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Escola de Comunicações e Artes - Universidade de São Paulo - 23 a 26 de agosto de 2011

Eixo Temático
Quadrinhos e Educação

QUADRINHOS NA EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIA NO PROJETO “O


PRAZER DA ARTE”

Fábio Tavares da Silva¹, Fábio José Rodrigues da Costa²


1
Graduando, Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau/Universidade
Regional do Cariri - URCA, Juazeiro do Norte, Ceará.
²Doutor, Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau/Universidade Regional
do Cariri - URCA, Juazeiro do Norte, Ceará

Resumo

Este artigo apresenta experiência com o ensino de histórias em quadrinhos desenvolvida no


projeto “O Prazer da Arte”, realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino da Arte –
NEPEA objetivando oferecer cursos de extensão na área de Artes Visuais para estudantes de
escolas da rede pública e para instituições não governamentais – ONGs. O projeto está em
andamento, e o que apresentamos aqui é o resultado da primeira experiência com HQs
desenvolvida de 14 a 25 de março de 2011 com a participação de nove estudantes do Ensino
Médio e Ensino Superior.

Palavras-Chave: Educação; Escola; Quadrinhos; Ensino; Arte;

Abstract

This paper describes the experience with the teaching of comics developed under the project
"The Pleasure of Art" project conducted by the Center for Studies and Research in the Teaching
of Art - NEPEA aiming to offer extension courses in the area of Visual Arts students from
schools public and non-governmental institutions - NGOs The project is underway, which we
present here is the result of first experience with comics designed 14 to 25 March 2011 with the
participation of nine high school students and Higher Education.

Keywords: Education, School, Comics, Education, Art;


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1. Introdução

História em Quadrinhos (HQ) é uma linguagem que pode, deve e é


necessária ser experimentada no ambiente formal da escola e em outros
espaços de educação não formal como Organizações Não Governamentais -
ONGs. É comprovado que esta linguagem pode servir como um importante
instrumento para o processo de ensino/aprendizagem nas diversas disciplinas
escolares e, especialmente, na disciplina de artes onde as HQs não são
apenas um meio, mas um objeto das culturas visuais contemporâneas a ser
estudado.
Partindo de tal concepção, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino
da Arte - NEPEA e a disciplina Estágio Supervisionado em Ensino das Artes
Visuais do Departamento de Artes Visuais/Centro de Artes Reitora Violeta
Arraes de Alencar Gervaiseau da Universidade Regional do Cariri - URCA vem
desenvolvendo o Projeto “O Prazer da Arte” que objetiva oferecer cursos de
extensão na área das Artes Visuais para estudantes de escolas públicas e
particulares da cidade do Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.
O Projeto “O Prazer da Arte” concebe como mediadores das ações
educativas os estudantes do Curso de Licenciatura Plena em Artes Visuais que
estejam cursando as disciplinas Estágio Supervisionado em Ensino das Artes
Visuais e Didática do Ensino das Artes Visuais. Estes alunos,
artistas/professores, professores de artes ou arte/educadores em formação
experimentam suas aprendizagens por meio de oficinas e/ou cursos de
extensão em várias linguagens do campo das Artes Visuais.
A primeira etapa deste projeto foi realizado de março a abril de 2011, e
ofertou os cursos de História em Quadrinhos – HQ, Produção de Vídeo,
Desenho e Pintura, Escultura e Iluminação Cênica.
O curso de HQ vislumbrou acolher estudantes de escolas públicas do
município do Juazeiro do Norte e estudantes do próprio curso de Licenciatura
Plena em Artes Visuais da URCA que, mediados por um estudante em estágio,
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foram estimulados a experimentar o prazer de ler e produzir HQ, entendendo-a


como uma linguagem artística que está presente no contexto escolar e no
imaginário infanto-juvenil, mas que na escola os alunos não são estimulados a
desenvolverem poeticamente suas narrativas visuais, muito menos em relação
a histórias em quadrinhos.
A orientação didática e pedagógica do projeto tem na Abordagem
Triangular, proposta pedagógica para o ensino de artes visuais sistematizada
por Ana Mae Barbosa no livro a imagem no ensino da arte, sua fundamentação
por meio de suas três dimensões cognitivas: leitura/interpretação,
contextualização e fazer artístico (BARBOSA, 2009). E esta orientação norteou
o curso de HQ.

2. Revisão de Literatura

As Histórias em Quadrinhos - HQs são identificadas como um produto


da indústria cultural, meio de comunicação de massa, mas também é uma
manifestação artística que tem como base a utilização da imagem para contar
uma história. Além de pertencer às culturas visuais contemporâneas. Para
definir História em Quadrinhos, Feijó (1997, p. 13) diz que “Will Eisner, a maior
autoridade mundial em quadrinhos, define o gênero como uma forma de arte
seqüencial.” Diz ainda que “é uma narrativa visual que pode ou não usar textos,
em balões ou em legendas.”
Esta manifestação artística com características próprias é uma forma de
arte que conjuga texto e imagem para passar uma mensagem ao leitor:
As diversas formas de arte seqüencial usam uma „linguagem‟
baseada em experiências visuais comuns ao criador (emissor
da mensagem) e ao seu público (receptor da mensagem), ou
seja, a comunicação se faz por intermédio de imagens
reconhecíveis. (idem, p. 13-14)

Sobre a afirmação das histórias em quadrinhos enquanto manifestação


artística independente da literatura e com características próprias, Waldomiro
Vergueiro e Paulo Ramos (2009) afirmam que
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Quadrinhos são uma manifestação artística autônoma, assim


como o são a literatura, o cinema, a dança, a pintura, o teatro e
tantas outras formas de expressão. Esse entendimento é
corroborado por diferentes autores, como Moacy Cirne (1977,
2000), Will Eisner (1989) e Daniele Barbieri (1998), para quem
os quadrinhos já teriam se “emancipado” e construído recursos
próprios de linguagem. (VERGUEIRO; RAMOS, 2009, P. 37)

A utilização de HQs na educação como um importante recurso


pedagógico é reconhecido pelo Ministério da Educação – MEC que desde o
ano de 2006 incluiu HQs na lista do Programa Nacional Biblioteca na Escola –
PNBE, onde adquire HQs para as bibliotecas escolares.
O MEC por meio das Orientações Curriculares para o Ensino Médio cita
o potencial das HQs no ensino de Arte dizendo que,
quando o aluno identifica os “truques” que os desenhistas
utilizam para criar efeitos de movimento e profundidade
espacial nas histórias em quadrinhos e que aqueles e outros
efeitos são também utilizados na arte, distinguindo os estilos
das diversas tradições, épocas e artistas, o entendimento
desses aspectos torna-se mais efetivo e interessante. (BRASIL,
2006. p. 185, grifo nosso)

As HQs podem ser utilizadas como material de apoio no ensino de artes,


ou ser a finalidade em si partindo do entendimento que praticar e produzir
quadrinhos pode se constituir num fazer artístico. Alexandre Barbosa (2009) ao
escrever sobre o uso de quadrinhos no ensino de arte diz que
todos os principais conceitos das artes plásticas estão
embutidos nas páginas de uma história em quadrinhos. Assim,
para o educador, as HQS podem vir a ser uma poderosa
ferramenta pedagógica, capaz de explicar e mostrar aos
alunos, de forma divertida e prazerosa, a aplicação prática de
recursos artísticos sofisticados, tais como perspectiva,
anatomia, luz e sombra, geometria, cores e composição.
(BARBOSA, 2009, p.131).

Os quadrinhos podem ser utilizados em sala de aula não apenas para


explicar elementos das artes visuais, mas também como um exercício prático
para exercitar o processo criativo dos alunos. Porém para isso, como alerta
Barbosa,
é preciso que eles dominem os elementos que compõem uma
História em Quadrinhos. São eles: argumento, roteiro, esboços
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de personagens, esboços de páginas, lápis final, arte-final,


letreiramento (sic) e colorização. (BARBOSA, 2009, p. 143)

No entanto, antes de se trabalhar a produção de HQs nas aulas de


artes é preciso primeiro aproximar os alunos desta linguagem que para ser lida
e compreendida em sua totalidade não basta apenas que se saiba ler texto,
mas é preciso saber ler imagens, visto que as imagens são a base desta
linguagem.
A leitura de imagens é extremamente importante nas aulas de artes,
especificamente artes visuais, pois estamos vivendo em um mundo que cada
vez mais está sendo dominado pela imagem. Sobre esta questão Ana Mae
Barbosa diz que
temos que alfabetizar para a leitura da imagem. Através da
leitura de obras de artes plásticas estaremos preparando o
público para a decodificação da gramática visual, da imagem
fixa e, através da leitura do cinema, da televisão e dos CD-
ROM o prepararemos para aprender a gramática da imagem
em movimento. (BARBOSA, 2009, p. 36)

Os quadrinhos podem ser uma introdução a prática de leitura de


imagens sejam elas artísticas ou não, mas para ler quadrinhos também é
necessária uma alfabetização:

A “alfabetização” na linguagem específica dos quadrinhos é


indispensável para que o aluno decodifique as múltiplas
mensagens neles presentes e, também, para que o professor
obtenha melhores resultados em sua utilização. (VERGUEIRO,
2009, p.31)

Uma alfabetização para a leitura de imagens é necessária para que os


alunos possam compreender a linguagem visual e icônica das HQs uma vez
que:

À linguagem icônica estão ligados questões de


enquadramento, planos, ângulos de visão, formato dos
quadrinhos, montagem de tiras e páginas, gesticulação dos
personagens, bem como a utilização de figuras cinéticas,
ideogramas e metáforas visuais. (VERGUEIRO, 2009, p.34)

A partir destas referências o curso de História em Quadrinhos do Projeto


“O Prazer da Arte” busca, primeiramente, aproximar os participantes das HQs,
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provocando-os a desenvolverem sua capacidade de leitura de imagens. Leitura


e compreensão dos principais elementos que compõem a linguagem visual.

3. Materiais e Métodos

O Projeto “O Prazer da Arte” é coordenado e acompanhado


pedagogicamente pela Coordenação do NEPEA tendo a avaliação como
critério fundamental para estabelecer as bases necessárias para verificar a
qualidade da ação educativa proposta. E se tratando de um projeto que dialoga
com as disciplinas Estágio Supervisionado em Ensino das Artes Visuais e
Didática do Ensino das Artes Visuais o aluno inserido na qualidade de
mediador é avaliado em processo de ensino e aprendizagem sendo que nesta
relação dialética a avaliação assume duas dimensões, ou seja, é avaliado o
aluno quanto à indissociabilidade entre teoria/prática e a ação educativa na
qual ele é o mediador.
Respeitando as especificidades da linguagem das HQs a metodologia
vivenciada pelo mediador no espaço e tempo de convivência com os
participantes buscou uma aproximação com as orientações didáticas propostas
pela Abordagem Triangular que entende que “sem a experiência do prazer da
Arte, por parte de professores (ou mediadores), alunos, pesquisadores,
nenhuma teoria de arte/educação será reconstrutora.” (BARBOSA, 2008, p. 08)
A Abordagem Triangular defende que nos lugares de aprendizagem a
Arte seja o conteúdo do processo de ensino e, consequentemente, de
aprendizagem. Neste sentido, o curso de HQ teve como ponto de partida a
Arte, seu contexto e sua experimentação tendo como resultado do processo de
aprendizagem as interpretações visuais elaboradas pelos participantes.
Partindo de tais considerações o curso teve as histórias em quadrinhos
como conteúdo central onde os participantes foram convidados a aproximarem-
se da produção artística, nacional e internacional, além de reconhecerem as
dimensões estéticas presentes nos diferentes estilos e modos de produção de
HQs.
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O curso foi realizado de 14 a 25 de março de 2011 num total de dez (10)


encontros de quatro horas de duração cada, totalizando uma carga horária de
40 horas. As aulas aconteceram nos laboratórios de experimentação artística
do Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau da
Universidade Regional do Cariri – URCA.
Dentre os conteúdos programados para esta experiência destacamos as
Definições e História das Histórias em Quadrinhos, A Evolução das HQs,
Identidade Cultural das HQs, Produção de Quadrinhos Brasileiros e as
Influencias Estrangeiras, Experimentando HQs: construção de personagens,
vinhetas, movimento nas vinhetas, sequência narrativa,
idéia/argumento/roteiro, story board e arte final.

Figura 1 Foto dos Alunos do Curso de HQ

Todos os encontros tiveram momentos dedicados à leitura, onde foi


apresentado e disponibilizado vários exemplares de HQs. Desde Mangás (HQs
produzidas no Japão), Comics (HQs produzidas nos EUA), Fumetti (HQs
Italianas) e exemplares de HQs brasileiras. Assim como tinha momentos
dedicados a leitura havia momentos destinados a prática, onde eram
apresentados técnicas para a construção dos diversos elementos que
constituem uma HQ.
O curso teve a participação de nove estudantes com idades de 15 a 19
anos oriundos do Ensino Médio e do curso de Licenciatura Plena em Artes
Visuais da URCA, destes, cinco apresentaram a produção de uma HQ de até
quatro páginas ao final do processo.
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Na sequência apresentamos imagens das HQs produzidas pelos


participantes: Ruberflânio Alencar, Henrique Sampaio, Andrea de Oliveira,
Victor Vladimir e João Eudes.
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4. Resultados Parciais/Finais

Os resultados desta experiência foram muito significativos, pois o


objetivo do curso foi alcançado uma vez que proporcionou aos estudantes o
conhecer, ler/interpretar e experimentar as etapas de produção de uma HQ.

Figura 2: Foto dos alunos do curso de HQ lendo e desenhando


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Quando conhecemos os participantes e começamos a conviver com eles


percebemos que a experiência poderia gerar resultados muito qualitativos, pois
estávamos com cinco participantes que já conheciam esta expressão das artes
visuais e que tinham algumas habilidades desenvolvidas na prática do
desenho.
O fato de todos já possuírem algumas habilidades técnicas
desenvolvidas ajudou para apresentar vários conteúdos e não delongar muito
com explicações mais óbvias. Eles poderiam experimentar as etapas para a
construção de uma HQ e conseguirem um resultado satisfatório atendendo aos
critérios exigidos para a produção de HQ dentro de pouco tempo, ou seja,
dentro da carga horária destinada para a realização da experiência.
A forma como eles assimilavam os conteúdos e se dedicavam nas
experimentações provocou entusiasmo e reafirmou que é possível viver e
proporcionar o prazer da arte no momento da mediação no desenvolvimento de
ações educativas em artes.
Aprendemos muito nesta experiência, sobretudo que não devemos ter
pressa, que cada um tem seu tempo de experimentação e só haveria prazer se
o tempo de cada um fosse respeitado permitindo que se entregassem a cada
etapa. Cumprir o trabalho não é o que mais importa nesta experiência, mas se
entregar e viver cada etapa com paciência.
No final, dos nove que estiveram no curso, cinco deles participaram de
quase todos os encontros e apresentaram individualmente uma história em
quadrinhos de até quatro páginas. Depois de desenhadas e finalizadas todas
as páginas fizemos a digitalização e a inserção de textos no computador. Foi
uma etapa onde pudemos explicar e experimentar como se faz a edição e
montagem de uma revista com o uso do computador.
Depois de concluído o curso, pensamos em como tornar as HQs dos
participantes acessível ao público, em especial a comunidade acadêmica. Já
tínhamos o material digitalizado e finalizado, então, foi decidido apresentar o
resultado desta experiência na programação da I Semana de Extensão da
Universidade Regional do Cariri.
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Organizamos uma exposição chamada “O Prazer da Arte”, exposição


com os resultados das experiências desenvolvidas por todos os estudantes em
Estágio Supervisionado do curso de Artes Visuais. Na exposição colocamos
cinco computadores cada um com uma HQ distinta, onde o público poderia
sentar e ler as HQs produzidas pelos participantes.

Figura 3 Foto da exposição "O Prazer da Arte"

Foi uma experiência importante que mostrou aos participantes que é


possível tornar as histórias em quadrinhos acessíveis ao público por meio de
outros suportes além do papel, neste caso, por meio do suporte digital. A
exposição aconteceu no Campus do Pimenta, principal campus da URCA onde
há uma maior concentração de curso de graduação e pós-graduação
proporcionando aos estudantes e demais interessados um contato com esta
forma de expressão e linguagem.

5. Considerações Parciais/Finais
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Relatar a experiência neste curso é uma oportunidade para dizer o


quanto foi prazeroso conviver com estes jovens estudantes assim como
construir com eles um conhecimento sobre Histórias em Quadrinhos.
Esta não foi a nossa primeira experiência com o ensino de HQ. No
Estágio Supervisionado em Ensino das Artes Visuais I fomos provocados a
desenvolver uma ação educativa com HQs no momento em que estávamos
organizando nossos projetos de intervenção para Organizações Não
Governamentais - ONGs uma vez que a formação inicial do professor de artes
visuais não mais se restringe a atuar em contextos de educação escolar.
Nesta nova experiência, que se constituiu em um curso de extensão,
nós inicialmente ficamos ansiosos para a sua realização, acreditando que
poderíamos viver e proporcionar o prazer da arte. Porém quando divulgamos o
curso que deveria atender a quinze estudantes, esperávamos que houvesse
esta quantidade de participantes, mas não foi o que aconteceu. Acreditamos
que este aparente desinteresse se explique pela falta de um professor de artes
formado nas escolas, um docente que proporcione aos estudantes
experimentarem a arte na escola superando a concepção de que arte é para os
que têm dom. Talvez isto explique o número reduzido e o fato dos que
procuraram o curso já possuírem algumas habilidades desenvolvidas.
Fica a compreensão de que é preciso levar a arte para as escolas,
provocar os estudantes a irem a onde a arte está. Na relação
ensino/aprendizagem é indispensável a leitura e experimentação, não para
formar artistas na escola, mas através da arte humanizar os estudantes.

6. Referências

BARBOSA, Alexandre. Os quadrinhos no ensino de artes. In: RAMA, Angela;


VERGUEIRO, Waldomiro. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula.
3. ed São Paulo: Contexto, 2009.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. 7.
Ed. rev. São Paulo: Perspectiva, 2009.
BARBOSA, Ana Mae. In: CARVALHO, Lívia Marques. O ensino de artes em ONGs.
São Paulo: Cortez, 2008.
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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações


curriculares para o ensino médio: Linguagem, códigos e suas tecnologias. Brasília,
Secretária de Educação Básica, 2006.
FEIJÓ, Mário. Quadrinhos em ação: um século de história. São Paulo: Moderna,
1997.
VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo. Quadrinhos na educação: da rejeição a
prática. São Paulo: Contexto, 2009.

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