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Entrevista C.P (1) - Organizado (Psi)
Entrevista C.P (1) - Organizado (Psi)
psicopedagoga?
Da psicopedagogia, você pode fazer a parte clínica, que é o meu caso, que é feita em
consultório.
A parte institucional, que ela é feita somente em escola. É um trabalho preventivo. O
psicopedagogo institucional, ele não atende. Ele trabalha em um ambiente escolar.
O psicopedagogo hospitalar: Eu trabalhei durante quatro anos como psicopedagogo
hospitalar no Albert Sebi. E foi um momento muito massa pra mim. Porque eram crianças
sem possibilidades terapêuticas, mas que tinham, de certa forma, ser estimuladas. Tinha
que ser. E o psicopedagogo era o profissional que tinha acesso a isso, né? E eu fiquei
durante quatro anos trabalhando no hospital. E foi um momento muito legal.
Você também não vai, necessariamente, ensinar uma criança que tá sem possibilidades
terapêuticas, de ensinar além. Mas existem outras coisas que a gente pode estar fazendo.
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Aqui onde trabalho, é uma clínica que tem um fluxo muito bom. Porque na região tem
poucas poucas clínicas assim e por ser uma clínica mais antiga, então as pessoas
procuram muito aqui. Como aqui tem psiquiatra, tem tudo, então as crianças chegam pros
atendimentos e tudo. O psiquiatra daqui encaminha para algum profissional daqui da clínica
e assim digamos que todos se ajudam.
7) E quais as dificuldades mais frequentes que você já se deparou,
assim, durante toda sua vida atual?
Na psicopedagogia, eu acho que a maior dificuldade, que hoje a gente quase não tem
mais, é esse entendimento de que o psicopedagogo não é um professor particular. Ele é
um terapeuta como qualquer outro terapeuta. Então, às vezes, a criança tá com dificuldade
pra ler. E o que faltava, era o estímulo da mãe sentar e buscar conversar com essa criança,
acompanhar as tarefas, ter aquele acompanhamento familiar.
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Os testes são vários. Não existe um teste específico. Mas tem o TDE, tem a ABAS, tem o
ABFW, que a gente ainda pode aplicar junto com o FOMO.] Mas assim, os mais específicos
são o TDE, o IA. Testes pra dislexia, pra descalculia. Existem testes específicos pra isso.
.O TDE é um teste que tanto o fonoaudiólogo como o terapeuta ocupacional, se ele quiser
aplicar, ele pode aplicar. Mas ele não é específico. Você não precisa ser psicopedagogo.
Então, assim, a maioria dos testes da psicopedagogia, eles não são específicos só do
psicopedagogo. O TDE é o teste de desempenho escolar. A primeira edição dele é aplicada
até a quinta série. A gente vai avaliar, aplica um teste nessa criança pra ver qual é esse
percurso. Se ele não sabe somar... Pra somar, você precisa ter várias funções. E a gente
vai trabalhar em cima disso aí.
Então, por exemplo, o TDE vê essa questão da aritmética, da leitura e da escrita. Ele avalia
esses três pontos de avaliação. Então, a gente vai avaliar o que é que ele aprendeu na
criança.
O IA, ele é um teste de que ele pode ser aplicado coletivamente, ele pode ser aplicado
individualmente. É um teste que a gente aplica, geralmente, no infantil 5, mas com algumas
crianças que têm até 5 anos, 6 anos no máximo, mas... E o TDE até 11 anos. Mas, às
vezes, por exemplo, o IA a gente pode aplicar em crianças com autismo, que tem um
desenvolvimento um pouco atrasado, com crianças com atraso, né, cognitivo, crianças com
deficiência intelectual, crianças com Down. A gente aplica. Até 10 anos eu já apliquei o IA.
Né? E é um teste que vê os pré-requisitos, por exemplo, pra leitura e pra escrita. Todos
aqueles pré-requisitos de lateralidade, esquema corporal, você consegue avaliar no IA.
Então, existem vários testes.
9)Quais características ou habilidades são importantes o
profissional ter pra poder atuar?
Eu acho que você tem que gostar de estudar. Esse é o caminho sempre
Então quem faz a nossa profissão é... Somos nós. O que a gente é, é o que a gente
investe. Se você investir cinco reais, você vai ser um profissional cinco reais. Se você
investir, por isso que vale muito a pena a gente estudar. A gente não precisa nesse
momento tá se matando de estudar. Mas a gente precisa dedicar todos os dias, o momento
do nosso tempo para o estudo. Porque não adianta a gente estudar só quando se forma.
Então são certas coisas, mas eu consegui tudo o que tenho da noite pro dia? Não sei. Eu
fiz a dente, eu fiz a dente no final. Demorei muito. Muito, muito. Eu paguei pra trabalhar.
Paguei pra trabalhar. Durante muito tempo. Mas, mas nunca desisti. Eu sempre estudei
muito, eu sempre fui muito estudiosa. E aí agora a gente vai, vai correndo. E vai correndo
atrás.
10) Pra finalizar, o que a senhora diria para aqueles que estão
considerando a possibilidade de atuar nessa área?
Estudar, não tem conselho melhor. Qualquer profissão vai ser muito boa pra gente desde
que a gente invista.
ACABA AQUI
PERGUNTAS A PARTE QUE FIZERAM,
Então, a senhora acha que com essa coisa das telas, de como as
crianças estão sendo expostas a isso, aumentou, né? A demanda?
Aumentou muito. Né?
[12:37 - 12:49] Até um ano e sete meses a gente não pode apresentar celular para os filhos.
Isso é comprovação científica. Depois de um ano e sete meses a criança só pode ter
acesso à tela uma hora por dia.
[12:51 13:00] Então o atraso é comprovado. Se você vai para qualquer pediatra, se você
vai... Então hoje por isso que a gente tem tantas crianças...
[13:00 - 13:10] Só aqui, eu atendo aqui, seis crianças com atraso de fala. Quase três anos.
Só falavam mamãe e papai. Quase três anos.
[13:10 - 13:21] Então aí, o atraso de fala é sinal de alerta para comprar tudo. Então dessas
seis crianças, quatro são com suspeita de TEA. Mas dessas quatro, só duas são TEA.
[13:21 - 13:34] As outras duas é um sinal de alerta. Então tu imagina uma criança de três
anos que é para ter um repertório de mais de 180 palavras, tá falando... Formando frases e
não fala nem mamãe e papai. O que o médico suspeita?
[13:34 - 13:45] Não existe exame clínico que diga que a criança tem autismo. Aliás, exame,
né? Um raio-x, um hemograma, não existe. O exame é totalmente clínico. Então a mãe diz,
olha, não fala, faz isso, faz isso, faz isso.
[13:46 - 13:58] Chega naqueles marcos do desenvolvimento. A criança chega aos três anos
e a criança não fala ainda. Qual é a primeira suspeita? TEA. Né? Então... E eram crianças
que tinham acesso...
[13:59 - 14:11] Direto. Direto às telas. Usava demais. Né? Então assim, a tela é muito
prejudicial. O celular é prejudicial pra gente. Sim. Quanto tempo a gente não perde no
Instagram? TikTok. Né?
[14:12 - 14:23] TikTok, Instagram, não tem coisa pior pra gente. Né? E a gente precisa se
policiar pra não tá... Não tá usando isso como, né? É...
[14:24 - 14:34] Direto, mas você perde muito tempo. Tu tá aqui almoçando, às vezes tu
come mal. E tu tá no Instagram. Como assim? Para a procrastinação que gera, né? É, vou
fazer depois.
[14:34 - 14:46] Aí fica lá, tu deita na tua cama pra dormir, tu podendo ler um livro, tu vai ver
o Instagram. Verdade. Aí tu diz assim, não, quando eu começo a ler eu durmo. Puxa, tu tá
vendo o Instagram. Né?
[14:46 - 14:58] Tu quer ter o hábito da leitura e tu não tem porque tu tem o Instagram. Então
o Instagram, ele é péssimo. Né? Ele é péssimo. Quando a gente, principalmente quando a
gente não sabe usar da maneira correta, né? Mas as nossas crianças não sabem usar.
[14:58 - 15:10] Então eu falo assim, tá, eu uso, uso, uso. É YouTube, é desenhos, né? E aí
o que é? Então, muito quanto, né? A senhora falou que divide paciente, né?