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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

Instâncias de Controle Social

Brasília/2009

Apostila compilada pela Equipe de Capacitação/MDS/Senarc


Índice

1. Apresentação .............................................................................................................. 3
2. Módulo – Instâncias de Controle Social ...................................................................... 4
2.1 Conceito ................................................................................................................................. 4
2.2 Fundamentos legais ............................................................................................................... 4
3. Módulo – Características da Instância de Controle Social .......................................... 6
3.1 Atividades das Instâncias de Controle Social ........................................................................ 7
4. Módulo – Componentes do Programa Bolsa Família e a Instância de Controle Social
........................................................................................................................................ 8
4.1 Cadastro Único ...................................................................................................................... 8
4.2 Acompanhamento das Condicionalidades ............................................................................. 9
4.3 Gestão de Benefícios ...........................................................................................................10
4.4 Programas Complementares ................................................................................................11
4.5 Fiscalização .........................................................................................................................11
4.6 Prestação de contas do Índice de Gestão Descentralizada ..................................................13
5. Módulo – Apoio às Instâncias de Controle Social ..................................................... 14
6. Módulo – Formalização das atividades de Controle Social do PBF .......................... 15
6.1 Regimento interno ...............................................................................................................15
6.2 Plano de trabalho .................................................................................................................15
6.4 Infraestrutura .......................................................................................................................16
6.5 Comunicação .......................................................................................................................17
6.6 Orçamento ...........................................................................................................................17
7. Material de Apoio - Publicações e documentações específicas ................................ 19
8. Módulo – Mudanças nas Instâncias de Controle Social ............................................ 20
8.1 O que fazer quando a Instância de Controle Social for substituída .....................................20
8.2 Formulário para formalização da Instância de Controle Social ..........................................20
9. Módulo – Observatório de Boas Práticas na Gestão do PBF .................................... 22

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1. Apresentação

Esta apostila possui o objetivo de apoiar os estados e municípios na


multiplicação do tema Instâncias de Controle Social (ICS).
O controle social do Bolsa Família é a participação da sociedade civil no
planejamento, execução, acompanhamento e avaliação, e fiscalização do Programa.
Trata-se de uma ação conjunta entre estado e sociedade, em que os eixos centrais
são: compartilhar responsabilidades, a fim de aumentar a eficácia e efetividade do
Programa; proporcionar transparência às ações do poder público local; e garantir o
acesso das famílias mais pobres às transferências condicionadas de renda.
Aqui o leitor encontrará um panorama completo sobre as ICS, seus objetivos e
ações. Cada um desses temas corresponde a um módulo a ser trabalhado.
Com o auxílio deste material, que poderá ser utilizado em conjunto com a
apresentação em PowerPoint sobre o tema Instâncias de Controle Social
disponibilizada no portal do MDS no endereço eletrônico www.mds.gov.br/bolsafamilia ,
os estados e municípios estarão mais preparados a realizar seu trabalho.

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2. Módulo – Instâncias de Controle Social

2.1 Conceito

A sociedade deve participar do planejamento, fiscalização, acompanhamento e


avaliação das políticas e programas públicos por meio do controle social. No Programa
Bolsa Família, o espaço para este controle institucionalizado são as Instâncias de
Controle Social (ICS), conselhos ou comitês que têm por função acompanhar e
fiscalizar o PBF nos estados e municípios.
A lei que criou o PBF definiu que o município pode criar uma ICS
especificamente para o Programa ou aproveitar uma instância já existente, desde que
seja designada formalmente pelo Poder Público municipal para o acompanhamento do
programa.
As ICS devem ser permanentes, criadas pelo prefeito ou governador por meio de
decreto, e ter o funcionamento regular, com reuniões periódicas abertas à participação
da população. Seus conselheiros, representantes do governo e da sociedade
indicados para realizar esta função, devem ser formalmente indicados com mandato
previamente estabelecido.
A atuação da Instância de Controle Social, somada às outras formas de
participação da comunidade no acompanhamento e na fiscalização das políticas
públicas, são essenciais para o melhor atendimento às demandas da população, bem
como para a promoção de maior transparência da atuação dos gestores.
É formada por representantes do governo local e de entidades da comunidade.

2.2 Fundamentos legais

Legislação de referência sobre Instâncias de Controle Social:


• Lei nº 10.836 de 09/01/04 – estabelece que o controle social deverá ser
realizado em âmbito local por um conselho ou comitê;

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• Decreto nº 5.209 de 17/09/04 – estabelece as normas de acompanhamento,
controle social e fiscalização para o PBF;
• Portaria 246/MDS de 20/05/05 – cria os instrumentos necessários para a adesão
dos municípios ao PBF vinculada a criação ou designação de órgão de controle
social; e
• Instrução Normativa n°1 de 20/05/05 – divulga as o rientações para a
constituição, formalização e atuação das Instâncias de Controle Social.

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3. Módulo – Características da Instância de Controle Social

As ICS possuem três importantes características que devem ser respeitadas para
que os seus objetivos possam ser alcançados:

• Paridade governo-sociedade;
• Representatividade; e
• Intersetorialidade.

A Instância de Controle Social do Bolsa Família é formada, no Município, por


representantes do governo local e por representantes de entidades da comunidade.
A escolha desses representantes deve respeitar o critérios de paridade, no qual,
o número de vagas dos representantes do governo nas instâncias, incluindo os
eventuais representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, deve ser igual
ao número de representantes da sociedade.
No que se refere à representação governamental as Instâncias devem ser
formadas por pessoas das áreas de Saúde, Educação, Assistência Social, Segurança
Alimentar e da Criança e do Adolescente, entre outras, uma vez que é importante que
haja uma boa articulação entre essas áreas dentro do município.
No caso da representação da sociedade civil, as ICS podem ser constituídas
por:
• Representantes de grupos informais da sociedade, tais como lideranças
comunitárias;
• Representantes dos demais conselhos municipais existentes, desde que não
sejam representantes de setores governamentais de qualquer um de seus
poderes;
• Representantes dos seguintes setores:
o Movimentos sindicais;
o Associações profissionais e empresariais;
o Instituições religiosas;

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o Movimentos populares, associações comunitárias e organizações não
governamentais (ONG);
o Populações tradicionais existentes em seu território (indígenas e
quilombolas);
o Beneficiários do PBF;
o Entre outros.

3.1 Atividades das Instâncias de Controle Social

As ICS desenvolvem, entre outras, as seguintes atividades:


• Acompanhamento do Programa Bolsa Família no município ou estado;
• Articulação de parcerias e de agendas conjuntas de trabalho com a gestão local
do PBF, em específico, e com outros setores, tais como educação e saúde, para
o acompanhamento das condicionalidades do PBF;
• Estímulo à integração do PBF com outras políticas sociais, buscando promover
a superação das vulnerabilidades das famílias beneficiárias;
• Acompanhamento da oferta dos serviços de saúde e educação do município;
• Avaliação do acesso dos beneficiários do PBF e cadastrados do CadÚnico aos
serviços sociais de educação, saúde, qualificação profissional, promoção da
geração de emprego e renda, habitação, entre outros;
• Identificação das famílias mais pobres e mais vulneráveis do município, para
que sejam cadastradas e possam entrar no Bolsa Família;
• Avaliação da qualidade e atualidade dos cadastros;
• Estímulo à participação da comunidade no acompanhamento do PBF;
• Acompanhamento da aplicação dos recursos repassados por meio do Índice de
Gestão Descentralizada do PBF e de outras fontes orçamentárias associadas à
gestão do Programa;
• Fiscalização do PBF.

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4. Módulo – Componentes do Programa Bolsa Família e a Instância de Controle
Social

Uma atuação efetiva como conselheiro em uma Instância de Controle Social


pressupõe a compreensão do Programa Bolsa Família, seus objetivos e principais
aspectos operacionais. Afinal, o conselheiro tem um compromisso com a sociedade no
sentido de garantir a transparência e acompanhamento do PBF. Para isso, precisa
conhecer bem o programa. Por isso, falaremos dos componentes do PBF antes de
entrar nas questões mais específicas da atuação do conselheiro em cada um deles.

4.1 Cadastro Único

O Cadastro Único é um banco de dados das famílias em situação de pobreza e


extrema pobreza. As informações são coletadas pelo município, para a identificação
das famílias e de seus integrantes como potenciais beneficiários de programas sociais.
Todas as famílias com renda mensal inferior a meio (½) salário mínimo per capita
devem ser cadastradas e, uma vez validadas as informações, passam a compor o
banco de dados.
O Cadastro é um importante instrumento, que serve de base para a formulação
e a gestão das ações do poder público, constituindo-se em uma potente ferramenta
para identificar os perfis pessoais e familiares. Com essas informações, o governo
pode saber quais as famílias que mais precisam de acesso aos programas sociais,
como vivem, quais são suas características e onde elas moram. Além disso, é a “forma
de acesso” ao PBF, uma vez que só as pessoas cadastradas podem ser beneficiadas,
embora o fato de ser cadastrado não garanta o acesso ao prorama.

As responsabilidade das ICS junto no processo de gestão do CadÚnico são:

• Acompanhamento da qualidade do cadastro e, quando necessário, visitar as


famílias, com a finalidade de verificar se as informações contidas no cadastro
são verídicas;

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• Apoio ao gestor do PBF no planejamento das estratégias de cadastramento e de
atualização cadastral;
• Esclarecimento das famílias sobre os critérios de cadastramento e da
importância de se manter as informações cadastrais atualizadas;
• Visitação aos locais e comunidades mais pobres do município, visando o
esclarecimento sobre o CadÚnico e o PBF e a sensibilização sobre sua
importância para a superação das vulnerabilidades;
• Avaliação sobre a adequação e a qualidade das informações prestadas pela
prefeitura sobre o CadÚnico;
• Identificação dos problemas que dificultam o cadastramento das famílias e
proposição de soluções para os mesmos;
• Verificação das condições de armazenagem dos formulários do cadastro; e
• Avaliação da periodicidade de atualização cadastral das famílias.

Para o desenvolvimento dessas atividades, o Controle Social do PBF pode


requerer junto ao gestor do PBF das informações necessárias para o acompanhamento
do Cadastro para que possam realizar o acompanhamento, bem como ter garantido o
acesso aos documentos arquivados.

4.2 Acompanhamento das Condicionalidades

As famílias beneficiadas pelo PBF assumem compromissos com a educação dos


filhos e a saúde da família. Os benefícios recebidos são associados a esses
compromissos, denominados de condicionalidades, e seu descumprimento pode
acarretar no bloqueio, suspensão e até cancelamento do benefício. O objetivo das
condicionalidades não é de punir as famílias que não as cumprem, mas de assegurar o
acesso dos beneficiários às políticas sociais básicas de saúde, educação e assistência
social.
Na Gestão de Condicionalidades as ICS devem:
• Acompanhar a oferta dos serviços de educação e saúde nos municípios;

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• Trabalhar em conjunto com os Conselhos municipais de Saúde e Educação,
entre outros, com vistas a assegurar a oferta dos serviços sociais básicos;
• Verificar se a prefeitura está realizando o acompanhamento das
condicionalidades corretamente;
• Monitorar os resultados do acompanhamento das condicionalidades;
• Acompanhar a avaliação dos recursos contra sanções por descumprimento de
condicionalidades.

Nesse sentido, as ICS podem acessar o módulo de consulta do Sistemas de


Acompanhamento de Condicionalidades – SICON na Central de Sistemas da Senarc.
O acesso das ICS à Central de Sistemas deve ser solicitado ao gestor municipal do
PBF. Outra opção é solicitar ao gestor municipal do PBF uma lista das famílias que
descumpriram as condicionalidades, bem como orientação para pesquisar tais
informações nos sites do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Ministério da Saúde ou do Ministério da Educação. Por fim, as ICS também podem
sugerir à gestão do PBF estratégias de acompanhamento dessas famílias.

4.3 Gestão de Benefícios

Todas as atividades que envolvem movimentação no pagamento dos benefícios


às famílias, desde a inclusão no programa Bolsa Família até a realização de bloqueios,
desbloqueios e cancelamentos, formam a Gestão de Benefícios.
Nessa área, as ICS podem executar as seguintes ações:
• Conferir se as famílias cadastradas e que atendem aos critérios de elegibilidade
estão recebendo o benefício, identificando os motivos, caso isso não ocorra;
• Solicitar ao gestor municipal o credenciamento junto à CAIXA para o acesso ao
módulo de consulta do Sistema de Benefícios ao Cidadão - Sibec;
• Averiguar se os bloqueios ou cancelamentos de benefícios realizados pelo
município respeitam as leis e normas do programa;

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• Examinar se as atividades de gestão de benefícios estão sendo registradas
corretamente nos Formulários Padrão de Gestão de Benefícios (FPGB), e se os
mesmos estão sendo armazenados corretamente;
• Solicitar ao gestor municipal o bloqueio, desbloqueio, cancelamento ou a
reversão do cancelamento de benefícios identificados como indevidos; e
• Verificar se o desbloqueio de benefício está sendo realizado corretamente,
observando se os motivos que levaram ao bloqueio do benefício foram sanados.

4.4 Programas Complementares

Os Programas Complementares são ações voltadas para as áreas de geração


de trabalho e renda, educação, habitação e direitos sociais, visando ajudar as famílias
atendidas pelo PBF a aumentar sua renda e melhorar sua condição de vida.
As Instâncias de Controle Social atuam nessa dimensão, seja no
acompanhamento da oferta de Programas Complementares, seja no acompanhamento
das condições de acesso das famílias beneficiárias. Assim, as ICS podem adotar as
seguintes estratégias:
• Incentivo à oferta de políticas sociais que busquem a melhoria e o
desenvolvimento das capacidades das famílias beneficiárias visando à melhoria
da qualidade de vida das mesmas;
• Sensibilizando e mobilizando os beneficiários sobre a importância da
participação nos Programas Complementares, como forma de encontrarem
novas oportunidades de geração de trabalho e renda; e
• Avaliação dos resultados da participação das famílias nos Programas
Complementares.

4.5 Fiscalização

O Programa Bolsa Família é fiscalizado pelo Ministério do Desenvolvimento


Social e Combate à Fome – MDS, por meio da Senarc e pelos órgãos de controle
externos, que formam a Rede Pública de Fiscalização – Ministérios Público Federal e

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Estadual, Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União, visando saber
se existe algum problema na gestão do PBF e para que o mesmo seja desenvolvido
dentro da lei.
As ICS devem atuar na fiscalização prioritariamente, uma vez que podem
acompanhar de perto a gestão do programa e por estarem mais acessíveis à
população local. Assim, as ICS se constituem em importantes aliados dos gestores
locais na garantia da transparência e correção da gestão do PBF, bem como podem
contribuir na busca alternativas integradas, para a resolução das irregularidades. Além
de atuar localmente nessa dimensão, as ICS auxiliam o MDS e a Rede Pública de
Fiscalização no levantamento, acompanhamento e apuração de denúncias em todos os
componentes do Programa:
• Cadastramento;
• Gestão de benefícios;
• Acompanhamento das condicionalidades;
• Programas complementares;
• Entre outros.

As ICS podem contribuir para solucionar localmente as irregularidades na gestão


do PBF no município em uma atuação conjunta com os gestores municipais.
Geralmente, essa é a maneira mais efetiva e rápida de solução dos problemas.
Contudo, em casos nos quais esse resultado não seja alcançados, as ICS devem
recorrer à Senarc/ MDS, à Rede Pública de Fiscalização do PBF e aos órgãos locais de
garantias de direitos (Promotoria e Defensorias Públicas, Delegacias de Polícia, etc.)
comunicando-as formalmente sobre a existência de problemas. Nesse caso, é
importante que as ICS municiem essas instituições do maior número de informações e
documentos possível.
Para aprofundar as informações específicas de cada componente do Programa,
citados anteriormente, consulte as apostilas disponibilizadas no link de Capacitação.

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4.6 Prestação de contas do Índice de Gestão Descentralizada

Após a publicação, em 15 de maio de 2009, da Medida Provisória n° 462/2009


que altera o art. 8º da Lei nº 10.836, que criou o Programa Bolsa Família, o governo
passa a garantir o repasse mensal a estados e municípios os recursos do Índice de
Gestão Descentralizada (IGD).

A Medida Provisória propõe ainda o aperfeiçoamento dos mecanismos de


controle e a transparência na utilização dos recursos transferidos. Para tanto, o
Controle Social passará a realizar importante papel no que se refere à aprovação da
prestação de contas apresentada pelo município.

Essa determinação confere um papel fundamental para o controle social do


Programa, que assume novas atribuições no acompanhamento das atividades
relacionadas ao Bolsa Família e à sua gestão descentralizada.

A definição de como deve ser feita a prestação de contas ainda será


regulamentada e as orientações serão divulgadas oportunamente. Para saber mais
sobre o IGD, consulte a Portaria nº 148, de 27 de abril de 2006.

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5. Módulo – Apoio às Instâncias de Controle Social

Para o completo funcionamento das ICS deve existir o apoio das três esferas de
governo, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, dos estados e dos
municípios.
Cabe ao Ministério oferecer informações atuais sobre o programa; orientar os
estados e municípios sobre a divulgação das ICS para a população; cadastrar as
instâncias e identificar seus membros; apoiar o treinamento dos membros das ICS;
incentivar a troca de informações e experiências entre as ICS, estados e municípios; e
averiguar as denúncias encaminhadas pelas ICS, além de buscar uma comunicação
direta e freqüente com essas instituições.
Por sua vez, a gestão municipal deve apoiar o trabalho das Instâncias de
Controle Social, mantendo aberto o canal de contato e troca de informações com as
ICS, garantindo a participação dos representantes da sociedade, e provendo condições
para a realização do trabalho das instâncias no município (recursos humanos,
financeiros, infraestrutura de funcionamento etc.).

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6. Módulo – Formalização das atividades de Controle Social do PBF

Buscando facilitar o trabalho das ICS, devem ser definidas as responsabilidades


de cada membro, devem também contar com recursos materiais e com pessoas para
desenvolverem as atividades do dia a dia.
Uma Instância de Controle Social bem atuante e estruturada, deve contar com:

6.1 Regimento interno

O regimento interno que define as responsabilidades e atribuições do conselho e


de seus membros. Ele indica as regras básicas de funcionamento e de atuação das
ICS, tais como:
• periodicidade das reuniões;
• quorum de votação;
• regras de seleção, eleição e substituição dos conselheiros;
• duração do mandato;
• além de outros procedimentos internos, como registro de reuniões,
planejamento das ações, etc.
No caso das ICS atribuídas a conselhos já existentes, é importante lembrar que
seus regimentos internos devem ser revistos com vistas a abranger as novas funções
assumidas, bem como se adequar às regras do programa.
O prazo para a aprovação do regimento interno é de 90 dias, a partir da data de
instalação da ICS, definida em ato do prefeito. Ele deve ser aprovado na assembléia da
ICS, publicado no instrumento oficial de comunicação do município e, de preferência,
divulgado amplamente para a população.

6.2 Plano de trabalho

Este instrumento deve definir as tarefas que as instâncias pretendem realizar


durante o ano, quando, onde e como serão realizadas, os recursos necessários para
sua realização e as pessoas responsáveis por cada ação.

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O plano de trabalho também pode definir o calendário das reuniões, visitas às
famílias cadastradas ou beneficiárias, bem como rotinas tais como periodicidade das
pesquisas no SIBEC e no SICON.
Os planos de trabalho são instrumentos importantes para a viabilização dos
recursos necessários ao desenvolvimento das atividades das ICS, especialmente no
que tange os recursos financeiros. Por isso, devem ser encaminhados formalmente à
prefeitura, com uma ata de aprovação pela ICS e detalhamento orçamentário e
financeiro.

6.3 Grupos de trabalho

Com vistas a garantir mais agilidade e eficiência aos trabalhos da ICS, podem
ser criados grupos de trabalho, com a finalidade de acompanhamento de temas ou
assuntos específicos do Programa Bolsa Família.
Esses grupos de trabalho podem ser subdivididos em grupos menores, como por
exemplo, um grupo de trabalho específico de condicionalidades, que ficará responsável
por verificar a oferta de serviços de saúde e educação e se o acompanhamento das
condicionalidades está sendo realizado.

6.4 Infraestrutura

Para que o trabalho das Instâncias de Controle Social seja realizado de maneira
efetiva e que atinjam seus objetivos, é importante que elas possuam infra-estrutura
adequada ao trabalho a ser realizado.
Cabe ao poder público local a garantia da infra-estrutura, como local de
funcionamento, equipamentos (computadores com acesso à internet, telefone, fax,
mobiliário etc.) e recursos humanos pessoal para realizar as atividades administrativas.
Para isso, no entanto, a ICS deve apresentar formalmente ao Gabinete do Prefeito a
lista de necessidades ao bom funcionamento da Instituição, para que tais despesas
sejam inseridas no orçamento municipal. É importante lembrar que, seguindo o

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calendário de elaboração do orçamento municipal, todas as demandas financeiras das
ICS devem ser planejadas e comunicadas anualmente à prefeitura.

6.5 Comunicação

A sociedade deve ser informada da existência e das funções das Instâncias de


Controle Social, de forma a incentivá-la a participar do controle social do programa.
Uma boa sugestão é que sejam utilizados os meios de comunicação do município para
esta divulgação, como por exemplo, jornais e rádios comunitárias.
Da mesma forma, é importante que o calendário de realização das reuniões seja
amplamente divulgado e estabelecido em horário mais adequado à participação dos
cidadãos. Outra estratégia que pode ser utilizada é a realização de audiências públicas
sobre temas específicos.
Além do mais, com vistas a garantir a credibilidade de sua atuação, as ICS
devem prover a sociedade com respostas às demandas, reclamações e denúncias
recebidas e as providências tomadas.

6.6 Orçamento

Para que o trabalho das Instâncias de Controle Social possa ser realizado, uma
proposta contendo as necessidades em termos de recursos financeiros deve ser
elaborada em conjunto com o plano de trabalho anual. Para que as ICS tenham
assegurados estes recursos é importante que seja encaminhada uma proposta formal à
prefeitura ou governo de estado, indicando as necessidades do orçamento anual,
identificando quais órgãos podem ajudar as ICS com recursos financeiros. O
encaminhamento dessa proposta deve respeitar o calendário de elaboração do
orçamento público municipal e estadual.
Parte dos recursos do IGD pode ser destinada a estruturação e financiamento
das atividades das ICS. Conforme ressaltado anteriormente, é importante que as ICS
formalizem suas demandas junto às prefeituras municipais e governos estaduais. A
utilização dos recursos do IGD deve ser aprovada pelos Conselhos Municipais de

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Assistência Social e seus dispêndios devem estar regularmente inscritos na Lei
Orçamentária Municipal. Portanto, caso o controle social do PBF do município não
esteja designada a esses conselhos, é importante o desenvolvimento de uma agenda
integrada com vistas à reserva de parcela desses recursos para a atuação das ICS.

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7. Material de Apoio - Publicações e documentações específicas

• Guia de Atuação das Instâncias de Controle Social do Programa Bolsa Família -


2006;
• Guia do Gestor 2006 – Programa Bolsa Família;
• Apostila do Curso à distância de Capacitação para Implementação do Sistema
Único de Assistência Social – SUAS e do Programa Bolsa Família – PBF –
2008.

Este material completo encontra-se disponível para download no portal do MDS,


na página do Programa Bolsa Família (http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/), na aba
“manuais e publicações”. Recomenda-se ainda o acesso à aba legislação e instruções,
que apresenta todo o marco legal do Programa, além da leitura permanente dos
“informes PBF” que apresentam detalhamentos de alguns dos temas abordados nessa
apostila.

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8. Módulo – Mudanças nas Instâncias de Controle Social

As mudanças dos dados cadastrais das ICS (telefone, endereço, fax, e-mail)
devem ser comunicados oficialmente pelo presidente ao gestor municipal, para que
este altere as informações no Sistema de Gestão Integrada (SGI).
O mesmo procedimento deve ser adotado nos casos de substituição dos
membros que compõem as ICS. Nesse caso, é importante que a ICS informe ao gestor
municipal do PBF os dados completos do conselheiro que está sendo substituído e do
novo titular: nome completo; órgão, instituição ou grupo que representa e cargo/função
que exerce; se representante da sociedade civil ou do governo; o sexo e a
escolaridade.

8.1 O que fazer quando a Instância de Controle Social for substituída

As ICS podem ser substituídas a qualquer tempo por outra instância criada ou
por conselho já existente. Nesse caso, o gestor municipal deverá solicitar a substituição
da ICS à Senarc/MDS, por meio do envio de:
• Ofício assinado pelo prefeito e em papel timbrado;
• Anexo III da Portaria nº 246/05 devidamente preenchido e assinado pelo prefeito
e pelo gestor municipal; e
• Decreto municipal de criação ou designação da nova instância para o exercício
do controle social do PBF.

8.2 Formulário para formalização da Instância de Controle Social

Conforme ressaltado anteriormente, é importante que a ICS esteja formalizada e


que atue de forma regular. Abaixo apresentamos o formulário para a formalização das
ICS, constante do Anexo III da Portaria nº 246, de 20 de maio de 2005. Esse formulário
deve ser preenchido, assinado pelo prefeito e pelo gestor do PBF e encaminhado com
os documentos mencionados no item 8.1. Para que o MDS mantenha o canal de

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comunicação constante com as ICS, é imprescindível que seus dados estejam sempre
atualizados, especialmente os seus contatos.

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9. Módulo – Observatório de Boas Práticas na Gestão do PBF

Para facilitar a troca de experiências na gestão estadual e municipal do


Programa Bolsa Família, o MDS lançou no ano de 2008 o Observatório de Boas
Práticas na Gestão do PBF.
O Observatório de Boas Práticas na Gestão do Programa Bolsa Família é uma
ferramenta de acesso público que tem por finalidade:
• identificar, reunir e divulgar as boas práticas na gestão do PBF,
desenvolvidas pelos estados e municípios, incluindo as de Controle Social;
• apoiar a constituição de uma rede de gestores que atuam na implementação
e no acompanhamento do Programa,
• promover e incentivar a adoção de novas estratégias de gestão.

Todos aqueles que atuam direta ou indiretamente no Bolsa Família poderão


conhecer as ações que estão sendo desenvolvidas pelos municípios e estados no
âmbito do Programa. As práticas abordam diversos aspectos do PBF - gestão
integrada do Bolsa Família, cadastramento de famílias, gestão de benefícios, gestão de
condicionalidades, fiscalização, controle social, articulação de Programas
Complementares e acompanhamento familiar - e representam o reconhecimento do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a todos aqueles que
trabalham para que o Bolsa Família atinja os objetivos de contribuir para a redução da
pobreza e para a promoção e proteção social das famílias mais pobres.
O Observatório pode ser uma importante referência para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento das ações de Controle Social pelos estados e municípios.
Mais detalhes sobre o processo de envio e análise das boas práticas na gestão
do PBF, bem como para o acesso às práticas de gestão desenvolvidas podem ser
vistas no portal do MDS na Internet: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/observatorio .

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Para mais informações a respeito do assunto, existem os canais de atendimento
abaixo:

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