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UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR ANHANGUERA

CURSO DE FARMÁCIA

EDUARDO TOSON

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


FARMÁCIA HOSPITALAR

Passo Fundo
2023
EDUARDO TOSON

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


FARMÁCIA HOSPITALAR

Relatório do Estágio Supervisionado em Farmácia


hospitalar apresentado como requisito obrigatório para a
obtenção da pontuação necessária na disciplina de
Estágio Supervisionado em Farmácia Hospitalar.

Orientador: Prof. Ms. Flávia Soares Lassie

Passo Fundo
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.............................................................................3
2 INTRODUÇÃO...................................................................................4
3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO........................................................5
4 TEORIA EM PRÁTICA- ESTUDOS DE CASOS...............................7
5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO....................................16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................17
REFERÊNCIAS......................................................................................18
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1 APRESENTAÇÃO

Este portfólio de estágio supervisionado foi desenvolvido de acordo


com as atividades realizadas durante o período de 18/09/2023 a 09/10/2023 nas
instalações da Associação Hospitalar São Vicente de Paulo, localizado na Rua
Teixeira Soares, centro na cidade de Passo Fundo. O presente estágio foi de suma
importância para conhecimento das atividades e rotinas que um hospital necessita
para garantir um atendimento de excelência e salvando a vida de milhares de
pessoas todos os dias. Nos dias atuais, a o serviço de farmácia hospitalar tem como
principal ponto de ação a introdução da farmácia clínica, fundamentando esta, na
busca cada vez mais recorrente dos hospitais pela atuação do farmacêutico, uma
vez que isso acarreta na diminuição dos erros atrelados as medicações e
prescrições com fármacos desnecessários, o que de certa forma acaba por
contribuir também com a diminuição do custo da terapia e o tempo de internação
dos pacientes (FERRACINI, 2011).
A busca constante pela qualidade nas organizações de saúde se faz
fundamental, visando assim garantir uma melhor assistência e por consequência,
reduzir os possíveis riscos e aumentar as chances de sucesso terapêutico (SILVA
et. al., 2018). Por isso, é importante que a inserção do farmacêutico clínico na
equipe multiprofissional, promovendo o combate ao uso irracional de medicamentos
e eventos adversos, sempre contribuindo na melhoria da farmacoterapia e na
promoção da qualidade de vida dos pacientes. (FINATTO; CAON; BUENO, 2012).
Dessa forma ele passa a integrar a equipe de saúde e atuar de forma mais efetiva
na assistência prestada ao paciente, usando seus conhecimentos para melhorar o
cuidado (AMARAL; AMARAL; PROVIN, 2008).
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2 INTRODUÇÃO

A participação do profissional farmacêutico em instituições de saúde


como hospitais e unidades básicas de saúde vem crescendo expressivamente nos
últimos anos, o que contribui com o seu fortalecimento e consolidação na prática
clínica. Uma de várias outras funções do farmacêutico neste ambiente é o emprego
da farmácia clínica, a qual é utilizada com o intuito de proporcionar o uso racional e
seguro dos medicamentos (ANGONESI; SEVALHO, 2010). Esta prática é
regulamentada e respaldada por meio de duas Resoluções publicadas pelo
Conselho Federal de Farmácia, a Resolução n° 585 de 29 de agosto de 2013 que
regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a Resolução n°586, de 29 de
agosto de 2013, regulamenta a prescrição farmacêutica e dá outras providências
relacionadas ao exercício da profissão farmacêutica (BRASIL, 2013a; BRASIL,
2013b).
A aplicação da farmácia clínica mostra-se como uma
prática na qual os farmacêuticos prestam cuidados aos pacientes com o objetivo
de otimizar a farmacoterapia empregada. Como recurso pode-se optar por
diferentes abordagens que envolvem a revisão da prescrição clínica,
entrevistas e consultas, aconselhamentos e acompanhamento aos internados,
discursão de casos clínicos com outros profissionais da equipe, entre outros
(CARREÑO, et al., 2012; OKUMURA, et al., 2016). Dentro dos hospitais quanto
melhor o gerenciamento e habilidades das pessoas envolvidas na
organização da farmácia, maior será a efetividade com relação a
otimização de custos e a capacidade de oferecer aos seus clientes uma
melhor qualidade dos seus serviços com baixos custos operacionais (MOURA;
SILVA, 2012). A presença do farmacêutico clínico nos hospitais, trabalhando
junto da equipe médica, pode representar aumento da qualidade e
segurança no atendimento ao paciente e racionalização de recursos
(SANTOS; TORRIANI; BARROS, 2013).
O farmacêutico hospitalar exerce papel fundamental no tocante à
distribuição correta de medicamentos, sendo responsável por garantir o ciclo do
medicamento selecionando ativos e fornecedores, armazenamento adequadamente,
mantendo os registros de controle de entrada e saída de produtos assim como da
qualidade e finalidade dos mesmos.
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3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO

A mesa redonda condiz com uma palestra ministrada por algum


especialista no assunto, ela teve como assunto a Farmacoterapia Hospitalar, e foi
ministrada pela Prof.ª Dra. Tatiana Staudt, a mesma foi sucinta e pontou os
principais tópicos relacionados ao assunto de forma dinâmica e de fácil
entendimento. A farmacoterapia condiz com a prática farmacêutica que tem como
principal intuito garantir a segurança, eficácia e qualidade do tratamento
medicamentoso bem como a prevenção e tratamento de patologias. Para garantir
tais requisitos, o profissional farmacêutico contribui com um acompanhamento para
os pacientes e elabora planos para garantir que os protocolos serão seguidos e
proporcionar a farmacoterapia adequada para cada paciente.
A atividade em questão contribuiu como atividade fundamental
para inteirar-se junto aos principais antibióticos que são comumente utilizados na
farmácia hospitalar, de forma a proporcionar um maior conhecimento antes de entrar
em contato com os medicamentos do campo de estágio. A atividade designada de
“antibióticos” foi promulgada como uma pesquisa sobre o nome, classe, estabilidade
e posologia de cada um dos medicamentos pesquisados e selecionados. As visitas
aos diversos ambientes foram importantes para uma apresentação aos principais
setores que compõem o ambiente. Foi possível conhecer a organização da
farmácia, o setor da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), sala de deposito
e a sala referente a organização dos medicamentos controlados e termolábeis.
Perante a organização da farmácia é fácil observar a disposição dos medicamentos
que serão dispensados ao longo do encontro.
A CAF é responsável por abrigar os medicamentos que são
disponibilizados através do Ciclo da Assistência Farmacêutica (AF), na parte do
deposito ficam acomodados os principais materiais de cunho cirúrgico e na última
sala apresentada há a presença de armários trancados que abrigam os
medicamentos psicotrópicos e uma geladeira devidamente refrigerada nas
temperaturas solicitadas pelo fabricada que abrigam os termolábeis. O ciclo da
assistência farmacêutica é parte integrante para a disponibilização dos
medicamentos, principalmente no setor hospitalar, por essa via, o processo contribui
significativamente com o trabalho do farmacêutico dentro de uma farmácia
hospitalar. O encontro no campo de estágio foi propício para o aprendizado
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referente as dispensações no setor hospitalar. A atividade se desenvolveu mediante


a conferência das prescrições dos pacientes reservadas para o dia, após a
conferência verificava-se a disponibilidade do medicamento prescrito e o
acondicionava em recipiente que seria destinado para o leito correspondente. Caso
houvesse falta de algum medicamento prescrito uma observação seria adicionada
na prescrição para informar sua indisponibilidade. Por fim, os recipientes são
encaminhados ao farmacêutico que irá averiguar a veracidade da prescrição e se a
mesma está de acordo com o solicitado, após o seu aval a mesma é dispensada aos
pacientes.
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4 TEORIA EM PRÁTICA- ESTUDOS DE CASOS

A evolução histórica da farmácia hospitalar no Brasil está vinculada à estruturação do


complexo médico industrial. No século XX, o farmacêutico era o profissional de referência
para a sociedade nos aspectos do medicamento. Além de dispensar o medicamento, o
farmacêutico hospitalar era responsável também, pela manipulação.
A sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) foi criada em 1995 e têm
contribuído para o desenvolvimento da assistência farmacêutica hospitalar. Segundo a
SBRAFH (1997), farmácia hospitalar é uma unidade clínica, administrativa e econômica,
dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção de hospitais e integrada
funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente.
Para auxiliar na resolução desta atividade você poderá acessar os livros que estão
disponíveis em nossa biblioteca virtual, a seguir temos algumas sugestões de livros que estão
disponíveis em: Minha Biblioteca, e algumas resoluções e portarias que regulamentam as
atividades no ambiente hospitalar.

 JULIANI, R.GM. Organização e Funcionamento de Farmácia


Hospitalar. 1.ed. São Paulo: Érica: Saraiva, 2016.
 FARIA, C.O. et al. Farmácia Hospitalar. Porto alegre: SGAH, 2019.
 Portaria Nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Aprova as diretrizes e
estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e
serviços de farmácia no âmbito dos hospitais. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4283_30_12_201
0.html.
 RDC nº 220, de 21 de setembro de 2004. Regulamento técnico de
funcionamento para os serviços de terapia antineoplásica. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/rdc0220_21_09_
2004.html.
 Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia
de nutrição parenteral.
Analise o estudo de caso a seguir:
Estudo de Caso 1 - Estrutura da Farmácia Hospitalar
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A direção clínica do hospital solicitou ao farmacêutico hospitalar que


readequasse o sistema de distribuição de medicamentos do hospital visando
diminuir os gastos com os medicamentos, diminuir os erros de medicação, melhorar
o controle e a gestão do estoque da farmácia, diminuir os estoques de
medicamentos nos postos de enfermagem, além de favorecer a integração do
farmacêutico com a equipe de saúde. O farmacêutico analisou os recursos humanos
e a infraestrutura disponível e avaliou que em um primeiro momento, só seria
possível a implantação de um sistema que dispensasse medicamentos necessários
para um dia de tratamento para cada paciente.

Responda:

a) Quais são os objetivos principais da gestão da farmácia hospitalar?

Resposta:

Garantir para que toda a operação relacionada ao medicamento esteja em


conformidade com as exigências dos órgãos regentes, também é de suma
importância para que o hospital disponha de insumos e medicamentos necessários
para atender as demandas dos pacientes.
Reduzir gastos sem comprometer o desempenho da farmácia ganhando maior
eficácia e garantir ao paciente de que o local onde está armazenado os
medicamentos, insumos e equipamentos utilizados durante o tratamento são
seguros.

b) A farmácia hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e circulação,


tanto para atender à distribuição de medicamentos de pacientes internados e
ambulatoriais, como para receber visitas de técnicos e de fornecedores o que
justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a troca de informações. O
dimensionamento da área física de uma farmácia hospitalar tem relação direta com
as atividades a serem desenvolvidas, que são, por sua vez, determinadas pelo perfil
assistencial e pela complexidade do cuidado prestado no hospital. Quais são os
principais ambientes da Farmácia Hospitalar? Esquematize através de um desenho
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qual é a estrutura física necessária para o funcionamento de uma farmácia


hospitalar, identificando cada área e relacionando quais são as atividades que são
desempenhadas no local.

Área
Recepção e inspeção Manipulação de NPT

CAF Manipulação de Citotóxicos

Área de distribuição Área de unitarização de doses

Sala de Chefia Sala de diluição de germicidas

Área administrativa Manipulação Magistral e Oficinal

Sala de reunião Depósito de Material de Limpeza


(DML)

Área de medicamentos sujeitos a controle Fracionamento


especial (Portaria
nº344/1998)

Resposta:
Para um melhor funcionamento de uma unidade de farmácia hospitalar, deve
existir no mínimo os seguintes ambientes:
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Área de administração, área de armazenamentos, área de dispensação e por último


área de atendimento farmacêutico, havendo outros tipos de atividades como:
fracionamento, manipulação magistral, produção de kits, deverão existir ambientes
específicos para cada uma dessas atividades.

c) Pensando na temática proposta pelo estudo de caso, explique qual será o


sistema de distribuição de medicamentos que poderá ser implantado no hospital?
Quais são as vantagens e desvantagens desse sistema de distribuição? Justifique.

Resposta:

Este sistema será individualizado, nesse sistema, os medicamentos são


contidos em embalagens, e identificados para cada paciente. Essa distribuição é
realizada em um prazo máximo de 24 horas podendo ser em embalagens plásticas,
com separações obtidas por termo solda. Nesse sentido, os horários de
administração são identificados de acordo com a prescrição médica, visando, uma
distribuição segura.

d) O sistema de distribuição de medicamentos deve se basear nas características


do hospital e deve ser um sistema racional, eficiente, econômico e seguro. Descreva
quais são os tipos de sistemas de distribuição de medicamentos que podem ser
utilizados nos hospitais, relacionando as vantagens e desvantagens de cada um.

Resposta:

A distribuição é um processo responsável pela logística de disponibilização dos


medicamentos e correlatos necessários às operações de uma unidade de saúde. Os
três tipos de sistema de distribuição serão relatados a seguir. O sistema de
distribuição coletivo (SDC) é o mais antigo dos sistemas, entretanto ainda há
hospitais brasileiros que o adotam. A farmácia nesse sistema serve, unicamente,
como depósito de medicamentos e correlatos e, simplesmente, faz um repasse
desses produtos para as diversas seções do hospital, pois não leva em conta a
verdadeira função da farmácia hospitalar, mostra que o médico, prescreve, a
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enfermagem requisita para farmácia e a mesma dispensa os medicamentos para a


enfermagem que faz o estoque. De acordo com Gomes e Reis (2011), a assistência
ao paciente fica prejudicada nesse sistema, pela não participação do farmacêutico
na revisão e na análise da prescrição médica. Este sistema denota também falta de
planejamento e gerenciamento, com os altos custos em relação aos medicamentos,
como consequência disso o sistema apresenta mais desvantagens do que
vantagens.
O sistema de distribuição individualizado (SDI) é adotado em hospitais
brasileiros, e cada instituição possui suas peculiaridades e variações da rotina
operacional. Essas variações vão desde a forma da prescrição médica, modo de
preparo e distribuição das doses e fluxo da rotina. O sistema individualizado
determina-se geralmente por um período de 24 horas, onde os pedidos de
medicamentos são feitos especificamente para cada paciente. Esse sistema divide-
se em sistema individualizado indireto ou direto. No SDI indireto, a distribuição é
baseada na transcrição da prescrição médica. A solicitação à farmácia é feita por
paciente e não por unidade assistencial, como no coletivo. Em contrapartida o SDI
direto, a distribuição é baseada na cópia da prescrição médica, eliminando a
transcrição. Neste contexto, é possível uma discreta participação do farmacêutico,
na terapêutica medicamentosa, sendo já um grande avanço para a realidade
brasileira.

e) Quais são as atividades farmacêuticas que podem ser realizadas nos hospitais?

Resposta:

O sistema de distribuição de medicamentos individualizado e por dose unitária


oferece atualmente as melhores condições para o adequado atendimento da terapia
medicamentosa, e deve ser seguido pelas inovações tecnológicas, compreendendo
que um sistema eficiente e adequado à instituição hospitalar só é possível com
envolvimento dos profissionais farmacêuticos no processo, tendo como foco de
todas as atividades desenvolvidas no hospital e o bem-estar e segurança do
paciente. Além disso, a atuação do profissional farmacêutico contribui
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significativamente com a farmacoterapia utilizada e no desenvolvimento de suas


atividades com técnica, assegurando o uso racional dos medicamentos.

Estudo de Caso 2 - Atividades realizadas na Farmácia Hospitalar


O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável por atividades clínicas,
administrativas e consultivas com o objetivo de promover a racionalização de custos, o uso
racional de medicamentos e a orientação aos pacientes, além de atuar na gestão da logística
farmacêutica e participar das comissões hospitalares, sendo referência na promoção da saúde
por meio da assistência farmacoterapêutica. Esse profissional tem uma conduta
interdisciplinar, integrando a farmácia hospitalar com os demais serviços e unidades clínicas.
De acordo com a Resolução no 492, de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício
profissional no setor público e privado, as principais atribuições do farmacêutico foram
agrupadas em cinco grandes áreas: atividades logísticas, controle de qualidade, atividades
intersetoriais, atividades focadas no paciente, atividades de manipulação/ produção.

a) Em oncologia, o farmacêutico é o principal instrumento para a qualidade da


farmacoterapia. Suas atribuições excedem a simples dispensação da prescrição
médica, ou ainda a manipulação propriamente dita. Sua atuação é importante em
várias etapas da terapia antineoplásica. Pensando na manipulação de
antineoplásicos, descreva quais são as condições mínimas necessárias que são
exigidas para a manipulação de antineoplásicos.

b) A nutrição parenteral compreende uma solução ou uma emulsão composta,


basicamente, por aminoácidos, lipídios, carboidratos e eletrólitos. É uma formulação
estéril e apirogênica, acondicionada em bolsa plástica, destinada à administração
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou à manutenção de tecidos, órgãos e sistemas. O
Setor de Nutrição Parenteral do Serviço de Farmácia do hospital é o setor
responsável pela seleção, pela aquisição, pelo armazenamento, pela manipulação e
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dispensação das formulações de nutrição parenteral. Pensando na manipulação da


nutrição parenteral, descreva quais são as condições mínimas necessárias que são
exigidas para a manipulação de nutrição parenteral.

a): Resposta

A estrutura mínima para uma central de manipulação de antineoplásicos é


descrita na RDC/Anvisa 50/02, na RDC 220/04 e na RDC 67/07, e deve possuir:
- área ou sala para as atividades administrativas;
- área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem;
- área de quarentena e rotulagem (conferências, dupla checagem do produto
manipulado e inspeção do produto);
- área de dispensação;
- área de armazenamento exclusiva para estocagem de medicamentos específicos
da TA;
- área destinada à paramentação (antecâmara), provida de lavatório para
higienização das mãos;
- Vestuários;
- área de armazenamento temporário de resíduos;
- Sala exclusiva para preparação de medicamentos para TA, com área mínima de
cinco m² por cabine de segurança biológica;
- Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe II B2, que deve ser instalada
seguindo as orientações contidas na RDC/Anvisa 50/02.

Técnicas e cuidados de preparo

Os farmacêuticos têm papel importante no preparo das soluções


antineoplásicas, visando preservar as características físico-químicas e
microbiológicas do produto manipulado. É fundamental ter o cuidado para não
agregar a ele nenhuma carga microbiana e assim comprometer a saúde e
segurança do paciente.

A esterilidade do produto deverá ser garantida pelo farmacêutico,


para isso é necessário que a farmácia estabeleça um Sistema de Garantia de
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Qualidade que incorpore as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos


Estéreis. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA), a validação visa
estabelecer evidências documentadas que prove um alto grau de garantia a um
processo específico, garantindo consistentemente que o produto esteja de acordo
com as normas de qualidade.
Trazendo isso para nossa prática, a validação permite que o processo seja
controlado e a dose correta do princípio ativo administrada ao paciente esteja dentro
do padrão de esterilidade garantido por meio de uma técnica asséptica.
Todo o processo que envolve o preparo dos antineoplásicos deve ocorrer em
Cabine de Segurança Biológica (CBS) Classe II B2. A NR 32/05 define a CSB classe
II tipo B2 como sendo cabine dotada de filtro absoluto (HEPA) com eficiência da
filtragem e exaustão do ar de 99,99% a 100%. Todo o ar que entra na cabine e o
que e exaurido para o exterior passam previamente pelo filtro HEPA.
Não há recirculação de fluxo de ar, sendo a exaustão total. Segundo ele, a
cabine tem pressão negativa em relação ao local onde está instalada, pela diferença
entre o insuflamento do ar no interior da cabine e sua exaustão. Dessa forma, ela
oferece proteção ao manipulador, ao produto manipulado e ao ambiente, tornando-
se o modelo recomendado para trabalhos que envolvam agentes biológicos de risco
moderado e para manipular antineoplásicos.

b): Resposta

A NPT deve ser manipulada em sala limpa classe ISO 7, em cabines de fluxo
laminar classe ISO 5, com pressão positiva. Deve possuir uma antecâmara para
desinfecção e paramentação de vestuário próprio e adequado, que não libere
partículas e esteja esterilizado. A prévia desinfecção que deve ocorrer da parte
externa das embalagens primárias dos produtos que serão utilizados para a
manipulação (quando possível) deve ser realizada em área adjacente a da
manipulação. Esta área deve ser classificada (classe ISO 8), possuir comunicação
com a área de manipulação através de caixa de passagem com dupla porta,
intertravada e possuir pressão menor do que a sala de manipulação e maior que a
área externa. Todas as áreas devem ser precedidas de uma antecâmara com igual
classe de controle à sala a qual dará acesso e possuir pressão menor que ela.
Recomenda-se pelo menos 20 trocas de ar por hora e que a sala possua cerca de 5
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m²/por cabine. Todos os produtos utilizados na NPT devem ter registro no Ministério
da Saúde. Sua utilização deve ser precedida de um cadastramento do laboratório
produtor e cada remessa dos produtos deve vir acompanhada dos laudos de
controle de qualidade do lote entregue. Todos os funcionários devem ser treinados
para as funções que poderão exercer e este treinamento ser registrado, a fim de
poder evidenciar esta ação. As manutenções preventivas e corretivas devem ser
registradas e os ensaios periódicos definidos e cumpridos, conforme cronograma
pré-estabelecido. Segundo a ISO 14.644, as contagens de partículas devem ocorrer,
a cada seis meses, para ambientes iguais ou menores que a classe ISO 5, e a cada
12 meses, para ambientes iguais ou maiores que a classe ISO 6. As amostras de
contra referência devem ficar armazenadas por pelo menos 7 dias após o preparo
da solução.
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5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO


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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio foi uma ferramenta de adesão impactante no futuro


profissional do acadêmico, proporcionando conhecimentos antes conhecidos apenas
na teoria durante as aulas do curso, e as práticas possibilitaram um novo olhar para
os programas de saúde que compõem o SUS e tem a assistência farmacêutica
como adjuvante para o acesso de medicamentos e insumos. Ao decorrer do estágio,
o mesmo possibilitou uma nova rotina desempenhada dentro de um hospital que
lida com as mais diversas situações e necessita de uma grande demanda de
medicamentos para atender a região e comunidades próximas e para isso conta
com profissionais farmacêuticos e uma farmácia satélite no centro cirúrgico, os
profissionais estabelecem critérios de consumos e realizam o ciclo da assistência
farmacêutica para garantir o acesso seguro, incluindo a demanda e possíveis faltas
dos medicamentos mais consumidos pelos pacientes. Diante disso, é nítido concluir
que, fica claro que o estágio é altamente rico em conhecimentos que foram
absorvidos conforme o andamento dos encontros e possibilitou grande
conhecimento e aprendizado bem como a maturação de habilidades que podem ser
usadas ao adentrar no mercado de trabalho e aperfeiçoamento profissional
viabilizando uma possível oportunidade de atuação no setor hospitalar.
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REFERÊNCIAS

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farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
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BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586 de 29 de


agosto de 2013. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 ago. 2013b.

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