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AVALIACAO III LPII- ORLANDO
AVALIACAO III LPII- ORLANDO
Orlando Mário
Código: 7123557
Orlando Mário
3. Conclusão ............................................................................................................................... 8
De acordo com as conclusões de Silva (2019), Moçambique é reconhecido por sua rica
diversidade cultural, que abraça uma ampla gama de culturas e línguas. Dentro desse cenário,
uma variedade de idiomas do grupo bantu coexiste, juntamente com o português e outras
línguas europeias, com destaque para o inglês e línguas de origem asiática. O português é
oficialmente designado como a língua do país. Antes de 1975, apenas cerca de um quarto da
população moçambicana falava português como segunda língua, e apenas 1% o tinha como
língua materna. A decisão de manter o estatuto linguístico pré-independência, no qual o
português era a única língua oficial, resultou em um aumento significativo no número de
falantes desse idioma. De acordo com dados do Censo Populacional de 2007 do Instituto
Nacional de Estatística, aproximadamente 40% da população moçambicana fala português,
sendo que 10,7% o têm como língua materna, principalmente nas áreas urbanas.
Assim sendo o presente estudo de campo tem como objectivo investigar as áreas de
mudança do português em Moçambique, com foco na fonética, sintaxe e léxico. Além disso,
serão discutidas propostas para lidar com os desafios identificados, visando promover uma
abordagem inclusiva e sensível à diversidade linguística no contexto moçambicano.
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1.1. Objectivos
1.2. Metodologia
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2. Revisão bibliográfica
Além disso, a história colonial do país, com influências portuguesas e outras culturas
europeias, também desempenha um papel na variação linguística. A presença de comunidades
de imigrantes de outros países africanos e asiáticos também contribui para a diversidade
linguística em algumas áreas de Moçambique (Neves, 1997).
Santos (2008) sustenta que as diferenças regionais também são significativas, com
variações linguísticas observadas entre áreas urbanas e rurais, bem como entre as várias
regiões do país. Por exemplo, o português falado em Maputo, a capital, pode ser diferente do
português falado em áreas rurais do norte ou do sul.
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variação, é possível identificar diferenças na pronúncia entre falantes nascidos no norte e no
sul do país (Timbane, 2013).
makhuwa é predominante:
Segundo Ngunga (2012, p.11), "a falta de sonoridade nas consoantes é uma
característica fonética fundamental do português falado pelos falantes de macua como
língua materna". Entretanto, o fenómeno exemplificado no caso (2) não é exclusivo do
macua, sendo uma característica comum às línguas bantu em geral, onde a estrutura
silábica tende a ser predominantemente consonantal ou consonantal/vocálica.
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2.3. Variação sintáctica
Exemplo:
Esses exemplos retirados de um corpus oral sugerem que há divergências entre a linguagem
escrita e falada. Em muitos casos, ocorre a transcrição da fala para a escrita, o que resulta em
desvio da norma padrão.
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2.4. Variação lexical
Dias (2009) destaca que há diversos casos de variação lexical quando comparados com o
PE, sendo importante ressaltar que todas as análises têm como referência o PE. Alguns
exemplos de variação lexical são fornecidos por Gonçalves (2005a, p.55):
Além disso, Moita (2014) sustenta que a variação lexical também pode ser observada
em expressões idiomáticas, gírias e terminologias específicas de diferentes áreas de actuação
ou grupos sociais em Moçambique, contribuindo para a riqueza e diversidade linguística do
país.
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Formação de Professores: oferecer formação contínua para professores para
capacitá-los a reconhecer, entender e lidar com a variação linguística em sala de aula
de forma eficaz.
Promoção da Literatura Moçambicana: incentivar a produção e o consumo de
literatura moçambicana que reflicta a diversidade linguística do país, promovendo
assim a valorização das diferentes formas de expressão linguística.
Campanhas de Conscientização: realizar campanhas de sensibilização pública para
promover a compreensão e aceitação da variação linguística como uma riqueza
cultural e linguística de Moçambique.
Investimento em Pesquisa Linguística: investir em pesquisa linguística para
entender melhor a natureza e o impacto da mudança linguística em Moçambique,
fornecendo assim uma base sólida para o desenvolvimento de políticas linguísticas
eficazes.
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3. Conclusão
Em conclusão, este estudo de campo proporcionou uma visão abrangente das áreas de
mudança do português em Moçambique, destacando a variação fonética, sintáctica e lexical.
Identificou-se que as influências das línguas bantu locais desempenham um papel
significativo na evolução do português moçambicano, resultando em uma variedade
linguística única e dinâmica. Para enfrentar os desafios decorrentes dessas mudanças
linguísticas, propomos medidas educacionais, de conscientização e de pesquisa que visam
valorizar e promover a diversidade linguística em Moçambique. Ao adoptar uma abordagem
inclusiva e sensível à diversidade linguística, podemos fortalecer a identidade cultural e
promover uma comunicação mais eficaz e harmoniosa em todo o país.
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4. Referências bibliográficas
1. Baptista, A. (2012). Estratégias para o ensino do português como língua não materna
em Moçambique: desafios e propostas. Revista Língua Portuguesa, 26, 87-99.
2. Matimbe, A. (2005). A influência das línguas bantu na sintaxe do português falado em
Moçambique. In: A. M. Carvalho (Org.), Atas do 3º Congresso Internacional da
ABRALIN (pp. 318-327). João Pessoa: ABRALIN.
3. Moita, M. F. (2014). A influência das línguas bantu na fonética e na fonologia do
português moçambicano. Revista Moçambicana de Linguística, 10(1), 137-152.
4. Neves, M. H. M. (1997). Variação e mudança no português de Moçambique. In: C.
M. Lopes (Org.), Actas do XVII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de
Linguística (pp. 443-451). Porto: APL.
5. Santos, L. S. (2008). Variação fonética no português moçambicano. Revista
Portuguesa de Humanidades, 12, 167-178.
6. Silva, C. F. (2019). Variação lexical no português de Moçambique: um estudo
sociolinguístico. Revista de Estudos da Linguagem, 27(1), 159-177.