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Organização Do Poder Politico. Moç
Organização Do Poder Politico. Moç
A matéria de que nos vamos debruçar tem a sua sede constitucional nos artigos
133 e seguintes da CRM
1. Princípios gerais
Os princípios gerais relativos aos órgãos do Estado constam dos artigos 133 e
seguintes e neles se destacam os seguintes:
Órgãos de soberania do Estado são aqueles que na sua actuação agem em nome
do Estado moçambicano praticando os actos decorrentes do exercício da
soberania, nomeadamente, a emanação das leis com vigência geral e abstracta
em todo o território nacional, sob a jurisdição do Estado, cumprindo e fazendo
cumprir, garantem a representação do Estado e celebram contratos
internacionais com outros Estados soberanos, no quadro das relações
diplomáticas, nos domínios políticos, económicos, sociais e culturais.
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Jorge Miranda, Manual de Direito Constitucional, Tomo V, Actividade Constitucional do Estado,
Coimbra, 1997, pag. 45.
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Os órgãos de soberania do Estado são os arrolados no artigo 133 da CRM,
designadamente, o Presidente da República, a Assembleia da República, o
Conselho de Ministros, os Tribunais e o Conselho de Ministros.
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As funções dos órgãos de soberania são as seguintes: no geral de garantir a
prevalência do interesse nacional e a realização da política unitária do Estado,
cabendo em especial ao Presidente da República o desempenho da função
política e executiva do Estado no exercício do poder político, a Assembleia da
República, a função de legislar sobre as questões básicas da política interna e
externa do país, ao Conselho de Ministros, desempenhar as funções
executivas, nomeadamente a gestão e administração do país e garantir o bem
estar social dos cidadãos, Tribunais, a função jurisdicional e finalmente ao
Conselho Constitucional a função de fiscalização da constitucionalidade e da
legalidade.
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Os órgãos não centrais do Estado não se podem confundir com os órgãos do
poder local, que são as autarquias locais que compreendem os Conselhos
Municipais para as cidades e vilas e povoações. A estes órgãos é lhes reservado
a função de organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas
próprios da sua comunidade e promover o desenvolvimento local, o
aprofundamento e a consolidação da democracia, artigo 271 e seguintes.
O exercício das competências reservadas aos titulares dos órgãos centrais pelas
pessoas indicadas e nos termos do artigo 140, corresponde a desconcentração
das competências do Estado acto que se pratica no quadro da delegação de
competências
1.7. Incompatibilidades
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1.8. Sistema eleitoral
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A este propósito o Professor Jorge Miranda2 “Para lá da criação do Estado, só
deve falar-se em principio democrático (distinto, por exemplo, do principio
monárquico) quando o povo é titular do poder constituinte como poder de
fazer, decretar, alterar a Constituição positiva do Estado. E só deve falar-se
em governo democrático, soberania do povo, soberania nacional ou soberania
popular, quando o povo tem meios actuais e efectivos de determinar ou influir
nas directrizes políticas dos órgãos das várias funções estatais (legislativa,
administrativa, etc); ou seja, quando o povo é o titular (ou o titular último)
dos poderes constituídos.”
a) Por eleição directa pelo próprio povo em relação aos órgãos electivos,
o Presidente da República, os deputados da Assembleia da República, os
membros da assembleia provincial, o Presidente do Conselho Municipal e
os membros da assembleia Municipal, artigo 135, n.º 1; 147, n.º 1; 170,
n.º 1; 142, n.º1 e 275, n.º 2 e 3.
2
Manual de Direito Constitucional, Tomo III, Estrutura Constitucional do Estado, 3.ª edic. Coimbra
Editora, 1996, pagina 163 e seguinte.
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d) Por iniciativa e conclusão própria, em termos de identificação da
pessoa, nomeação definitiva e posse
1.10. Referendo
O referendo difere do acto de votar pelo facto de ser aquele em que o cidadão
no boletim referendário colocar no espaço reservado a manifestação da
vontade o sim ou não sobre a questão fundamental que pretende ver decidido
pelo povo.
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O referendo só é válido e vinculativo quando preenche os elementos previstos
no artigo 136, n.˚ 6 e 7, designadamente: votarem mais de metade dos
eleitores inscritos no recenseamento eleitoral e a assembleia da República
aprovar uma lei especial que determina as condições de formulação e de
efectivação de referendo.
2. Os actos jurídico-constitucionais
A previsão legal dos actos normativos consta do artigo 143 e 144 da CRM
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Assim, os actos normativos na ordem jurídica Moçambicana são praticados pela
Assembleia da República nos termos previstos no artigo 169 e 179 e o Conselho
de Ministros em relação aos Decretos-Leis, conforme os artigos 179, n.˚ 3 e 180
e seguintes.
O artigo 144 da CRM impõe que os actos legislativos só podem ter eficácia
jurídica se forem publicados no Boletim da República, (BR) que é o jornal
oficial do Governo.
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Órgãos do Estado
Dos órgãos do Estado, o primeiro de que nos vamos debruçar é o Presidente da
República, pelo lugar privilegiado que ocupa no ordenamento jurídico.
2. Presidente da República
Foi nesta data que pela 1.ª vez na história do país existiu como figura jurídico-
constitucional, o Presidente da República de Moçambique.
O PR de Moçambique foi à data da proclamação da independência o Presidente
da Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique (movimento político que
desencadeou a luta armada e celebrou o Acordo de Lusaka, aprovou a 1.ª
Constituição da República e proclamou a independência de Moçambique.
Sucessão;
Nomeação;
Cooptação;
Eleições;
Inerência
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Por via violenta:
Golpe de Estado;
Revolução;
Insurreição.
Não podia ser por nomeação, por que para o efeito, deve existir o órgão
competente para a pratica do acto, isto é, um órgão supra Presidente da
República para o nomear no exercício do cargo.
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Moçambique não era efectivamente um Estado independente nem soberano a
realizarem-se as eleições antes da proclamação da independência tinham que
ser segundo o Direito Português ou de qualquer outro Estado que não seja
Moçambique.
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Publicado no Boletim da República n.º
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Esta lei veio acrescentar ao artigo 212, a seguinte disposição:
O acto de acumulação não é uma prática corrente dos Estados modernos, mais
sim uma realidade jurídica constitucional da maioria dos Estados Africanos que
decorre das tradições e cultura africana, sobre a figura de Chefe, em que o
cidadão pretende ver naquele que se qualifica de Chefe a capacidade de tomar
a decisão fundamental sempre que se mostrar necessário.
Em Africa não se compreende que aquele que seja Chefe possa ficar
condicionado a decidir, por aguardar a reuniões dos demais membros.
Aquele que for chefe deve ter a capacidade de tomar a decisão certa para a
solução do problema que lhe for colocado pelo seu povo. Não tem que esperar
pelos membros do Governo ou pela Assembleia para decidir.
Todos querem ver o chefe a falar e a decidir. Dele esperam a decisão final
diversa dos que o antecederam.
O Chefe tem que ter a plenitude de decidir. Artigo 146, 159 e 160 e seguintes.
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Competências do Presidente da Republica:
O regime jurídico que regula esta figura constitucional consta no artigo 146.
É de todo o interesse para quem quer que seja conhecer quem é o Chefe do
Estado neste ou naquele Estado. Ele simboliza o Estado.
O Estado constitui-se de vários órgãos por meio dos quais manifesta a vontade
suprema. Não só existem órgãos como também instituições do Estado que se
preocupam das diferentes funções do Estado, conforme os artigos 133, 138 e
139, relativos aos órgãos de soberania, órgãos centrais e das atribuições dos
órgãos centrais respectivamente.
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2.3. Chefe do Governo
Mandato
Conselho de Estado
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No período multipartidário e depois das eleições de 1994, surge então um vazio
legal. Pois constitucionalmente o Presidente da Republica não é o Presidente
da FRELIMO nem de qualquer outro partido politico, mas sim o candidato que
vencer as eleições que tanto pode ser de um partido politico ou um
independente, desde que tenha sido proposto por um mínimo de dez mil
eleitores, artigo 147, n.º2 al. c).
ASSEMBLEIA DA REPUBLICA
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A título de exemplo, nos sistema de Governo americano, o órgão legislativo
denomina-se Congresso.
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È Presidido pelo Ministro da Justiça.
Órgão Legislativo
Parlamento
Assembleia da República
Assembleia Nacional;
Congresso ou
Outra denominação.
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terminado no dia 4 de Dezembro de 1977 com a constituição da Assembleia
Popular.
A questão jurídica que se coloca em face dos poderes conferidos, que efeito
jurídico terá uma eventual decisão da Assembleia Popular que negar ratificar
uma lei aprovada pela Comissão Permanente da Assembleia Popular, tomada ao
abrigo das competências previstas no artigo 45.
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Critérios de definição do número de deputados no parlamento
Organização e funcionamento
As bancadas são forma de organização interna dos deputados eleitos, por via de
partidos ou coligações dos partidos e não necessariamente o modo de
funcionamento da Assembleia da Republica.
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Os deputados organizam-se por bancadas quando assim desejarem, não sendo
um acto de carácter obrigatória. A experiencia parlamentar Moçambicana
revela-nos que os partidos políticos ou coligações de partidos políticos com
assento na assembleia da República organizam-se me bancadas parlamentares e
assim gozam dos direitos por via desta forma de organização.
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A Assembleia da República reúne-se ordinariamente duas vezes por ano e,
extraordinariamente, sempre que a sua convocação for requerida pelo
Presidente da República, pela Comissão Permanente ou pelo menos, por um
terço dos deputados, artigo 186.
As Comissões de inquérito são criadas mediante proposta de, pelo menos, dez
por cento dos deputados, por solicitação da Comissão Permanente, de uma
Comissão de Trabalho, de uma Bancada Parlamentar ou do Governo.
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CONSELHO DE MINISTROS
Os actos que pratica são revelados sob forma determinada no artigo 210.
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VICE MINISTRO
SECRETÁRIO DO ESTADO
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Articulação entre a função de direcção política e a função da administração
pública
Pretende-se ainda com esta figura que a sua função seja interpretada como de
charneira entre a política e administração, que se traduzirá, nomeadamente na
conversão das políticas e programas governamentais em planos de acção
lealmente executados, partindo do pressuposto de que os Secretários
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Permanentes não se irão acantonar no papel de super-chefes da administração
e finanças.
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TRIBUNAIS, vide artigos 212, 213, 214, 215
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Compete ao Conselho Constitucional:
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