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Capitalismo
TEXTO 06 – NOTAS DE AULA
INTRODUÇÃO
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Se ao contrário de Hobbes, o estado de
natureza não era um estado de guerra, a Investidor no tráfico negreiro.
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do estado de natureza – que ele agregou com o seu trabalho e juntou ao
trabalho em algo que é seu – torna-se sua propriedade. Sendo pelo homem
removidos os bens de estado comum da natureza, teve este trabalho como algo
anexado à coisa trabalhada, o que exclui ali o direito comum de outros homens.
A coisa passaria a ser extensão da pessoa na qualidade de propriedade – ideia
que foi retomada e enfocada diferentemente por Karl Marx no estudo da
alienação, em que a mercadoria aparece à venda como se fosse um bem
estranho e não como fruto do trabalho humano.
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ADAM SMITH (1723-1790)1
Adam Smith propôs uma teoria que tem como implicação uma
contenção rigorosa do governo sobre os agentes econômicos. Para A. Smith, a
ociosidade não poderia conduzir ao desenvolvimento humano, mas o ser
humano, dito o “homem”, fora feito para a ação, pensamento que demonstra
sua leitura de Locke. E esse pressuposto implica, para Smith, na compreensão
de que a propriedade mais sagrada está na liberdade de trabalhar, não sendo
justificada qualquer interferência que implique em limitar a forma como um
homem faz o seu trabalho (WEST, 2001, p. 6).
1As observações a seguir estão principalmente informadas por Edwin West (2001, p. 5-13) e
próprio estudo de Adam Smith, Lectures on Justice, Police, Revenue and Arms, assim como The
Wealth of Nations (2007).
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to the quantity of labour which it enables him to purchase or
command. Labour, therefore, is the real measure of the exchangeable
value of all commodities. (SMITH, 2007, p. 28)
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Por outro lado, Smith sustentava a obrigação do soberano de proteger a
propriedade como sendo crucial à preservação do Estado e da riqueza. A
pobreza da maioria era uma evidência de que a existência da propriedade se
ligava à existência do Estado. Esse argumento pode reforçar a concepção de que
Smith não via a propriedade como um direito natural:
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pública; (3) Empreender e manter obras públicas e instituições públicas
essenciais. Lembra, entretanto, que tais empreendimentos não podem favorecer
particulares. Ele considera que os princípios de autoridade e a utilidade são
conceitos de obediência mais importantes que qualquer contrato social suposto
abstratamente. (WEST, 2001, p. 9).
2As observações a seguir estão principalmente informadas por Edwin West (2001, p. 13-17) e
próprio capítulo de Jeremy Bentham, “Value of a Lot of Pleasure or Pain, How to be Measured”
em Principles of Morals and Legislation (2000).
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natureza se torna uma mera especulação sem qualquer efetiva existência
histórica. Direitos naturais eram metáforas baseadas em sentimentos subjetivos
que não ofereciam qualquer segurança a reflexão sobre os direitos de
propriedade. Um direito não poderia ser derivado senão de leis reais, o que
Locke não oferecera em sua reflexão. Só existe propriedade porque existe
governo, sem o Estado não é possível falar em direito de propriedade.
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para aumentar a felicidade da comunidade é maior do que qualquer outra que vise
diminui-la. Uma medida governamental pode ser considerada conforme quando ditada
pelo princípio de utilidade, na medida em que a aumenta a felicidade do corpo coletivo,
sendo maior do que qualquer outra ação que tenha por objetivo diminuir aquele corpo.
(BENTHAM, 2000.)
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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BENTHAM, Jeremy. An Introduction to the Principles of Morals and Legislation.
SMITH, Adam. An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. São
Paulo: Metalibri, 2007. http://metalibri.incubadora.fapesp.br/
SMITH, Adam. Lectures on Justice, Police, Revenue and Arms, delivered in the
University of Glasgow, by Adam Smith. Reported by a Student in 1763 and
edited with an Introduction and notes, by Edwin Cannan, Oxford: Clarendon
Press, 1869. Digitalizado. Disponível em:
http://oll.libertyfund.org/titles/2621#Smith_1647_213
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“John Locke against Freedom”, de John Quiggin.
Link: https://www.jacobinmag.com/2015/06/locke-treatise-slavery-private-property/
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