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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino a Distância

Tema: Reduplicação verbal da Língua Macua


Estudante: Alda Arnaldo Lambo
Código: 708235724

Curso: Licenciatura e Ensino da Língua portuguesa


Cadeira: Linguística Bantu
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma: A

Beira, Maio de 2024


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino a Distância

Tema: Reduplicação verbal da Língua Macua


Estudante: Alda Arnaldo Lambo
Código: 708235724

Curso: Licenciatura e Ensino da Língua portuguesa


Cadeira: Linguística Bantu
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma: A

Docente

Beira, Maio de 2024


Índice
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
OBJETIVOS .......................................................................................................................... 5
METODOLOGIAS USADAS .................................................................................................... 5
LOCALIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE ....................................................................................... 6
LÍNGUA BANTU (DEFINIÇÃO) ............................................................................................ 6
O VERBO ............................................................................................................................. 6
A REDUPLICAÇÃO VERBAL ................................................................................................. 7
Reduplicação verbal completa da Língua Emakuwa .......................................................... 7
REDUPLICAÇÃO PARCIAL ................................................................................................... 7
REDUPLICAÇÃO TOTAL FOSSILIZADA ................................................................................. 8
O SISTEMA DA CONCORDÂNCIA .......................................................................................... 8
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 10
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 11
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de campo, é da cadeira de Linguística bantu, o qual temos como tema a
reduplicação verbal da língua Emakuwa, dentre vários aspetos que vamos estudar no presente
trabalho, a Lingua Emakuwa constitui um dos pontos de discordância, pois segundo
Ngunga(1997) há tendência por parte das primeiras nso são línguas Africanas de adotar a
ortografia das suas línguas nativas. A língua Emakhuwa, também conhecida como Makua, é
a língua materna mais falada em Moçambique, com cerca de seis milhões de falantes1. É
uma língua Bantu, e como muitas línguas Bantu, possui um sistema complexo de classes
nominais e concordância.

A reduplicação é um fenômeno linguístico que ocorre em muitas línguas do mundo, incluindo


o Emakhuwa. Na reduplicação, uma parte ou a totalidade de uma palavra é repetida para criar
novos significados. No caso do Emakhuwa, a reduplicação pode envolver a repetição de toda
a palavra3. Isso significa que a base e o reduplicante podem aparecer idênticos3.

Por exemplo, se tivermos a palavra Emakhuwa para “pessoa” e a reduplicarmos, poderíamos


criar uma nova palavra com o significado de “pessoas”. A reduplicação pode ser usada para
indicar uma variedade de significados, dependendo do contexto, incluindo pluralidade,
intensidade, ou ação contínua.

É importante notar que a reduplicação, como muitos outros aspectos da linguagem, pode
variar entre os diferentes dialetos do Emakhuwa. Portanto, a forma exata e o significado da
reduplicação podem depender do dialeto específico do Emakhuwa que está sendo falado.
OBJETIVOS
Geral

 Falar da Reduplicação verbal de Língua Emakuwa

Específicos

 Definir a reduplicação verbal;


 Definir o verbo;
 Mencionar os tipos de reduplicação verbal da língua português;
 Trazer exemplos claros e práticos da reduplicação verbal da língua macua.

METODOLOGIAS USADAS
Para a Realização do presente trabalho, utilizei o método bibliográfico, conforme já é sabido,
o mesmo consiste na leitura de obras de alguns autores que falam da reduplicação verbal,
sem se esquecer também que os módulos e manuais oferecidos pela presente instituição de
ensino(UCM), ajudaram drasticamente no decorrer da presente pesquisa de campo.
LOCALIZAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
Moçambique é um dos PALOP que se localiza na costa oriental da África, a Sul do
equador, na região da África Austral. É banhado a Este pela costa do Oceano Índico, que se
estende do Norte ao Sul do país e no interior é rodeado por 6 países anglófonos. O território
está administrativamente dividido em 11 províncias, numa extensão de cerca de 799.380
Km2. O respetivo povo, basicamente de origem bantu e falante de LB, está distribuído em
várias etnias, com hábitos, culturas e idiomas diferentes, ainda que, regra geral, pertençam,
como é sabido, à mesma família (bantu).

LÍNGUA BANTU (DEFINIÇÃO)


As línguas bantu são um grupo de línguas que fazem parte do subgrupo Bantoid do ramo
Benue-Congo da família linguística Niger-Congo. São faladas principalmente na África
subsariana, abrangendo uma área muito vasta, desde o sul dos Camarões a leste até ao Quénia
e a sul até à ponta mais a sul do continente. O número total destas línguas varia de 440 a 680,
dependendo da definição de língua versus dialeto. A língua banta com o maior número de
falantes é o suaíli.

O termo “bantu” é derivado da palavra ba-ntu, formada por ba (prefixo nominal de classe 2)
e nto, que significa “pessoa” ou "humanos". Versões dessa palavra ocorrem em todas as
línguas bantu: por exemplo, como watu em suaíli; Muntu em quicongo; batu em lingala; bato
em duala; abanto em Gusii; andũ em quicuio; abantu em zulu, quitara, e ganda; vanhu em
xona; Batho em sesoto; vandu em alguns dialetos luia; mbaityo em Tive; e vhathu em venda.

Os bantus são provavelmente originários dos Camarões e do sudeste da Nigéria. Por volta de
2 000 a.C., começaram a expandir seu território na floresta equatorial da África central. Mais
tarde, por volta do ano 1000, ocorreu uma segunda fase de expansão mais rápida, para o leste,
e finalmente uma terceira fase, em direção ao sul do continente, quando os bantos se
miscigenaram.

O VERBO
Quando pretendemos comunicar algo, oralmente ou por escrito, recorremos com frequência
ao verbo. A razão disso reside no facto de o verbo ser a palavra que comummente existe em
todas as línguas humanas e que serve para fazer afirmações, relatar factos, acções, descrever
estados, seres, situações, e muito mais. Eis a razão de o verbo ser, geralmente, conhecido
como a palavra mais variável de uma dada língua.
Nas línguas moçambicanas de origem bantu, tipicamente aglutinantes, a complexa natureza
da estrutura verbal faz com que, quando conjugado, o verbo possa apresentar marcas
portadoras de informações sobre o sujeito, o tempo, o aspecto, a pessoa, o numero, o objecto,
a negação, o reflexivo, entre outras. Na forma verbal, estas marcas, incluindo as marcas
derivacionais, são agregadas a raiz, designado núcleo morfológico do verbo.

A REDUPLICAÇÃO VERBAL
A reduplicação verbal permite aos falantes de uma dada língua alargar o seu vocabulário.
Este processo consiste em repetir uma parte ou todo o tema verbal para formar um novo
verbo. Quando se repete todo o tema, estamos, então, perante a reduplicação total, mas
quando se repete apenas parte dele, trata-se, então, de reduplicação parcial.
Dado importante sobre a reduplicação e referente as implicações semânticas das formas
reduplicadas, isto e, o seu significado. Assim, nas línguas moçambicanas, a reduplicação
pode, semanticamente, exprimir a ideia de interacção, frequência e repetição de uma acção.

Reduplicação verbal completa da Língua Emakuwa


A língua Emakuwa é uma da língua Bantu, falada em 4 províncias em Moçambique,
nomeadamente Cabo Delgado, Nampula, Niassa e Zambezia (Sitoe e Ngunga 2000).
A língua Bantu Macua foi por mim escolhida e trazida para o estudo da presente cadeira,
sendo ela uma das línguas que possuo conhecimentos básicos e ao mesmo tempo admiro
muito, contudo vamos primeiro definir a reduplicação da verbal, ela é aquela em que a parte
que se repete e idêntica a base. Quase sempre o verbo reduplicado expressa o sentido de
repetição, interactividade, frequência de acções, factos e estados.
Ex: olavalava malandrar-se /gingar
Opanapana batalhar para sobreviver/ dar ultimo suspiro

REDUPLICAÇÃO PARCIAL
Como o próprio nome diz, a reduplicação parcial consiste na repetição parcial da base do
verbo em macua. Uma vez repetida, as partes que constituem a palavra formada não podem
ser separadas. A reduplicação parcial do verbo tem as mesmas características da fossilizada.
Em termos de significado, a reduplicação parcial da a ideia de pequenas repetições de uma
determinada acção ou evento.
Ex: okokotela cercar
Ocacatela cortar em pedaços

Okokora ajoelhar

Ojejela gemer

Ogugumala gageijar

REDUPLICAÇÃO TOTAL FOSSILIZADA

A presença entre a reduplicação total e a fossilizada consiste na repetição da base verbal.


Todavia, as partes reduplicadas já não desfrutam de sentido autónomo quando separadas, o
que não acontece na reduplicação total normal, Portanto, na reduplicação fossilizada, a
palavra constituída não pode ser desagregada. Se assim acontecer, as partes separadas não
possuem nenhum significado valido na língua ou o seu significado não tem nenhuma relação
com a palavra reduplicada.

Ex: Otalatala rebolar na cama


Emadamada rapidez em furtar

O SISTEMA DA CONCORDÂNCIA
A particularidade das línguas bantu chamada sistema da concordância oferece-se como ideia
directriz desta descrição. Concordância significa “uma relação formal entre os componentes
de uma determinada entoação de acordo com a qual a forma de uma palavra requer uma outra
correspondente.”

Concretamente, um determinado substantivo determina a forma do verbo seguinte. O


verbo concorda com o sujeito em número e género. O adjetivo concorda com o substantivo
também em número e género. Portanto, os géneros em Português sendo dois, nomeadamente
masculino e feminino, Imarenje possue substantivos com diferentes formas de singular e
plural e mais outros, como por exemplo locativo, abstrato e infinitivo nominal. Face a esta
variação preferimos utilizar o termo classe nominal em vez de género para evitar uma
imposição das ideias europeias a uma expressão genuinamente moçambicana. Os verbos
seguem a concordância na seguinte maneira:
Mulombwana unoogwa — O homem está a cair.

Alombwana anoogwa — Os homens estão a cair.

Ittelo inoogwa — A peneira está a cair.

Vittelo vinoogwa — As peneiras estão a cair.

Portanto, os nomes mulombwana “homem” e alombwana “homens”, caracterizados pelos


prefixos mu- no singular e a- no plural, requerem que o verbo concorde com o nome através
do prefixo verbal u- respectivamente a-. Por sua vez, os nomes ittelo “peneira” e vittelo
“peneiras” com os seus prefixos i- respetivamente vi- nos nomes fazem com que os prefixos
verbais se tornem i- e vi-.
CONCLUSÃO
Terminado o presente trabalho, pode-se entender a reduplicação verbal como um fenômeno
linguístico comum em muitas línguas, incluindo as línguas Bantu, como o Macua, falado
principalmente no Norte e centro de Moçambique. Como já dissemos a reduplicação é o
processo de repetição da totalidade de uma palavra ou de parte dela para expressar um
determinado significado que de outra maneira não seria possível a nível morfológico.

A reduplicação em Macua e em outras línguas Bantu parece obedecer a condições


morfológicas e semânticas, e a não observância de uma dessas condições pode resultar na
agramaticalidade do verbo reduplicado.

No entanto, embora a reduplicação vise expressar o aspecto iterativo, esse objetivo não se
alcança através deste tipo de estruturas na medida em que ela só ocorre em núcleos lexicais2.

Portanto, a reduplicação verbal nas línguas Bantu é um fenômeno complexo que envolve
tanto aspectos morfológicos quanto semânticos. Mais pesquisas são necessárias para
entender completamente este fenômeno e suas implicações para a teoria linguística.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDIN, U.P. (1992).Teoria da Gramática, Brasil, Caminho.


SIMON, M. 1991). Sintaxe e Semântica do Português, Universidade Aberta. São Paulo
FERNANDO, A, (org.).(1996) Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Carisma,
Editorial.

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