INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

IMPACTOS ECOTOXICOLÓGICOS DOS CONTAMINANTES

EMERGENTES EM MOÇAMBIQUE

GITO GABRIEL

NAMPULA, MAIO DE 2024

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

IMPACTOS ECOTOXICOLÓGICOS DOS CONTAMINANTES

EMERGENTES EM MOÇAMBIQUE

GITO GABRIEL

Trabalho de campo de carácter avaliativo da

disciplina de Bioquímica Ambiental

NAMPULA, MAIO DE 2024

ii
Indice

Contaminantes emergentes em Moçambique: Tendências, estudos feitos e

Prevenção…………………………………………………………………………..4

Tendências dos Contaminantes Emergentes em Moçambique…………………….4

Estudos feitos sobre os contaminantes emergentes em Moçambique………….….6

Medidas de prevenção dos contaminantes emergentes em Moçambique………….6

Classes de Contaminantes Emergentes: Salientar os mais impactantes, prováveis e

descritos em estudos anteriores…………………………………………………….7

Efeitos toxicológicos relacionados à presença de Contaminantes Emergentes no

ecossistema………………………………………………………………………...9

Conclusão……………………………………………………………………..….12

Referências bibliográficas……………………………………………………..…13

iii
Introdução

O presente trabalho aborda o tema dos impactos ecotoxicológicos dos

contaminantes emergentes em Moçambique. Quando nos referimos aos
contaminantes emergentes, estamos falando sobre um conjunto de substâncias
potencialmente prejudiciais que representam riscos para a saúde humana e o meio
ambiente. Esses poluentes abrangem uma ampla gama de compostos, tais como
microplásticos, nanomateriais, produtos químicos industriais e itens de cuidados
pessoais. Suas fontes podem ser atribuídas a diversas origens, incluindo
urbanização, instalações de tratamento de águas residuais e atividades industriais e
agrícolas. A presença desses contaminantes no ambiente levanta preocupações
significativas devido à possibilidade de bioacumulação e exposição prolongada.

No entanto, a presente pesquisa tem como objectivo geral: analisar os

impactos ecotoxicológicos dos contaminantes emergentes. Portanto, a metodologia
usada para a elaboração da presente pesquisa, foi a pesquisa bibliográfica, que
consiste na consulta de livros, artigos e trabalhos científicos que abordam a temática
em alusão.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura organizacional: Introdução,

desenvolvimento, conclusão e por fim serão apresentadas as referencias
bibliográficas.

4
 1. Contaminantes emergentes em Moçambique: Tendências, estudos
feitos e Prevenção

Os contaminantes emergentes são um conjunto de substâncias potencialmente

prejudiciais que representam riscos para a saúde humana e o meio ambiente. Esses
poluentes abrangem uma ampla gama de compostos, como microplásticos,
nanomateriais, produtos químicos industriais e itens de cuidados pessoais. Sua
origem pode ser atribuída a várias fontes, incluindo urbanização, instalações de
tratamento de águas residuais e atividades industriais e agrícolas. A presença desses
contaminantes no ambiente levanta preocupações significativas devido à
possibilidade de bioacumulação e exposição prolongada. (Feitosa, Sodré e
Maldaner, 2013).

Os contaminantes emergentes em Moçambique representam uma preocupação

crescente devido aos potenciais impactos negativos na saúde humana e no meio
ambiente. Para entender melhor esses desafios, é essencial examinar as tendências,
os estudos realizados e as estratégias de prevenção.

1.1.Tendências dos Contaminantes Emergentes em Moçambique

Conforme Montagner (2017), faz menção das tendências dos contaminantes

emergentes em Moçambique, a saber: urbanização rápida, expansão industrial e
agrícola, descarte inadequado de resíduos, impacto das mudanças climáticas,
polução da água e poluição do ar.

 Na urbanização Rápida: o rápido crescimento urbano em Moçambique

está associado a um aumento na produção de resíduos sólidos e líquidos,
incluindo produtos químicos e poluentes emergentes. (Montagner, 2017).

5
 Expansão Industrial e Agrícola: o desenvolvimento industrial e agrícola
traz consigo o uso intensivo de produtos químicos, fertilizantes e pesticidas,
contribuindo para a contaminação do solo, água e ar.
 Descarte Inadequado de Resíduos: a falta de infraestrutura adequada para
o tratamento de resíduos sólidos e líquidos leva ao descarte inadequado,
aumentando o risco de contaminação por contaminantes emergentes.
 Impactos das Mudanças Climáticas: as mudanças climáticas podem
afectar A distribuição e o transporte de contaminantes no ambiente,
exacerbando os desafios existentes. (Montagner, 2017).
 Poluição da água: Moçambique enfrenta desafios significativos
relacionados à qualidade da água, com contaminantes emergentes como
produtos farmacêuticos, produtos de higiene pessoal, produtos químicos
industriais e agrotóxicos sendo detectados em corpos d'água.
 Poluição do ar: emissões industriais, veiculares e queimadas agrícolas
contribuem para a poluição do ar, introduzindo contaminantes emergentes
como poluentes orgânicos persistentes e partículas finas nocivas.
(Montagner, 2017).
1.2.Estudos feitos sobre os contaminantes emergentes em Moçambique
 Estudos têm sido conduzidos para avaliar a presença e os efeitos dos
contaminantes emergentes em diferentes compartimentos ambientais,
incluindo água, solo e ar. (Rocha et al, 2009, p.54).
 Pesquisas estão em andamento para identificar fontes específicas de
contaminantes, padrões de dispersão e impactos na saúde humana e
ecossistemas locais.
1.3.Medidas de prevenção dos contaminantes emergentes em Moçambique

6
Quanto as medidas de prevenção dos contaminantes emergentes em Moçambique,
Calvelli (2023, p. 98), propõe as seguintes medidas de prevenção:

 Monitoramento continuo: é crucial implementar sistemas robustos de

monitoramento para identificar a presença e as tendências dos
contaminantes emergentes;
 Legislação e Regulamentação: Moçambique pode fortalecer suas leis e
regulamentos ambientais para abordar os contaminantes emergentes,
estabelecendo padrões de qualidade ambiental e limites de emissão;
 Gestão de resíduos: melhorar a gestão de resíduos sólidos e líquidos pode
reduzir a carga de contaminantes nos sistemas ambientais;
 Tecnologias de Tratamento: investir em tecnologias de tratamento de água
e esgoto avançadas pode ajudar a remover contaminantes emergentes antes
que entrem nos corpos de água.

Moçambique, assim como outros países em desenvolvimento, enfrenta desafios

significativos na gestão dos contaminantes emergentes. No entanto, com uma
abordagem integrada envolvendo governos, comunidades, setor privado e
organizações não governamentais, é possível implementar medidas eficazes de
prevenção e mitigação para proteger o meio ambiente e a saúde pública.

2. Classes de Contaminantes Emergentes: Salientar os mais impactantes,

prováveis e descritos em estudos anteriores.

De acordo com Souza (2018, pp. 60-63), as classes de contaminantes emergentes

variam em termos de origem, composição e potenciais impactos ambientais e de
saúde. Algumas das classes mais impactantes, com base em estudos anteriores e
prováveis fontes de contaminação em Moçambique, incluem:

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 2.1.Produtos Farmacêuticos

Tem como origem, em uso humano e veterinário, descarte inadequado de

medicamentos. Portanto, o descarte inadequado destes produtos pode afetar a saúde
humana e dos animais aquáticos, causando mudanças no comportamento e na
biologia. (Souza, 2018, p.60).

2.2.Produtos de Higiene Pessoal:

Tem origem em Produtos como cremes, loções, xampus e sabonetes. Este tipo de
produtos contêm substâncias químicas que podem persistir no meio ambiente,
causando danos à vida aquática e ecossistemas. (Souza, 2018, p.60).

2.3.Agrotóxicos e Pesticida

Tem origem no uso agrícola, aplicação em culturas. E como impacto, estes podem
contaminar águas superficiais e subterrâneas, afetando a biodiversidade aquática e
a saúde humana através da ingestão de água contaminada e alimentos. (Souza, 2018,
p.61).

2.4.Poluentes Orgânicos Persistentes

Tem origem nos Produtos industriais, queimadas agrícolas, resíduos urbanos. Estes
poluentes são altamente tóxicos e persistentes no ambiente, podem bioacumular em
organismos vivos e causar efeitos adversos à saúde e ao meio ambiente a longo
prazo. (Souza, 2018, p.61).

2.5.Produtos Químicos Industriais

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Tem origem no descarte de resíduos industriais, vazamentos de instalações
industriais. Este tipo de produtos provocam um grande impacto no meio ambiente,
no que tange a contaminação de águas superficiais e subterrâneas, afetando a
qualidade da água para consumo humano e atividades agrícolas. (Souza, 2018,
p.62).

2.6.Substâncias de Plásticos e Microplásticos

Tem origem na fragmentação de plásticos, produtos de higiene pessoal contendo

microesferas de plástico. Contaminando assim os ecossistemas aquáticos e
terrestres, sendo ingeridos por organismos marinhos e terrestres, com potenciais
impactos na cadeia alimentar e na saúde humana. (Souza, 2018, p.63).

Essas classes de contaminantes emergentes são preocupantes devido aos seus

potenciais impactos na saúde humana, na biodiversidade e nos ecossistemas
aquáticos e terrestres. A implementação de medidas de prevenção, como
regulamentações mais rigorosas, gestão adequada de resíduos e investimento em
tecnologias de tratamento de água, é crucial para mitigar esses impactos e proteger
o meio ambiente em Moçambique.

3. Efeitos toxicológicos relacionados à presença de Contaminantes

Emergentes no ecossistema.

Para Rocha et al. (2009, p.12), os contaminantes emergentes são substâncias

químicas que estão se tornando cada vez mais presentes no meio ambiente, mas que
ainda não são amplamente regulamentadas ou estudadas em termos de seus efeitos
sobre a saúde humana e o meio ambiente. Eles podem incluir produtos
farmacêuticos, produtos de cuidados pessoais, pesticidas, produtos químicos
industriais e seus subprodutos, entre outros compostos.
9
Rocha et al. (2009, p.24-26), salienta que os efeitos toxicológicos dos contaminantes
emergentes no ecossistema podem ser diversos e podem variar dependendo da
substância específica, sua concentração, tempo de exposição e as características do
ecossistema afetado. Alguns dos efeitos potenciais incluem:

 Toxicidade Aguda: alguns contaminantes emergentes podem ser tóxicos

em doses únicas ou exposições breves, causando danos imediatos aos
organismos expostos.
 Toxicidade Crônica: exposições prolongadas a baixas concentrações de
contaminantes emergentes podem levar a efeitos crônicos, como danos ao
sistema nervoso, câncer, distúrbios hormonais, entre outros.
 Bioacumulação e Biomagnificação: alguns contaminantes emergentes têm
a capacidade de se acumular nos tecidos dos organismos ao longo do tempo.
Isso pode levar à Biomagnificação, onde os contaminantes se acumulam em
níveis mais altos nos organismos de níveis tróficos mais altos da cadeia
alimentar.
 Disrupção Endócrina: muitos contaminantes emergentes têm a capacidade
de interferir nos sistemas endócrinos dos organismos, alterando a produção,
liberação, transporte, metabolismo e eliminação de hormônios. Isso pode
levar a uma série de efeitos adversos, como problemas reprodutivos,
alterações no desenvolvimento e disfunção metabólica.
 Impactos no Ecossistema: os contaminantes emergentes também podem
afetar a estrutura e função dos ecossistemas, causando mudanças nas
populações de organismos, nas interações tróficas, na produtividade e na
estabilidade dos ecossistemas.

Para lidar com os efeitos toxicológicos dos contaminantes emergentes, é crucial

realizar uma avaliação de risco abrangente que leve em consideração não apenas os
10
efeitos agudos, mas também os efeitos crônicos e subletais, bem como os impactos
cumulativos e sinérgicos de múltiplos contaminantes. Além disso, são necessárias
políticas de gestão ambiental eficazes para monitorar, regular e mitigar a presença
de contaminantes emergentes no meio ambiente. (Rocha et al., 2009, p.23).

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Conclusão

Em Moçambique, assim como em muitos outros países em

desenvolvimento, a questão dos contaminantes emergentes é um desafio crescente
que merece atenção urgente. Embora a pesquisa específica sobre a presença e os
efeitos desses contaminantes em Moçambique possa ser limitada, podemos fazer
algumas conclusões gerais com base em tendências globais e regionais:

A presença de contaminantes emergentes no meio ambiente pode representar

um risco significativo para a saúde pública em Moçambique. Isso inclui
preocupações com a contaminação da água potável, alimentos e ar, o que pode levar
a problemas de saúde, como doenças gastrointestinais, distúrbios endócrinos e até
mesmo câncer. Moçambique pode enfrentar desafios significativos em termos de
infraestrutura de tratamento de água e resíduos, bem como capacidade regulatória
para lidar com a presença de contaminantes emergentes. Isso pode ser exacerbado
por limitações financeiras e técnicas.

Os ecossistemas aquáticos e terrestres de Moçambique, incluindo rios, lagos,

estuários e áreas costeiras, podem estar particularmente vulneráveis à contaminação
por contaminantes emergentes devido à sua importância para a subsistência e
biodiversidade local.

Para concluir, a questão dos contaminantes emergentes em Moçambique é

complexa e requer uma abordagem abrangente que leve em consideração tanto os
aspectos de saúde pública quanto os desafios ambientais e de desenvolvimento. É
crucial agir com urgência para proteger a saúde humana e os ecossistemas naturais
de Moçambique dos efeitos adversos desses contaminantes

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Referências bibliográficas

Calvelli, João Victor Barbosa. (2023). Contaminantes emergentes: uma visão

ecotoxicológica sobre o impacto dos fármacos no meio ambiente na saúde pública.
Ponta Grossa: Atena Editora.

Montagner, C. C., Vidal, C., Acayaba, R. D. (2017). Contaminantes emergentes em

matrizes aquáticas do Brasil: Cenário actual e aspectos analíticos, ecotoxicológicos
e regulatórios. Química Nova.

Souza, Raimundo Aderson Lobão de. (Org). (2018). Ecossistemas aquáticos:

Tópicos Especiais. Edufra Belém: Universidade Federal Rural da Amazônia.

Rocha, J. C., Rosa, A. H., Cardoso, A. A. (2009). Introdução à química ambiental.

(2ª. ed). Porto Alegre: Bookman.

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