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Recuperação Trabalho Economia
Recuperação Trabalho Economia
1.3 Recessão
O Comité define uma recessão como um declínio significativo e alargado do nível da
atividade económica. Uma recessão tem início imediatamente após o pico e termina na
cava. A sua duração pode oscilar entre alguns trimestres e vários anos, e até incluir
períodos de variação positiva nos indicadores do produto que o Comité considere não
terem magnitude ou aderência suficiente para indicar uma expansão.
Carol 2. 1974-1978: Duas crises, uma longa recessão
Um atrás do outro, os choques económicos sucederam-se ao longo de grande parte da
década de 1970. O primeiro veio do exterior, da primeira crise petrolífera global em
1973. O impacto da Revolução do 25 de Abril e o desequilíbrio da balança externa
foram depois as causas internas que prolongaram a recessão.
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foi acomodado pelo mercado de trabalho, numa altura de forte instabilidade política e
social. O desemprego disparou
Carol 2.2 A crise da balança de pagamentos
Entre novembro de 1975 e julho de 1976 houve uma clarificação do regime político do
país na direção da consolidação da democracia. As primeiras eleições legislativas
realizaram-se em 1976. Até ao fim do ano, iniciou-se o processo de reversão das
nacionalizações indiretas e foi apresentado um plano de investimento público. Estas
mudanças reforçaram os défices orçamentais, parcialmente financiados pelo banco
central.
O expansionismo orçamental e monetário de 1973 a 1976 colocou enorme pressão
sobre a balança de pagamentos de Portugal, esgotando as reservas externas. Ao
mesmo tempo, a instabilidade política travou o financiamento externo.
Depois de ter obtido linhas de crédito do Banco Europeu de Investimento e do Tesouro
americano em 1976 e de estas se terem revelado insuficientes, o país recorreu ao FMI
para um resgate de 750 milhões de dólares, emprestados por um grupo de países
ocidentais, em abril de 1977. O programa levou Portugal a adotar medidas drásticas de
austeridade entre 1977 e 1978, incluindo limites quantitativos ao crédito, mas também
a desvalorização do Escudo para restaurar a competitividade.
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custos, mas não dispunham de autonomia para aumentarem os preços dos seus
produtos e serviços.
Sendo assim, os preços dos bens essenciais dispararam como podemos observar no
gráfico. (Taxa de variação do Índice de Preços do Consumidor (%))
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Desvalorizou-se a moeda – na altura, o escudo – em 12%, para dar competitividade
cambial às exportações e arrefecer as importações. Quando uma economia desvaloriza
a moeda, os restantes países têm mais facilidade em comprar-lhe bens ou serviços,
porque nas suas próprias moedas os preços ficam mais baratos. Com as importações
sucede o contrário: tornam-se mais caras para o país que desvalorizou a moeda.
Foi também decidido colocar limites ao crédito bancário, de modo a travar o
endividamento da economia. E, para evitar uma degradação mais acentuada das
contas públicas e do défice do Estado, reduziu-se o investimento das empresas públicas
e aumentou-se a carga fiscal.
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Para a controlar, o banco central alemão procedeu à subida das taxas de juro. Dado que
o marco alemão se encontrava ligado às taxas de câmbio das restantes moedas
europeias, verificou-se também uma subida nas taxas de juro nos restantes países, o
que contribuiu para uma recessão nas principais economias da Europa. Com os
principais parceiros comerciais em recessão – sobretudo Espanha e Alemanha, para
onde seguia a maior fatia das exportações portuguesas – estavam criadas as condições
para Portugal entrar também em recessão.
No segundo trimestre de 1993, ocorreu uma queda do consumo das famílias, depois de
já ter desacelerado em relação ao ritmo a que estava a evoluir antes do início da
recessão.
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As exportações também se ressentiram, numa fase do ciclo económico em que os
principais mercados externos para os produtos e serviços portugueses estavam
igualmente em recessão e, por isso, com volumes de consumo mais baixos.
Do mesmo modo, a recessão internacional levou a uma quebra do investimento,
particularmente evidente em 1993.
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5.3 O início das décadas perdidas
Esta recessão marcou uma viragem na economia portuguesa que ganhou contornos
estruturais. Desde então, a taxa média de crescimento tem-se revelado modesta por
períodos prolongados. De tal forma que as duas primeiras décadas do século XXI são
consideradas décadas perdidas.
A estagnação da produtividade e a falta de preparação estrutural para o novo contexto
da integração na Zona Euro são apontadas como as causas principais desta prolongada
anemia.
É também a primeira recessão em que as ferramentas macroeconómicas que Portugal
usou nas duas décadas anteriores não estão disponíveis.
O país não pode baixar as taxas de juro, entregues ao Banco Central Europeu. A
incapacidade de criar uma almofada no défice público abaixo do limite dos 3% durante
os anos de expansão económica impossibilitou a redução dos impostos ou o aumento
da despesa pública durante os anos de recessão, o que poderia ter estimulado a
economia.
Por fim, um dos efeitos mais imediatos desta recessão foi a subida rápida do
desemprego, que passou de valores abaixo dos 4,5% no final de 2001 para um patamar
acima dos 7% em 2014.
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Esta crise foi provocada por problemas no sistema financeiro internacional, que
começaram nos EUA e se estenderam à economia mundial, atingindo rapidamente
Portugal.
O sistema financeiro nacional foi fortemente abalado e, em novembro de 2008,
assistiu-se à nacionalização do Banco Português de Negócios.
A resposta europeia à crise internacional foi feita de forma coordenada, utilizando
sobretudo a política orçamental e a política monetária. Aos governos com margem de
manobra orçamental foi aconselhado um aumento da despesa pública, sobretudo de
investimento. O Banco Central Europeu procedeu a uma descida rápida das taxas de
juro, para estimular a economia. Mas o ponto de partida era muito diferente entre os
vários países europeus. A dívida pública portuguesa estava já acima dos 72% do PIB em
2007 e as contas públicas apresentavam uma histórica rigidez de despesa. A próxima
crise já estava a formar-se - Dívida bruta das administrações públicas (% do PIB)
desemprego.
Enquanto o PIB recuperou em 2009 e 2010, a taxa de desemprego subiu mais 2,4
pontos percentuais.
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As exportações afundaram, numa crise que foi globalizada e em que os principais
parceiros comerciais do país também mergulharam na recessão. O investimento
privado caiu. Reflexo dessa conjuntura, a produção industrial teve uma descida
acentuada próxima de 20% e, mesmo após a recuperação do PIB, não veio a recuperar
de forma relevante.
A saída desta recessão não passou de um intervalo até ao mergulho na crise seguinte,
que ocorreu pouco mais de um ano depois.
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O consumo das famílias caiu mais de 10%, refletindo a quebra do emprego e dos
rendimentos.
A produção industrial caiu igualmente, apesar de ter sido amortecida pela evolução das
exportações. As vendas de produtos e serviços ao exterior mostraram um dinamismo
positivo, com muitas empresas a encontrarem nas exportações uma alternativa ao
mercado interno recessivo.
O país só recuperou a capacidade de se financiar nos mercados após o final da
recessão, com a descida das taxas de juro e a recuperação de alguma credibilidade. O
défice das contas públicas caiu de um máximo de 11,4% do PIB em 2010 para 4,4% em
2015, mas a dívida pública continuou acima dos 120% do PIB durante alguns anos.
A saída da intervenção da troika aconteceu no prazo previsto, em meados de 2014.
Contudo, os efeitos da crise prolongaram-se no tempo, e algumas medidas
extraordinárias então tomadas mantiveram-se em vigor pelo menos até 2020, como o
aumento do IVA da energia. Esta foi a mais severa e traumática crise do Portugal
democrático.
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Assim, a queda inédita da economia foi sucedida por uma recuperação vigorosa,
marcando o carácter atípico desta crise: violenta e curta.
O turismo foi dos sectores mais afetados pela pandemia- saldo da balança de viagens e
turismo (milhões de euros).
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A invasão da Ucrânia pela Rússia contribui para limitar o dinamismo econômico e para
intensificar as pressões inflacionistas. O impacto negativo sobre a atividade decorre do
agravamento da subida dos preços das matérias-primas, da redução da confiança dos
agentes económicos, da turbulência nos mercados financeiros e dos efeitos das
sanções comerciais e financeiras impostas à Rússia. As projeções assumem que não se
verifica uma escalada do conflito e que o impacto destes fatores e dos
constrangimentos de oferta global se dissipam no médio prazo.
O crescimento do consumo privado é sustentado pelo aumento do rendimento
disponível e por condições financeiras favoráveis. A taxa de poupança reduz-se para
7,3% em 2022 e permanece relativamente estável em 2023 e 2024.
O investimento cresce 7,6%, em média, em 2022-23, beneficiando do aumento dos
recebimentos de fundos europeus, das perspetivas de recuperação da procura e da
dissipação progressiva dos problemas nas cadeias de fornecimento globais.
As exportações continuam a conjugar a dinâmica favorável da procura externa de bens
com a recuperação dos fluxos internacionais de turismo, assumindo-se efeitos
limitados do conflito na Ucrânia. As exportações de serviços aumentaram 38,5% em
2022 - ultrapassando o valor pré-pandemia durante o primeiro semestre - e
apresentaram crescimentos mais moderados nos anos seguintes.
A balança corrente e de capital apresentou um défice em 2022 (0,4% do PIB),
refletindo a deterioração dos termos de troca. Em 2023 e 2024, volta a registar um
excedente, associado à recuperação do turismo e à maior entrada de fundos europeus.
Continua a assistir-se a um aumento do emprego, mas a um ritmo progressivamente
menor. A taxa de desemprego diminui para 5,9% em 2022 e de forma mais gradual nos
anos seguintes.
Os riscos de repercussões mais significativas do conflito na Ucrânia com a imposição de
sanções adicionais sobre a Rússia, novas subidas dos preços das matérias-primas,
maior disrupção das cadeias de valor global, uma amplificação da incerteza e das
fricções financeiras implicaram um menor crescimento da atividade económica e uma
inflação mais elevada.
Neste contexto, as respostas de política económica nacionais e europeias são cruciais
para assegurar a manutenção de um crescimento sustentado. É importante que
Portugal revele capacidade para absorver os recursos disponíveis do PRR e que estes se
materializem num aumento permanente da capacidade produtiva. Para convergir com
a União Europeia é também fundamental continuar a aumentar as qualificações da
população e a produtividade.
Em setembro de 2023, Portugal enfrenta uma inflação em alta, que é uma preocupação
para a economia e para os cidadãos. As causas incluem o aumento dos preços dos
combustíveis, a escassez de matérias-primas, os custos de energia e a procura
aumentada. As consequências incluem a perda de poder de compra e dificuldades para
grupos vulneráveis.
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Várias são as causas que contribuem para o aumento da inflação em Portugal em
setembro de 2023: Aumento dos Preços dos Combustíveis, Escassez de matérias-
Primas, Custos de Energia, Aumento da procura, Políticas Monetárias e Fiscais
A previsão da inflação para 2024 atualizada em outubro de 2023 pelo Banco de
Portugal através do seu Boletim Económico, aponta para um crescimento dos preços na
ordem de 3,6%. Um valor significativamente inferior ao aumento dos preços esperado
para o ano completo de 2023 que, no referido Boletim, se antecipava vir a fixar-se nos
5,4%.
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