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INTEGRANTES DO GRUPO Nº 4

1. Gaio da Piedade Kiangala


2. Ivandro Jacinto Buila João
3. Maria Muata Panzo
4. Mateus Carlos Muhongo
5. Olga Muculu Gonçalves

II
INDÍCE

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 4

FUNDAMENTOS TEÓRICOS…………….……………………………………………. 5

1.1. Sintaxe………………………………………………………………..................
1.1.1. Frase…………………………………………………………………………….
1.2. Estilística ………………………………………………………….....................
1.2.1. Estilo…………………………………………………………………………… 6
1.2.2. Recursos estilísticos………………………………………................................
1.2.3. Estilística da frase………………………………………………………............ 7

CONCLUSÃO…………………………………………………………………………….. 10

BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………. 11

III
INTRODUÇÃO

A Estilística, como uma disciplina ligada à Linguística, surge no século XX.


Tomando o lugar deixado pela Retórica, a ela surge nas primeiras décadas do século XX,
graças, sobretudo a dois mestres que lideraram duas correntes de grande importância:
Charles Bally, doutrinador da Estilística da língua e Leo Spitzer, ícone da Estilística
literária.

Entretanto, o presente trabalho dedica-se ao estudo da Estilística; aborda,


concretamente, sobre a Estilística da frase, também conhecida como Estilística sintática,
suas particularidades, subdivisões e algumas das figuras de linguagem a nível sintático
comumente utilizadas em nossa língua natural.

No primeiro capítulo, consta a fundamentação teórica, um capítulo reservado para


apresentação de fundamentos teóricos, com referências bibliográficas intrínsecas a este
tema. Em seguida, a descrição e particularidades da Estilísticas da frase e seu funcionamento
na linguagem literária e não-literária.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

O presente capítulo é reservado para a apresentação de conteúdos teóricos, com


referências bibliográficas, intrínsecos a este tema.

1.1. Sintaxe

Costa (2011) define Sintaxe como disciplina da Linguística que estuda a forma como
as palavras se combinam para formar unidades maiores. Sendo a unidade máxima de análise
sintática a frase.

Partindo dessa definição, podemos compreender Sintaxe como a área da Linguística


que se encarrega do estudo da organização das palavras que formam as frases.

1.1.1. Frase

Segundo Pinto e Lopes (2014), frase é um enunciado lógico organizado de acordo


com as regras gramaticais e com um sentido completo. Ela pode ser constituída por uma ou
mais orações.

1.2. Estilística

Segundo Martins (2000), a Estilística pode ser definida como uma disciplina voltada
para os fenômenos da linguagem, tendo por objeto principal o estilo.

Entretanto, Gomes (2017) diz que a Estilística teve o seu berço na Retórica de
Aristóteles e seguiu, até ao século XX, uma concepção de linguagem bastante formal e
classificatória.

Em concordância com isso, Evanildo Bechara (2009, p. 24) diz que

Estilística é o estudo dos aspectos afetivos que envolvem e caracterizam a linguagem


emotiva (…). Pode tanto aplicar-se àqueles usos (…) generalizados na língua, por
exemplo, os diminutivos, os aumentativos, etc. (a chamada “Estilística da língua” de
Charles Bally), ou então às criações estéticas originais e inéditas de um autor ou de
uma obra (a chamada “Estilística da literatura” da escola idealista alemã, de Karl
Vossler, Leo Spitzer e seguidores).

Com tudo isso, entende-se Estilística como a parte da Gramática ou da Linguística


que se preocupa com o estilo, isto é, com os elementos criativos, expressivos ou subjectivos

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de uma língua, no que diz respeito a seus recursos fonéticos, sintáticos, morfológicos e
semânticos.

Os recursos a nível fónico estão relacionados à sonoridade; a nível morfológico à


estrutura e formação das palavras; a nível semântico estão relacionados aos significados das
palavras. Mas o que realmente interessa para o presente trabalho é a Estilística da frase,
aquela associada à Sintaxe.

12.1. Estilo

A palavra estilo, que hoje é usada para designar tudo o que possa apresentar
características particulares, tem origem no latim stillus, um instrumento pontiagudo usado
pelos antigos para escrever sobre tabuinhas enceradas e só ao longo do tempo que passou a
designar a própria escrita e o modo de escrever.

Em relação ao estilo, Lauro Gomes diz:

“Ao conjunto de traços particulares, que − no caso da linguagem − permite


distinguir o banal das mais altas criações artísticas, dá-se o nome de estilo.” (Gomes, 2017,
p. 121).

No entanto, para Espina, De Bem e Rino (2002), o estilo é a maneira pela qual um
indivíduo consegue fazer com que a “língua” que ele fala seja entendida por um outro
indivíduo, pela seleção de alguns dos recursos que a língua natural lhe oferece.

1.2.2. Recursos estilísticos

Para Espina, De Bem e Rino (2002), citando Lima (1992), recursos estilísticos ou
figuras de linguagem são certas maneiras de dizer que expressam o pensamento ou o
sentimento com energia e colorido, a serviço das intenções estéticas de quem as usa. São
recursos presentes na linguagem, utilizados por autores para dar ao seu estilo um jeito
próprio, que pode ser vivaz e belo, exagerado ou normal.

Ademais, o recurso estilístico, especialmente em textos literários, é um procedimento


associado à expressividade, à afetividade e à subjetividade do enunciador, de forma a dar
uma característica particular nos textos. E, portanto, os principais recursos estilísticos
utilizados são as figuras de linguagem, como as figuras de palavras (comparação, metáfora,
metonímia, sinestesia, etc.), figuras de sintaxe (elipse, silepse, hipérbato, assíndeto,

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polissíndeto, etc.), figuras de pensamento (hipérbole, eufemismo, ironia, antítese, paradoxo,
etc.) e as figuras de som (aliteração, assonância, onomatopeia, etc.).

No entanto, outras áreas não literárias possuem, também, seus próprios recursos
estilísticos. Desse modo, um texto científico, jornalístico, jurídico, didático e outros
possuem suas próprias características e recursos pertinentes a cada gênero.

Isso ressalta a diferença entre o literário e o não literário, já que, por exemplo, em um
texto científico, se observa um estilo mais formal e associado a uma linguagem denotativa.

1.2.3. Estilística da frase

Segundo Espina, De Bem e Rino (2002), Estilística da frase, também conhecida


como Estilística sintática nos mostra como podemos mudar o sentido das frases, fazendo
com que as mesmas tenham sentido afetivo evidente.

Entretanto, a Estilística da frase ou sintática estuda as possibilidades de veiculação


das palavras numa estrutura maior: a frase. Para formar frases, o falante escolhe entre os
tipos de frases obedecendo a um número mais ou menos restrito de regras gramaticais. A
escolha do padrão sintático e das palavras corresponde a criatividade da frase, tendo o
falante a possibilidade de produzir, em número infinito, frases novas e compreensíveis, ou
seja, ele pode obedecer à norma gramatical ou usá-la em desvio, propositadamente para criar
determinado efeito.

Ademais, a Estilística da frase tem relação com a expressividade obtida a partir da


disposição de elementos da frase ou oração e para Pinto e Lopes (2014), essa expressividade
da frase pode ser verificada em figuras de linguagem como:

• Elipse- consiste na omissão de uma ou mais palavras na frase, mas que ficam
subentendidas pelo contexto.

Ex.: a) O Ivandro andava devagar, braços cruzados.

b) Ele colocou o pé na panela e eu: “você está louco?”

c) Então, como correu o teste?

- Bem.

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• Assíndeto- consiste na supressão de elementos de ligação entre palavras ou
frases sucessivas.

Ex.: a) A Olga viu o professor Aníbal, saudou-lhe, foi-se embora.

• Polissíndeto- consiste na repetição de elementos de ligação entre palavras ou


frases coordenadas.

Ex.: No casamento dela não havia arroz de qualidade nenhum, nem cru, nem doce,
nem de galinha.

• Anáfora- consiste na repetição de uma mesma palavra no início de frases ou


versos sucessivos.

Ex.: É preciso casar João,


é preciso- suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

• Hipérbato- é uma figura de linguagem caracterizada pela inversão da ordem


direta dos elementos de uma oração.

Ex.: A Muata foi à Biblioteca ler alguns livros.

- À Biblioteca, a Muata foi ler alguns livros.

A comida está sobre a mesa.

- Sobre a mesa a comida está.

• Epífora ou Epístrofe- consiste na repetição de uma mesma palavra no fim de


frases ou versos sucessivos.

Ex.: Não sou nada

Nunca serei nada

Não posso querer ser nada

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

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• Silepse- consiste na não concordância das palavras na frase, mas de ideia. Dessa
forma, ela não obedece a regras de concordância gramatical e sim por meio de uma
concordância ideológica.

Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em: Silepse
de gênero (quando não há concordância entre os gêneros), Silepse de número (quando não
há concordância entre os números- singular e plural), Silepse de pessoa (quando não há
discordância entre as pessoas gramaticais).

Ex.: São Paulo é suja. (silepse de gênero)


Todos os atletas estamos preparados para o jogo. (silepse de pessoa)
O povo uniu-se e gritavam muito alto nas ruas. (silepse de número)

9
CONCLUSÃO

Após tudo isso, podemos verificar que a Estilística estuda a linguagem e a sua
capacidade de tornar as mensagens mais ou menos emotivas e bonitas. Por esse motivo, é
uma área muito importante nos meios literários.

E que se por um lado a Gramática preocupa-se com a norma culta da língua, a


Estilística vem complementar os estudos da linguagem, na medida em que enfoca a função
expressiva dos discursos através de recursos estilísticos.

Que o tratado antigo mais conhecido é a Retórica de Aristóteles que a importância da


comunicação oral nessa época era muito grande, pois os assuntos públicos eram tratados nos
foros públicos. Mesmo nos nossos dias, os que têm cargos de chefia e os diversos partidos
políticos necessitam de estruturar convenientemente os seus discursos para que as suas
mensagens sejam acolhidas pelos cidadãos.

Significa que os artifícios e as técnicas discursivas não são exclusivos do texto literár
io, seja prosa ou poesia. Eles são indispensáveis na própria comunicação, pois é necessário
cativar e persuadir para mover acções.

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BIBLIOGRAFIA

BECHARA, Evanildo (2009). Moderna Gramática Portuguesa. 37.ª Edição Revista,


Ampliada e Atualizada Conforme o Novo Acordo Ortográfico. Editora Nova Fronteira

COSTA, Fernanda (2011). A Gramática no Ensino Básico. Porto Editora

ESPINA, Alice Picon, DE BEM, Mauricio José Carvalho e RINO, Lucia Helena Machado
(2002). A Exploração de Questões de Estilo do Português Para a Realização Superficial
Automática. Universidade de São Paulo - USP

GOMES, Lauro (2017). Estilo e Enunciação Na Linguagem: Interseções e Distanciamentos


entre a Estilística de Charles Bally e a Teoria Dialógica de Mikhail Bakhtin. Nonada: Letras
em Revista, vol. 1, núm. 28, 2017, p. 120-134 Laureate International Universities Porto
Alegre, Brasil

MARTINS, Nilce Sant'Anna (2000). Introdução à Estilística. 3 ed. São Paulo: T.A. Queiroz.

PINTO, José Manuel de Castro, LOPES, Maria do Céu Vieira (2014). Gramática do
Português Moderno. Ensino Básico e Secundário. Plátano Editora

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