Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 13

ROTEIRO PRÁTICO DO JULGAMENTO EM PLENÁRIO1

1. DA REUNIÃO E DAS SESSÕES DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI (Art.


447, do CPP)

1.1. Abertura dos trabalhos

a) toque vivo da campainha.

b) presença do Juiz, do Promotor, do Escrivão e do Porteiro.

1.2. Verificação das cédulas

O Juiz verifica se a urna contém as cédulas dos 25 jurados sorteados e assinará termo comprobatório
dessa verificação. (Arts. 462 e 463, CPP)2

"PROCEDA O SR. ESCRIVÃO À CHAMADA DOS 25 JURADOS


SORTEADOS."

1.3. Chamada dos jurados

(Que respondam "presente"; que o Escrivão anote os ausentes; que se coloquem na urna as cédulas dos
presentes).

1.4. Resultado da chamada

a) Comparecem menos de 15 jurados:3

"DEIXO DE INSTALAR A SESSÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI, POR FALTA DE NÚMERO LEGAL DE


JURADOS. CONVOCO NOVA SESSÃO PARA O DIA ..... ÀS ..... HORAS." (Dia útil imediato.) (Art. 464
do CPP.)

b) Comparecem 15 ou mais jurados:

"DECLARO INSTALADA A SESSÃO NO TRIBUNAL DO JÚRI." (Art. 463 do


CPP)

Vêm menos de 25 jurados:


1
Roteiro extraído e adaptado do livro “Teoria e prática do júri: comentários de doutrina, e interpretação judiciária:
roteiros práticos, questionários, jurisprudência / Adriano Marrey [et al.]. – 4. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Editora Revista
"PROCEDEREI
dos AO SORTEIO
Tribunais. 1991, páginas 271 – 286, DOS SUPLENTES
por Edson Lucas Viana.DOS JURADOS NECESSÁRIOS AO NÚMERO
LEGAL." (Art. 464 do CPP.)
2
Verificação da presença de pelo menos, 15 jurados dos 25 sorteados (Arts 462 e 463 do CPP). Checar se as partes
estão presentes. Faltando alguém, verifica-se se houve justificativa razoável. Não existindo, adia-se a sessão e o juiz
toma as providências cabíveis. Cuidando-se do Ministério Público, oficia-se à Procuradoria-Geral de Justiça,
comunicando e solicitando a sua interferência para que tal situação não mais ocorra no próximo evento designado. No
1

caso de defensor, oficia-se à OAB, mas também se nomeia outro advogado (dativo ou da defensoria pública) para o
Pá gina

patrocínio da causa. O réu não mais está obrigado a comparecer. Precisa, apenas, ser intimado da data marcada. A
ausência do assistente de acusação não adia a sessão.

3
A ausência injustificada do jurado implica na imposição de multa de um a dez salários mínimos. Art. 442, CPP.
NOTA: Aberta a sessão do Júri, o Juiz passa a exercer as atribuições de policiar, fiscalizar e manter a
ordem dos trabalhos. Podendo suspender e interromper a sessão, e praticar os demais atos a ele
atribuídos pelo art. 497 do CPP.

1.5. Escusas

“Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado e apresentada,
ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos jurados.” (Art. 443, do CPP, com
redação determinada pela Lei nº 11.689, de 9 de junho de 2008).

1.6. Revisão de urna

Resolvidas as escusas, o Juiz abrirá a urna, retirando todas as cédulas, separando as relativas aos jurados
faltosos e, a seguir, verificando uma a uma, recolocará na mesma urna aquelas que contêm os nomes dos
jurados que compareceram, fechando-a (CPP, Arts. 462 - 467): Esta operação deve ser feita de forma
solene e pública, pelo próprio Juiz.

1.7. Anúncio do processo

"SERÁ SUBMETIDO A JULGAMENTO O PROCESSO PROTOCOLADO SOB O Nº.......... APREGOE


O SR. OFICIAL DE JUSTIÇA AS PARTES E AS TESTEMUNHAS."

Pregão: feito o pregão, o Oficial de Justiça lavrará a respectiva certidão que será juntada aos autos (Art. 463
e § 1º, do CPP).

1.8. Comparecimento do acusado

"QUAL O SEU NOME? QUAL A SUA IDADE? TEM ADVOGADO?"

a) tendo advogado, convida-o a ingressar no recinto;

b) não tendo advogado, adia o julgamento para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de
10 (dez) dias. (Art. 456, § 2º, do CPP) / (Ver tb. Art. 456 e § 1º, do CPP).

1.9. Comparecimento de testemunha

“RECOLHAM-SE AS TESTEMUNHAS A LUGAR DE ONDE NÃO POSSAM OUVIR OS DEBATES,


NEM AS RESPOSTAS UMAS DAS OUTRAS. SEPARADAS AS DE ACUSAÇÃO DAS DE DEFESA."
2
Pá gina
"PROCEDEREI AO SORTEIO DE SETE JURADOS, DENTRE OS PRESENTES, PARA FORMAÇÃO
DO CONSELHO DE SENTENÇA, MAS ANTES, ADVIRTO QUE SÃO IMPEDIDOS DE SERVIR NO
MESMO CONSELHO" (Art. 448 do CPP):

I – marido e mulher;

II – ascendente e descendente;

III – sogro e genro ou nora;

IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;

V – tio e sobrinho;

VI – padrasto, madrasta ou enteado;

VII – às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar;

VIII - o primo-irmão do Juiz, do Promotor, do Advogado de defesa, do Assistente da Acusação, do réu ou


da vitima (art. 448, cc. o art. 252 do CPP);

IX - quem tiver exercido qualquer função no processo ou foi nele testemunha; quem tiver manifestado
prévia disposição para condenar ou absolver o acusado ou no caso de concurso de pessoas houver
integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado (art. 449 do CPP);

X - quem for, por si ou por seu cônjuge ou parente, parte neste processo ou diretamente nele interessado
(art. 252, IV, do CPP);

XI - quem for amigo íntimo ou inimigo capital do réu ou da vítima (art. 254, I, do CPP);

XII - quem, por si ou seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato
análogo (art. 254, lI, do CPP);

XIII - quem, por si ou seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,
sustentar demanda com o réu ou com a vítima, ou responder a processo que será julgado por qualquer
das partes (art. 254, III, do CPP);

XIV - quem tiver aconselhado qualquer das partes (art. 254, IV, do CPP);

XV - quem for credor ou devedor, tutor ou curador do réu ou da vítima (art. 254, V, do CPP);

XVI - quem for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo (art. 254, VI, do
CPP).

"ADVIRTO, AINDA, QUE OS SRS. JURADOS, UMA VEZ SORTEADOS, NÃO PODERÃO
COMUNICAR-SE ENTRE SI E COM OUTRAS PESSOAS, NEM MANIFESTAR SUA OPINIÃO SOBRE
O PROCESSO, SOB PENA DE EXCLUSÃO DO CONSELHO E MULTA DE 1 (UM) A 10 (DEZ)
SALÁRIOS-MÍNIMOS. PODERÃO SEMPRE DIRIGIR A PALAVRA A MIM." (Art. 466 e §§ 1º e 2º do
CPP)

NOTAS:

a) Procede o Juiz ao sorteio dos jurados. Tira uma a uma as cédulas. Tirada a cédula, o Juiz lê o
nome do jurado e a ele pede que se levante, dizendo:
3
Pá gina

“DIGA A
DEFESA.”
NOTA: A defesa poderá aceitar ou recusar o jurado. As recusas sem motivação - recusas formais ou
peremptórias -, serão admissíveis até o número de três (art. 468, do CPP). Recusas que excedam o
número legal, deverão ser motivadas, nos termos dos Arts. 106, 448 a 451, 571, VIII e 572, I, ambos do
CPP.

“DIGA A
ACUSAÇÃO.”

NOTAS:

1. Quanto às recusas da acusação, valem as mesmas observações feitas para a defesa.

2. Se houver "estouro de urna", ou seja, falta de número para formação do Conselho de Sentença, o
julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido (CPP, art. 471).

1.10. Compromisso do Conselho de Sentença, o Juiz presidente do Tribunal do Júri, em pé, diz:
NOTAS:
“LEVANTEM-SE TODOS!”

(Em seguida fala aos jurados - CPP, art. 472.)

"SRS. JURADOS, EM NOME DA LEI, CONCITO-VOS A EXAMINAR ESTA CAUSA COM


IMPARCIALIDADE E A PROFERIR A VOSSA DECISÃO DE ACORDO COM A VOSSA CONSCIÊNCIA
E OS DITAMES DA JUSTIÇA."

"OS JURADOS, NOMINALMENTE CHAMADOS PELO PRESIDENTE, RESPONDERÃO: “ASSIM O


PROMETO."

(E assim por diante, com os demais.)

"PODEM SENTAR-SE, ESTÃO POR HOJE DISPENSADOS OS SRS. JURADOS NÃO SORTEADOS
PARA ESTE CONSELHO DE SENTENÇA."

(Deve convidá-Ios para o dia seguinte, se houver sessão)

1. Termo de compromisso: A lei processual é omissa quanto à existência desse termo. É ele, todavia,
indispensável, como comprovante de haver o Conselho de Sentença sido efetiva e legitimamente
compromissado. O termo é assinado pelo Juiz e por todos os jurados.

2. O juiz determinará a entrega aos jurados das cópias da pronúncia e, se o caso, das decisões
posteriores a ela, (podem ser o acórdão confirmatório da pronúncia ou o acórdão que efetivamente
pronunciou o acusado. Pode, ainda, ser uma nova pronúncia, proferida após o aditamento feito pelo órgão
acusatório), bem como do relatório do processo. Art. 472, parágrafo único, CPP.

2. INSTRUÇÃO DO PROCESSO NO TRIBUNAL DO JÚRI

2.1. Da Instrução em Plenário4

4
4.1. Se possível colhem-se as declarações do ofendido. (É clara a necessidade de se ouvir a vitima, quando
possível, mesmo que as partes não a arrolem. Cabe, pois, ao juiz providenciar a sua intimação para comparecer em
plenário).

4.2. Após, as testemunhas de acusação serão ouvidas. Na sequência, as testemunhas arroladas pela defesa.
Primeiramente, o juiz faz as indagações. Depois, as reperguntas serão feitas diretamente pela parte interessada.
4

Quanto à vitima, primeiro o órgão acusatório, depois a defesa. As testemunhas de acusação serão reperguntadas pelo
Pá gina

Ministério Público (e assistente, se houver) e, depois, pela defesa. As de defesa serão reperguntadas pelo defensor e,
após, pelo órgão acusatório (MP e, se houver, assistente). Os jurados poderão reperguntar, por intermédio do juiz
presidente. Art. 473, do CPP.
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz
presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e
diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela
acusação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as
perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios
estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz


presidente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e


esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas
colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)

Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III
do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008)

§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular,


diretamente, perguntas ao acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)

§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do
júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à
garantia da integridade física dos presentes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na
colheita da prova. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos. (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)

2.2. Relatório

a) o Juiz, sem manifestar sua opinião, fará o relatório do processo, expondo os fatos, as provas existentes
e as conclusões das partes, de forma imparcial, serena e comedida (art. 473, § 3º, do CPP);

b) encerrado o Relatório, o Juiz Presidente indaga:

4.3. A inquirição do ofendido e das testemunhas será feita diretamente pela parte interessada, vale dizer, sem a
intermediação do juiz presidente. Os jurados, entretanto, continuam a reperguntar por meio do magistrado.

4.4. O registro de todos os depoimentos deve ser feito da forma mais eficiente possível. Por isso, o ideal é a gravação
magnética, sendo as fitas ou CDs juntados aos autos, mantidas cópias de segurança no cartório. Pode-se usar,
também a estenotipia (a arte de estenografar utilizando-se o estenótipo. Estenótipo, máquina dotada de teclas, que se
destina à transcrição estenográfica de palavras, ao ritmo da fala em sua velocidade normal). Art. 475, CPP.
5
Pá gina

4.5. Documentos ou objetos somente podem ser exibidos em plenário pelas partes, quando disserem respeito ao caso
em julgamento, se forem juntados aos autos com a antecedência mínima de três dias úteis, com ciência à parte
contrária. Art. 479, do CPP.
I - "QUER O DR. PROMOTOR"

II - "QUER O DR. DEFENSOR” QUE SE PROCEDA À LEITURA DE ALGUMA PEÇA DO PROCESSO?

III – “QUER ALGUM DOS SRS. JURADOS” (Art. 473, § 3º, do CPP)

2.3. Debates: Acusação e Defesa

Encerrada a instrução, o Juiz anuncia que serão iniciados os debates dizendo:

"COM A PALAVRA O DR. PROMOTOR. VOSSA EXCELÊNCIA TERÁ UMA HORA E MEIA PARA A
ACUSAÇÃO." (CPP, Art. 476, ‘caput’, c.c. art. 477, ‘caput’)

(Ou, havendo mais de um acusado)

"COM A PALAVRA O DR. PROMOTOR. VOSSA EXCELÊNCIA TERÁ DUAS HORAS E MEIA PARA A
ACUSAÇÃO." (CPP, Art. 477, § 2º)

"É DADA A PALAVRA AO DR. DEFENSOR." "VOSSA EXCELÊNCIA TERÁ UMA HORA E MEIA
PARA A DEFESA." (CPP, Art. 476, § 3º, c.c art. 477, ‘caput’)

(Ou, havendo mais de um acusado)

"É DADA A PALAVRA AO DR. DEFENSOR." "VOSSA EXCELÊNCIA TERÁ DUAS HORAS E MEIA
PARA A DEFESA." (CPP, Art. 476, § 3º, c.c art. 477, § 2º)

2.4. Debates: réplica e tréplica

Finda a defesa, o Juiz indagará da acusação (Arts. 476 e 477, do CPP):

"QUER O DR. PROMOTOR USAR DA FACULDADE DA

Se afirmativo, dirá (CPP, art. 477):

"VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ COM A PALAVRA. TERÁ UMA HORA PARA A


RÉPLlCA."

Se houver mais de um acusado (CPP, art. 477, § 2º):

"VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ COM A PALAVRA. TERÁ DUAS HORAS PARA A

Finda a réplica, o Juiz indagará da defesa (CPP, art. 477);

"QUER O DR. DEFENSOR USAR DA FACULDADE DA


TRÉPLICA?"
6
Pá gina

Se afirmativo, dirá (CPP, art. 477):

"VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ COM A PALAVRA. TERÁ UMA HORA PARA A


Ou, havendo mais de um acusado:

"VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ COM A PALAVRA. TERÁ DUAS HORAS PARA A TRÉPLICA." (Art. 477, §
2º)

a) quando houver mais de um acusador, combinarão, entre si, a distribuição do tempo e, na falta de
entendimento, o Juiz regulará, de forma a não exceder o prazo legal (CPP, art. 477, § 1º);

b) havendo mais de um defensor, combinarão eles, entre si, a distribuição do tempo. Não havendo acordo,
o Juiz regulará (CPP, art. 477, § 1º);

NOTA: Reinquirição de testemunhas: Na réplica e na tréplica podem ser reinquiridas as testemunhas já


ouvidas em plenário (CPP, art. 476, § 4º).

2.5. Pedidos de esclarecimentos

A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir
ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se,
ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado. (CPP, Art.
480).

2.8. Consulta aos jurados

Terminada a tréplica, ou tendo o Promotor ou acusador particular desistido da réplica, o Juiz consultará
aos jurados (CPP, art. 480, § 1º):

"ESTÃO OS SRS. JURADOS HABILITADOS A JULGAR OU NECESSITAM DE OUTROS


ESCLARECIMENTOS?" (Art. 480, § 1º, do CPP).

NOTAS:

1. Resposta afirmativa: passará a ler os quesitos formulados para o julgamento (CPP, Arts. 482 e seguintes).

2. Resposta negativa: prestará os esclarecimentos sobre questões de fato solicitadas pelos jurados ou
mandará que o Escrivão os dê, à vista dos autos (CPP, Arts. 480, §§ 2º e 3º e 481 com seu parágrafo
único).

3. QUESITOS: FORMULAÇÃO, LEITURA, ESCLARECIMENTOS, RECLAMAÇÕES E


REQUERIMENTOS

3.1. Leitura dos quesitos (CPP, art. 483)

Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)

I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
7
Pá gina

V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou


em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I
e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)

§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II
do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)

O jurado absolve o acusado?

§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados


quesitos sobre: (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em


decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será


formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o
caso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a
tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas
questões, para ser respondido após o segundo quesito. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries


distintas. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)

Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada
quesito. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o
assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala
especial a fim de ser procedida a votação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo
somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa
perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos
jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra
sim, 7 (sete) a palavra não. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as
cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará
que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
8
Pá gina

Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos. (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já dadas,
o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação os
quesitos a que se referirem tais respostas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam
prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)

Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado pelo
presidente, pelos jurados e pelas partes. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Formulados os quesitos, o Juiz dirá:

"PASSO A LER OS QUESITOS QUE SERÃO POSTOS EM VOTAÇÃO NA SALA


SECRETA."

3.2. Esclarecimentos sobre os quesitos

À medida que for lendo os quesitos, o Juiz explicará o significado legal de cada um, informando
os jurados sobre a consequência das respostas afirmativas ou negativas no julgamento.

3.3. Reclamações e requerimentos

Terminadas a leitura e as explicações, o Juiz deve consultar as partes se têm algum requerimento ou
reclamação a fazer, devendo constar da ata qualquer reclamação não atendida.

Na oportunidade o Juiz indagará:

"TEM O DR. PROMOTOR REQUERIMENTO OU RECLAMAÇÃO A


FAZER?"

"TEM O DR. DEFENSOR REQUERIMENTO OU RECLAMAÇÃO A


FAZER?"

"QUEREM OS SRS. JURADOS NOVA EXPLICAÇÃO SOBRE OS


QUESITOS?"

4. JULGAMENTO

4.1. Anúncio do julgamento pelo Juiz (CPP, art. 485)

Lidos os quesitos, prestadas as explicações, resolvidos os requerimentos ou reclamações, o Juiz


anunciará o julgamento nos seguintes termos:

"VAI-SE PROCEDER AO JULGAMENTO. RETIREM O ACUSADO. CONVIDO O PÚBLICO EM


GERAL QUE DEIXEM O RECINTO. CONVIDO OS SRS. JURADOS, ESCRIVÃO, OFICIAIS DE
JUSTIÇA, DR. PROMOTOR E DR. DEFENSOR, A SE DIRIGIREM COMIGO À SALA SECRETA."
9

4.2. Votação dos quesitos na Sala Secreta


Pá gina

a) fechadas as portas da Sala Secreta, o Conselho de Sentença, sob a presidência do Juiz, passará a
votar os quesitos que lhe forem propostos, não se permitindo a interferência da acusação ou da defesa,
sob pena de sua retirada da sala (art. 485, § 2º do CPP).

b) antes de efetuada a votação de cada quesito, o Juiz mandará distribuir duas cédulas a cada jurado,
feitas em papel opaco e facilmente dobráveis, contendo uma a palavra "sim" e a outra a palavra "não", a
fim de secretamente serem recolhidos os votos (CPP, art. 486);

c) distribuídas as cédulas, o Juiz lerá o quesito que deve ser respondido, e um Oficial (Oficial-voto)
recolherá as cédulas com o voto dos jurados, e outro (Oficial-descarga) recolherá as cédulas 'não
utilizadas (CPP, art. 487);

d) após a votação de cada quesito, o Juiz verificará os votos, em voz alta, e se não for unânime a votação,
conferirá as cédulas da descarga, mandando que o Escrivão escreva no termo de julgamento os votos
afirmativos e os negativos (CPP, art. 488);

e) as decisões do Conselho de Sentença serão tomadas por maioria de votos (CPP, art. 489);

f) se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra, ou outras já proferidas, o Juiz,
explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que
se referirem tais respostas (CPP, art. 490);

g) se pela resposta dada a qualquer dos quesitos, o Juiz verificar que ficam prejudicados os seguintes,
assim o declarará, dando por finda a votação (CPP, art. 490, parágrafo único);

h) finda a votação, será o termo a que se refere o art. 488 do CPP assinado pelo juiz presidente, pelos
jurados, acusadores, defensores e oficiais de justiça (CPP, art. 491).

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ENTREGA E RECOLHIMENTO DAS CÉDULAS

________ OFICIAL - VOTO ------------- OFICIAL DESCARGA

ACUSADORES/DEFENSORES

(sem Interferir • Arts. 482/491).

5. SENTENÇA

Assinado o Termo de Votação, o juiz lavrará sentença (CPP, art. 492).

5.1. Sentença condenatória


10

Terá em vista as circunstâncias agravantes ou atenuantes reconhecidas pelo Júri, e atenderá, quanto ao
Pá gina

mais, ao disposto nos incisos II e VI do art. 387 do CPP.

Tendo a Parte Geral/1984 do CP abolido o conceito de periculosidade, para efeito de aplicação de medida
de segurança, esta só será cabível, em caso de condenação, ao semi-imputável, e em substituição à pena
privativa da liberdade (art. 98).

Consignará, ainda, os efeitos da condenação, neles incluídas as antigas "penas acessórias" do Código
Penal de 1940, nos termos dos Arts. 91 e 92 da Parte Geral/1984 do CP.

A sentença será fundamentada (CPP, Art. 492). Ao lavrá-la, o Juiz se reportará às respostas dos jurados.
Está obrigado, porém, a dar as razões de decidir que o levaram a impor a pena no grau e forma
constantes da decisão (e as demais cominações).

5.2. Sentença absolutória

a) mandará por o acusado em liberdade, se por outro motivo não estiver preso;

b) aplicará, quando for o caso, a medida de segurança cabível (v. art. 97 da Parte Geral/1984 do CP).

Considerado o acusado inimputável pelo Conselho de Sentença, o Juiz Presidente a ele imporá a medida
de segurança consistente em internação ou tratamento ambulatorial.

5.3. Desclassificação do fato pelo Conselho de Sentença

Se o Conselho de Sentença desclassificar a infração para outra atribuída à competência do Juiz Singular,
competirá ao Presidente do Tribunal do Júri proferir a sentença (CPP, Art. 492, §§ 1º e 2º).

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

I – no caso de condenação: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)

c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)

d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os


requisitos da prisão preventiva; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; (Incluído pela Lei nº 11.689, de


2008)

II – no caso de absolvição: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)

b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao


11

presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito
resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o
disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei n o 9.099, de 26 de setembro de 1995. (Redação dada pela Lei nº
Pá gina

11.689, de 2008)
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado
pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1 o deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução
e julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

5.4. Leitura da sentença

O Juiz lerá a sentença, de público, antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento, estando todos
de pé e presente o acusado (Art. 493, do CPP).

5.5. Lavratura da Ata

De cada sessão do julgamento o Escrivão lavrará Ata, assinada pelo Juiz e pelo órgão do Ministério
Público; e a falta dessa ata sujeita o responsável a sanções administrativa e penal. (Art. 496, do CPP).

A ata descreverá fielmente todas as ocorrências e, em especial, mencionará as referidas nos incisos do
Art. 495 do CPP.

5.6. Finalizará dizendo:

"AGRADEÇO AOS SRS. JURADOS A PRESENÇA E O CUMPRIMENTO DO DEVER. OS SRS.


JURADOS ESTÃO DISPENSADOS."

NOTA: Se for o caso, deverá o Juiz concitar os jurados a comparecer na próxima sessão designada.

6. DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI

Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente
referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade; (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)

III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante


requerimento de uma das partes; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)

V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o
Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual prosseguirá
sem a sua presença; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas ou
entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
12

2008)
Pá gina

VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou refeição
dos jurados; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer destes,
a arguição de extinção de punibilidade; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento; (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)

XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências


destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)

XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com
a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao
tempo desta última. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

Goiânia, 30 de maio de 2011

Conceito de sessão de instrução, debates e julgamento.

“Sessão de instrução, debates e julgamento é o ato jurisdicional complexo, orientado


pelos princípios da concentração e oralidade, presidido pelo juiz natural da causa, com a
presença das partes legítimas com o objetivo de produzir provas destinadas a
comprovação – refutação da acusação formada (instrução), argumentar sobre elas
(debates) e prolação do provimento cabível (julgamento).” Fauzi Hassan Choukr, Promotor
de Justiça de SP e Professor Universitário.

13
Pá gina

Você também pode gostar