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Apresentação Desta Aula
Apresentação Desta Aula
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
▸ Problemas comportamentais além das normas socialmente aceitas
▸ prevalência de 3 a 10%
▸ TOD costuma iniciar-se no período pré-escolar ou começo do
período escolar
▸ surgimento de TC é posterior (meio da infância/ adolescência)
▸ Gênero:
▸ TOD - 2 meninos: 1 menina
▸ TC - 3-7 meninos: 1menina
APA, 2013
TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR E TRANSTORNO DE CONDUTA
TRANSTORNO DE CONDUTA
▸ Pelo menos 3 nos últimos 12 meses Falsidade ou Furto
Agressão a Pessoas e Animais ▸ invadiu casa, edifício ou carro de outro
▸ provoca/ ameaça/ intimida outros ▸ mente para obter bens materiais/ favores/
▸ inicia brigas físicas evitar obrigações
▸ usou arma que pode causar danos físicos ▸ furtou intens de valor considerável sem
graves (ex: bastão, tijolo, faca…) confrontar
▸ fisicamente cruel com pessoas Violações Graves de Regras
▸ fisicamente cruel com animais ▸ fica fora de casa à noite, apresar de proibição
dos pais (início < 13 anos)
▸ roubou durante confronto com a vítima
▸ fugiu de cassa, passando a noite fora, por
▸ forçou alguém à atividade sexual pelo menos 2x (ou uma vez se longo período
Destruição de Propriedade fora de casa)
▸ provocação deliberada de incêndio ▸ com frequência cabula as aulas (início < 13
anos)
▸ destruiu deliberadamente prorpiedade de
outras pessoas (exceto incêndios)
APA, 2013
Fairchild et al., 2019
regiões cerebrais menos responsivas/ ativas nas pessoas com transtorno de
conduta
Fairchild et al., 2019
TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR E TRANSTORNO DE CONDUTA
EVOLUÇÃO
Predizem pior evolução: Associação na vida adulta
▸ histórico familiar: ▸ criminalidade, tr
criminalidade, alcoolismo personalidade antissocial
▸ violência interparental ▸ quadros de humor e de
ansiedade (TOD)
▸ parentagem “dura"
▸ uso de substâncias
▸ maiores níveis de
descontrole do ▸ piores resultados
comportamento da criança acadêmicos e profissionais
▸ sintomas graves antes dos 8
anos de idade
▸ emoções pró-sociais
limitadas
Scott, S. Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR E TRANSTORNO DE CONDUTA
TRATAMENTO
▸ Abordagem Comportamental
▸ treino parental
▸ escola: capacitar professores para lidar com
comportamentos opositores; acompanhamento
terapêutico
▸ com a criança: técnicas de manejo de raiva, treino de
habilidades sociais
▸ reforçar comportamentos saudáveis
Scott, S. Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR E TRANSTORNO DE CONDUTA
TRATAMENTO
Medicamentos
▸ tratamento de comorbidades
▸ melhora de comportamentos opositores se
tratamento do TDAH comórbido
▸ risperidona
Fairchild et al., 2019; Scott, S. Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
TRANSTORNOS
ANSIOSOS
Morris & Kratochwill,
1991
TRANSTORNOS ANSIOSOS
EPIDEMIOLOGIA
▸ Prevalência: 5 a 20%
▸ grupo mais frequente em PIA
▸ 1 menino: 2 meninas
CLÍNICA
▸ Medos e preocupações que muitas vezes não são
reconhecidos como excessivos
▸ Queixas somáticas: cefaleia, dor de barriga…
▸ Chorro, irritabilidade, crises de birra podem acompanhar
quadros ansiosos e serem confundidos com sintomas de
oposição, mas podem ser apenas formas de esquiva de
situações ansiogênicas.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Rappee, RM. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
Rappee, RM. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNOS ANSIOSOS
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
MUTISMO SELETIVO
▸ Fracasso persistente para falar em situações sociais especificas nas quais existe a
expectativa para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras situações.
▸ Timidez excessiva, retraimento social, traços obsessivos
▸ Pode haver transtorno de counicação comórbido, mas em geral as habilidades de
linguagem são preservadas
▸ Quase sempre com outro tr ansioso comórbido (fobia social é o mais frequente: 90%).
▸ Uso de comunicação não-verbal é variável de paciente para paciente
▸ RARO: 0,03-1%
▸ Em geral início antes dos 5 anos de idade
FOBIA ESPECÍFICA
▸ Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou
situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver
sangue).
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
TRANSTORNO DE PÂNICO
▸ Ataques de pânico recorrentes e inesperados; medo de novos ataques
▸ ataque de pânico: pico em 10-15 minutos
▸ raro em crianças (0,4% em < 14 anos)
Pelo menos 4 dos seguintes
palpitação/ coração acelerado/
dor/ desconforto torácico parestesias
taquicardia
desrealização/
sudorese náusea/ desconforto abdominal
despersonalização
medo de perder o controle/
tremores tontura, vertigem, desmaio
enlouecer
falta de ar/ sufocamento calafrios/ ondas de calor medo de morrer
asfixia
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
AGORAFOBIA
▸ Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações
seguintes:
1. Uso de transporte público (p.ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões).
2. Permanecer em espaços abertos (p.ex., áreas de estacionamentos,
mercados, pontes).
3. Permanecer em locais fechados (p.ex., lojas, teatros, cinemas).
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão.
5. Sair de casa sozinho.
▸ idade média de início: 17 anos
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
COMORBIDADES
▸ 80-90% dos casos
▸ Grande sobreposição com outros transtornos de ansiedade (75% dos
casos: mais de um transtorno)
▸ 10-30%: transtorno de humor (principalmente adolescentes)
▸ Maior risco para quadros depressivos: maior número de
diagnósticos de tr de ansiedade, maior nível de prejuízo pelo
quadro ansioso, ocorrência de ataques de pânico
▸ 25%: alteração comportamental (pré-escolares/escolares)
▸ Abuso de substâncias (álcool): fim da adolescência/idade adulta
APA, 2013
TRANSTORNOS ANSIOSOS
TRATAMENTO
Invervenções não-farmacológicas ▸habilidade de resolução de problemas
▸Psicoterapia: TCC ▸prevenção de recaídas
▸psicoeducação ▸12-20 semanas
▸monitoramento de emoções e
sintomas somáticos de ansiedade ▸Treino de Habilidades Sociais
▸técnicas de relaxamento ▸Treino Parental
▸exposição gradual ▸Contato com escola
▸identifcação de pesnamentos
negativos e reestruturação cognitiva
Pine & Klein, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Rappee, RM. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018; Taylor et al., Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018
TRANSTORNOS ANSIOSOS
TRATAMENTO
Inibidores Seletivos da Recaptura de Serotonina
▸ Sem evidência de diferença entre os ISRS
▸ Estudos: 10-15 semanas
▸ 50-60% de resposta X 30% placebo
▸ 7% descontinua por efeitos colaterais
▸ Monitorar suicidabilidade
▸ tratamento combinado (ISRS + farmacoterapia): maior eficácia
Benzodiazepínicos
Pine & Klein, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Rappee, RM. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018; Taylor et al., Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018
TRANSTORNO
OBSESSIVO-
COMPULSIVO
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
CLÍNICA
▸ Obsessão:
▸ Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e
persistentes
▸ experimentados como intrusivos e indesejados
▸ Compulsão:
▸ Comportamentos repetitivos ou atos mentais que o
indivíduo realiza para aliviar uma obsessão ou de acordo
com regras rígidas
APA, 2013
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
CLÍNICA
▸ Medos de contaminação seguidos de compulsões de limpeza
(evitar utilizar o banheiro da escola ou da casa de um amigo
por considerar contaminado/sujo, lavagens excessivas e
ritualizadas das mãos);
▸ Dúvidas seguidas de verificações, perguntas repetidas,
necessidade de confirmação (ex. ligar várias vezes para os pais
quando estes saem de casa para se certificar de que nada de
horrível aconteceu);
▸ Verificar portas e janelas para ter certeza que estão trancadas;
verificar materiais na mochila.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
CLÍNICA
▸ Preocupações com simetria, alinhamento, exatidão
(sensação de que as coisas não estão no devido lugar),
seguidas pela necessidade de refazer algo várias vezes,
para que fique perfeito ou completo (passar a limpo
anotações, reler página ou parágrafo para ter certeza de que
captou tudo).
▸ Pensamentos de conteúdo indesejado (medo de dizer
algo obsceno ou de xingar outras pessoas, medo de ser
responsável por desgraças, como desastre de carro ou
queda de avião, por ter pensado/sonhado).
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
INFÂNCIA
▸ Rituais e superstições: parte do desenvolvimento normal da criança
▸ pré-escolares —> rituais nos horários de dormir, comer e tomar banho
▸ pico: 2 a 4 anos
▸ 2 a 6 anos: superstições carregadas de fantasia
▸ repetições do mesmo video/ história
▸ comportamentos semelhantes a questões sensoriais/ just-right: ex -
batatas só em determinada parte do prato, sem tocar nos outros
alimentos
▸ escolares: rituais nos jogos (regras rígidas), coleções
EPIDEMIOLOGIA
▸ 0,5-1% em crianças; 4% na adolescência
▸ Incidência bimodal do TOC:
Início precoce (7-12 anos): 2-3H: 1M
Início mais tardio (21 anos): 1H: 1,3M
▸ Idade média de início: 19,5 anos
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
PARTICULARIDADES NA INFÂNCIA
▸ 40% do TOC de início na infância/adolesc pode remitir na vida adulta
▸ Padrão de sintomas é mais variável nas crianças
▸ Quanto mais novo:
▸ maior a chance de compulsão sem obsessão
▸ menor a chance de perceber como egodistônico
▸ Compulsões tique-like: semelhantes a tiques complexos (principalmente rituais de tocar);
podem ser precedidas de fenômenos sensoriais
▸ Fenômenos sensoriais: sensações desconfortáveis que precedem ou acompanham
comportamentos repetitivos (compulsões ou tiques). Ex:
▸ Lavar as mãos até sair uma sensação de oleosidade
▸ Desconforto até que todos os itens na prateleira estejam colocados just-right
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
PARTICULARIDADES NA INFÂNCIA
TOC de início precoce (~10
anos): ▸Mais comorbidade com tiques
▸Maior gravidade e persistência de ▸Sintomas mais graves nas
sintomas na vida adulta seguintes dimensões:
▸Pior resposta ao tratamento ▸Agressividade
▸Menos obsessões ▸Sexual/Religioso
▸Mais sintomas tique-like ▸Simetria/ordenamento
▸Mais fenômenos sensoriais
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
COMORBIDADES
▸ 76%: transtorno de ansiedade
▸ 63%: transtorno de humor
▸ Tr de tiques: 30%
▸ Principalmente se sexo masculino e TOC de início na
infância
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
CURSO
▸ Abrupto ou insidioso
▸ Em geral o dx é feito 2,5 anos após início dos sintomas
▸ Vergonha: esconder sintomas
▸ Alguns comportamentos são parte do desenvolvimento
normal da criança —>rotinas rígidas ao dormir, acordar, ir para
escola
▸ Principal preditor de persistência: duração da doença
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
QUESTÕES DE RASTREAMENTO
Seu filho já apresentou:
▸ preocupações sobre pegar uma doença depois de tocar em algo,
levando a lavar as mãos de forma muito repetitiva?
▸ preocupação tão intensa com organização e arrumação que
estava atrapalhado com sua vida normal?
▸ uma necessidade de que as coisas pareçam ou tragam uma
sensação just right?
▸ preocupações ou medos excessivos com pensamentos agressivos,
sexuais ou religiosos?
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
TRATAMENTO
Terapia Cognitivo-Comportamental
▸ Tamanho de efeito: 1,25
▸ Isolada para casos leves; em combinação com medicação para casos moderados a
graves
▸ Componentes
▸ Exposição
▸ Prevenção de resposta
▸ Reestruturação cognitiva
▸ 12-15 sessões
▸ Melhores resultados se envolvimento familiar
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
TRATAMENTO
Tratamento Farmacológico
▸ Tamanho de efeito: 0,46
▸ Primeira linha: ISRS
▸ Fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina: 8 anos
▸ Sertralina: 6 anos
▸ Citalopram, escitalopram: sem aprovação da FDA
▸ Tricíclicos
▸ Clomipramina: 5 anos
▸ Maiores efeitos se combinada com TCC
▸ Potencialização: risperidona, quetiapina, haloperidol
Alvarenga et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
PRINCIPAIS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA – PARTE 2
PERSPECTIVA DESENVOLVIMENTAL
▸ antes dos anos 1980: idéia de que depressão seria um
transtorno de adultos
▸ pré-púberes: muito imaturos para experienciar
depressão
▸ adolescentes: humor deprimido considerado como
parte da reatividade normal
▸ visão atual: depressão presente mesmo em pré-escolares
DEPRESSÃO UNIPOLAR
Rey et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
DEPRESSÃO UNIPOLAR
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência
▸ pré-púberes: 1-2%
▸ adolescentes: 3-8%
▸ prevalência cumulativa ao longo da adolescência: 20%
Gêneros
▸ pré-púbere: 1M : 1F
▸ pós-púbere: 1M : 2F
Brent & Maalouf; Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
DEPRESSÃO UNIPOLAR
CURSO DO TRANSTORNO
▸ duração de 5-8 meses (sem tratamento) em amostras referidas à clínica
▸ recorrência:
▸ 40% em 2 anos
▸ 60% na vida adulta
▸ risco alto mesmo nos tratados
▸ maior risco de depressão (continuidade homotípica) e ansiedade
(continuidade heterotípica) na vida adulta
Brent & Maalouf; Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Rey et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
DEPRESSÃO UNIPOLAR
CURSO DO TRANSTORNO
Preditores de recorrência:
▸resposta ruim ao tratamento ▸estilo cognitivo negativo
▸gravidade ▸conflitos familiares
▸cronicidade ▸nível socioeconômico ruim
▸episódios prévios ▸exposição a maus tratos
▸desesperança
Brent & Maalouf; Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Rey et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
DEPRESSÃO UNIPOLAR
NEUROBIOLOGIA
Neuroimagem estrutural
▸ diminuição da espessura cortical
▸ hipoplasia da substância branca frontal e parietal
▸ volume diminuído de hipocampo: fator de risco (principalmente se
interação com eventos adversos precoces)
Neuroimagem funcional
▸ maior reatividade a estimulação emocional negativa na amígdala, córtex
cingulado dorsal anterior e ínsula
▸ menor modulação pré-frontal sobre funcionamento límbico
COMORBIDADES
▸ Costello et al, 2003 - em 3 meses, jovens com depressão:
▸ 28% tr de ansiedade
▸ 7% TDAH
▸ 3% TC
▸ 3% TOD
▸ 1% tr uso de substâncias
▸ traços de personalidade ficam exacerbados durante episódio depressivo:
▸ ansioso: mais sintomas de ansiedade, esquiva e sintomas somáticos
▸ externalizantes: irritabilidade, hostilidade
▸ borderline: mais disforia e sensibilidade à rejeição
DEPRESSÃO UNIPOLAR
QUANDO SUSPEITAR
▸ irritabilidade, mau humor
▸ tédio crônico ou perda de interesse em atividades (ex: parando atividades esportivas, aula de
piano etc)
▸ isolamento social/ não quer mais sair com amigos
▸ evitando escola
▸ queda no rendimento acadêmico
▸ alteração do ciclo sono-vigília
▸ queixas frequentes de sintomas clínicos, como cefaleia e dor de estômago
▸ surgimento de problemas comportamentais: fugir de casa, bullying
▸ abuso de substâncias
▸ MUDANÇA NO PADRÃO
Rey et al. Iacapap e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health, 2018.
COMPORTAMENTO ADOLESCENTE NORMAL X DEPRESSÃO
INFORMANTES
▸ pais/ professores: subestimam problemas internalizantes
▸ diferença entre os relatos de informantes diferentes é muito
comum
▸ valorizar principalmente relato do paciente
DEPRESSÃO UNIPOLAR
TRATAMENTO
▸ objetivo: atingir remissão completa e retorno aos níveis de
funcionamento pré-mórbido (recuperação)
▸ reavaliar risco de suicídio regularmente
PSICOEDUCAÇÃO - PONTOS-CHAVE
1. depressão não é culpa do paciente nem da família
2. como reconhecer e monitorar sintomas depressivos, para
detectar cedo recaída e recorrência
3. tempo de duração do tratamento e possibilidade de
recorrência (ajustar expectativas)
4. analisar riscos e benefícios de cada opção de tratamento
5. como colaborar no desenvolvimento de um plano para
prevenção de recaída e para o tratamento de manutenção
MEDICAÇÕES
▸ maior efeito placebo na infância e adolescência
▸ medicação não é superior a placebo em depressões leves
▸ Discutir com paciente e família:
▸ riscos X benefícios da medicação
▸ efeitos adversos possíveis (ex: irritabilidade, instabilidade
emocional, suicidabilidade)
▸ necessidade de tomar as medicações da forma correta
▸ demora para início da ação
INTRODUÇÃO
▸ quadro de humor envolvendo uma alteração da linha de base
para humor elevado, expansivo e/ou irritado, associado a
alterações comportamentais
▸ algumas formas de TAB exigem episódios depressivos para o
diagnóstico
▸ importante: alterações de humor devem constituir episódios e
irem além do que seria esperado para idade/contexto
EPIDEMIOLOGIA
▸ prevalência na infância e adolescência ao redor de 1,8% (1,1-
3%) (Van Meter et al., 2011)
▸ TAB SOE: até 6% (Van Meter et al., 2011)
▸ aumento de prevalência com idade
▸ (2x em 17-18 anos do que em 13-14 anos) (Merikangas et
al.,2012)
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
CLASSIFICAÇÃO
▸ TAB I: pelo menos um episódio maníaco
▸ TAB II: pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo
▸ TAB SOE
APA 2013
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
APA 2013
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
Birmaher, 2013; Leibenluft & Dickstein; Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
631 adolescentes (idade média 13,8 anos) avaliados quanto à irritabilidade e reavaliados 20 anos depois
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
IRRITABILIDADE
Leibenluft et al., 2016:
Birmaher, 2013; Birmaher et al., Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018; Leibenluft & Dickstein, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
▸ TDAH
▸ transtorno disruptivo da desregulação de humor
▸ comportamentos disruptivos
▸ transtorno de personalidade borderline (adolescentes)
▸ esquizofrenia
▸ intoxicação por substâncias
▸ mania induzida por medicações (antidepressivos, corticoesteróides,
estimulantes)
▸ alterações tireoidianas
Birmaher et al., Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018; Leibenluft & Dickstein, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
TAB X TDAH
‣ elação
‣ grandiosidade
‣ fuga de ideias/pensamento
acelerado
‣ diminuição da necessidade
de sono
‣ hipersexualidade
TAB e TDAH
‣ irritabilidade
‣ hiperatividade
‣ fala acelerada
‣ distratibilidade
Transtorno Disruptivo da
Desregulação de Humor
‣ explosões de raiva
persistentes e graves (pelo
menos 3x/sem)
‣ humor persistentemente
irritável entre as crises
‣ sintomas presentes por
pelo menos 1 ano e
iniciados antes dos 10 anos
de idade
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
FATORES DE RISCO
▸ parente de 1o grau com TAB: risco 10x maior (Hodgins et al., 2002;
Smoller & Finn, 2003).
▸ herdabilidade >60%
▸ risco genético associado a diminuição de densidade de substância
cinzenta no giro frontal medial, giro precentral e ínsula, e diminuição
de densidade em substância branca no fascículo longitudinal
superior
▸ genes: sinalização e crescimento celular (Geller et al., 2004).
▸ Depressão pré-púbere (Harrington et al., 1990; Kovacs et al., 1994;
Rao et al., 1995; Weissman et al., 1999).
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
TRATAMENTO
Psicoeducação
▸ sintomas e curso do quadro
▸ importância da adesão ao tratamento
▸ higiene do sono
Quadro agudo:
▸ para quadros maniformes: antipsicóticos 2a geração, lítio,
anticonvulsivantes
▸ doses semelhantes às dos adultos
TRATAMENTO
▸ Depressão bipolar
▸ poucos estudos
▸ FDA: aprovado combinação fluoxetina + olanzapina e lurasidona (10-17 anos)
▸ extrapolando evidência de TAB em adultos:
▸ lítio, lamotrigina, valproato, carbamazepina
▸ antipsicótico 2a geração/anticonvulsivante + antidepressivo
▸ Manutenção:
▸ menos estudos
▸ manter medicação da fase aguda por pelo menos 6-12 meses (pelo menos 12-24
meses se recorrente)
ALUCINAÇÕES
▸ prevalência de 8% na infância
porém:
▸ 50-95% dos casos elas param após alguns meses a semanas
▸ em geral associadas a períodos de ansiedade/estresse e
melhoram com a resolução dessa situação
▸ tendem a diminuir após os 6 anos de idade
ALUCINAÇÕES
▸ alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas
▸ 25 e 18% da população geral, respectivamente
▸ diminuem de frequência com o crescimento
▸ presentes também na narcolepsia
ALUCINAÇÕES E ESQUIZOFRENIA
▸ A maioria dos quadros alucinatórios NÃO evolui para esquizofrenia
Sugere MENOR chance de esquizofrenia:
▸ ausência de dificuldades pré-mórbidas
▸ alucinações auditivas não bizarras e relacionadas a estressores pontuais
▸ menor interação da criança com a alucinação (ex: ela as apresenta sem
isso prejudicar suas atividades diárias)
▸ ausência de delírio associado
▸ manutenção do funcionamento acadêmico e social
▸ não associadas a sintomas negativos
APA 2013
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
Chan, 2017; David et al., 2011; Hafner et al., 1995; Jardri et al., 2014
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
Frazier et al., 2007; Gonthier & Lyon, 2013; Hafner & Nowotny, 1995; Stentebjerg-Olesen et al., 2016; Sikich, 2013; Werry et al., 1994
117 pacientes com esquizofrenia de
início na infância (idade média: 13,6
anos)
ALTERAÇÕES PRÉ-MÓRBIDAS
▸ 20% dos casos com atrasos significativos de linguagem e motricidade
▸ x 10% nos casos de EQZ de início na vida adulta
▸ ~30% com alterações de sociabilidade (isolamento social)
▸ ~30% com QI < 70
▸ QI médio menor do que em EQZ de início na vida adulta (10-15 pontos) e que em
crianças que desenvolverão TAB
▸ diagnósticos pré-mórbidos são comuns: TDAH, transtorno de conduta, ansiedade,
depressão, TEA…
▸ atrasos ainda mais marcantes nos casos de início < 13 anos
▸ 67% com alterações pré-mórbidas em domínios social, motor, linguagem e
aprendizagem
Driver et al., 2013; Hollis & Palaniyappan, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; MClellan et al., 2013; Nicolson et al., 2000; Ordonez & Gogtay, Lewis Child
and Adolescent Psychiatry, 2018
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
PRÓDROMO
Deterioração funcional prévia ao início da psicose
▸ maior isolamento social
▸ declínio marcado no funcionamento acadêmico
▸ piora no autocuidado
▸ interesses, preocupações e comportamentos pouco usuais; sensação de estranhamento do
mundo
▸ ex: passar horas olhando-se no espelho por achar que seu reflexo não parece mais familiar
▸ experiências perceptuais bizarras
▸ alterações em sono e apetite
▸ deterioração insidiosa antes do início da psicose prediz esquizofrenia (X psicoses em quadros
de humor)
Gonthier & Lyon, 2013; Hollis & Palaniyappan, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; McClellan et al., 2013; Ordonez & Gogtay, Lewis Child and Adolescent
Psychiatry, 2018
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
FATORES DE RISCO
▸ alterações genéticas
▸ TEA
▸ menor nível cognitivo
▸ idade parental avançada
▸ migração
▸ Familiares:
▸ quadros do transtornos do espectro da esquizofrenia (incluindo tr esquizoafetivo,
esquizofrenia, tr de personalidade esquizotípico…)
▸ déficits cognitivos sutis - alterações de atenção, função executiva, memória operacional…
▸ complicações obstétricas: controverso
Hollis & Palaniyappan, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Ordonez & Gogtay, Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
FATORES DE RISCO
Deleção 22q11.21 (Síndrome Velocardiofacial/ Síndrome de DiGeorge)
▸ presente em 1:2.000 a 1:4.000 nascidos vivos
▸ em1-2% dos casos de EQZ
▸ marcado por alterações em palato (incl. insuficiencia velofaringea),
hipoparatireoidismo, dismorfismos faciais, alteracoes CV, imunodeficiência,
quadros psiquiatricos diversos..)
▸ 25-35% desenvolve quadros psicóticos ao longo da vida
▸ idade média de início: 17,7 anos
▸ mutação que confere maior risco isoladamente a EQZ
▸ Fatores de risco:
▸ QI inicial < 75
▸ declínio cognitivo a partir dos 11 anos de idade
Botto et al., 2003; Bertran et al., 2018; Gothelf et al, 2013; Sickich, 2013; Tang et al., 2016; Vortsman et al. 2015
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
FATORES DE RISCO
TEA e Esquizofrenia
▸ TEA em 27-50% dos casos de EQZ de início na infância
▸ até 7,8% das pessoas com TEA podem desenvolver esquizofrenia
▸ em algumas crianças com TEA: sintomas psicóticos episódicos, sem os sintomas
negativos e o declínio progressivo vistos na EQZ
Pensar no diagnóstico comórbido de EQZ em TEA
▸ delírios/alucinações > 1 mês
▸ desorganização de pensamento/comportamento marcadamente maior do que o
visto no baseline
▸ queda significativa do funcionamento global prévio
Cochran et al., 2013; Driver et al., 2013; Hollis & Palaniyappan, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
▸ Transtorno Afetivo Bipolar
- Esquizofrenia: início insidioso,
▸ Depressão Psicótica sintomas negativos
▸ TEA - Remissão completa de episódio
psicótico em 6 meses sugere
▸ TOC
psicose de humor
▸ TEPT
▸ epilepsia
▸ sintomas psicóticos em crises temporais e frontais (ictais e interictais)
▸ psicose na epilepsia: em geral com menos sintomas negativos
Driver et al., 2013; Hollis & Palaniyappan, Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 2015; Ordonez & Gogtay, Lewis Child and Adolescent Psychiatry, 2018
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE
TRATAMENTO
▸ psicoeducação
▸ antipsicóticos de 2a geração
▸ clozapina: se falha de tratamento com pelo menos 2
antipsicóticos
▸ TCC