Você está na página 1de 14

1

Laurentino Xavier

Princípios e Critérios de Qualidade em Interacção Homem-Máquina

(Licenciatura em Informática Aplicada)

Universidade Rovuma

Nampula

2024
2

Laurentino Xavier

Princípios e Critérios de Qualidade em Interacção Homem-Máquina

Trabalho científico a ser apresentado na cadeira


de Interacção Homem-Máquina, 1º ano, curso de
Licenciatura em Informática Aplicada.
Leccionado pelo docente:

Engo. Domingos Palave

Universidade Rovuma

Nampula

2024
3

Índice
I. Introdução ........................................................................................................................ 4

1. Usabilidade ...................................................................................................................... 5

1.1. Exemplos de Boa Usabilidade ..................................................................................... 5

1.2. Critérios para Avaliação da Usabilidade...................................................................... 6

2. Aceitabilidade .................................................................................................................. 7

2.1. Exemplos de Factores que Afectam a Aceitabilidade: ................................................ 8

2.2. Métodos de Avaliação da Aceitabilidade .................................................................... 8

2.3. Comunicabilidade ........................................................................................................ 9

2.3.1. Definição e Componentes da Comunicabilidade: .................................................... 9

2.3.2. Exemplos de Comunicabilidade: .............................................................................. 9

2.3.3. Avaliação da Comunicabilidade: ........................................................................... 10

2.4. Acessibilidade ............................................................................................................ 10

II. Conclusão................................................................................................................... 13

III. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 14


4

I. Introdução

A interacção entre humanos e máquinas desempenha um papel cada vez mais vital em nossa
sociedade contemporâneas, permeando áreas que vão desde a tecnologia da informação até a
automação industrial. Nesse contexto, os princípios de qualidade em interacção homem-
maquina emergem como um campo crucial de estudo e aplicação. Estes princípios são
fundamentais para garantir que as interfaces entre humanos e sistemas tecnológicos sejam
intuitivas, eficientes e, acima de tudo, humanamente centrados. Neste trabalho, exploraremos
os principais princípios que regem a qualidade nessa interacção, examinando sua importância,
aplicabilidade e impacto nas diversas esferas da vida contemporânea.

Objectivos

a) Geral
 Compreender os princípios de qualidade em interacção homem-maquina.
b) Específicos
Identificar os principais princípios de qualidade em interacção homem-maquina.
Investigar os impactos da qualidade na interacção homem-maquina na usabilidade e
acessibilidade.
5

1. Usabilidade

Na era digital, onde a tecnologia permeia praticamente todos os aspectos de nossas vidas, a
usabilidade torna-se uma peça fundamental na interacção entre homens e máquinas. Ela se
refere à facilidade com que um utilizar pode interagir com um sistema, seja ele um software,
aplicativo, website ou qualquer outro artefacto tecnológico, de forma eficiente, eficaz e
satisfatória. A usabilidade busca garantir que os utilizadores atinjam seus objectivos de forma
intuitiva, sem frustrações ou dificuldades desnecessárias (Rocha, 2003).

A usabilidade é composta por diversos componentes inter-relacionados:

 Facilidade de Aprendizado: Refere-se à rapidez com que os utilizares podem


aprender a utilizar o sistema. Um sistema com alta facilidade de aprendizado é
intuitivo e requer pouco ou nenhum treinamento.
 Eficiência de Uso: Relaciona-se à rapidez com que os utilizares podem realizar tarefas
uma vez que tenham aprendido a utilizar o sistema. Um sistema eficiente permite que
os utilizadores realizem suas actividades de forma rápida e sem esforço excessivo.
 Facilidade de Memorização: Refere-se à facilidade com que os utilizadores podem
lembrar como realizar tarefas após um período de inactividade. Um sistema com boa
facilidade de memorização reduz a necessidade de re-treinamento constante.
 Baixas Taxas de Erro: Indica a frequência com que os utilizadores cometem erros ao
utilizar o sistema, assim como a gravidade desses erros. Um sistema com baixas taxas
de erro é robusto e permite uma interacção fluida e sem interrupções.
 Satisfação do Utilizador: Refere-se à opinião dos utilizadores sobre o sistema,
incluindo sua estética, design e o quão agradável é utilizá-lo. Um sistema que
proporciona satisfação aos utilizadores tende a ser mais utilizado e recomendado.

1.1. Exemplos de Boa Usabilidade


 Google: A simplicidade da interface de busca do Google, juntamente com a precisão e
velocidade dos resultados, torna-o um exemplo clássico de usabilidade.
 Smartphones: Os sistemas operacionais móveis, como o iOS e o Android, foram
projectados com foco na usabilidade, facilitando a navegação entre aplicativos,
personalização e realização de tarefas do dia-a-dia.
 Amazon: A experiência de compra na Amazon é altamente usável devido à sua
interface intuitiva, opções de filtragem eficientes, e processo de checkout simplificado.
6

Figura 1. Exemplo de uma interface simples de usar.

1.2. Critérios para Avaliação da Usabilidade

Existem várias abordagens e metodologias para avaliar a usabilidade de um sistema:

 Avaliação Heurística: Consiste em especialistas identificarem problemas de


usabilidade com base em uma lista de heurísticas ou directrizes estabelecidas.
 Testes de Usabilidade: Envolvem observar utilizadores reais interagindo com o
sistema e colectar feedback sobre sua experiência.
 Métricas de Usabilidade: Incluem tempo de conclusão de tarefas, taxas de erro,
eficiência de uso, entre outros, que podem ser quantificados para avaliar a usabilidade
de um sistema.
 Feedback dos Utilizadores: A opinião e o feedback dos utilizadores são
fundamentais para identificar problemas de usabilidade e orientar melhorias no
sistema.

A usabilidade desempenha um papel crucial na interacção humano-computador, influenciando


directamente a eficácia, eficiência e satisfação do utilizador ao utilizar um sistema. Ao
projectar e desenvolver artefactos tecnológicos, é essencial priorizar a usabilidade, garantindo
que os utilizadores possam interagir com o sistema de forma intuitiva e sem dificuldades
desnecessárias. Investir em usabilidade não apenas melhora a experiência do utilizador, mas
também pode resultar em maior produtividade, menor taxa de abandono do sistema e maior
aceitação pelo público-alvo (Rocha, 2003).

A usabilidade procura garantir que qualquer pessoa consiga usar um site ou um aplicativo e
que estes funcionem como esperado; e ainda tem como objectivos:

 Facilidade de uso;
 Facilidade de aprendizado;
7

 Facilidade de memorização de tarefas;


 Produtividade na execução de tarefas;
 Prevenção, visando a redução de erros; e
 Satisfação do indivíduo.

Além da usabilidade, outro aspecto crucial na interacção humano-computador é a


aceitabilidade. Enquanto a usabilidade se concentra na eficácia e na eficiência da interacção, a
aceitabilidade se refere à disposição dos utilizadores em adoptar e utilizar uma tecnologia. A
aceitabilidade aborda questões relacionadas à percepção, atitudes e expectativas dos
utilizadores em relação a um sistema ou artefacto tecnológico (Rocha, 2003).

2. Aceitabilidade

Além da usabilidade, outro aspecto crucial na interacção humano-computador é a


aceitabilidade. Enquanto a usabilidade se concentra na eficácia e na eficiência da interacção, a
aceitabilidade se refere à disposição dos utilizadores em adoptar e utilizar uma tecnologia. A
aceitabilidade aborda questões relacionadas à percepção, atitudes e expectativas dos
utilizadores em relação a um sistema ou artefacto tecnológico (Barbosa, 2021).

A aceitabilidade é influenciada por uma série de factores inter-relacionados:

o Utilidade Percebida: Refere-se à percepção do utilizador sobre o valor e os


benefícios que o sistema oferece. Os utilizadores são mais propensos a adoptar uma
tecnologia se acreditarem que ela atende às suas necessidades e oferece vantagens
significativas.
o Facilidade de Uso: Embora relacionada à usabilidade, a facilidade de uso também
desempenha um papel importante na aceitabilidade. Os utilizadores são mais
propensos a aceitar e adoptar uma tecnologia se acharem que é fácil de aprender e
usar.
o Adaptação às Necessidades do Utilizador: A capacidade do sistema de se adaptar às
necessidades individuais dos utilizadores pode aumentar sua aceitabilidade. Isso inclui
personalização, flexibilidade e capacidade de ajustar as configurações de acordo com
as preferências do utilizador.
o Confiança e Credibilidade: A confiança no sistema e na organização por trás dele é
fundamental para a aceitabilidade. Os utilizadores precisam sentir que podem confiar
na precisão, segurança e confiabilidade do sistema.
8

o Aspectos Sociais e Culturais: Factores sociais e culturais também influenciam a


aceitabilidade de um sistema. Isso inclui considerações como normas culturais, valores
sociais e expectativas comuns dentro de uma determinada comunidade ou grupo
demográfico.

2.1. Exemplos de Factores que Afectam a Aceitabilidade:


Redes Sociais: A aceitabilidade de uma nova plataforma de rede social pode depender
da facilidade de uso, da capacidade de conectar-se com amigos e familiares e da
confiança na privacidade e segurança dos dados dos utilizadores.
Tecnologias de Saúde: A adopção de tecnologias de saúde, como aplicativos de
rastreamento de exercícios ou dispositivos de monitoramento de saúde, é influenciada
pela percepção de utilidade, facilidade de uso e confiabilidade dos dados.
Sistemas de Pagamento Móvel: A aceitabilidade de sistemas de pagamento móvel
depende da conveniência, segurança e confiabilidade das transacções, bem como da
confiança nas instituições financeiras envolvidas.

2.2. Métodos de Avaliação da Aceitabilidade

Assim como a usabilidade, a aceitabilidade pode ser avaliada de várias maneiras:

 Pesquisas e Questionários: Questionários podem ser usados para colectar dados


sobre a percepção e atitudes dos utilizadores em relação a um sistema ou tecnologia.
 Entrevistas Qualitativas: Entrevistas em profundidade permitem uma compreensão
mais detalhada das necessidades, expectativas e preocupações dos utilizadores.
 Testes de Campo: Testes em ambientes do mundo real podem fornecer insights sobre
como os utilizadores realmente interagem e utilizam a tecnologia em seu ambiente
quotidiano.
 Análise de Dados de Uso: A análise de dados de uso pode revelar padrões de
comportamento dos utilizadores e indicar áreas de sucesso e desafios na adopção da
tecnologia.
A aceitabilidade desempenha um papel fundamental na adopção e utilização de tecnologia
pelos utilizadores. Ao projectar e desenvolver sistemas e artefactos tecnológicos, é essencial
considerar não apenas a usabilidade, mas também a percepção, atitudes e expectativas dos
utilizadores. Garantir a aceitabilidade de uma tecnologia pode aumentar sua adopção, uso
contínuo e benefícios para os utilizadores e a organização (Barbosa, 2021).
9

2.3. Comunicabilidade
Comunicabilidade é um conceito que se destaca na interacção humano-computador (IHC)
como um aspecto crucial para garantir uma interacção eficaz e significativa entre os
utilizadores e a tecnologia. Este conceito refere-se à capacidade de um sistema de
comunicação em transmitir informações de forma clara, compreensível e relevante para os
utilizadores, facilitando a troca de informações e a realização de tarefas (Barbosa, 2021).

2.3.1. Definição e Componentes da Comunicabilidade:

A comunicabilidade engloba diversos elementos que contribuem para uma interacção bem-
sucedida:
Feedback Adequado: O sistema deve fornecer feedback claro e imediato em resposta
às acções dos utilizadores, ajudando-os a entender o resultado de suas interacções.
Linguagem e Terminologia: O uso de uma linguagem simples e familiar, juntamente
com uma terminologia consistente, contribui para uma comunicação eficaz entre o
sistema e os utilizadores.
Instruções e Orientações: Instruções e orientações claras são essenciais para orientar
os utilizadores sobre como realizar tarefas específicas e explorar as funcionalidades do
sistema.
Relevância da Informação: O sistema deve apresentar informações relevantes e
significativas para os utilizadores, de acordo com seus objectivos e necessidades
específicas.

2.3.2. Exemplos de Comunicabilidade:

Assistentes Virtuais: Assistentes virtuais, como a Siri da Apple e o Google Assistant, são
exemplos de sistemas que buscam proporcionar uma comunicação eficaz e natural entre os
utilizadores e a tecnologia, compreendendo comandos de voz e respondendo de forma
inteligente e relevante.

Aplicativos de Mensagens: Aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Messenger, são


projectados para facilitar a comunicação entre utilizadores, fornecendo uma interface intuitiva
e recursos como emojis, stickers e mensagens de voz.
10

Interfaces de Jogos: Interfaces de jogos são projectadas para comunicar informações


importantes para os jogadores, como status do personagem, objectivos da missão e feedback
sobre acções realizadas, de forma clara e imersiva.

2.3.3. Avaliação da Comunicabilidade:

A avaliação da comunicabilidade envolve métodos e técnicas para avaliar a eficácia da


comunicação entre o sistema e os utilizadores:

 Testes de Usabilidade: Os testes de usabilidade permitem que os utilizadores


interajam com o sistema e forneçam feedback sobre a clareza, compreensibilidade e
relevância da comunicação.
 Análise de Interfaces: A análise da interface do sistema pode revelar aspectos que
afectam a comunicabilidade, como a organização de informações, o uso de cores e
ícones, e a consistência do design.
 Observação e Entrevistas: Observar os utilizadores interagindo com o sistema e
conduzir entrevistas para entender suas experiências e percepções pode fornecer
insights valiosos sobre a comunicabilidade do sistema.

A comunicabilidade desempenha um papel fundamental na interacção humano-computador,


facilitando a comunicação eficaz e significativa entre os utilizadores e a tecnologia. Ao
projectar e desenvolver sistemas e artefactos tecnológicos, é essencial priorizar a clareza,
compreensibilidade e relevância da comunicação, garantindo uma experiência de utilizador
positiva e satisfatória. Investir na comunicabilidade pode aumentar a eficácia, eficiência e
aceitabilidade do sistema, contribuindo para o sucesso da interacção humano-computador
(Barbosa, 2021).

2.4. Acessibilidade

Interacção humano-computador (IHC) é um campo essencial na concepção de sistemas e


tecnologias que sejam intuitivos e acessíveis para todos os utilizadores, independentemente de
suas habilidades ou limitações. Para garantir uma experiência eficaz e inclusiva, dois
conceitos fundamentais são explorados: affordance e acessibilidade.

Affordance, um termo proposto por James Gibson em 1977, refere-se às características de um


sistema que indicam suas capacidades e como o utilizador pode interagir com ele. Por
11

exemplo, uma caixa de texto sugere a possibilidade de inserir texto ou editar conteúdo ao
clicar nela. No entanto, quando essa sugestão não corresponde à realidade do sistema, como
quando uma caixa de texto não é editável, cria-se uma falsa affordance, levando a
expectativas erróneas e frustração por parte do utilizador.

Para garantir uma boa affordance, é importante destacar acções destrutivas, como a exclusão
de informações, de forma a chamar a atenção do utilizador antes que ele as execute
inadvertidamente.

A acessibilidade, por sua vez, busca eliminar barreiras que possam excluir determinados
grupos de utilizadores, garantindo que todos possam utilizar os sistemas e tecnologias de
maneira igualitária. Isso inclui aspectos como:
o Acessibilidade Visual: disponibilização de alternativas para conteúdos visuais e
garantia de contraste adequado e tamanho de fontes legíveis.
o Acessibilidade Auditiva: inclusão de legendas em vídeos e transcrições de áudio para
utilizadores com deficiência auditiva.
o Acessibilidade Motora: adaptação de interfaces para utilizadores com dificuldades
motoras, incluindo teclados virtuais e reconhecimento de voz.
o Acessibilidade Cognitiva: simplificação da linguagem e da estrutura da informação,
além de recursos de ajuda para utilizadores com dificuldades de aprendizado.
o Acessibilidade Táctil: design de interfaces utilizáveis por pessoas com deficiência
visual ou dificuldades de percepção, incluindo tecnologias ápticas.
12

Promover a acessibilidade envolve o design inclusivo desde as fases iniciais de


desenvolvimento, o cumprimento de padrões de acessibilidade e testes com utilizadores reais,
incluindo aqueles com deficiências, para identificar e corrigir possíveis barreiras.

Investir em acessibilidade não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia
inteligente para criar sistemas e tecnologias mais eficazes, sustentáveis e socialmente
responsáveis. Ao priorizar a acessibilidade na IHC, não só facilitamos a inclusão digital, mas
também enriquecemos a experiência de utilizador, ampliando o alcance e o impacto positivo
da tecnologia na vida das pessoas (Barbosa, 2021).
13

II. Conclusão

Os princípios e critérios de qualidade em interacção humano-maquina são fundamentais para


garantir experiências eficazes e satisfatórias para os usuários. Desde a usabilidade até a
acessibilidade e a estética, cada aspecto contribui para criar interfaces que promovem a
eficiência, a produtividade e a satisfação do usuário. Ao considerar a consistência, a clareza e
a flexibilidade na concepção de sistemas interactivos, é possível estabelecer padrões que não
apenas atendem as necessidades imediatas dos usuários, mas também antecipam e adaptam-se
as suas evoluções e demandas futuras. Em última analise, a aplicação desses princípios não
apenas melhora a interacção entre humanos e máquinas, mas também contribui para uma
sociedade mais inclusiva, informada e conectada.
14

III. BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, S. D. J.; SILVA, B. S. da; SILVEIRA, M. S.; GASPARINI, I.; DARIN, T.;
BARBOSA, G. D. J. Interação Humano-Computador e Experiência do usuário.
Autopublicação. 2021.

ROCHA, Heloisa V.; BARANAUSKAS, Maria C. C. Design e Avaliação de Interfaces


Humano-Computador. Campinas (SP): NIED/ Unicamp, 2003.

BENYON, D. Desiging Interatictive Systems – A comprehensive guide to HCI, UX and


interaction design. Pearson 2014.

Você também pode gostar