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50-55 Artigo Tecnico Inforflexo 133 2 (10389)
50-55 Artigo Tecnico Inforflexo 133 2 (10389)
LAMINAÇÃO:
AGREGANDO
VALOR À
Foto Divulgação/henkel
EMBALAGEM
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Os adesivos podem ser classificados em da e testada. Vale ressaltar que alguns layouts
duas categorias. Uma delas é a dos alifáticos: de embalagem, por exemplo, com degrades e
são aqueles que possuem resistência à radiação cromias, possuem uma tendência maior às al-
ultravioleta (ao amarelecimento). Outra catego- terações estéticas provocadas pelo processo de
ria é dos adesivos aromáticos; eles são divididos laminação. (Veja exemplo à página 52). Em ou-
de acordo com a performance em relação à re- tros casos, exemplo das impressões chapadas,
sistência química e térmica, que são: pode ocorrer o fenômeno de Ink smearing, ou
a) Standard: podem ser mono ou bi compo- seja, uma interação tão forte do adesivo com
nentes e são indicados para aplicações que não a tinta que ele a arranca do substrato em mo-
requerem resistência térmica e química; mentos de delaminação. A resistência à dela-
b) Média performance: aplicações que re- minação é muito menor na área de tinta, logo,
querem resistência térmica e química - são os se a embalagem possuir processo de solda a
mais utilizados no mercado de embalagens quente nessa região, algumas estruturas com
para alimentos, para pet food e produtos de resistência à delaminação, tipicamente baixa,
limpeza em pó; poderão não resistir a esse processo e, assim,
c) Alta performance: indicados para pro- apresentar problemas relacionados à vedação
cessos que requerem alta resistência ao ata- da embalagem. Como os solventes utilizados
que químico e térmico, como pasteurização, no processo de impressão possuem uma afini-
alto vácuo, esterilização e embalagens de pro- dade muito grande com os adesivos, recomen-
dutos reativos. da-se o controle do teor residual dos solventes.
Alterações nos mesmos na etapa de impressão
3. Projeto e escolha do conjunto devem ter uma avaliação dos seus impactos
adesivo também na laminação.
O sucesso de uma embalagem laminada se 3.3. Exposição da embalagem no
inicia pela avaliação técnica de todos os requisi- PDV
tos e a sua aplicação. Logo, para se alcançar o Como os adesivos aromáticos possuem
resultado esperado do projeto é necessário, em uma tendência ao amarelecimento, esse fe-
primeiro lugar, escolher adequadamente o tipo nômeno pode ocorrer em embalagens que fi-
de conjunto adesivo e catalisador, levando em cam expostas à radiação ultravioleta. O branco
consideração alguns fatores, como descritos nos fica amarelado, os tons de azuis, esverdeados
subitens a seguir, 3.1 a 3.5. e as cromias tendem a mudar de cor. Nessas
3.1. Estrutura da embalagem situações, é importante avaliar a necessidade
Os tipos de substratos são definidos no desen- de utilização de adesivos alifáticos, que não
volvimento com base no produto a ser acondicio- são atacados por essas radiações. Existem fa-
nado: barreiras necessárias, processo de envase, bricantes que possuem adesivos aromáticos
questões estéticas, especificações de resistência menos suscetíveis a esse ataque, além disso,
à delaminação, processo de vedação, forma de medidas como a aplicação do adesivo por bai-
apresentação no ponto de venda (PDV), requisi- xo da tinta, o tipo de layout da embalagem e
tos legais e custos. as cores utilizadas, também podem amenizar
3.2. Interação entre tintas, sol- essa alteração. Se o tempo de exposição for
ventes e conjunto adesivo curto, muitas vezes essas medidas retardam o
Esta interação deve ser previamente analisa- aparecimento do problema. Geralmente se usa
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artigo técnico
4. Processo de laminação
Após a análise dos critérios de escolha do
adesivo, o segundo ponto que deve ser analisado
são as condições de processo. Assim como as tin-
tas para impressão, para alcançar o desempenho
esperado na laminação, os parâmetros de má-
quina, expertise operacional e manutenção dos
Foto Divulgação
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4.1. Condições das bobinas dos e (ou) aquecido, evitando um choque térmico
substratos na chegada da mistura à máquina. É comum,
O tipo e nível de tratamento superficial da em regiões geográficas de temperatura am-
bobina, o embobinamento inadequado (ex- biental elevada, não se verificar a necessidade
cesso de tensionamento, conicidade, rugas ou de tais recursos.
marcas), assim como as variações excessivas 4.3. Umidade
de espessura, o excesso de agentes deslizan- Um dos agentes de cura do conjunto ade-
tes ou solventes de impressão são fatores que sivo e catalisador é a umidade. Por isso, a
interferem diretamente na qualidade do lami- vedação dos tambores, de cintas e a limpeza
2500 dos bicos dosadores é de extrema importância
Pot Life
2000
para evitar a chegada de adesivo polimeriza-
Viscosidade (cps)
0
0 10 15 20 25 30 35 40
ficar retidas nos mesmos e nas mangueiras.
Tempo (min) O sistema de big bags diminui o processo de
“Pot life”: tempo de vida útil depois da mistura
troca, muitos fabricantes já trabalham com
do adesivo e catalisador na laminadora. esse tipo de embalagem. Um compartimen-
to de sílica, ligado diretamente aos tambores,
nado – problemas herdados das bobinas de também deve ser utilizado.
substratos que podem causar defeitos, como: 4.4. Equipamento dosador e
baixa força de adesão, irregularidade de apli- controle da proporção de mistura
cação, falha de umectação, canaletas, rugas, Todo conjunto adesivo e catalisador possui
marcas na bobina laminada e embobinamen- uma relação de mistura adequada para que a
to inadequado. reação ocorra da forma esperada e completa.
4.2. Temperaturas do adesivo e Esse é um dos parâmetros de controle crítico
catalisador para o sucesso de uma estrutura laminada no
Um dos requisitos que regula a viscosida- processo solventless. Quem comanda as quan-
de destes componentes é a temperatura. É tidades é o equipamento dosador. Por isso, a
importante se ter um controle da mesma nos limpeza, manutenção e tecnologia do mesmo
tambores de acondicionamento do adesivo garantem uma mistura em proporções corre-
e das “panelas” ou reservatórios dos dosa- tas. Além dos controles com o equipamento,
dores. Essas temperaturas são padronizadas o teste de proporção de mistura, a limpeza e
de acordo com as condições ambientais: se avaliação das condições do bico misturador
existem variações extremas no inverno e ve- garantem este requisito desse processo. A
rão, as temperaturas de trabalho também aplicação da mistura na máquina não deve ser
variam. É recomendado pelos fabricantes um direcionada em apenas uma área dos cilindros
pré-aquecimento nos tambores do adesivo e R1 e R2, sendo recomendável que o bico es-
do catalisador através da utilização de cintas teja em constante movimento para diminuir o
aquecedoras, bem como cobrir as manguei- tempo de exposição da mistura com a umida-
ras de transporte com revestimento térmico de. Dessa forma, sempre está sendo lançada
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artigo técnico
mistura “nova” em todas as partes dos rolos, um histórico desses parâmetros para auxiliar
evitando que se aplique adesivo já em proces- nos próximos setups. A identificação das
so de cura no substrato. bobinas por meio de etiquetas, indicando o
4.5. Rolos de borracha horário de término da laminação, contribui
Os rolos de borracha, ou camisas, são os para que a etapa posterior siga um sistema
acessórios que transferem a mistura de adesi- de FIFO, evitando o uso de bobinas que não
vo e catalisador ao substrato. Por isso, nesses estejam com o tempo de cura adequado.
rolos, a dureza dos mesmos e o estado da su- 4.7. Acondicionamento da bobi-
perfície são pré-requisitos para o correto es- na pós laminação
palhamento da mistura no filme. O principal As primeiras horas após a laminação são
fator que contribui para a vida útil dos cilindros as mais críticas para o processo de cura e
de borracha é a limpeza adequada, visto que a para evitar perdas por marcas indesejadas na
mistura residual, deixada neles após o término bobina. Por isso, a recomendação é deixa-la
da laminação, tende a curar muito rápido e, suspensa pelas três primeiras horas após o
uma vez curado, a mistura fica impregnada no processo de laminação. Para acelerar a cura,
rolo, deixando-o brilhante e reduzindo a poro- principalmente, em temperaturas-ambientes
sidade da borracha. O recomendado é realizar baixas, é comum fazer uma estufa no local,
a limpeza, logo após o término do pedido e de utilizando aquecimento do ambiente duran-
maneira completa, sem deixar resíduos. te período.
4.6. Controles de parâmetros de 4.8. Gramatura aplicada
processo
Tensões, pressões, percentual de aplica-
ção da mistura, gramatura aplicada e tempe-
raturas são os principais parâmetros de pro-
cesso que devem ser contralados. É impor-
tante que o operador tenha ciência de que
deverá alterá-los de acordo com a estrutura
a ser laminada. Alguns substratos, como fil-
mes rígidos, de PET ou BOPP, impõem tam-
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Controle da gramatura de adesivo é essencial para alcançar os
resultados esperados. (Nas imagens 1, 2 e 3: teste de gramatura).
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Técnica em Química, pela E.E.T. São João Batista, do Rio Grande do Sul. Licenciada em Química pela Universidade Luterana do Brasil, cur-
sando MBA em Gestão da Qualidade, Competividade e Certificações, pela Faculdade da Serra Gaúcha. Atua no segmento de embalagens
plásticas flexíveis há 11 anos, nas áreas de desenvolvimento, engenharia de processo, controle e gestão da qualidade. É Coordenadora de
Gestão da Qualidade na Bazei Plásticos e Embalagens Ltda. Contato: fabiana@bazei.com.br
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