Resumo (1 Bimestre) - Análise Funcional Do Comportamento

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Análise funcional do comportamento

1° Bimestre
Diferenças na nomenclatura • Tem como objeto de estudo o comportamento, que
• Behaviorismo: é caracterizado pela resposta dada a estímulos externos, e
Comportamental, Psicologia Experimental, Análise Funcional o objetivo teórico é prever e controlar o comportamento.
do Comportamento, Análise Experimental do Comportamento • Experimento com humanos (Pequeno Albert)
• Cognitivismo: - Estímulo neutro: animal branco
Psicologia Cognitiva, Comportamental Cognitivo, Cognitivo- - Estímulo condicionado: som alto
Comportamental, TCC
Behaviorismo metodológico (Watson) X Behaviorismo
Resumo da história da Ciência do Comportamento
Radical (Skinner)
• Ivan Petrovich Pavlov (1849 - 1936), fisiologista russo.
• Metodológico porque:
• John Broadus Watson (1878-1958), psicólogo americano.
- O foco era estudar o comportamento, mas
• Burrhus Frederic Skinner (1904 - 1990), psicólogo americano.
buscava explicações no sistema nervoso;
Ivan Petrovich Pavlov (1849 - 1936) - fisiologista russo - Aceita a existência da mente (Mentalista/Introspeccionista) mas
• O enfoque de Pavlov é o comportamento visível, já que o nega estudar eventos internos;
comportamento pode ser medido, ao contrário do - Explicações de causa - efeito. (S - R)
pensamento. • Radical porque:
• Pavlov deu assim início à sua análise sobre o comportamento - O foco era estudar o comportamento (objeto de estudo), mas
humano com uma ênfase nos reflexos, que são nada mais do buscava explicações no ambiente
que a resposta automática aos estímulos do ambiente que nos - Nega a existência da mente (não mentalista) mas aceita estudar
rodeia. eventos internos;
• O condicionamento clássico, também chamado de - Amplia explicações de causa - efeito para relações
condicionamento de Pavlov, diz respeito às relações entre funcionais entre eventos. (S - R - C)
estímulos e resposta. Ele serve para explicar o comportamento Behaviorismo / Análise do Comportamento
involuntário e as reações emocionais condicionadas. Segundo • Burrhus Frederic Skinner, conhecido como B.
Pavlov, o condicionamento é um processo básico
F. Skinner (Susquehanna, 20 de março de 1904 - Cambridge, 18
da aprendizagem.
de agosto de 1990), foi um psicólogo behaviorista, inventor e
• Experimento com cachorros:
filósofo norte-americano. Foi professor na Universidade de
- Condicionamento clássico
Harvard de 1958 até sua aposentadoria, em 1974.
- Estímulo neutro: comida
• Primeira publicação de artigo em 1930 e primeiro livro em 1938.
- Estímulo condicionado: som
• Objeto de estudo: comportamento (o que é observável).
• O fisiologista percebeu que quando o cão via o pedaço
• Skinner desenvolveu a análise do comportamento, a filosofia
de carne, ele salivava, o que foi chamado de reflexo
não condicionado, ou seja, sem intervenção humana direta. dessa ciência que ele chamou de Behaviorismo Radical, e
• Pavlov também começou a tocar a campainha fundou uma escola de pesquisa experimental em psicologia - a
(estímulo neutro) quando mostrava o pedaço de carne ao cão. análise experimental do comportamento.
• Rapidamente o animal passou a associar a carne com • A academia contemporânea considera Skinner um pioneiro do
a campainha, salivando também toda vez que ela era tocada, behaviorismo moderno, junto com John B. Watson e Ivan
mesmo sem ver a carne. Pavlov. Uma pesquisa de junho de 2002 listou Skinner como o
psicólogo mais influente do século XX.
• Por que se usam ratos de laboratório e não seres humanos • O behaviorismo não ignora a consciência, os pensamentos, os
nas disciplinas de Psicologia Experimental dos cursos de sentimentos e os estados mentais.
psicologia? • Considera os dons inatos (genética) e argumenta que
• Banaco (1990) pontua que o uso do rato torna prático o trabalho todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
no laboratório experimental, pois é possível conhecer a história • Conceitos teóricos aplicados a qualquer e toda patologia.
prévia do sujeito e, em alguma medida, exercer controle sobre • Considera aspectos genéticos, sociais/culturais.
certas variáveis desta história. • Trabalha com animais e com pessoas.
John Broadus Watson (1878-1958) - psicólogo americano • Interpretações voltadas para o presente, mas não desconsidera
• O comportamentalismo de Watson baseava no método de o passado.
investigação psicológica que procurava examinar do modo mais • Os resultados, obtidos nas condições controladas de
objetivo o comportamento humano e dos animais, com ênfase um laboratório, podem ser reproduzidos na vida diária.
nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à • Comportamentos são aprendidos na relação do indivíduo com
introspecção. o ambiente.
Condicionamento Clássico ou Respondente podemos compreender melhor quando Skinner fala sobre
• Uma resposta é eliciada, por um estímulo antecedente: a o conceito de liberdade ou livre arbítrio. Se o autor mostra que
comida na boca elicia a resposta de salivar; o martelo no joelho o que mantém nosso repertório comportamental são as
elicia a resposta de levantar o joelho; uma tempestade de areia consequências do responder ao longo de uma vida, dizer que
elicia a resposta de fechar os olhos, um barulho forte e súbito uma pessoa tem liberdade para escolher ou é livre, parece uma
pode eliciar um conjunto de respostas como aumento da ideia um tanto questionável, visto que, estamos inseridos num
frequência cardíaca, tremor, sudorese, fraqueza nas pernas, sistema cheio de normas e valores sociais, familiares,
etc. Coloquialmente, chamamos essas respostas fisiológicas de escolares, religiosos e governamentais.
emoções ou medo.
• Emparelhamento ou pareamento de estímulos e, que consistia Relação entre condicionamento respondente e operante
na apresentação de estímulo incondicionado (reflexo) • Quando um pai ou uma mãe gritam (estímulo condicionado)
juntamente com estímulo condicionado (aprendido). com o bebê e respostas inatas de medo (estímulo
incondicionado) são eliciadas pelo organismo da criança.
Comportamento Operante • Com sucessivas apresentações de grito com resposta de
• O que diferencia o Behaviorismo Clássico de Watson ao medo, o bebê passa a eliciar a resposta de medo na presença
Behaviorismo Radical de Skinner de qualquer pessoa que grita, ou de qualquer estímulo que se
• “Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e são assemelhe ao estímulo condicionado.
modificados pelas consequências de suas ações • Não é raro ao sentirmos a fragrância de um perfume nos
(Skinner, 1957/1978)” lembramos de uma pessoa, de uma época ou de um lugar. O
•É o estudo da relação de perfume, que a princípio seria um estímulo neutro, ao ser
dependência entre variáveis - os estímulos antecedentes, associado com uma pessoa, por exemplo, passa a ser um
o comportamento e suas consequências, o qual é denominado estímulo condicionado e elicia a resposta de pensarmos nessa
o termo contingência. No caso do comportamento operante, pessoa.
essa contingência é de três termos (S - R - C). Por exemplo, • Os transtornos fóbicos são exemplos de respostas reflexas
se a criança faz birra, estamos interessados nos eventos condicionadas. Uma pessoa ridicularizada em público, pode
ambientais que antecedem a birra, como também, nos eventos sentir taquicardia quando precisa apresentar um trabalho
consequentes que sucedem a birra. escolar. Alguém que presencia um acidente de automóvel pode
• As consequências do responder nesse modelo ganharam sentir-se nauseado quando entra em um carro
relevância para a análise e compreensão sobre as causas do
comportamento, possibilitando uma grande mudança na • Falsa crença de que o Behaviorismo Radical (ou Análise
concepção do objeto de estudo na ciência da psicologia do Comportamento, Análise Experimental do Comportamento,
• A aprendizagem operante envolve dois tipos de consequência: Análise Funcional do Comportamento, Análise Aplicada do
reforçadores e punidores. Comportamento ou Psicologia Experimental) não se preocupa
com o mundo privado - mente.
• Condicionamento operante, que envolve um processo • Behaviorismo reconhece que existe um mundo interno, mas
de aprendizagem a partir da relação de um comportamento não faz distinção entre corpo e mente (dualismo).
(variável dependente - VD) e uma consequência para esse • O Behaviorismo rejeita explicações “mentalistas” porque
comportamento (variável independente - VI). Quando um rato acredita que a explicação do comportamento não deve ser
de laboratório pressiona o botão com luz acesa, ele recebe justificada por um evento interno. Lembrar, raciocinar, escutar,
uma pelota de comida como recompensa, mas quando prestar atenção, sentir, sonhar etc é comportamento.
ele aperta o botão com luz apagada, ele recebe um leve • Skinner é contra a invenção de entidades cognitivas tais como
choque elétrico. Como resultado, ele aprende a pressionar o intenção, propósito ou desejo para explicar as causas do
botão com luz acesa, e passa a evitar o pressionar o botão comportamento.
com luz apagada.
• “O mentalismo, ao fornecer uma aparente explicação
• Variável dependente ou VD é a variável que
alternativa, mantinha a atenção afastada dos acontecimentos
é medida pelo experimentador.
externos antecedentes que poderiam explicar o
• Variável independente ou VI é a variável que é manipulada
comportamento. O behaviorismo metodológico fez
pelo experimentador.
exatamente o contrário: com haver-se exclusivamente com
• Podemos notar que, nem sempre as consequências que
os acontecimentos externos antecedentes, desviou a atenção
mantém o comportamento estão presentes quando uma
da auto-observação e do autoconhecimento. O behaviorista
resposta é emitida no ambiente.
radical restabelece certo tipo de equilíbrio. Não insiste na
• Vale lembrar que, cada organismo possui uma história
verdade por consenso e pode, por isso, considerar os
de reforçamento que determina a probabilidade de agir de
acontecimentos ocorridos no mundo privado dentro da pele.
determinada forma e não de outra. Nessa perspectiva, já
Não considera tais acontecimentos inobserváveis e não indivíduo é selecionado e pode sofrer alterações ao longo de
os descarta como subjetivos. Simplesmente questiona a sua história de vida.
natureza do objeto observado e a fidedignidade das • A personalidade é a resultante da interação dinâmica
observações.” (SKINNER, 1982, p. 19). entre organismo e meio, expressa pelo comportamento
individual, frente a estímulos diversos. É um conjunto de
• Os comportamentos privados/encobertos, portanto, padrões de comportamentos.
considerados também como objeto de estudo por serem da • Assim, os diferentes tipos de comportamento, resultantes
mesma natureza (dimensões físicas), passam a ser estudados das experiências passadas e dos estímulos atuais do
com o mesmo rigor experimental que os comportamentos meio, determinam o que se conhece por personalidade.
públicos. Esses eventos privados são somente acessíveis de • Deste modo, ela não pode ser estática ou imutável, pois
forma direta ao próprio indivíduo e, essa inacessibilidade à refere-se ao responder do indivíduo em dado momento, na
observação pública, confere uma especificidade a esses presença de um estímulo qualquer.
fenômenos comportamentais. Mas estratégias empregadas •A expressão “variabilidade comportamental” corresponde
pela comunidade verbal, pode levar esses comportamentos à quantidade de repertório existente na vida de cada pessoa
privados tornarem-se públicos. O relato verbal, tem sido assim, para lidar com situações distintas, ou seja, a existência de uma
a estratégia adotada pelos Analistas do Comportamento para variação no comportamento do cliente que se apresenta na
investigar os eventos privados. (Skinner, 1953/2007, 1974/1976). forma como realiza atividades, como soluciona problemas e
• Comportamentos públicos/abertos, ao contrário, são como discrimina o que gosta e faz na vida.
aqueles passíveis de acesso a mais de uma pessoa. Neste caso, • Repertório comportamental são respostas
os eventos corporais acessíveis às observações e pesquisas comportamentais emitidas pelos indivíduos desde o nascimento
fisiológicas, embora ocorram dentro do corpo, são públicos por até o último dia de vida, cada um possui seu repertório de
serem acessíveis a mais de uma pessoa. comportamentos selecionados pelas contingências de
reforçamento que vivenciou, ou seja, suas próprias
Seleção por consequências experiências, então podemos dizer que é algo muito específico
• Skinner (1981) reconhece que a seleção por consequências é de cada cliente, é próprio. Diz respeito ao que a pessoa
causal por se referir a um tipo de relação de dependência consegue fazer em circunstâncias adequadas.
entre eventos, organismo e ambiente, que foi primeiramente • Pessoas que tem o repertório comportamental empobrecido
reconhecida nos estudos de Darwin sobre seleção natural. Esse ou pouco variado precisam para ampliar de forma efetiva seu
modelo causal pode explicar a origem e manutenção do repertório, viver experiências, criar condições de discriminação
comportamento ao longo da vida de um indivíduo e/ou grupo. e aprendizagem com a finalidade de variar o comportamento
• Na proposta de Skinner, os comportamentos de um indivíduo e assim, aumentar as possibilidades e arranjos para
podem ser explicados conforme três níveis de seleção comportamentos novos. Então uma coisa depende da outra.
por consequências: Ter variabilidade comportamental depende do quanto fomos
1. Nível filogenético: está relacionado às respostas que ou seremos expostos às contingencias ao longo da vida,
herdamos geneticamente como consequência do processo de significa ter um repertório variado, grande, extenso.
evolução na nossa espécie. Por exemplo, na presença do calor, • Ter um repertório variado não significa que teremos que saber
o suor é uma resposta inata e involuntária que tem como lidar com todas as situações na vida, mas certamente existe
consequência diminuir a temperatura do corpo. uma probabilidade alta que isso ocorra quando já vivemos
2. Nível ontogenético: está relacionado à história específica de experiências diversas. E isso certamente nos dá maior
cada indivíduo, das consequências de respostas que ele próprio capacidade de lidar com as adversidades e, portanto, o efeito
experimentou desde o seu nascimento e ao longo de toda a destas será minimizado através das experiências anteriores.
sua vida. Por exemplo, na presença do calor, buscar um local
ou algo refrescante é uma resposta voluntária que tem como Alguns livros de Skinner
consequência diminuir a temperatura do corpo. • Comportamento dos Organismos (1938)
3. Nível cultural: está relacionado com a história do indivíduo, mas • Walden II (1948)
com respostas que foram passadas culturalmente de gerações • Ciência e Comportamento Humano (1953)
a gerações, as quais o indivíduo talvez nem venha • Comportamento Verbal (1957)
experimentar pessoalmente as consequências. Por exemplo, na • Cumulative Record (1959)
presença do calor, passar desodorante é uma resposta • Tecnologia de Ensino (1968)
voluntária, ensinada culturalmente, que tem como • Contingências de Reforçamento (1969)
consequência evitar que o mau cheiro relacionado ao suor • Beyond Freedom and Dignity (1971)
incomode outras pessoas. • Sobre o Behaviorismo (1974)
• Assim, por meio dos os três níveis de seleção, filogenético,
ontogenético e cultural, o repertório comportamental de um
• Para Skinner, o indivíduo tem autoconhecimento quando Reforço secundário
é capaz de descrever o próprio comportamento e as razões • É um estímulo que reforça um comportamento depois de ter
que o levam a se comportar de uma dada maneira, isto é, sido associado a um reforçador primário. Por exemplo: quando
quando consegue descrever as contingências sob as quais se você dá uma guloseima ao seu cão e diz a ele "bom menino",
comporta; em outras palavras, alguém é consciente de si se ele recebe tanto o estímulo primário da guloseima quanto o
sabe o que faz e por que o faz. reforço secundário do elogio verbal.
• O último dos trechos acima permite evidenciar que • Reforçadores secundários também são chamados
o autoconhecimento é importante porque, conforme o de reforçadores condicionados e não ocorrem naturalmente e
indivíduo se torna consciente do que ocorre consigo pública e precisam ser aprendidos. O dinheiro é um exemplo de
privadamente (seus pensamentos, sentimentos, percepções, reforçador secundário. O dinheiro ajuda a reforçar
emoções), ele tem mais chances de prever e controlar seu comportamentos porque pode ser usado para adquirir
comportamento. reforçadores primários, como comida, roupas e abrigo (entre
• A alteração do próprio comportamento, por alguém, outras coisas).
é entendida, por Skinner, como autocontrole; como afirma,
autocontrole é a "manipulação direta de sentimentos e estados Reforço natural ou automático
mentais" (1974/1982, p. 153). • É aquele produzido pela própria resposta, pelo comportamento
• Pode-se dizer, portanto, que quanto mais uma emitido. São os reforços presentes de forma natural no
pessoa consegue manipular as variáveis que controlam ambiente que a pessoa está inserida.
seu comportamento, mais autocontrole terá; assim, • Exemplos: uma pessoa que gosta de ler, relata uma
podemos afirmar que não existe autocontrole total do relação estabelecida entre a resposta de ler e a consequência
indivíduo, mas sim níveis de autocontrole. de adquirir novos conhecimentos; alguém que tem
uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios
Ambiente físicos estabelece uma relação com as consequências naturais
• Ao ambiente externo, há áreas da Psicologia especializadas no de um estado de saúde de bom funcionamento do corpo,
estudo de interações organismo-ambiente externo físico disposição, bom sono; tomar banho produz consequências de
(ergonomia, por exemplo), outras voltadas para uma interação ficar limpo e cheiroso; arrumar a casa levará a consequências
organismo-ambiente externo social. de casa organizada etc.
• Ambiente interno, as interações organismo-ambiente sempre
estão presentes interações com o ambiente interno, seja Reforço arbitrário ou construído
biológico, seja histórico, da mesma forma que estão presentes • É aquele disponibilizado pelo ambiente, como consequência de
em interações sociais. uma resposta emitida. Há uma relação de dependência entre
a resposta emitido e a consequência que de um agente
Propriedades do Estímulo externo.
• Quando a intensidade de um estímulo é muito pequena para • O ambiente precisa intermediar a liberação desse reforço.
eliciar uma resposta, diz-se que o estímulo está abaixo do limiar. Envolve situações aplicadas que envolvem escola, psicoterapia
O limiar não tem um valor fixo, é um resumo estatístico e outros ambientes que possam favorecer o ensino e a
extraído de nossas mensurações. aprendizagem de comportamentos novos.
• Propriedades da Resposta: • Exemplos: um pai pode estar interessado que seu filho arrume
1. Força (ou magnitude), a cama ao levantar-se pode oferecer como consequência um
2. Taxa (número de vezes, frequência ou quantidade) elogio, passeio, sorvete, entre outros, após a ocorrência da
• Latência: período de tempo que transcorre entre o estímulo e resposta desejada. Uma professora pode colocar uma
a resposta; a resposta deve ocorrer com alguma magnitude e estrelinha no caderno do aluno se ele fez a atividade solicitada
ter alguma duração por ela, considerada como critério de bom desempenho.
• A força do reflexo seria fraca se o responder ocorresse com
a latência longa, a magnitude pequena e a duração curta, mas Alguns exemplos mostram a presença de reforços naturais e
seria forte se o responder ocorresse com a latência curta, arbitrários ao mesmo tempo.
grande magnitude e longa duração. • A pessoa que gosta de realizar seu trabalho, tem seu
comportamento naturalmente reforçado e, ao mesmo tempo,
Reforço primário pode receber um elogio do chefe (reforço arbitrário) pela
• São de natureza biológica. São todos os reforçadores execução da atividade.
que permitem que nossa espécie sobreviva são chamados de • Um músico, ao tocar um certo instrumento, desfruta de
reforços primários. Aqui temos como exemplo a água, o sentimentos agradáveis (reforço natural) e, ao mesmo tempo,
alimento, o sexo, entre outros. Esses reforçadores independem recebe aplausos (reforço arbitrário) da plateia que se mostra
dos nossos gostos pessoais ou individualidades. satisfeita ao ouvir a melodia.
• Um fotógrafo obtém reforços naturais ao tirar fotos que desejada, até que de fato a resposta em questão seja emitida,
desejava, ao passo que, pode receber reforço arbitrário também reforçada, fazendo então parte do repertório
quando outras pessoas elogiam suas fotos. comportamental do organismo”.
• Exemplo: toda vez que o botão do controle da TV é apertado,
Questões éticas ela liga. Comportamento: apertar o botão, reforço: TV ligada”.
• A definição do que é um comportamento adequado ou • É o esquema mais indicado para aprendizado de novos
inadequado, desejado ou indesejado, pois tais definições são comportamentos, e o CRF (reforçamento contínuo) também
arbitrariamente propostas pelo agente que controla a liberação é mais fácil de entrar em extinção, já que o organismo
do reforço. perceberá facilmente a ausência do reforço, aumentará a
• A relação de poder que se estabelece entre as pessoas emissão de respostas no início (aumento da frequência),
envolvidas na interação (aquele que detém o reforço) pode mudará a topografia da resposta (tentará de outras maneiras)
coagir ou premiar aquele que reivindica o reforço. e emitirá respostas emocionais, mas se após essas tentativas
• O mínimo que se espera, porém, é que a relação arbitrária o reforço não aparecer, o comportamento será extinto.
seja manejada de maneira ética, isto é, visando
fundamentalmente ao desenvolvimento comportamental e Reforço intermitente de razão fixa
emocional do controlado, e não aos ganhos exclusivos do • O Esquema de Reforçamento Intermitente não mais
controlador. disponibiliza o reforço a cada resposta, mas
sim intermitentemente. Por isso, no exemplo acima, caso o
Formas e efeitos da consequência reforço aparecesse quando o organismo emitisse, por
Reforço: Aumento de frequência de um comportamento exemplo, 5 respostas (em suas tentativas), ele entraria em um
- Positivo: Aumento da frequência de um comportamento esquema de reforçamento intermitente, pois o reforço não
pelo acrescimento de um estímulo (reforço positivo) mais é concedido assim que a resposta é emitida, mas sim após
- Negativo: Aumento da frequência de um comportamento 5 respostas.
pela retirada ou evitação de um estímulo (aversivo)
Reforço intermitente de razão variável
Tipos de reforçadores • O número de respostas exigido para cada reforço varia.
Reforço positivo: • Exemplo: A cada 22 respostas, 1 reforço. A cada 18 respostas,
• Processo operante em que apresentação de um estímulo 1 reforço. A cada 31 respostas, 1 reforço: Engraxar sapatos
consequente (reforçador), aumenta a frequência de uma reforça ao engraxate R$15,00 ao término da atividade, porém
resposta. no primeiro sapato ele movimentou as mãos por 22 vezes, no
• inserir (+) uma recompensa. segundo foram necessárias 18 vezes e, no último, 31 vezes.
• Se uma criança pede educadamente um brinquedo ao seu
coleguinha e esse brinquedo é entregue a ele, o brinquedo Reforço intermitente de intervalo fixo
está reforçando positivamente o ato de pedir com educação. • O tempo decorrido desde o último reforçamento é sempre o
mesmo.
Reforço negativo • Exemplo: A cada 24h, 1 reforço. Ligar a TV diariamente às 21h
• Processo operante em que a retirada de um estímulo
para assistir a novela e ser reforçado quando ela é exibida.
consequente (aversivo), aumenta a frequência de uma Perceba que não importa se, durante as 24h, o organismo
resposta. ligou a TV, pois ele só será reforçado no tempo exato.
• retirada (-) de algo aversivo.
• Meu exemplo: A cada 5 dias, 1 reforço. Estudar diariamente por
• Quando a criança faz uma birra porque não quer comer
pelo menos 6h (DEPOIS ESSE TEMPO AUMENTOU PARA
brócolis e você retira o alimento do prato dela. 8H… GRADATIVAMENTE) durante 5 dias e o reforço era
•A consequência reforçadora que aumenta a ocorrência de um passar o final de semana (final de sábado) e domingo inteiro na
operante chama-se reforço positivo. piscina.
• O esquema de reforçamento pode se: contínuo (CRF) ou
intermitente em razão fixa (RF), razão variável (RV), intervalo Reforço intermitente de intervalo variável
fixo (IF) e intervalo variável (IV). • O tempo decorrido desde o último reforçamento varia.
• Por meio de experimentações é possível verificar que a • Exemplo: A cada 8 minutos, 1 reforço. A cada 4 minutos, 1
frequência do comportamento é maior quando está submetido reforço. A cada 12 minutos, 1 reforço. Durante um filme o sujeito
ao esquema de reforço intermitente. prefere as cenas de comédia e elas aparecem
Reforço contínuo (CRF) intermitentemente em intervalos variados, o reforçando a
• “Reforçar em CRF (reforçamento contínuo) é altamente eficaz permanecer assistindo.
na modelagem de um novo comportamento. Para isso, deve-
se reforçar cada resposta emitida que seja próxima àquela
• Os Esquemas de Reforçamento Intermitente são mais eficazes contingência entre a resposta de colocar os óculos e a retirada
para manutenção do comportamento, ou seja, são mais difíceis da luz é chamada reforço negativo
de serem extintos. Isso deve-se ao fato de serem facilmente • Passar o protetor solar para evitar queimaduras é um
manipulados enquanto quantidade de respostas e tempo, comportamento mantido por reforço negativo. Ficar com
fazendo com que o organismo já tenha aprendido que o queimaduras é o estímulo reforçador negativo evitado
“reforço nem sempre vem”, tentando mais e mais vezes (estímulo aversivo) pela resposta de passar o protetor solar. A
alcança-lo. contingência em vigor é a de reforço negativo, uma vez que
• Geralmente, pessoas com maior repertório comportamental a resposta de usar protetor solar é fortalecida (tem
em CRF (reforçamento contínuo) tendem a desistir mais probabilidade aumentada) por evitar a apresentação de um
facilmente de seus objetivos (pouca resistência à extinção), ao estímulo reforçador negativo. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p.
passo que aquelas em Reforçamento Intermitente possuem 65)
mais “perseverança” (maior resistência à extinção)”.
1. Fuga:
Controle Aversivo • Consiste em um comportamento que afasta um estímulo
• É chamado de controle aversivo, porque o sujeito se comporta aversivo presente. A fuga ocorre quando o organismo evita
para que al go não aconteça, para subtrair um estímulo do um estímulo na presença dele.
ambiente ou para fazer com que o mesmo não ocorra. • Exemplo: uma mulher faz aplicações de Toxina Botulínica para
• Em resumo, no sentido aqui conferido ao termo controle, ele retirar rugas de seu rosto (o estímulo aversivo rugas já estava
é aplicável igualmente às relações operantes e respondentes. presente). Nesse caso o comportamento fazer as aplicações é
mantido para retirada das rugas que aparecem. (MOREIRA E
• Muitas pessoas respeitam as leis/normas para não serem MEDEIROS, 2007, p. 66)
punidas. 2. Esquiva:
• Algumas pessoas evitam expor suas opiniões para não serem • É um comportamento que evita ou atrasa o contato com um
criticadas estímulo aversivo. O comportamento de esquiva ocorre
• Outras escondem a verdade para não serem punidas. quando um determinado estímulo aversivo NÃO ESTÁ
• Garantir que estímulos futuros se tornem aversivos (ética, presente no ambiente. É um comportamento de prevenção.
religião, governo etc.) • Exemplo: Se um fóbico social interpreta uma festa como uma
possível ameaça (“não saberei o que falar e serei humilhado”),
• Existemoutros tipos de consequências do comportamento consequentemente irá sentir emoções (ansiedade; medo) e
que também aumentam sua frequência (reforço negativo) e terá um comportamento de não ir ao evento). – Não ir ao
outras que diminuem sua frequência (punição positiva e evento é o comportamento de esquiva. (MOREIRA E
punição negativa). Esses tipos de consequências recebem o MEDEIROS, 2007, p. 66)
nome de controle aversivo do comportamento. (MOREIRA E
MEDEIROS, 2007, p. 63-64). • “O comportamento seguido pela remoção de uma
estimulação aversiva denomina-se fuga” (SKINNER, 1989/1953,
• Reforço negativo: consequência do comportamento que p. 170).
aumenta sua frequência pela retirada ou pela evitação de um • “Na esquiva, os estímulos aversivos condicionados e
estímulo aversivo. incondicionados são separados por um intervalo de tempo
Exemplo: estar com dor de cabeça e tomar um analgésico. apreciável” (SKINNER, 1989/1953, p. 174).
• Estímulo antecedente: dor de cabeça (caracterizado como um
estímulo aversivo)
Exemplo: Comportamento: tomar uma
analgésico/consequência reforçadora: a dor de cabeça passa.
• A partir do exemplo é possível concluir que toda vez que a
pessoa estiver com dor de cabeça, ela tomara um
comprimido – portanto este comportamento aumenta de
frequência frente a essa situação de dor.
•A PUNIÇÃO é caracterizada pela retirada de um estímulo
reforçador ou pela apresentação de um estímulo aversivo.
Exemplos de comportamentos mantidos por reforço
(MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 70)
negativo
• Punição: caracterizada pela retirada de um estímulo reforçador
• Colocar um óculos de sol para amenizar a luminosidade na
ou pela apresentação de um estímulo aversivo.
retina é um exemplo de comportamento mantido por reforço
negativo. A luminosidade é um estímulo reforçador negativo
cessado pela resposta de colocar os óculos. A relação de
- Tirar notas baixas na escola e ficar um mês sem jogar vídeo-
game.
Exemplo de condicionamento operante no dia a dia:
• Jorge recebe uma multa de R$ 500 e suspensão da carteira
de motorista por dirigir sob a influência de álcool. Dinheiro e sua
licença foram removidos para diminuir comportamento.
• Uma família tem um pote de moedas que devem ser pagar
quando se fala palavrão. Toda vez que alguém fala um palavrão,
têm que colocar um real no pote. Isso está tirando dinheiro,
que é algo agradável, e diminui o comportamento.
Exemplo de condicionamento operante:
• Mateus bagunçou o quarto da irmã e sua mãe disse que ele
não poderia ir acampar com seus amigos.
Formas e efeitos da consequência
• Reforço: aumento de frequência de um comportamento Punição e extinção
- Positivo: aumento da frequência de um comportamento pelo • a punição apresenta um estímulo aversivo após o
crescimento de um estímulo (reforço positivo) comportamento ou remove um estímulo prazeroso após o
- Negativo: aumento da frequência de um comportamento pela comportamento. Na extinção um determinado
retirada ou evitação de um estímulo (aversivo) comportamento deixa de produzir um reforço positivo.
• Punição: diminuição de frequência de um comportamento • Exemplo: Pedro gosta de contar piadas e isso provoca risadas
- Positivo: diminuição da frequência de um comportamento pelo de seus amigos o que para Pedro é altamente reforçador.
acréscimo de um estímulo (aversivo) Contudo, ultimamente as piadas de Pedro deixaram de
- Negativo: diminuição da frequência de um comportamento pela provocar as risadas de seus amigos, assim esse
ausência/retirada de um estímulo (reforço positivo) comportamento foi diminuindo de frequência até desaparecer.
Esse é um exemplo de Extinção porque a contingência
• Punição Positiva: consiste na diminuição das chances de que reforçadora foi retirada. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 73)
um comportamento ocorra novamente pela apresentação de • OBS: A extinção também se configura como algo aversivo.
um estímulo aversivo após o comportamento. Contudo, não se considera a extinção como controle aversivo.
• Exemplos:
- Jogar bola dentro casa, levar uma surra e não jogar mais bola Efeitos colaterais da punição
nesse local. • Perda de um reforçador positivo ou produção de um estímulo
- A professora diz um palavrão em sala de aula e leva uma aversivo.
bronca da diretora, assim evita o comportamento de falar
palavrão em sala de aula. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 71)

Exemplo de condicionamento operante nas organizações: • Não ensina comportamento adequado, somente o que não
• Um funcionário apresenta um comportamento ruim no pode ser feito.
trabalho e o chefe critica. O comportamento vai diminuir por • O comportamento que foi punido, não necessariamente é
causa das críticas do chefe. extinto, pois pode voltar a ser emitido após a interrupção da
• Quando um aluno se comporta mal na sala de aula, recebe punição. O efeito da punição então, mostra-se imediato, mas
uma bronca não duradouro.
• A criança recebe uma surra quando coloca a mão no pote de •O objetivo principal do uso da punição é diminuir ou extinguir
biscoitos. os comportamentos indesejáveis do indivíduo, porém, diante
• Quando uma criança não coloca a sua roupa no cesto, tem que de uma visão behaviorista, a punição não se apresenta como
fazer dez minutos extras de tarefas. uma estratégia de intervenção eficaz por não cumprir o que
pretende, pois apenas produz um efeito imediato, mas não
Exemplo de condicionamento operante – experimentos: diminui permanentemente uma tendência para a emissão do
• Em um experimento, o sujeito recebeu um leve choque comportamento.
elétrico quando deu uma resposta errada. • A punição, portanto, suprime temporariamente, a ocorrência
• Punição Negativa: consiste na diminuição das chances de que de um comportamento, pois se a fosse eficiente em sua
um comportamento ocorra novamente pela remoção de um aplicação, o agente punidor não precisaria utilizá-la novamente,
estímulo prazeroso após o comportamento. além de que, gera consequências danosas (efeitos colaterais)
- Dirigir embriagado e perder a carteira de motorista e não mais aos seres humanos, tais como: raiva, medo, ansiedade, fuga,
dirigir embriagado.
esquiva, resistência, depressão, alterações de glândulas e • Assim a leitura da Unidade Básica de Análise
músculos lisos, contracontrole (oposição ao agente de do Comportamento passa a ser:
controle), culpa, vergonha etc. SD - R - C
Supressão condicionada Exemplo: sempre que a tia de Sonia vem visitar a família, Sonia
• No entanto, conforme Skinner (1953/2000) salientou, as
se esconde no quarto, para não receber o beijo molhado da tia.
• Identifique o SD no exemplo acima.
diversas emoções, quando compreendidas apenas como
• Identifique o comportamento operante (R) de Sonia
reações fisiológicas, revelam poucas distinções entre si e têm
limitada utilidade prática. Frequentemente, emoções são no exemplo acima.
inferidas a partir da observação de um ou de alguns • Os estímulos antecedentes que controlam a ocorrência de
comportamentos em situações mais ou menos bem definidas um comportamento são denominados de Estímulos
e classificadas em relação a várias circunstâncias (variáveis) que Discriminativos (SD). (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 98)
afetam a sua probabilidade. Segundo Skinner, as variáveis
referidas não devem ser atribuídas a condições psíquicas ou Tríplice contingência ou Contingência de 3 termos
fisiológicas, mas sim a eventos ambientais • Todos os comportamentos operantes, dos mais simples
• Skinner explica as emoções a partir de uma interação (por exemplo: comer um brigadeiro) aos mais complexos
respondente--operante. É justamente o estudo dos efeitos de (por exemplo: desenvolver uma tese), serão analisados de
condicionamentos respondentes sobre desempenhos acordo com a Tríplice Contingência.
operantes conhecida como supressão condicionada. • Analisar Funcionalmente um comportamento significa encaixá-
lo em uma contingência de três termos: ou seja, verificar em
Desamparo Aprendido que circunstâncias o comportamento ocorre e quais suas
• Desamparo aprendido (ou seja, é “aprendido pelo organismo”)
consequências mantenedoras.
é um comportamento em que um organismo forçado a SD - R - C
suportar estímulos aversivos, dolorosos ou desagradáveis se • Estímulos Discriminativos (SDs): são os estímulos na presença
torna incapaz de evitar (ou não deseja evitar) encontros dos quais uma resposta é reforçada.
posteriores com tais estímulos, mesmo que seja possível evitá- • Estímulo delta (Sd): é o estímulo na presença do qual uma
los. Presumivelmente, o organismo aprendeu que não pode
resposta não é reforçada.
controlar a situação e, portanto, não toma ações para evitar o
• Treino Discriminativo: é o procedimento em que se reforça
estímulo negativo.
uma resposta em presença do Estímulo Discriminativo (SD) e
• O que é aprendido (e supostamente generalizado para a
não se reforça (ou coloca-se em extinção) a mesma
condição futura) é justamente a ausência de relação R-S. Entra
resposta na presença do Estímulo Delta (Sd) – produzindo
num processo de habituação.
um aumento da frequência do comportamento em SD e
• O conceito de Desamparo Aprendido desempenha um papel
uma diminuição da frequência do mesmo comportamento
importante nos transtornos psicológicos, pois a pessoa passa a
em Sd.
se sentir impotente devido à sua ansiedade, podendo desistir
de procurar uma solução, aceitando o estado atual como O estímulo discriminativo:
inevitável e imutável. 1. Elicia um respondente.
2. Elicia um operante.
Controle de estímulos
3. Estabelece a ocasião para que a resposta produza o reforço.
• o termo controle de estímulos refere-se à influência
4. Estabelece a ocasião de não reforçamento da resposta.
dos estímulos antecedentes sobre o comportamento, isto é, o
5. Não fornece informações sobre a ocorrência ou a ausência
efeito que o contexto tem sobre o comportamento.
do reforçador.
• Os Estímulos Antecedentes influenciam a ocorrência
de determinado comportamento pela relação que •A discriminação de estímulos ocorre quando uma resposta
possuem com as Consequências do responder. (MOREIRA se mantém na presença de um ou mais determinado(s)
E MEDEIROS, 2007, p. 97) estímulo(s), mas sofre certo grau de extinção na presença de
• No exemplo, o comportamento de Sonia é a discriminação outros.
operante - comportamentos (respostas) específicos que • Isto é, um estímulo antecedente à resposta adquire a
ocorrem apenas na presença de estímulos específicos. possibilidade de ser conhecido como discriminativo da situação
• Para analisar o Controle de Estímulos é preciso compreender reforçadora. Sempre que ele for apresentado e a resposta
que cada estímulo evoca uma resposta específica, ou seja, os emitida, haverá reforço.
estímulos antecedentes (situações) controlam qual resposta • Exemplo: Motorista de ônibus para no semáforo pois o sinal
produzirá uma consequência reforçadora. (MOREIRA E está vermelho, ou seja, o semáforo vermelho se tornou um
MEDEIROS, 2007, p. 98) estímulo discriminativo para emissão do comportamento de
"parar" ser reforçada.
•O estímulo discriminativo indica a oportunidade de não necessitando da modelagem direta da mesma resposta
responder. Isso cria a oportunidade para um comportamento para cada novo estímulo. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 101-
específico ocorrer, tendo em vista que o comportamento 102)
resultante já foi reforçado no passado. • Exemplo: uma criança que foi modelada a falar “bola”
• No reforçamento diferencial (treino discriminativo) na presença de uma bola de futebol, é mais provável que
algumas respostas são escolhidas para serem reforçadas ela diga bola na presença de uma bola de vôlei do que
enquanto outras são colocadas em extinção. na presença de uma bola de futebol americano. (MOREIRA E
• O reforçamento diferencial é um procedimento que envolve MEDEIROS, 2007, p. 101-102).
a extinção de uma classe de operantes • Classe de Estímulos: é um conjunto de estímulos que possuem
concomitantemente ao reforçamento de outra classe de alguma característica em comum, para poderem ser
operantes e, por esse motivo, não tem apenas o objetivo de agrupados em uma mesma categoria. Exemplo: a classe de
reduzir um comportamento, mas também de modelar estímulos de transportes marítimos (navio, barco, iate, canoa,
comportamentos novos. jangada).
Exemplo: letras do alfabeto
Exemplos de estímulos discriminativos:
• Se vemos o símbolo/placa "fiscalização eletrônica de
A atenção como um comportamento
velocidade" (estímulo discriminativo), sabemos que se
• A Análise do Comportamento interpreta termos psicológicos
aplicarmos o comportamento "respeitar o limite de velocidade
como Atenção de forma diferenciada das visões tradicionais de
e não ultrapassar os 50 KM/h", é bem provável que iremos
psicologia. Segundo as visões mentalistas, a atenção é uma
voltar para casa sem uma multa de trânsito.
espécie de filtro responsável pela decisão de quais informações
• Vemos o interruptor de luz (estímulo discriminativo);
podem entrar em nossa mente. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007,
apertamos o interruptor (comportamento); a luz se acende
p. 106-107).
(consequência).
• Para Skinner não é o processo mental da atenção que
• Em um experimento com uma pomba, se as bicadas são
seleciona qual ou quais estímulos uma pessoa irá responder.
reforçadas quando há uma luz vermelha e não quando a luz é
Skinner compreende que nos comportamos sobre o controle
verde, a luz vermelha servirá como um estímulo discriminativo
discriminativo dos estímulos do ambiente.
e a pomba irá aprender a bicar só nessa circunstância.
• Ter Atenção é comportar-se sob determinado controle
• Em um experimento no qual se ensina um camundongo a
de estímulos.
percorrer um labirinto, é mais fácil treiná-lo com
uma recompensa altamente desejável (como pasta de
• Atentaremos a determinado estímulo dependendo da nossa
amendoim) do que uma recompensa menos desejável, como
história de reforçamento e punição. Estímulos que sinalizam
um pedaço de brócolis.
consequências importantes no passado têm maior
probabilidade de exercerem o controle sobre o nosso
• Os Estímulos Discriminativos (SDs) não eliciam (provocam) as
comportamento. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p.107).
respostas.
Exemplos:
• Quando há referência a
- Ao entrar no carro, damos atenção ao uso do cinto
um comportamento respondente (reflexo; involuntário),
de segurança porque já sofremos um acidente e
compreende-se que um estímulo elicia uma resposta (SR),
nos machucamos o que não teria ocorrido se estivéssemos
isto é, o estímulo produz a resposta, faz com que ela
usando o cinto.
seja emitida.
- Prestar atenção às explicações do professor porque se
• Quando há referência um comportamento operante,
está cursando uma determinada disciplina pela segunda vez.
de um operante discriminado, compreende-se que o estímulo
apenas fornece o contexto, dá chances para que o O comportamento de abstrair
comportamento ocorra. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p. 101) • Para Skinner abstrair é emitir um comportamento sob controle
de uma propriedade (ou algumas propriedades) do
Generalização de estímulos estímulo que é comum a mais de um estímulo e, ao mesmo
• Generalização de estímulos operantes: um organismo tempo, não ficar sob o controle de outras propriedades
está generalizando quando emite uma mesma resposta (ignorá-las). (MOREIRA E MEDEIROS, 2007, p.109).
na presença de estímulos que se parecem com um • Uma abstração também pode ser definida como uma
estímulo discriminativo (SD) – o que conta na generalização é generalização dentro de uma mesma classe e uma
a similaridade dos estímulos. discriminação entre classes diferentes.
• Assim como a Discriminação, a Generalização é um processo
Cadeia comportamental ou cadeia de respostas
importante na aprendizagem porque permite que novos
• Sequência de comportamentos que produzem
comportamentos sejam instalados no repertório do indivíduo,
uma consequência que só pode ser produzida se todos
os comportamentos envolvidos forem emitidos em uma vezes fazendo birra e não obtendo o chocolate, a criança
certa ordem. diminui a frequência desse comportamento.
• Dito de outra forma: sequência de estímulos discriminativos • O comportamento respondente (reflexos condicionados)
e respostas, em que cada resposta produz uma mudança também pode passar pelo processo de extinção, de modo
no meio (isto é, um reforço positivo) que atua como semelhante ao comportamento operante.
estímulo discriminativo para a próxima resposta. • Os medos que os pacientes trazem para as sessões de
• O procedimento de Encadeamento pode ser utilizado psicoterapia são exemplos de extinção respondente. Para isso,
de frente para trás e de trás para frente pode ser útil para é necessário que a pessoa se exponha repetidas vezes ao
facilitar o processo de ensino-aprendizagem de estímulo eliciador do medo para que aos poucos ocorra uma
comportamentos necessários à independência do sujeito ruptura do emparelhamento de estímulos que elicia o medo.
como: vestir-se sozinho, comer sozinho, amarrar o tênis, tomar • Uma pessoa que aprendeu a sentir medo de elevador
banho sozinho, etc.. (estímulo “elevador” foi emparelhado com estímulos aversivos
incondicionados), vai perdendo o medo elevador a medida que
Extinção entra em contato com esse estímulo aversivo e percebe que
• Diminui a frequência da resposta pela remoção de um estímulo nada acontece. Dessa forma, gradualmente o elevador perde
reforçador. sua função de eliciar respostas de medo. Da mesma maneira
• De acordo com Catania (1998/1999), o procedimento de que os medos são aprendidos na relação do indivíduo com o
extinção é definido como a suspensão da liberação do reforço. ambiente, esses medos podem deixar de existir ou diminuir em
• A extinção é um modo efetivo de remover um operante do frequência. É possível, portanto, afirmar que a extinção produz
repertório de um organismo (Skinner, 1953) variabilidade comportamental, já que novos comportamentos
• Para colocar um comportamento em extinção é necessário são emitidos.
que esse comportamento já tenha passado por um processo
de condicionamento, ou seja, esse comportamento precisa • Skinner (1953) sugere observar a história de reforçamento do
existir. indivíduo. Se a história de reforçamento for longa, a
• Comportamento colocado em extinção não deixou frequência da resposta pode levar mais tempo para diminuir,
necessariamente de existir, mas continua sendo emitido em o que é conhecido por resistência a extinção. Se a história de
uma frequência menor. reforçamento for curta, menor o tempo para a resposta
• Para colocar um comportamento em extinção é necessário diminuir de frequência.
que esse comportamento já tenha passado por um processo
de condicionamento, ou seja, esse comportamento precisa Efeitos colaterais da Extinção
existir. • Além disso, muito característico da extinção operante são
efeitos como: (1) aumento da frequência de resposta logo no
• Um pesquisador treinou um rato de laboratório a pressionar a início do processo; (2) aumento na variabilidade da topografia
barra para obter uma pelota de alimento. Quando e magnitude de respostas e (3) eliciação de respostas
o rato pressiona a barra emocionais (Moreira e Medeiros, 2007).
e não tem acesso ao alimento, gradualmente esse comportam • Para explicar esses efeitos, voltemos ao exemplo de Pedro ao
ento de pressionar a barra vai diminuindo de frequência. ligar a tevê. Todos os dias, há anos, Pedro chega da escola e
• Um cachorro foi ensinado a levantar as patas. Passado um assiste seu desenho favorito antes de o almoço ser servido.
tempo, o levantar a pata foi deixando de ser reforçado ao Um belo dia, ele aperta o botão e nada acontece
passo que outros comportamentos (ex: rolar, pegar bolinha • A primeira coisa que ele faz é começar a apertar
etc) foram seguidos de reforços. Eventualmente, o insistentemente (efeito 1). Sem reforço, ele checa a pilha, olha
comportamento de levantar as patas passa a ser emitido com o aparelho de tevê, chama a mãe e assim por diante (efeito
menor frequência, ou até mesmo, não ser mais emitido pelo 2). Por fim ele joga o controle no chão, xinga, chuta a tevê e
cão. sai lamuriando até o quarto, procurando outra atividade para se
• Pode ser notado também, uma maior latência e menor entreter (efeito 3).
magnitude (força) do responder. • Nesse exemplo, podemos ver os três efeitos clássicos da
• Uma mãe quando vai ao supermercado juntamente de seu extinção acontecendo: aumento inicial na frequência de
filho, compra chocolate sempre que o filho solicita, o que resposta, variabilidade e reações emocionais, seguido de uma
aumenta a probabilidade de ocorrência futura desse queda abrupta no responder do indivíduo.
comportamento ocorrer. Devido a mudanças nas condições
inanceiras da família, a mãe passou a dizer não para o filho em Estratégias para lidar com o processo de extinção
relação ao pedido da compra do chocolate. A criança, diante • Planejar o manejo dos efeitos colaterais da extinção: é
do pedido negado, começa a fazer birra. Depois de muitas importante haver o planejamento de como os efeitos colaterais
na forma de comportamentos emocionais serão manejados,
para que tais comportamentos não sejam reforçados, por autismo por meio da suspensão da atenção quando tais
exemplo, com atenção. Alguns exemplos falas eram emitidas, ao passo que reforçavam
desses comportamentos são hetero e auto agressividade, tais positivamente com atenção falas mais apropriadas do sujeito.
como bater a cabeça na parede, danificar objetos ou xingar. Assim, é possível verificar que as falas perseverantes
• É importante que o sujeito que aplica o procedimento tenha reduziram de frequência, enquanto outros tipos de falas,
claro quais desses efeitos poderão ser ignorados, quais não mais adequadas e não perseverantes aumentaram.
poderão e como irá lidar com eles. Os autores citam o exemplo
da professora que ignorava (procedimento de extinção) uma Modulagem
aluna que fazia perguntas enquanto ela dava instruções para • A modelagem é um procedimento gradual de ensino
outros alunos. para novos comportamentos.
• Quando a garota começou a perturbar seus colegas, a • A modelagem, como procedimento de ensino, é composta por
professora se voltou para ela e, mesmo em tom de dois procedimentos, o reforço diferencial e a extinção.
repreensão, respondeu à sua pergunta para que ela parasse • Podemos imaginar uma professora de ensino infantil que tem
de atrapalhar os pares. Assim, a professora não só falhou como objetivo, em uma determinada aula, ensinar um aluno a
na tentativa de reduzir o comportamento de pedir informações escrever a primeira letra de seu nome no caderno
em momentos inadequados, como reforçou outro de caligrafia.
comportamento indesejável (atrapalhar os colegas). • A primeira forma que a criança escreve no caderno,
• Não extinguir comportamentos adequados: os muito provavelmente, é bem distante da forma final da letra
autores chamam a atenção para a prática comum de estar sob original.
controle dos comportamentos-problema que são alvo da • Mas a professora começa a reforçar esta resposta e,
extinção e, acidentalmente, acabar extinguindo outros aos poucos, por meio de aproximações sucessivas (formas
comportamentos que inclusive podem ser adequados. cada vez mais próximas da letra final), e reforço diferencial
• No contexto escolar, é comum os professores darem (as consequências oferecidas pela professora em formato
mais atenção àqueles que estão causando tumulto do que de “feedback” e elogio), o aluno apresentará, eventualmente,
aqueles que estão desempenhando a atividade corretamente. o formato da letra em sua versão final, momento no qual
De acordo com os autores, este pode ser um exemplo de o procedimento é finalizado pelo seu objetivo ter sido
extinção de um comportamento adequado caso esteja sob atingido (escrever a primeira letra de seu nome).
controle de reforçamento social. Modelação
• Aumentar os episódios de extinção: para acelerar o processo • Resposta aprendida por modelação pode ocorrer apenas
de extinção os autores propõem o manejo de contingências pela repetição da topografia do comportamento
para evocar os comportamentos-problema que serão alvo da • Uma criança, por exemplo, que criança irá aprender um novo
extinção como, por exemplo, criar situações cotidianas para estilo de nado em suas aulas de natação. Ainda fora da água,
seguimento de regras, se a criança inicia comportamentos ela observa o professor executar os movimentos que
disruptivos nesses contextos e assim, poder implementar compõem aquele estilo de nado e, posteriormente, os
o procedimento de extinção em uma frequência maior. reproduz.
• Incluir todas as pessoas de importante convívio diário • Para Skinner (1953) a modelação ocorre por
na aplicação do procedimento: todas as pessoas que ocupam reforçamento diferencial, ou seja, quando há reforço positivo
um importante papel na vida do sujeito deverão aplicar destinado a respostas imitativas e não há recompensas ou são
o procedimento de extinção para os mesmos punidas respostas divergentes das respostas imitativas.
comportamentos, evitando que eles sejam reforçados • Aprendizagem vicariante: aprendizagem baseada no responder
inapropriadamente. de outro organismo, e em suas consequências.
• Desta forma, se um professor planeja extinguir
determinados comportamentos da criança, ele deve orientar Operações estabelecedoras (OE) ou motivadoras (OM) -
os pais, irmãos, terapeutas, dentre outros, para que Michael (1982)
todos consequenciem o comportamento da mesma maneira. • Em termos gerais, operações estabelecedoras podem
• Descrever a contingência de extinção: o processo de extinção ser definidas como eventos ambientais que alteram a
pode ser mais rápido quando acompanhado da descrição de efetividade reforçadora de um estímulo, assim como evocam
que tal procedimento será iniciado como, por exemplo, o todo comportamento que, no passado, foi seguido por tal
professor dizer para os alunos que enquanto estiver explicando estímulo. O conceito parece descrever, em termos
a atividade para um grupo de trabalho, não irá responder às comportamentais, o que é usualmente chamado de motivação.
dúvidas dos demais alunos até que termine sua explicação para • Eventos como os de privação/saciação e estimulação
aquele grupo. aversiva parecem possuir características em comum.
• Utilizar a extinção combinada com Eles momentaneamente alteram a) a efetividade reforçadora
outros procedimentos: exemplo: em um adulto com
de outros eventos e b) a frequência de ocorrência de todo
o comportamento que foi reforçado por esses eventos Habilidades Sociais
• Imaginemos o rato na caixa de Skinner. Na presença de • As HS englobam diversos comportamentos necessários para
uma luz, o rato pressiona a barra e recebe água. Na ausência uma relação interpessoal bem-sucedida, como
da luz, o rato pressiona a mesma barra e nada ocorre. Neste comportamentos de iniciar, manter e finalizar conversas; pedir
caso, privação de água funcionaria como uma ajuda; fazer perguntas e pedidos; responder perguntas; aceitar
operação estabelecedora que alteraria o valor da água como ou recusar pedidos; defender-se; desculpar-se; expressar
reforçador. agrado e desagrado; conversar com autoridade; falar em
público; demonstrar empatia; pedir mudança no
Comportamento governado por contingências comportamento do outro; lidar com críticas e elogios;
• As descrições verbais apresentadas pela comunidade
apresentar-se; apresentar outras pessoas, dentre outros.
• Da mesma forma que as HS compreendem uma classe de
são denominadas regras ou instruções, pois descrevem para
comportamentos que compõe o repertório do sujeito, o
um indivíduo como se comportar em determinada situação e
desempenho social de uma pessoa relaciona-se com a forma
as possíveis consequências de suas ações. Por exemplo: uma
ou apresentação desses comportamentos em determinado
criança pode aprender a encaixar peças de um jogo de lego
evento (Del Prette & Del Prette, 2001).
em função dos brinquedos produzidos e das brincadeiras que
• Experiências traumáticas relativas à exposição social, por
oportunizam, ou pelas orientações fornecidas pela mãe e/ou
exemplo, podem fazer com que as pessoas tenham
pela demonstração da construção de brinquedos e brincadeiras
comportamentos de evitação/esquiva de contextos sociais,
que a mãe realiza.
acabando por não desenvolver suas HS ao longo da vida,
• Assim, se a criança aprende a encaixar as peças do jogo em
apresentando um baixo desempenho social nessas situações.
função das consequências que suas ações produzem, esse
• A habilidade social deve estar de acordo com o contexto no
comportamento foi modelado pelas contingências. Se ela
qual o indivíduo está inserido pois os padrões de comunicação
aprende a montar brinquedos em função das orientações da
mudam até mesmo dentro de uma mesma cultura.
mãe, seu comportamento foi instalado por regras.
• Skinner (1969/1980) afirmou que comportamentos Vantagens do treinamento individual
modelados por contingências são comportamentos mantidos • Avaliação contínua do desempenho.
diretamente pelas relações entre a resposta e suas • Possibilidades maiores de ensaios e repetições dos mesmos.
consequências e comportamentos governados por regras são • Maior disponibilidade do terapeuta para modelar habilidades
comportamentos que ocorrem sob controle de estímulos sociais específicas.
discriminativos verbais. • Proporciona feedback imediato do facilitador.

Comportamento governado por regras Vantagens do treinamento grupal


• São comportamentos que se encontram sob controle • Favorece um ambiente social mais complexo.
de estímulos discriminativos verbais específicos-regras. • Variedade maior de modelos.
Estas descrevem ou sinalizam para uma pessoa que ainda não • Proporciona feedback imediato, tanto do facilitador quanto do
foi exposta a um determinado ambiente, qual a contingência grupo.
em vigor, ou seja, as ocasiões as respostas e as • Maior número de modelos comportamentais.
consequências prevista para um dado contexto. • Maior número e variabilidade de situações problemas e, mais
• Um exemplo óbvio do comportamento governado por suporte para as soluções.
regra envolve o comportamento de seguir conselhos,
instruções, ordens ou outras formas de comportamento verbal IHS - Inventário de Habilidades Sociais
emitidos por outros. • Objetivo: Permite caracterizar o desempenho social em
diferentes situações (trabalho, escola, família, cotidiano).
• Para entender o papel que o pensamento pode • Composto por 38 itens sendo que cada um descreve uma
desempenhar no controle do comportamento são mais situação de relação interpessoal e uma demanda de habilidade
relevantes os exemplos em que os humanos aparentemente para reagir àquela situação
formulam e, então, seguem suas próprias regras. • Aplicação prevista para no máximo 30 minutos.
• As auto regras podem ser vistas como estímulos • faixa etária: 18 a 59 anos de idade.
que especificam contingências produzidas pelo • Aplicação: Individual ou coletiva.
comportamento verbal da própria pessoa. O repertório • Contextos: da saúde/clínica, forense, organizacional,
comportamental de formular auto regras é comportamento educacional/escolar, social/comunitária e orientação
verbal no sentido de que ele tem uma história de ter sido vocacional/profissional.
modelado através da mediação de outras pessoas (Skinner,
1957).
• Inventário de Habilidades Sociais (IHS - Apêndice A). Contém • Achar mais fácil ceder aos desejos alheios do que expressar os
42 itens, cada um apresentando uma ação ou sentimento seus próprios (e também suas necessidades);
diante de uma determinada situação social. • Não sermos bons em tomar decisões, geralmente deixando os
• Os alunos indicavam a frequência com que agiam ou se sentiam outros as tomarem por nós;
da maneira como estava descrito em cada item. Para • Ter pouco contato visual ao se comunicar (conversas, palestras,
responder, era necessário preencher uma folha de respostas etc.);
situada ao final dos itens, com cinco pontos: A (nunca ou • Evitar confronto (expressar desagrado ou insatisfação, exemplo:
raramente), B (com pouca frequência), C (com regular preço de produto errado no supermercado, não falar, deixar
frequência), D (muito frequentemente), E (sempre ou quase “passar”).
sempre).
Comportamento passivo agressivo
Os escores são apresentados em cinco subescalas de habilidades • No comportamento passivo agressivo, a pessoa utiliza
sociais: elementos de agressividade e de passividade.
• F1 – Enfrentamento e Autoafirmação com Risco; • Faz o mínimo de contato visual possível, geralmente olha para
• F2 – Autoafirmação na Expressão de Sentimento Positivo; frente, apresenta uma postura fechada, usa de indiretas em
• F3 – Conversação e Desenvoltura Social, seu discurso, sendo muitas vezes irônico, sarcástico e possui
• F4 – Autoexposição a Desconhecidos e Situações Novas, e senso de humor duvidoso e irritante.
• F5 – Autocontrole da Agressividade.
• É manipulador e superficial em suas relações e dificilmente se
coloca para não se envolver nem com as pessoas, nem com
• Por um comportamento habilidoso ou adequado, referimo-nos as situações e quando o faz distorce as palavras dos outros,
à expressão de atitudes, sentimentos, desejos, opiniões e fala por indiretas e faz com que os outros se sintam culpados
crenças, respeitando a si mesmo e aos outros. Esse tipo de fazendo o papel de coitadinho, injustiçado.
comportamento é chamado de assertivo e viabiliza a solução
de problemas que podem estar envolvidos nas situações e Exemplo:
diminui a probabilidade de problemas futuros. O Sr. A resmunga para a mulher a respeito do bife "queimado"
• A assertividade é uma característica muito marcante de
e diz que não volta mais neste restaurante. Ele não diz nada ao
pessoas com boas habilidades sociais. Assertividade é a garçom e responde "tudo legal" à sua pergunta "está tudo
expressão clara, direta, honesta e apropriada dos próprios bem?". A sua noite e seu jantar são altamente insatisfatórios e
pensamentos, sentimentos e crenças, de forma a não violar os ele se sente culpado por não ter tomado uma atitude. A
direitos dos outros. autoestima do Sr. A e a admiração da Sra. A por ele são
• Pessoas assertivas se expressam sem se sentirem tão ansiosas
diminuídas pela experiência.
perante os demais, resolvem bem seus problemas e
conseguem negociar melhor. Elas modulam adequadamente a Comportamento agressivo
forma de falar, considerando a escolha das palavras, o volume
• É o que mais causa prejuízos, é caracterizado por ofender
e o tom de voz, além de manter o contato visual com seus
outras pessoas, com comentários negativos, apresenta
interlocutores.
postura intimidadora e desafiadora para conseguirem o que
• O desenvolvimento de comportamentos assertivos proporcion
querem, não aceita que as pessoas discordem de suas
a uma melhora muito significativa das interações sociais.
opiniões, que para ele, são fatos.
• Normalmente esse tipo de pessoa são evitadas por terceiros já
Comportamento passivo
que não costumam respeitar ninguém e geram discussões
• No comportamento passivo, a pessoa vai sempre ceder e desnecessárias.
fazer tudo que os outros querem porque o que o passivo
• O agressivo causa medo nas pessoas com quem conversa, o
menos se importa é com ele, então é fácil lidar com pessoas
que faz com que essas pessoas evitem criar conflitos com ele.
passivas.
• São comuns entre pessoas agressivas frases dos tipos “você
• O tom de voz é baixo, volume bem baixinho, às vezes
quer que tudo seja do seu jeito”, “você não manda em mim”
inaudível, não encara o interlocutor, olha para baixo, expressão
de medo, de tristeza, quase não gesticula, esfrega as mãos
• Perder “a razão” com frequência (estourar por qualquer coisa,
demonstrando ansiedade.
tem o “pavio curto”);
• Sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço geral,
• Tomar decisões pelos outros (mesmo que esses não tenham
problemas estomacais, alergias e asma estão associados ao
pedido por isso);
comportamento não assertivo.
• Preocupar-nos apenas com as nossas necessidades em
• Dificuldade em dizer não para as pessoas (quando pedem detrimento das necessidades dos outros;
favores e não quer executar, por exemplo); • Elevar o tom de voz ou gritar para conseguir o que queremos;
• Xingar, ameaçar, depreciar, fazer bullying para rebaixar a outra •O comportamento assertivo é específico da pessoa e da
pessoa e obter o que queremos; situação, não é universal. Numa situação onde a pessoa está
• Usar o confronto para termos o que julgamos que merecemos; sendo assaltada, por exemplo, se a pessoa agir
• Olhar fixo para tentar amedrontar a outra pessoa. assertivamente ela provavelmente irá argumentar com o
ladrão porque ele não deve levar a sua carteira.
Exemplo: • Nessa situação, ser assertivo não é sinônimo de competência
O Sr. A chama o garçom à mesa e é injusto e grosseiro com social, muito pelo contrário, ser assertivo nesse momento é
ele por não ter atendido bem. A sua atitude ridiculariza o burrice, o comportamento adaptativo socialmente falando,
garçom e constrange a Sra. A. Ele pede e recebe outro bife nesse caso é ser passivo e entregar a carteira sem
mais de acordo com o que queria. Ele se sente controlando a argumentações.
situação, mas o embaraço da Sra. A cria atrito entre eles e • Existem situações onde o adaptativo é ser passivo e outras
estraga a noite. O garçom fica humilhado, zangado e sem jeito onde o adaptativo é ser agressivo e isso dependerá da
o resto da noite situação, do contexto e do seu objetivo numa determinada
situação.
Comportamento assertivo • E qual o comportamento mais adequado em cada situação?
• No comportamento assertivo, nem sempre a pessoa consegue Isso vai depender 1º da relação interpessoal que estamos
aquilo que quer. Às vezes é mais fácil conseguir o que se quer vivendo e 2º das nossas crenças e objetivos no que se
pela intimidação por comportamento agressivo do que pelo refere à situação.
assertivo, no entanto, o assertivo defende suas posições sem • Ser assertivo ou não, é um sinal de inteligência e de
ansiedade, expressa seus sentimentos de maneira honesta e competência social, mas, às vezes, ser assertivo não é a coisa
tranquila. mais correta a se fazer.
• O assertivo exerce seus direitos sem negar os dos outros, vai
direto ao ponto, usa um tom de voz equilibrado, olha
diretamente nos olhos, a velocidade da fala é tranquila, a
expressão da face é relaxada, porém séria.

• Expressar abertamente com os outros, sem enrolação;


• Saber pedir ajuda;
• Tomar decisões quando necessário;
• Respeitar opiniões contrárias;
• Expressar desagrado, insatisfação, restringindo-se ao
estritamente necessário e relevante;
• Saber ouvir críticas e fazer críticas construtivas;
• Preocupar-se em respeitar as nossas próprias necessidades e
as dos outros;
• Saber dizer não quando não queremos algo ou fazer alguma
coisa;
• Respeitar nossos sentimentos, valores e ética.

Exemplo:
• O Sr. A chama o garçom à sua mesa, lembra-lhe que pediu
um bife especial, mostra-lhe o bife bem passado, pede-lhe
educada, mas firmemente que o troque por um mal passado
como ele havia pedido. O garçom pede desculpa pelo erro e
rapidamente o atende. O casal aprecia o jantar e o Sr. A se
sente satisfeito consigo mesmo. O garçom se sente feliz com
o freguês satisfeito e o serviço adequado

• Ninguém é 100% assertivo com todas as pessoas e em todas


as situações. O certo não é ser assertivo sempre e uma
pessoa competente socialmente é capaz de transitar por
todo o continuum. Dependendo do objetivo da pessoa, de
com quem ela está lidando vai adotar um comportamento ou
outro.

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