tais relatórios forem distribuídos.

Os Analistas de Valores Mobiliários Pessoa Natural que atuem exclusivamente vinculados


às pessoas jurídicas estão dispensados de tais exigência, cabendo tal obrigação, nesses
casos, às referidas pessoas jurídicas.

A pessoa que distribuir, no Brasil, relatórios de análise sobre emissores de valores


mobiliários negociados no Brasil ou em relação aos quais haja esforço de venda no Brasil,
elaborados por analistas de valores mobiliários residentes e domiciliados em outras
jurisdições, é responsável por obter as declarações exigidas pelo Código.

E, por fim, tais relatórios de análise não precisam ser assinados por ao menos um Analista
de Valores Mobiliários credenciado.

559
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Por úlPma, com relação às exigência do Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica, o
Código afirma que tal Analista deve, além das demais regras do Código:
Ø Desenvolver e implementar regras de procedimentos e controles internos de
acordo com as determinações impostas na Resolução CVM 20 divulgá-las de
maneira pública em sua página na internet;
Ø Comunicar à APIMEC e à CVM, no prazo de até 5 dias úteis, qualquer conduta dos
Analistas de Valores Mobiliários Pessoa Natural a ele vinculados, que possa
configurar indício de infração às normas do Código de Conduta ou às normas
emiPdas pela CVM;
Ø InsPtuir estrutura organizacional que impeça o surgimento de aPvidades em
conflito de interesses e que assegure a imparcialidade da opinião emiPda nos
relatórios de análise e do seu corpo funcional; e
Ø Cumprir com as regras de conduta e credenciamento de Analista previstas na
Resolução CVM 20.

560
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Código de Conduta Apimec


Regras de Conduta do Analista
Além disso, com relação às exigência do Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica, o
Código afirma que tal Analista deve, além das demais regras do Código:
Ø quando exercer outras aPvidades que podem ensejar potenciais conflitos de
interesses, segregar fisicamente as instalações onde a equipe de análise
desenvolve suas a4vidades;
Ø dar à APIMEC acesso às suas instalações, arquivos e documentos relaPvos às
regras, procedimentos e controles internos relacionados ao cumprimento deste
Código, para que ela possa exercer as funções fiscalizadoras que lhes são
atribuídas pela Resolução CVM 20;
Ø estruturar a remuneração do seu corpo funcional de modo a preservar a sua
imparcialidade.

Tais regras, procedimentos e controles internos decorrentes devem prever, ao menos:


formas de idenPficação das situações de conflito de interesses, formas de administração
das situações de conflito de interesses e Ppo e forma de contato que o analista de valores
mobiliários pode ter com os emissores objeto de suas análises.

561
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Código de Conduta Apimec
Regras de Conduta do Analista
Finalmente, ainda com relação às exigência do Analista de Valores Mobiliários Pessoa
Jurídica, o Código afirma que tais analistas PJ devem tomar todas as medidas necessárias
para que suas equipes de análise sejam formadas por, no mínimo 80% de Analistas de
Valores Mobiliários Pessoas Naturais credenciados junto à APIMEC.

Os Analistas de Valores Mobiliários PJ devem comunicar à en4dade credenciadora o


desenquadramento em relação a tal percentual em até 15 dias da data do início do
desenquadramento, com as devidas jusPficaPvas, tendo 90 dias, contados do início do
desenquadramento, para recompor o percentual de Analistas de Valores Mobiliários
Pessoas Naturais credenciados exigido. Além disso, o reenquadramento deve ser
comunicado à enPdade credenciadora em até 15 dias de sua ocorrência.

Por fim, os Analistas de Valores Mobiliários que prestem serviço de análise para
administradores de carteiras de valores mobiliários devem anualmente, até o dia 31 de
março, enviar à APIMEC a relação de todos os gestores para os quais tais serviços e, em
caso de interrupção na prestação dos serviços, avisar à APIMEC em até 30 dias.

562
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Credenciamento do Analista
O exercício pleno da condição de Analista de Valores Mobiliários, Pessoa Natural ou
Jurídica, depende do prévio credenciamento do profissional junto a enPdade
credenciadora autorizada pela CVM (Apimec).

É obrigatório o credenciamento, nos termos da Resolução CVM 20 de:


Ø Todos os Analistas de Valores Mobiliários, Pessoa Natural;
Ø Todas as insPtuições integrantes do sistema de distribuição que exerçam aPvidade
de Analista de Valores Mobiliários; e
Ø Qualquer pessoa jurídica que exerça a aPvidade de Analista de Valores
Mobiliários.

Ao se cadastrar, o Analista deve se classificar nas categorias abaixo, conforme o caso:


Ø Analista Pessoa Natural ou;
Ø InsPtuição integrante do sistema de distribuição ou;
Ø Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica.

563
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Credenciamento do Analista
Para conceder e manter o credenciamento do Analista de Valores Mobiliários Pessoa
Natural, será necessário:
Ø Possuir graduação em curso de nível superior;
Ø A aprovação nos exames do CNPI, CNPI-T ou CNPI-P;
Ø O preenchimento de formulário de cadastro próprio;
Ø A assinatura do Termo de Adesão ao presente Código;
Ø Ter reputação ilibada;
Ø Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em insPtuições
financeiras e demais enPdades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo BC, pela
SUSEP ou pela PREVIC;
Ø A assinatura de documento atestando que o postulante não foi condenado por
crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato,
"lavagem" de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores, contra a economia
popular, a ordem econômica, as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade pública, o sistema financeiro nacional, ou a pena criminal que vede,
ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, por decisão transitada
em julgado, ressalvada a hipótese de reabilitação;
Ø Não possuir ou manter registro como agente autônomo de inves4mento.
564
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Credenciamento do Analista
Para conceder e manter o credenciamento do Analista de Valores Mobiliários Pessoa
Jurídica será necessário:
Ø Possuir sede no Brasil;
Ø Possuir, em seu objeto social, a aPvidade de análise de valores mobiliários;
Ø Estar regularmente consPtuído no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ;
Ø Comprovar que atribuiu a responsabilidade pela aPvidade de análise de valores
mobiliários a um Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural já credenciado
pela APIMEC em seu contrato ou estatuto social, o qual terá a função de definir e
supervisionar as diretrizes e metodologias adotadas nas análises e respecPvos
relatórios, assim como a verificação da sua consistência e conformidade com as
premissas da insPtuição;
Ø Comprovar que atribuiu a responsabilidade pela implementação e cumprimento
de regras, procedimentos e controles internos a um diretor estatutário;
Ø Não possuir entre seus sócios controladores diretos ou indiretos pessoas que não
cumpram com os requisitos previstos para Analistas Pessoa Natural; e
Ø ConsPtuir e manter recursos humanos e computacionais adequados ao porte e à
sua área de atuação.

565
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Credenciamento do Analista
O responsável pela aPvidade de análise de valores mobiliários e o diretor estatutário
responsável pela implementação e cumprimento de regras, procedimentos e controles
internos não podem obter ou manter registro como agente autônomo de inves4mento.

Na hipótese de impedimento do responsável pela aPvidade de análise de valores


mobiliários por prazo superior a 30 dias, o subsPtuto deve assumir a referida
responsabilidade, devendo a APIMEC ser comunicada, por escrito, no prazo de 1 dia úPl a
contar da sua ocorrência.

As funções de diretor estatutário responsável pela implementação e cumprimento de


regras, procedimentos e controles internos e de responsável pela a4vidade de Analista
de Valores Mobiliários não podem ser exercidas pela mesma pessoa.

O responsável pela aPvidade de análise de valores mobiliários não pode ser responsável
por qualquer outra a4vidade no mercado de valores mobiliários, na pessoa jurídica ou
fora dela.

566
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Credenciamento do Analista
O responsável pela a4vidade de análise de valores mobiliários e o diretor estatutário
responsável pela implementação e cumprimento de regras, procedimentos e controles
internos podem ser responsáveis pela mesma a4vidade em sociedades controladoras,
controladas, coligadas ou sob controle comum.

O Analista deve estar adimplente com suas obrigações frente à APIMEC e às condições de
manutenção de sua cerPficação e credenciamento, inclusive com o pagamento de taxa de
credenciamento para o exercício de sua aPvidade.

O Analista credenciado poderá licenciar-se pelo período total e improrrogável de até 3


anos, ficando isento do pagamento das taxas e das demais responsabilidades previstas no
Código. Nesse caso, o Analista fica impedido de desempenhar as aPvidades privaPvas dos
Analistas credenciados. Após o período de 3 anos o Analista que não enviar carta à
APIMEC solicitando o cancelamento de seu credenciamento terá o seu credenciamento
restabelecido automaPcamente. Por fim, o Analista cujo credenciamento foi restabelecido
deverá atender a todas as exigências da condição de credenciado, tais como o pagamento
da taxa de credenciamento e do PEC - Programa de Educação ConPnuada da APIMEC.

567
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Conduta Apimec
Credenciamento do Analista
O Analista que for designado como diretor responsável por pessoa jurídica
administradora de carteira de valores mobiliários deverá licenciar-se por tempo
indeterminado.

Em caso de concessão de tal licença pelo exercício da função de diretor, o Analista ficará
impedido de desempenhar as aPvidades privaPvas dos Analistas credenciados e de
assinar relatórios de análise, mesmo que acompanhado de um Analista responsável.

Ao término do exercício de tal função de diretor, o Analista deverá comunicar o fato à


APIMEC para que esta promova o restabelecimento do seu credenciamento.

568
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Conduta Apimec


Supervisão, Apuração de Infrações e
Punições Cabíveis
A supervisão da aPvidade do Analista e dos Relatórios de Análise, assim como a apuração
de eventuais descumprimentos ao presente Código, seu julgamento e aplicação de
penalidades seguirão o disposto no Código dos Processos da APIMEC.

569
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
6.2 Código de Processos Apimec
570
570
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CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Processos Apimec


Disposições Gerais
O Código dos Processos da APIMEC tem por objePvo disciplinar a instauração de
Procedimentos de Apuração de Irregularidades, de Processos Administra4vos e regular o
funcionamento dos componentes organizacionais da autorregulação da APIMEC para o
Analista de Valores Mobiliários.

O Código abrange obrigatoriamente o Analista de Valores Mobiliários Pessoa Natural, o


Analista de Valores Mobiliários Pessoa Jurídica, as insPtuições integrantes do sistema de
distribuição que exerçam a aPvidade de Analista de Valores Mobiliários (“Analista”) e o
conjunto de portadores do CNPI, CNPI-T e CNPI-P.

O Analista é a pessoa natural ou jurídica que, em caráter profissional, elabora relatórios


de análise desPnados à publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que
restrita a clientes.

São Princípios do Código:


Ø O direito à ampla defesa;
Ø O compromisso com a celeridade na condução dos procedimentos;
Ø A busca da razoabilidade na aplicação das normas.
571
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Componentes Organizacionais da
Autorregulação
São componentes da área de Autorregulação da APIMEC:
Ø A Superintendência de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários (SSA);
Ø Conselho de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários (CSA), que se subdivide
em Turmas do Conselho de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários.

Compete à SSA (Superintendência de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários):


Ø AssisPr e auxiliar o CSA de forma a garanPr o cumprimento dos objePvos da
Autorregulação;
Ø Receber denúncias;
Ø Manter mecanismos roPneiros ou eventuais de supervisão;
Ø Aplicar penalidades por descumprimento obje4vo;
Ø Decidir sobre a necessidade de instauração de Procedimento de Apuração de
Irregularidades;
Ø Conduzir diligências;
Ø Determinar o arquivamento de Procedimentos de Apuração de Irregularidades,
observada a possibilidade de revisão da decisão pelo CSA.

572
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Processos Apimec


Componentes Organizacionais da
Autorregulação
Compete também à SSA (Superintendência de Supervisão do Analista de Valores
Mobiliários):
Ø Determinar a abertura de Processo AdministraPvo.
Ø EmiPr relato periódico à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em que conste o
conjunto dos casos surgidos na Supervisão, Apuração e Processos;
Ø Divulgar os resultados dos Processos na página da Associação na internet; e
Ø DiscuPr, mediante mandato da Turma, proposta de Termo de Compromisso com
as partes interessadas.
A SSA é composta por Superintendente de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários e
Analistas de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários.

Compete à Turma do CSA (Conselho de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários):


Ø Julgar, em primeira instância, os Processos abertos pela SSA;
Ø Receber e avaliar propostas de Termo de Compromisso; e
Ø Decidir acerca da aceitação ou não das propostas de Termo de Compromisso
apresentadas.

573
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Componentes Organizacionais da
Autorregulação
Compete ao CSA:
Ø Referendar ou não as decisões das Turmas quanto a arquivamento de processos e
aceitação de Termos de Compromisso;
Ø Julgar, em segunda instância, os Processos AdministraPvos mediante apelo das
partes;
Ø Orientar o trabalho da SSA no que diz respeito a suas atribuições;
Ø Desempenhar suas atribuições de forma a promover a qualificação dos Analistas e
a integridade de suas práPcas;
Ø Referendar ou não as decisões de arquivamento de Procedimentos de Apuração
de Irregularidades por parte da SSA;
Ø Definir circunstâncias que se caracterizem como infração objePva, bem como os
procedimentos a serem seguidos pela SSA nestes casos;
Ø Avaliar o trabalho da SSA, das Turmas e do próprio CSA;
Ø EmiPr Acórdãos vinculantes e Deliberações InterpretaPvas; e
Ø EmiPr Deliberações NormaPvas nas matérias aPnentes à Autorregulação do
Analista de Valores Mobiliários.

574
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Código de Processos Apimec


Componentes Organizacionais da
Autorregulação
O CSA é composto por nove membros divididos em duas categorias:
Ø 3 membros internos, representando os Analistas; e
Ø 6 membros externos, dos quais, até 4 serão indicados pelas enPdades do
Mercado e até 3 membros independentes, com sólida experiência no mercado de
capitais serão escolhidos a parPr de lista elaborada pelo Conselho de
Administração da APIMEC Brasil, não podendo possuir, no entanto, vínculos com
esta de qualquer natureza.
Os membros internos são escolhidos pela Diretoria ExecuPva da APIMEC Autorregulação a
parPr de uma lista de 6 candidatos elaborada pelo Conselho de Administração da APIMEC
Brasil. Os candidatos a membros internos deverão ser indicados dentre os associados
efePvos da APIMEC Brasil, que estejam em dia com seus deveres.

Os membros externos independentes serão escolhidos e indicados pela Diretoria


ExecuPva da APIMEC Autorregulação a parPr de uma lista de 6 candidatos elaborada pelo
Conselho de Administração da APIMEC Brasil. O presidente será escolhido pela
Presidência da APIMEC Autorregulação dentre os representantes internos.

575
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Componentes Organizacionais da
Autorregulação
As Turmas do CSA serão formadas “ad hoc” (isto é, para essa finalidade), quando da
instauração de um Processo AdministraPvo, e compostas por:
Ø Um membro sorteado dentre os membros internos do CSA;
Ø Dois membros sorteados dentre os membros externos;
O Presidente da Turma será o Relator do Processo AdministraPvo.

Os sorteios para a escolha de cada Conselheiro serão realizados de forma a que um


Conselheiro selecionado não volte a sê-lo até que todos, de sua categoria, tenham sido
igualmente selecionados.

O quórum mínimo para a instauração e para tomada de decisões por parte do CSA é de 5
de seus membros. A instauração e tomada de decisões por parte da Turma depende da
presença de todos os seus membros.

576
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Processos Apimec


Componentes Organizacionais da
Autorregulação
O mandato dos membros do CSA é de 2 anos, admiPndo-se duas reconduções, ficando
autorizada a recondução dos membros do CSA após o término da segunda recondução
nas seguintes situações:
Ø Se a recondução for aclamada pela Diretoria ExecuPva da APIMEC
Autorregulação;
Ø Se houver anuência da SSA.
O mandato do Presidente do CSA é de 1 ano, admiPndo-se uma recondução, conservando
o seu madato até a posse de novos eleitos os Conselheiros e o Presidente

É admiPda a perda do mandato nas seguintes situações:


Ø Morte;
Ø Renúncia;
Ø Decisão Judicial;
Ø Condenação em processo sancionador da CVM ao qual não caiba recurso; e
Ø Decisão dos demais membros, nos termos do Regimento Interno.

577
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Componentes Organizacionais da
Autorregulação
Situações em que haja conflito de interesses entre membros do Conselho e a matéria em
julgamento se caracterizam como de impedimento. São exemplos:
Ø A parPcipação direta nas circunstâncias sob apuração ou julgamento, bem como a
parPcipação em casos semelhantes que estejam, simultaneamente, em pauta;
Ø O exercício de função remunerada nas InsPtuições ou conglomerados financeiros
cujos funcionários sejam objeto de apuração ou julgamento;
Ø A existência de parceria, sociedade, contratos ou acordos de qualquer natureza
que impliquem em vínculo de longo prazo e/ou em que parcela relevante da
remuneração do Conselheiro ou de empresa em que atue esteja atrelada ao
membro sob invesPgação ou empresa em que atue;
Ø Quaisquer outras situações apontadas pelos Conselheiros ou SSA que sejam
julgadas relevantes pelo Presidente do Conselho; e
Ø Outras razões de foro ínPmo.
A determinação das circunstâncias em que haja conflito de interesses será feita de boa fé,
sem a necessidade de condução de uma averiguação própria.

578
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Código de Processos Apimec


Componentes Organizacionais da
Autorregulação
A parPcipação do Conselheiro na Turma que, em primeira instância, julgou um Processo
AdministraPvo não será considerada situação de impedimento no que se refere à
parPcipação nas reuniões plenas do CSA que analisarão, em segunda instância, a matéria.
Conselheiros em situação de impedimento não par4ciparão de qualquer discussão ou
deliberação acerca da matéria em relação a qual foi iden4ficado o impedimento.

No momento em que o Presidente do CSA receber um relatório de Procedimento de


Apuração de Irregularidades e idenPficar que se encontra em situação de impedimento,
deverá promover um sorteio dentre os demais membros internos do CSA. O membro
sorteado subsPtuirá o Presidente em todos os atos relaPvos à matéria, a começar pela
escolha da Turma.

No momento em que um Conselheiro sorteado para compor uma Turma receber um


relatório de Procedimento de Apuração de Irregularidades e idenPficar uma situação de
impedimento deverá anunciar sua condição ao Presidente do Conselho, que promoverá
novo sorteio, dentro de sua categoria, para sua subsPtuição.

579
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Componentes Organizacionais da
Autorregulação
A Diretoria ExecuPva da APIMEC Autorregulação estabelecerá polí4ca de remuneração
dos Conselheiros, considerando as diferentes responsabilidades e funções, assim como a
polí4ca de ressarcimento de custos com viagens e estadia.

O CSA poderá elaborar Regimento Interno a ser aprovado em Deliberação NormaPva no


qual serão tratados os demais aspectos de seu funcionamento, inclusive a periodicidade
de reuniões e procedimentos de avaliação do desempenho dos Conselheiros e da SSA.

580
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Código de Processos Apimec


Condução de Diligências
No exercício de suas aPvidades, a SSA conduzirá diligências com o objePvo de coletar
indícios ou evidências de descumprimento do Código de Conduta da APIMEC e da
Resolução CVM 20

No curso das diligências, a SSA poderá:


Ø Requerer informações e esclarecimentos por escrito, presencialmente ou por
qualquer outro meio
Ø Examinar in loco, processos, sistemas ou produtos;
Ø Requerer vista e cópia de documentos que estejam em poder de interessados,
podendo ser estes impressos ou armazenados por outros meios, como gravações
de voz e arquivos de dados; e
Ø Contratar parecer de assessoria técnica ou jurídica externa.

581
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Código de Processos Apimec
Condução de Diligências
A Diretoria ExecuPva da APIMEC Autorregulação aprovará verba anual para a contratação
de assessoria técnica ou jurídica externa e poderá aprovar verba suplementar a pedido do
Presidente do Conselho.

Na solicitação de verba suplementar será resguardado o sigilo quanto aos casos sob
análise e tal fato não poderá ensejar recusa da aprovação da verba por parte da Diretoria
ExecuPva.

A negaPva injusPficada ou o silêncio da parte interessada em relação às solicitações da


SSA enseja a abertura de Processo AdministraPvo específico e pode ainda ser considerada
pela Turma ou CSA como confissão quanto aos fatos apurados em tal solicitação.

582
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Código de Processos Apimec


ADvidade de Supervisão
A SSA manterá mecanismos próprios:
Ø de supervisão conRnua ou eventual;
Ø de recebimento de denúncias; ou
Ø poderá considerar fatos de natureza pública.

No âmbito de suas aPvidades de supervisão conRnua ou eventual, a SSA poderá realizar


diligências junto às InsPtuições e insPtuir procedimentos que lhe garantam acesso às
informações necessárias à supervisão.

Denúncias à SSA deverão ser encaminhadas por escrito com iden4ficação do


denunciante, descrição das prá4cas adotadas, documentos, se houver, e, se possível,
seus responsáveis.

Denunciantes podem ser chamados durante o Procedimento de Apuração de


Irregularidades para prestar depoimento.

583
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ADvidade de Supervisão
Fatos de natureza pública, que tenham sido divulgados em meios de comunicação de
massa, podem ser apontados à SSA por qualquer membro do CSA ou associado da
APIMEC Brasil, sem a necessidade de iden4ficação de quem apontá-los.

A parPr de suas próprias diligências, de denúncias ou de fatos de natureza pública


apontados pelo CSA ou Associados, a SSA deverá avaliar a conveniência de abertura de
Procedimento de Apuração de Irregularidades de forma a aprofundar a coleta de
indícios e evidências.

A SSA poderá ainda tratar o caso como descumprimento obje4vo nos termos do Código
de Processos.

Um relato de quaisquer fatos ou atos que tenham sido objeto de consideração,


independentemente de terem ou não ensejado a abertura de Procedimentos de
Apuração de Irregularidades, deverá ser feito ao CSA. O CSA orientará a ação da SSA e
avaliará sua eficiência e eficácia, tendo em conta uma análise de custo-beneZcio das
aPvidades.

584
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Procedimento de Apuração de
Irregularidades
O Procedimento de Apuração de Irregularidades é o meio pelo qual a SSA procede à
completa averiguação dos fatos que jusPficam a sua instauração, através da coleta de
indícios de autoria e materialidade.

O Procedimento de Apuração de Irregularidades pode ser dispensado por decisão da SSA


nos casos em que, pelo conteúdo da denúncia ou pelos fatos apurados pela própria SSA,
já houver indícios suficientes de materialidade e autoria para abertura do Processo
AdministraPvo.

A abertura de um Procedimento de Apuração de Irregularidades não cons4tui acusação


às partes objeto da inves4gação. Iniciado o Procedimento de Apuração de Irregularidades
as partes interessadas deverão ser noPficadas, indicando-se, de forma resumida, o âmbito
da invesPgação.

No curso das invesPgações, a SSA poderá realizar diligências, nos termos do Código de
Procesos e ampliar o âmbito da invesPgação caso julgue necessário.

585
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Código de Processos Apimec
Procedimento de Apuração de
Irregularidades
Ao fim do Procedimento de Apuração de Irregularidades, a SSA deverá decidir:
Ø Pela abertura de Processo Administra4vo, caso em que deverá elaborar relatório
em que constem os seguintes elementos:
Ø Nome e qualificação dos interessados;
Ø Período abrangido pelo Procedimento de Apuração de Irregularidades;
Ø Narração circunstanciada dos fatos incluindo fontes, datas e conteúdo
resumido dos documentos e demais elementos que indiquem indícios de
infrações;
Ø Os disposiPvos legais ou regulamentares supostamente infringidos.
Ø Pelo arquivamento do caso e posterior relato detalhado ao CSA em que constem
os moPvos desta decisão; ou
Ø Pela caracterização da infração como descumprimento obje4vo, procedendo de
acordo com o Código de Processos.

586
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Código de Processos Apimec


Procedimento de Apuração de
Irregularidades
Na reunião em que examinar o relato, o CSA poderá determinar o desarquivamento do
Procedimento de Apuração de Irregularidades e a elaboração de relatório de abertura
de Processo Administra4vo.

Finda a reunião, não haverá nova hipótese de desarquivamento.

O prazo para resposta às diligências, pelas partes interessadas, será fixado pela SSA de
acordo com o grau de dificuldade envolvido, sendo de no mínimo 3 dias e no máximo de
10 dias, prorrogáveis por uma vez, a critério da SSA.

587
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Código de Processos Apimec
Processo AdministraDvo
Tendo decidido pela abertura de Processo Administra4vo, a SSA irá encaminhar o
relatório ao Presidente do Conselho e no4ficar as partes interessadas. De posse do
relatório, o Presidente do Conselho irá sortear a Turma e, dentro desta, um Relator que
presidirá os trabalhos.

No caso em que mais de um Processo AdministraPvo tenha sido aberto para apurar um
mesmo fato e/ou tenha como parte uma mesma pessoa natural ou jurídica, o Presidente
do Conselho deverá distribuí-los para a mesma Turma, buscando maior consistência na
avaliação.

A noPficação das partes deverá conter:


Ø Nome e qualificação;
Ø Prazo para a apresentação de defesa;
Ø Os disposiPvos legais ou regulamentares infringidos;
Ø Informações sobre com adquirir cópia dos documentos constantes do
Procedimento de Apuração de Irregularidades;
Ø Possibilidade de apresentação de Termo de Compromisso, após a defesa escrita;
Possibilidade de apresentação de até 3 testemunhas na defesa.
588
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Código de Processos Apimec


Processo AdministraDvo
A parte interessada poderá ser representada por advogado ou se autorrepresentar. A
representação por advogado não isenta a parte interessada de estar presente, quando
solicitada pela SSA.

O prazo para apresentação de defesa será de 10 dias a contar do recebimento da


noPficação, prorrogáveis até 30 dias a critério do Relator. A não apresentação de defesa
não interrompe o curso do Processo.

Ao fim do prazo para a apresentação da defesa, o relator verificará:


Ø Se foi enviada proposta de termo de Compromisso, devendo-se, neste caso,
seguir fluxo específico previsto no Código de Processos;
Ø Se há solicitação de audiência de testemunhas; e
Ø Se há necessidade da realização de diligências adicionais.
Caso haja solicitação de audiência de testemunhas, o Relator deverá marcar audiência
para oiPva de tais testemunhas. Finalmente, diligências adicionais poderão ser conduzidas
pela SSA a pedido do Relator. Ao fim destas, as partes interessadas deverão ser noPficadas
para, se desejarem, apresentar nova defesa no prazo de 10 dias.

589
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Código de Processos Apimec
Processo AdministraDvo
Quando houver elementos suficientes de convicção por parte do Relator, este comporá
um relatório que deverá conter:
Ø Nome e qualificação dos interessados;
Ø NarraPva dos fatos trazidos ao Processo pelo relatório do Procedimento de
Apuração de Irregularidades, Defesa, Audiência e Diligências Adicionais;
O Relator convocará a Turma para a Sessão de Julgamento e no4ficará as partes. O
relatório será então encaminhado à Turma e às partes quando da noPficação. A
noPficação, por sua vez, será feita com sete dias de antecedência da data do julgamento.

A Sessão de Julgamento se iniciará com a verificação do quórum e de possíveis situações


de impedimento. Em seguida, proceder-se-á à chamada do Processo e às seguintes
etapas:
Ø Leitura do relatório do Relator;
Ø Entrada das partes para a apresentação de sustentação oral da defesa por 15
minutos;
Ø Saída das partes interessadas;
Ø Início da votação com a manifestação pelo Relator de seu voto, e em seguida, dos
demais membros.
590
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Código de Processos Apimec


Processo AdministraDvo
A decisão se dará pela maioria dos votos. Em caso de empate, prevalece o voto do
Relator.

Até o início do procedimento de votação, os Conselheiros presentes poderão pedir vistas


do Processo. Após 15 dias do pedido de vistas, o Processo deverá ser devolvido ao
Presidente do CSA ou Turma que deverá convocar nova Sessão de Julgamento. Tal prazo é
prorrogável, a critério do Relator, não devendo superar os 30 dias.

O Conselheiro que solicitar vistas poderá, com o auxílio da SSA, conduzir novas diligências,
respeitados os prazos acima. No caso de condução de novas diligências deverá ser
concedida à defesa nova oportunidade de manifestação.

Após a conclusão do julgamento será feita a lavratura do Acórdão pelo relator. No caso
em que o relator for voto vencido, a lavratura será feita pelo autor do voto vencedor.

591
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Código de Processos Apimec
Processo AdministraDvo
O Acórdão deverá conter:
Ø o relatório elaborado pelo relator do processo;
Ø o voto aprovado com a fundamentação da decisão que, se condenatória, deverá
conter as eventuais circunstâncias agravantes e atenuantes;
Ø a conclusão, com indicação da sanção imposta, quando for o caso;
Ø os nomes dos conselheiros parPcipantes da sessão de julgamento; e
Ø a assinatura do Relator.
Em seguida, proceder-se-á à noPficação das partes quanto ao resultado do Julgamento.

No caso em que uma Turma tenha decidido pelo arquivamento do Processo, o CSA poderá
determinar seu desarquivamento. Neste caso, o presidente do Conselho irá distribuir o
processo para nova Turma, que não poderá conter nenhum dos Conselheiros da Turma
anterior e o Processo AdministraPvo segue seu curso como previsto no Código de
Processos.

592
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Código de Processos Apimec


Processo AdministraDvo
Das decisões da Turma caberá apelo ao CSA. As partes poderão encaminhar apelos
fundamentados ao Presidente do CSA, que irá sortear um Relator para sua apreciação.

O julgamento do apelo terá sempre um Relator sorteado dentre todos os membros do


Conselho de Supervisão, excetuados os Conselheiros que tenham parPcipado das
decisões recorridas.

O prazo para apelo das decisões da Turma ou da SSA é de 20 dias não prorrogáveis,
contados do recebimento da noPficação. Apelos têm efeito suspensivo sobre as
penalidades, não implicando, no entanto, a obrigatoriedade de restabelecimento do
status quo anterior.

Tendo em mãos o apelo das partes interessadas, o Relator verificará se há necessidade da


realização de diligências adicionais. Não será permiPda a apresentação de novas
testemunhas nesta etapa, a não ser que o Relator decida em contrário.

593
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Código de Processos Apimec
Processo AdministraDvo
São as seguintes as penalidades aplicáveis nos Processos AdministraPvos no âmbito da
Autorregulação da APIMEC:
Ø Advertência privada, que poderá ou não ser acompanhada da determinação de
ações para sanar o dano;
Ø Advertência Pública, que poderá ou não ser acompanhada da determinação de
ações para sanar o dano.
Ø Multa, que não poderá exceder o maior dos seguintes valores:
Ø R$ 500.000,00;
Ø 50% do valor da operação irregular; ou
Ø 3 vezes o valor da vantagem econômica obPda ou da perda evitada em
decorrência da irregularidade.
Na hipótese de reincidência, poderá ser aplicado até o triplo dos valores fixados.
Ø Suspensão do credenciamento por período determinado pelos Conselheiros.
Ø Perda do credenciamento de Analista e cassação do cer4ficado (CNPI, CNPI-T ou
CNPI-P) pelo prazo máximo de 10 anos, devendo ser comunicada à Diretoria
ExecuPva da APIMEC Autorregulação e ao Conselho de Administração da APIMEC
Brasil.

594
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Código de Processos Apimec


Processo AdministraDvo
O não cumprimento das determinações consubstanciadas em uma penalidade implica
instauração de novo Processo Administra4vo sem a necessidade da condução de um
Procedimento de Apuração de Irregularidades.

Caracteriza-se como infração grave, sobre a qual não poderá incidir as penalidades de
Advertência Privada ou Pública, o uso, pelo Analista, de informação privilegiada.

595
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Código de Processos Apimec
Processo AdministraDvo
Na decisão da penalidade a ser imposta, deverão ser consideradas circunstâncias
agravantes e atenuantes, tais como:
Ø Colaboração ou não desde a etapa do procedimento para a apuração de
irregularidades;
Ø Arrependimento e confissão espontânea ou sua ausência;
Ø A existência ou não de dano a clientes, empregadores ou ao mercado de capitais;
Ø Reparação dos danos ou sua ausência;
Ø Evidências de dolo ou sua ausência;
Ø ParPcipação direta ou indireta nos atos;
Ø Existência ou não de determinação de superior para a práPca dos atos;
Ø Auferimento de beneZcio pessoal ou sua ausência;
Ø Evidências de premeditação ou sua ausência;
Ø Ocorrência de múlPplos incidentes por período prolongado ou a sua ausência;
Ø A atuação isolada ou em conjunto;
Ø Existência ou não de ambiente de controles frágil por parte da InsPtuição em que
atua o Analista.
Ø O exercício ou não de função de chefia ou de responsabilidade de supervisão
sobre as aPvidades de análise.
596
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Código de Processos Apimec


Termos de Compromisso
Após a apresentação de defesa e até dois dias úteis antes da data da Sessão de
Julgamento pela turma, as partes poderão apresentar proposta de Termo de
Compromisso.

Os prazos do Processo AdministraPvo estarão suspensos desde a apresentação da


proposta de Termo até a decisão sobre sua aceitação ou rejeição. As propostas devem ser
encaminhadas ao Relator que deverá convocar a Turma para a análise.

A Turma deverá decidir sobre a conveniência e oportunidade da proposta de Termo de


Compromisso e sobre a aceitação ou não de cada um dos itens que a compõem. Poderá
ainda solicitar que a SSA negocie alterações no conteúdo das propostas, estabelecendo
um mandato de negociação específico.

As propostas analisadas pela Turma só são eficazes após a ra4ficação pelo CSA. Além
disso, o CSA poderá solicitar ajustes nos termos ou mesmo rejeitar o termo apresentado.

597
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Código de Processos Apimec
Termos de Compromisso
A aceitação de Termo de Compromisso não implica reconhecimento da ilicitude ou
confissão pela parte.

Os Termos devem conter propostas concretas, devendo a parte fazer prova de seu
cumprimento no prazo estabelecido. Da aceitação da proposta de Termo até seu
cumprimento, o Processo AdministraPvo permanecerá com seu curso suspenso. Após o
cumprimento, o Processo AdministraPvo será arquivado pelo Relator.

Caso o Relator tenha dúvidas sobre o cumprimento do Termo, poderá submeter a prova
enviada pelas partes à Turma ou ao CSA, conforme o caso.

Em caso de descumprimento do Termo de Compromisso, no prazo assinalado, o


processo retomará o seu curso, sendo que, neste caso, não caberá novo Termo de
Compromisso.

Por fim, o CSA ou a Turma deverão sempre avaliar se há contumácia nos atos praPcados,
devendo considerar a recusa da proposta de Termo de Compromisso nestes casos.

598
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Código de Processos Apimec


Descumprimentos ObjeDvos
São descumprimentos obje4vos aqueles em que, nos termos previamente aprovados
pelo CSA:
Ø A SSA tenha verificado a ausência de um dos requisitos obrigatórios
determinados pelos Códigos da APIMEC ou pela regulamentação da CVM;
Ø A SSA tenha verificado perda de prazos; ou
Ø Outras situações caracterizadas pelo CSA.
Em qualquer circunstância, só será caracterizado descumprimento obje4vo aquele que
apresente baixo potencial de dano e seja de fácil reparabilidade.

A caracterização de uma situação de descumprimento obje4vo implica a aplicação direta


de penalidade pela SSA, sem a necessidade de instauração de Procedimento de Apuração
de Irregularidades, de manifestação das partes ou do CSA, podendo ser aplicadas as
seguintes classes de penalidades:
Ø Emissão de Carta de Recomendação;
Ø Aplicação de multa; e
Ø Suspensão do credenciamento, no caso de não pagamento das obrigações junto
à Apimec.

599
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Código de Processos Apimec
Descumprimentos ObjeDvos
No caso de Emissão de Carta de Recomendação, a adoção das medidas propostas na
carta, no prazo assinalado, sanará a eventual irregularidade come4da, ex4nguindo, por
consequência, a punibilidade pela infração.

Quando a penalidade for Aplicação de Multa, o Código define o seguinte:


Ø Não envio de documentos ou informações no prazo estabelecido pela SSA ou
pelos Códigos da APIMEC ou pela Resolução CVM 20: multa diária de 1/6 (um
sexto) do valor da taxa anual de fiscalização, limitada até o valor de 10 (dez) vezes
a taxa anual de fiscalização;
Ø Não cessação da práPca em desacordo com o Código de Processos, com o Código
de Conduta, com a Resolução CVM no 20 ou ainda não adoção das providências
requeridas, inclusive em Carta de Recomendação da SSA, para sanar eventual
dano nos prazos estabelecidos: 3 vezes o valor da taxa anual de fiscalização.

600
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Código de Processos Apimec


Descumprimentos ObjeDvos
Quando a penalidade for Aplicação de Multa, o Código define ainda o seguinte:
Ø Não pagamento de suas obrigações junto a APIMEC nas datas determinadas: 5%
do valor da obrigação em questão mais juros de 1% ao mês pro rata temporis.
Ø Outras circunstâncias caracterizadas como infração objePva pelo CSA: 1 vez o
valor da taxa anual de fiscalização, podendo ou não ser acompanhada de Carta de
Recomendação da SSA.

E, por fim, quando a penalidade for Suspensão do credenciamento, no caso de não


pagamento das obrigações junto à Apimec, o Código define a observância das seguintes
condições:
Ø Que o atraso seja superior a 90 corridos;
Ø Que a SSA tenha envidado esforços para confirmar os endereços para
correspondência;
Ø Que tenham sido encaminhadas comunicações de atraso: (i) por Carta AR simples,
em caso de insucesso a comunicação deverá ser reenviada por (ii) Carta AR mãos
próprias, em caso de insucesso, deverá ser realizada (iii) Comunicação por edital a
ser publicado em jornal de grande circulação, com prazo de 30 dias corridos para
a regularização.
601
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro
Código de Processos Apimec
Descumprimentos ObjeDvos
A qualquer momento, o Analista poderá regularizar a sua situação, efePvando o
pagamento dos débitos pendentes.

O CSA deverá referendar ou não as penalidades aplicadas em casos de descumprimento


objePvo e poderá determinar outras providências, inclusive a abertura de Procedimentos
de Apuração de Irregularidades e Processos AdministraPvos;

Das decisões de aplicação de penalidades para infrações objePvas haverá apelo ao CSA,
devendo ser seguidos, no que couber, os procedimentos previstos no Código de
Processos.

602
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Código de Processos Apimec


Questões de Natureza
AdministraDva
Os prazos de que tratam os disposiPvos do Código de Processos começam a correr a parPr
do primeiro dia úPl após a ciência dos interessados e encerram-se no dia do vencimento.
A contagem de todos os prazos será suspensa no período compreendido entre os dias
20/12 e 06/01.

Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia úPl se o vencimento cair em feriados
bancários, sábados, domingos ou em dia em que não houver expediente na APIMEC
Autorregulação ou este for inferior ao normal.

O prazo para a instauração de Procedimento de Apuração de Irregularidades e Processo


AdministraPvo prescreve em 5 anos contados da práPca do ato ou, no caso de atos
conPnuados, de sua cessação.

O prazo para encerramento do Processo AdministraPvo é de 2 anos, contados a parPr da


sua instauração, podendo ser prorrogado uma única vez, a critério do CSA.

603
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Código de Processos Apimec
Questões de Natureza
AdministraDva
Todos os documentos relaPvos aos Procedimentos de Apuração de Irregularidades e
procedimentos administraPvos poderão possuir registro eletrônico caso sejam
consPtuídos mecanismos de segurança da informação e assinatura eletrônica que o
possibilitem.

Os registros devem ser organizados de forma a evidenciar a trilha sequencial dos atos e
fatos incluídos nos procedimentos de apuração de irregularidades e procedimentos
administraPvos. Documentos com existência apenas eletrônica, como gravações ou
vídeos, deverão ser armazenados em diretórios específicos, com controle de acesso. A
guarda dos documentos será feita pela SSA pelo prazo de 5 anos.

Reuniões poderão ser efetuadas por conferências de voz ou vídeo, havendo, nestes casos,
a necessidade de gravação e a lavratura de ata a ser assinada pelas partes. Em caso de
dúvidas no momento da assinatura da Ata, as gravações devem dirimi-las. A recusa à
assinatura da ata ou a tentaPva de modificá-la de forma a reduzir sua fidelidade à reunião,
poderá ser considerada agravante à penalidade eventualmente estabelecida.

604
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Código de Processos Apimec


Questões de Natureza
AdministraDva
Cabe aos Aderentes ao Código manter seu endereço atualizado junto à APIMEC nos
termos do Código de Conduta. NoPficações podem ser enviadas por correio eletrônico no
endereço previamente fornecido.

A vista ou qualquer manifestação da parte no Procedimento de Apuração de


Irregularidades ou Processo AdministraPvo servirá de prova quanto ao recebimento das
comunicações.

Todos os componentes organizacionais mencionados no Código de Processos e seus


parPcipantes, sejam funcionários da APIMEC ou Conselheiros do CSA, deverão guardar
absoluto sigilo sobre informações e documentos a que tenham acesso em razão de suas
funções.

As partes terão acesso aos Autos e poderão Prar fotocópia, sem rePrá-los das
dependências da APIMEC.

605
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Código de Processos Apimec
Questões de Natureza
AdministraDva
Sem prejuízo do dever de sigilo, será dado amplo conhecimento dos resultados dos
processos administraPvos e relatadas as demais aPvidades da seguinte forma:
Ø Divulgação Pública:
Ø Relatório das APvidades com números das iniciaPvas da supervisão e
Procedimentos de Apuração de Irregularidades abertos, bem como
processos abertos, sem idenPficação de pessoas jurídicas ou naturais.
Ø Cartas de Recomendação e Multas com idenPficação das partes, após
esgotados eventuais apelos.
Ø Resultado dos processos, após esgotados eventuais apelos, com idenPficação
das partes, ementa do caso, resumo do Acórdão ou do Termo de
Compromisso. As partes não serão idenPficadas caso a penalidade aplicada
seja a de advertência privada.
Ø Resultado das Decisões da Turma, sem idenPficação das partes.

606
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Código de Processos Apimec


Questões de Natureza
AdministraDva
Sem prejuízo do dever de sigilo, será dado amplo conhecimento dos resultados dos
processos administraPvos e relatadas as demais aPvidades da seguinte forma:
Ø Divulgação para a CVM:
Ø Comunicação, no prazo de 3 dias úteis, das aberturas de Processos
AdministraPvos e envio dos Acórdãos ou Termos de Compromisso.
Ø Relatórios específicos conforme determinado na própria Regulamentação da
CVM; e
Ø Abertura, a pedido, de quaisquer informações, estendendo-se à Autarquia o
dever de sigilo previsto no presente Código.

607
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6.3 Lavagem de Dinheiro
608
608
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Lavagem de Dinheiro
Conceito
Em 1988, através da Convenção de Viena, iniciou-se o debate sobre como a Lavagem de
Dinheiro estava diretamente interligado com o tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópicas, como problema social. Diante disso, a Lavagem de Dinheiro
passou a ser um esforço internacional para coibir esse crime, já que, se o criminoso não
conseguisse uPlizar os recursos ilícitos, haveria uma diminuição deste crime.

Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obPdos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em aPvos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.

No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garanPr que as insPtuições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (ICVM 617 – no âmbito do mercado de valores mobiliários).
609
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Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se idenPficar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
Ø (1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objePvo
inserir o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a idenPficação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, uPlização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Ø (2) OCULTAÇÃO: Consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos
ilícitos. O objePvo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização
de invesPgações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de
forma eletrônica, transferindo os aPvos para contas anônimas preferencialmente, em
países amparados por lei de sigilo bancário, ou realizando depósitos em contas
abertas em nome de "laranjas" ou uPlizando empresas ficRcias ou de fachada.
Ø (3) INTEGRAÇÃO: Os aPvos são incorporados formalmente ao sistema econômico.
As organizações criminosas buscam invesPr em empreendimentos que facilitem suas
aPvidades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legiPmar o dinheiro ilegal.
610
CNPI CB – Conteúdo Brasileiro

Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
parPr de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).

As regras do Bacen, através da circular 3.978, dispõe sobre a políPca, os procedimentos e


os controles internos a serem adotados pelas insPtuições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil visando à prevenção da uPlização do sistema financeiro para a
práPca dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a
Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260/16.

A CVM, através da Instrução CVM 617, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado de
valores mobiliários; o estabelecimento da políPca de PLD-FT, da avaliação interna de risco
e de regras, procedimentos e controles internos; a idenPficação e o cadastro de clientes,
assim como as diligências conRnuas visando à coleta de informações suplementares e, em
especial, à idenPficação de seus respecPvos beneficiários finais; o monitoramento, a
análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta Instrução; e o
registro de operações e manutenção de arquivos.
611
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Lavagem de Dinheiro
Circular 3.978
A circular 3.978 do Bacen, que entrou em vigor em 2020, compilou diversas circulares,
mas também “desengessou” o modelo controles sobre a PLD-FT. Agora as próprias
insPtuições financeiras devem estabelecer seu conjunto de políPcas e procedimentos,
devendo implementar e manter uma políPca formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a uPlização da sua insPtuição financeira para práPcas
desses crimes. Diante disso, agora cada um dos itens abaixo deverá ser feito uma
AVALIAÇÃO DE RISCO, que são:
Ø clientes,
Ø insPtuição,
Ø canais uPlizados
Ø operações, transações, produtos e serviços; e
Ø funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

Esta nova políPca deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da insPtuição ou,
na falta deste, por sua diretoria. Além disso, esta circular exige a criação de uma estrutura
de governança para assegurar o cumprimento da referida políPca, DEVENDO SER
INDICADO AO BACEN O DIRETOR RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS NOVAS
OBRIGAÇÕES INTRODUZIDAS POR ESSA CIRCULAR.
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Lavagem de Dinheiro
Quem está sujeito ao crime?
Vale ressaltar que com a nova Lei (12.683/12), em seus parágrafos 1º e 2º, incorre na
mesma pena quem:
Ø ocultar ou dissimular a uPlização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
§ os converte em aPvos lícitos;
§ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garanPa, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
§ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
Ø uPliza, na aPvidade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
Ø parPcipa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
aPvidade principal ou secundária é dirigida à práPca de crimes previstos nesta Lei.

Ou seja, todas as pessoas que parPciparem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.

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Lavagem de Dinheiro
Penalização
Às pessoas que incorrem do crime de Lavagem de dinheiro, terão de Pena de reclusão (de
3 a 10 anos) e multa. Esta multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não
superior:
Ø ao dobro do valor da operação;
Ø ao dobro do lucro real obPdo ou que presumivelmente seria obPdo pela
realização da operação; ou
Ø ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

Vale ressaltar que esta pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem comePdos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa. Porém, ela poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou subsPtuí-la, a qualquer
tempo, por pena restriPva de direitos, se o autor, coautor ou parRcipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à idenPficação dos autores, coautores e parRcipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime

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Lavagem de Dinheiro
Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas Zsicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como aPvidade principal ou acessória, cumulaPvamente ou não:
Ø A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
Ø A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como aPvo financeiro ou
instrumento cambial;
Ø A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de Rtulos ou valores mobiliários.
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em
caráter permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia,
intermediação, ou administração de carteiras , que são funções do ADMINISTRADOR
FIDUCIÁRIO, GESTOR, CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Ø Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Ø Bolsas de valores, seguradoras & enPdades de previdência complementar,
corretoras de seguros, administradoras de cartão de crédito, administradoras de
consórcios, factorings.
q OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(raPng) não são aPvidades sujeitas as leis da Prevenção de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).

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Lavagem de Dinheiro
COAF
O Conselho de Controle de APvidades Financeiras é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À
LAVAGEM DE DINHEIRO e sua composição é feita por servidores públicos de reputação
ilibada e reconhecida competência. Ele está vinculado ao Banco Central (mas com
autonomia técnica e operacional) e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas
administra4vas, receber, examinar e iden4ficar as ocorrências suspeitas de a4vidades
ilícitas previstas na Lei em setores obrigados como:
Ø Joias, pedras e metais preciosos;
Ø Fomento comercial (factoring);
Ø Bens de luxo ou alto valor;
Ø Setores que não tem regulador próprio.

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Lavagem de Dinheiro
Comunicação de Operações Financeiras
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem comunicar ao COAF:
Ø As operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
Ø As operações relaPvas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos,
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e
Ø A solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)

Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa,
inclusive àquela à qual se refira a informação, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO)
HORAS, a proposta ou realização, sendo que esta comunicação deverá ser feita através do
SISCOAF – Sistema de Controle de APvidades Financeiras. Vale ressaltar novamente que,
NÃO SE DEVE COMUNICAR O CLIENTE!

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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (I)
Através da Carta Circular Nº 4.001, o Bacen divulga uma relação de operações e situações
que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro. A lista é
muito vasta, mas também muito interessante de ser lida, pois ela é construída através de
casos reais. Diante de tantos exemplos, selecionamos os que entendemos serem os mais
relevantes:
Ø Depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
aPpicidade em relação à aPvidade econômica do cliente ou incompaPbilidade com a
sua capacidade financeira;
Ø Depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam aPvidade
comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
Ø Depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou
ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
maços desorganizados e não uniformes;
Ø Depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer
Ppo de Pessoas Expostas PoliPcamente (PEP);

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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (II)
(...) conPnuação:
Ø Abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro Ppo de mandato;
Ø Aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a desPno não relacionado com o cliente;
Ø Fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Ø Movimentação em espécie, que apresentem aPpicidade em relação à aPvidade
econômica do cliente ou incompaPbilidade com a sua capacidade financeira;
Ø Oferecimento de informação falsa;
Ø Operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objePvamente, fundamento econômico ou legal;
Ø Representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem jusPficaPva razoável para tal ocorrência;
Ø Resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.

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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (III)
(...) conPnuação:
Ø Informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação familiar ou comercial;
Ø Negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem
denominados em moeda estrangeira, que não apresentem compaPbilidade com a
natureza declarada da operação;
Ø Negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significaPva em relação às
praPcadas pelo mercado;
Ø Saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
Ø Registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas
naturais ou jurídicas, sem jusPficaPva razoável para tal ocorrência.

Este são alguns de tantos exemplos que criminosos uPlizam para burlar o sistema. Vale
ressaltar que, estes atos quando jusPficáveis, não caracterizam como operações suspeitas,
como por exemplo, se houver uma enchente em uma cidade e um marceneiro depositar
R$ 2.000,00 em notas molhadas um dia depois, isso não deverá ser considera como uma
operação suspeita.
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Lavagem de Dinheiro
Registro das Operações
As insPtuições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Ø Tipo;
Ø Valor, quando aplicável;
Ø Data de realização;
Ø Nome;
Ø CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Ø Canal uPlizado.

As insPtuições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes


solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das
operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Vale ressaltar que devem
manter registro de todas as operações, inclusive nas situações em que a operação ocorrer
no âmbito da mesma insPtuição.

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Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas PoliDcamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas Poli4camente (PEP) aquelas que desempenham ou
tenham desempenhado, nos úlPmos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes de primeiro grau, cônjuge, companheiro e
enteado) e outras pessoas de seu relacionamento próximo.

As insPtuições financeiras devem obter de seus clientes permanentes informações que


permitam caracterizá-los ou não como pessoas expostas poliPcamente (PEP) e idenPficar
a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados, devendo
dedicar especial atenção com pessoas poliPcamente expostas oriundas de países com os
quais o Brasil possua elevado número de transações financeiras e comerciais, fronteiras
comuns ou proximidade étnica, linguís4ca ou polí4ca.

O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do


Terrorismo (GAFI/FATF), organismo internacional no qual o Coaf representa o Brasil,
enaltece que as medidas envolvendo Pessoas Expostas PoliPcamente são prevenPvas e
não devem ser interpretadas como uma forma de classificar PEP como pessoas com
potencial de se envolver em aPvidade suspeita.
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Lavagem de Dinheiro
Pessoas Altamente Expostas
São considerados Pessoas Altamente Expostas clientes Brasileiros que trabalhem em
cargos públicos relevantes, tais como: PolíPcos (Presidente, Ministros, Deputados,
Senadores, etc); Presidentes e Vice-Presidentes de autarquias (Ex. CVM), empresas
públicas de economia mista (Ex. Petrobrás), entre outros.

Os Inves4dores estrangeiros também são “Pessoas Altamente Expostas”, sendo que, as


insPtuições financeiras deverão adotar pelo menos uma das seguintes providências:
Ø Solicitas declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;
Ø Recorrer a informações publicamente disponíveis;
Ø Consultar bases de dados comercias sobre pessoas poliPcamente expostas;
Ø Considerar pessoa poliPcamente exposta aquela que exerce ou exerceu
importantes funções públicas em uma país estrangeiro (definição do GAFI).

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Lavagem de Dinheiro
Processo de IdenDficação dos Clientes
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem implementar procedimentos
desPnados a conhecer seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida
diligência na sua idenPficação, qualificação e classificação. Esses procedimentos devem
ser compaRveis com:
Ø o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes
classificados em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de
risco;
Ø a políPca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;
Ø a avaliação interna de risco.

Além disso, as insPtuições financeiras deverão idenPficar seus clientes, representantes e


manter cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades
competentes. Tratando de invesPdor Pessoa Jurídica, as informações cadastrais devem
abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus controladores,
diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência significaPva,
até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final (salve exceções, por
exemplo, empresas S/A de capital aberto).

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Lavagem de Dinheiro
Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a insPtuição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a insPtuição financeira não deve aceitá-lo.

O procedimento de CONHEÇA SEU CLIENTE, em inglês “Know Your Customer” (KYC), é


feito junto com o cadastro, buscando idenPficar e conhecer a origem e consPtuição do
patrimônio e dos recursos financeiros do cliente, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou víPmas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser
realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objePvo de conhecer
detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações
apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.

Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.

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Lavagem de Dinheiro
Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As insPtuições financeiras devem implementar procedimentos desPnados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de idenPficação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compaRveis com a
políPca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.

As insPtuições referidas também devem classificar as aPvidades exercidas por seus


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco
definidas na avaliação interna de risco e quando forem terceiros não sujeitos a
autorização para funcionar do Banco Central do Brasil, parPcipantes de arranjo de
pagamento do qual a insPtuição também parPcipe, devem:
Ø ter informações que possam compreender a natureza da aPvidade e da reputação;
Ø verificar se o terceiro foi objeto de invesPgação ou de ação de autoridade
supervisora relacionada com LD-FT;
Ø quando for o caso, cerPficar que o mesmo tem licença do insPtuidor para operar;
Ø conhecer os controles adotados pelo terceiro relaPvos à PLD-FT;
Ø dar ciência do contrato ao diretor responsável.

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Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A LEI 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de aPvos
de pessoas naturais e jurídicas e de enPdades, e a designação nacional de pessoas
invesPgadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.

Esta lei faz com que às insPtuições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
Ø monitorar listas de sanções CSNU;
Ø dispor de controles aptos a efePvar imediatamente bloqueio de aPvos; e
Ø comunicar imediatamente a indisponibilidade de a4vos e as tenta4vas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da Jus4ça e
Segurança Pública e ao Coaf.

Da mesma forma, o Ministério da JusPça e Segurança Pública também deve ser


comunicado sem demora sempre que, por qualquer razão, a insPtuição regulada deixar
de dar cumprimento imediato às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções.

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