@_laryssamgomes l 03/04/2023
Foi exilado político e durante o exílio na Holanda
Estado de natureza violento e improdutivo onde
só existe medo de morte violenta. O estado de
guerra é onde não se faz, nem produz nada.
Hobbes acreditava que que era necessário sair
de um estado de direitos naturais para uma
sociedade civil. O contrato de Hobbes é chamado
de pacto, o indivíduo abre mão de seus direitos
naturais para o soberano. O problema trazido
por Hobbes é o estado de natureza, a solução
para esse problema é a criação de um estado/
comunidade/ sociedade civil através do pacto
ou contrato.
Através da totalidade os súditos entregam todos
os seus direitos naturais por meio do contrato
ao soberano e perdem sua individualidade. O
soberano pode fazer e desfazer o que quiser,
inclusive tem direito sobre a vida e a morte dos
súditos. O limite dos direitos do soberano é o
direito de autopreservação, o direito que todo
individuo possui de lutar por sua vida.
Nota: no contexto de Thomas Hobbes estavam
acontecendo na Inglaterra várias guerras
religiosas.
John Locke
Locke (1632-1704) era jusnaturalista, racionalista,
empirista (defendia a ideia de que o
conhecimento não é inato, mas resulta do modo
como elaboramos as informações que
recebemos da experiência.), contratualista (a
origem do estado é pelo contrato, origem
contratual), utilitarista (ideia de ser útil para o
maior número de pessoas possível). É liberal,
inclusive considerado o pai do liberalismo.
ele usa outro nome e ganha a graça da rainha
que o protege e financia sua escrita. Começou a
escrever sobre como nos Países Baixos ele
encontra várias pessoas de religiões diferentes
se relacionando harmonicamente e escreve o
seu livro: “Carta sobre a tolerância”. Voltou à
Inglaterra depois da Revolução de 1688, quando
Guilherme de Orange foi coroado rei.
Locke nos dias atuais
Como um dos principais contratualistas, Locke
estabelece que a população pode derrubar um
governo caso ele viole os direitos naturais dos
cidadãos. Se essa ideia, entretanto, parece
simples e clara no papel, sabemos que, na
realidade política, sua aplicação é conflituosa e
difícil. Tanto no processo de impeachment de
Fernando Collor, quanto no de Dilma Rousseff, a
acusação baseia-se em Locke: foi dito que os ex-
presidentes teriam violado os direitos da
população – Collor foi destituído por corrupção
e Dilma por não cumprir a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Para Locke, o Estado de natureza não é um
estado de guerra, e sim um estado de liberdade:
Locke acredita que seria possível viver no estado
de natureza desde o homem fosse sempre
racional, pois a razão leva ao que é justo. No
entanto, os homens nem sempre são racionais.
A lei natural (alcançada a partir da razão,
correção e razoabilidade): o fato de que somos
todos livres no Estado de Natureza, não significa
que “cada um possa fazer o que quiser, pois o
homem tem uma lei natural que governa e
obriga a todos”. Essa lei natural transmite a ideia
de que ninguém deve prejudicar o outro em sua
vida, saúde, liberdade e bens. Direitos Naturais:
são alcançados pela razão.
1. Vida: a vida é algo indispensável e indissolúvel,
não dá para simplesmente abrir mão;
2. Liberdade: é uma consequência da razão, é a
capacidade do ser de se autodeterminar;
3. Propriedade: Traduz-se no produto do
trabalho. O fruto do trabalho é a propriedade de
quem trabalhou. O trabalho constitui os bens.
Locke era contra o “sistema feudal”, pois este era
repleto de privilégios.
O estado de natureza em Hobbes é violento,
causa medo de uma morte violenta e os direitos
naturais não são exercidos. Em Locke, o estado
de natureza representa justamente o contrário,
e que existe no estado de natureza uma
comunidade política que embora não fosse
complexa, tinha capacidade deliberativa, ou seja,
esses homens no estado de natureza viviam de
forma harmoniosa, onde os direitos naturais
existiam e eram executáveis.
A comunidade política possui legitimidade, o que
é decidido nela é legítimo e deve ser
considerado. Ele começa a especular sobre
várias coisas, há exemplo da legue: “Se eu pegar
uma lebre, ela me pertence?”, a comunidade
política vai dizer que sim. Depois, outra pessoa
pergunta: “Se eu pegar um cacho de ameixa, ela
me pertence?”, sim. Porque para caçar e pegar o
cacho de ameixas, é preciso realizar trabalho.
Locke dizia que os homens no estado de
natureza são iguais (princípio da igualdade) e
sendo igual, o pressuposto da existência da
igualdade é a liberdade (indivíduo como dono do
seu próprio corpo, ou seja, pode realizar
trabalho) – nos direitos naturais.
Locke acreditava que quando se realiza trabalho
para conseguir algo, esse algo se torna a
extensão do corpo, ou seja, propriedade da
mesma. Mas Locke, na verdade, queria se referir
a terras. O golpe de Locke foi vincular, com
aceitação do povo, os mesmos a uma
comunidade política, onde nessa comunidade ao
se realizar trabalho como ser livre e igual, aquele
bem se torna uma propriedade. Um tempo
depois, Locke pergunta: “Se eu pegar 40 lebres
eu sou proprietário dessas 40 lebres?”. Locke vai
dizer que esses movimentos (a relação do
homem com a natureza) são racionais e que se
pode usurpar na natureza qualquer bem.
A comunidade política vai responder para Locke
que se for possível tornar esses bens
imperecíveis, então sim. A resposta imediata
seria não porque não se pode acumular as
lebres e as ameixas sem desperdiça-las porquê
o desperdício não faz parte do processo de
racionalização da comunidade política. O
objetivo de Locke era acumular, e dessa forma
ele vai criar um mecanismo de valoração para
o trabalho, assim nasce a moeda.
Lembrando: Locke estava concentrado na terra,
as lebres e ameixas eram apenas exemplos.
Exemplo do professor: se ele plantou 100ha de
milho, ele realiza trabalho já que é livre e dono
do seu corpo, o que ele plantar pertence a ele.
Mas se ele decide plantar 2000ha de milho, a
comunidade política vai achar irracional porquê
é muito milho para uma pessoa só. Daí surge a
moeda, a venda da mercadoria, não apenas
mais a plantação para subsistência.
John Locke então desvincula o trabalho da
comunidade política, podendo acumular bens a
partir da valoração desse trabalho. Agora que
Locke pode pagar alguém para fazer o trabalho,
ele desvincula o direito de propriedade do
trabalho e com isso pode acumular. Os homens
passam a ser divididos em proprietários e não
proprietários.
O que diferencia o direito da moral e da norma?
A reprovação da norma ou da moral é interna,
a reprovação do direito é externo ao sujeito. Esse
elemento externo tem força, o que Locke
chama de poder de polícia.
4. Garantir os bens públicos: são os bens mínimos
necessários para a atividade do governo. O
estado não tem função produtiva.
Divisão dos poderes do Estado
Não há equilíbrio entre eles, o legislativo
comanda.

Fatores que levam à necessidade de uma
constituição de um estado parlamentar:
1. Paixões: levam à impulsos irracionais (ofende o
direito natural do outro);
2. Falta de um juiz imparcial: No estado de
natureza, se há uma injustiça, que é uma ofensa
ao Direito Natural, é pela própria força do
indivíduo que se resolvem as intrigas, podendo
transformar-se em Vingança e justiça com as
próprias mãos. Desse modo é necessário um juiz
imparcial. Estado criará uma instância
competente para resolver estas questões.
Contrato de Locke
Contrato (delegação da liberdade): Os indivíduos
delegam sua liberdade, mas continuam sendo
livres. Delegam a liberdade para representantes
eleitos, membros do legislativo. Estes devem
fazer as leis em nome de todos.
1. Executivo: é responsável pela execução das leis.
Deve ainda manter a justiça além de ser
responsável pelo poder Judiciário;
2. Legislativo: é o poder máximo. É onde estão
concentrados os Direito natural e a liberdade;
3. Federativo: cuida das relações internacionais,
relações de soberania.
Com Locke, o exercício do soberano deixa de ser
absoluto e totalitário, passando a haver uma
divisão de competências em seu exercício: ou
seja, é um estado limitado.
Direito de revolta: O direito de revolta é
assegurado aos cidadãos, ou seja, é possível
desfazer o pacto. Isso porque os indivíduos ainda
são livres, pois não há perda de liberdade e sim
delegação da mesma. A revolta deve ocorrer
quando não há respeito aos direitos naturais,
entre outros casos.

Estado Mínimo Consentimento: O consentimento está na base

do contrato. É característica indissolúvel. Se você
Deve garantir segurança à iniciativa privada segue o contrato, você automaticamente
Dentre as funções do Estado estão: consente.

1. Conservar e regular a propriedade: a

propriedade é um direito natural, portanto o
estado apenas o regula;

2. Organizar uma força comum para garantir a

boa execução das leis: função do estado de
constituir o poder de polícia. O Estado não cria os
direitos, e sim, fomenta aqueles que já temos, ou
seja, ele cria mecanismos para fomentar o
direito;

3. Defender o Estado contra inimigos externos;