A impossibilidade de fornecer nutrientes necessários para atender às
exigências metabólicas é uma preocupação séria em se tratando de pacientes clínicos e cirúrgicos. Pessoas com doenças crônicas, como acidente vascular cerebral e câncer ou ferimentos traumáticos estão particularmente em risco, assim como os idosos, que são especialmente vulneráveis às complicações decorrentes da desnutrição. Quando o trato gastrintestinal está em funcionamento, a nutrição enteral é uma forma de recuperar ou, em casos de danos repentinos, de manter um estado nutricional ótimo.
A TNE é reconhecida como uma forma bastante segura e satisfatória de prover
nutrição para pacientes que apresentam a capacidade de via oral parcial ou totalmente comprometida. Para a intervenção nutricional, a via enteral é o acesso de escolha devido à manutenção dos efeitos fisiológicos de digestão e absorção, capacidade imune local e sistêmica, segurança bacteriológica e economia, além de ser facilmente manipulada em ambiente domiciliar, contribuindo para melhora da qualidade de vida do paciente. Se refere à provisão de nutrientes via trato digestório, por meio de uma sonda ou cateter, quando a quantidade de ingestão oral é inadequada ou impossibilitada. Em certas circunstâncias, a nutrição enteral pode incluir o uso de fórmulas, como suplementação oral ou como via exclusiva de alimentação.
Quando os pacientes que fazem uso de sondas de alimentação enteral não
apresentam deglutição eficaz e correm riscos de aspiração pulmonar, as sondas de nutrição também são utilizadas para a administração de medicamentos, sendo este um procedimento de rotina na prática hospitalar.
A via enteral tem vantagens evidentes, como a ampla disponibilidade de
medicamentos para uso oral, baixo custo e ausência dos riscos associados à administração intravenosa, intramuscular, subcutânea ou intradérmica. A Principal problema relatado quando se opta por essa via de administração de medicamentos é a obstrução das sondas. A oclusão das sondas de nutrição enteral pode ocorrer em mais de 15% dos usuários. A partir da utilização deste protocolo, que foi construído baseado em diretrizes nacionais e internacionais, os pacientes adultos internados nas unidades de terapia intensiva públicas do Distrito Federal receberão terapia nutricional adequada conforme sua condição clínica. A monitorização das condutas do protocolo poderá ser feita pela aplicação de indicadores de qualidade de parâmetros clínicos recomendados. O uso de indicadores de qualidade é útil para identificar falhas, dificuldades e avaliar a segurança e custo-efetividade da terapia nutricional. Isso permite o planejamento e monitoramento das intervenções que mantém a qualidade global da atenção à saúde .