Repertorio didático

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Cecy Maria Borba Marback - 10325832

Maria Luiza Toral - 10326044


Repertório Didático
Estágio Supervisionado para Ciências Sociais

Repertório Didático
Pensando como antropólogos:
uma introdução ao conceito de cultura

Neste repertório, são sugeridas algumas maneiras de tratar o conteúdo


abordado no texto teórico com os alunos. Entre filmes, textos, dinâmicas em grupo e
outras atividades, buscamos aproximar a antropologia do dia-a-dia dos alunos e dos
docentes, tendo como norte a introdução ao conceito de cultura apresentada no
texto teórico. Vale ressaltar que as práticas aqui descritas figuram como sugestões,
e estão abertas à ideias e adaptações, servindo de inspiração para que novas
práticas possam surgir e ser acopladas a esse repertório didático. Importante
ressaltar também que as práticas não estão em ordem, podendo o docente
utilizá-las da maneira que achar adequado, a partir das discussões travadas em sala
de aula.

Atividade de leitura e produção de texto


1. Ler e discutir com os alunos o texto “Ritos Corporais entre os
Nacirema”, de Horace Miner
PDF:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/364413/mod_resource/content/0/Nacirema.p
df
MINER, Horace. RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA . In: A.K. Rooney e
P.L. de Vore (orgs) YOU AND THE OTHERS - Readings in Introductory
Anthropology (Cambridge, Erlich) 1976.

O que é?
Esse é um texto do antropólogo norte-americano Horace Miner, que faz uma
descrição antropológica dos hábitos e costumes de um povo, os Nacirema. Ao longo
do texto, o leitor se depara com descrições estranhamente familiares sobre os tais
Nacirema. Ao final do texto, fica claro que “Nacirema” é um anagrama para
“american”, e o que Miner está descrevendo é o modo de vida dos americanos, do
mundo ocidental - o nosso modo de vida - mas de um jeito que nos distancia dele,
nos fazendo pensar sobre certas normas sociais.

Objetivo
Estranhar o familiar como forma de desconstruir certos pressupostos culturais que
tomamos como naturais. Enxergar a cultura ocidental hegemônica a partir de outro
ângulo.

Discussão
Como podemos nos reconhecer nas práticas descritas pelo autor? Ao nos deparar
com essa estranha descrição de nossas próprias práticas culturais, que sentimentos
vêm à tona?

2. Atividade de produção de texto

Objetivo
Experimentar colocar-se na posição de pesquisador, descrevendo e pensando sobre
a nossa própria cultura.

Atividade
Agora, vamos imaginar que cada um de nós é um pesquisador estrangeiro que
acabou de chegar em São Paulo, e está curioso para entender o funcionamento de
nossa cultura. Cada aluno deve escolher uma atividade comum em nossa
sociedade para descrever, inspirando-se nas descrições de Horace Miner - exemplo:
assistir a uma aula, comer em um restaurante, ir ao supermercado ou usar o celular.
Procure estranhar aquilo que fazemos diariamente, atentando-se aos detalhes que
compõem a singularidade de nossa cultura. Cada descrição deve ter uma página, a
ser entregue à(o) professor(a) para correção.

Assistir ao vídeo e discussão


1. Assistir ao vídeo Menos Preconceito, Mais Índio, feito pelo Instituto
Socioambiental
Link do vídeo : https://www.youtube.com/watch?v=uuzTSTmIaUc
O que é?
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma Oscip – Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público, que atua desde 1994 ao lado de comunidades indígenas, e
quilombolas para desenvolver soluções que protejam seus territórios, fortaleçam sua
cultura e saberes tradicionais. O vídeo em questão, elaborado pelo ISA, junto a
indígenas de diversas regiões do Brasil, trata de desconstruir alguns estereótipos
que temos em relação às culturas indígenas.

Objetivo
Discutir sobre a noção de etnocentrismo e conscientizar-nos acerca da presença do
preconceito em nossa sociedade. Desconstruir a ideia de que cultura indígena seria
uma cultura ancestral, que remontaria às nossas raízes: os indígenas brasileiros,
assim como outros grupos que compõem a população brasileira, constroem sua
história no presente.

2. Discussão
a. O que é estereótipo? O que é preconceito? De que formas isso pode
impactar um grupo social e seu reconhecimento nacional? Você já sofreu
preconceito, ou se sentiu discriminado de alguma forma? Quais outros
grupos sociais são alvo de preconceitos, em nosso país?
b. A cultura é algo estático ou algo dinâmico? Somos iguais às gerações
passadas? O que mudou? O que permaneceu?

Dinâmica em sala e discussão


1. Jogo: quem é o mestre?
Como jogar
Uma dupla de alunos sai da sala enquanto o grupo decide quem é o líder. Em roda,
o líder começa a fazer um movimento, que deve ser visto com atenção e imitado por
todos. As duas pessoas voltam para a sala, e precisam adivinhar quem é o líder,
que deve ir mudando o movimento feito sem que as pessoas que estavam fora da
sala percebam quem começou a mudança.
Objetivo
Tornar-se cada vez mais consciente das movimentações coletivas que acontecem
em uma sociedade. Refletir sobre a oposição coletivo x individual, pensando no
poder de ação de cada um e na influência da ação individual sobre o grupo.

2. Discussão
Fazemos as coisas por nossa própria vontade ou obedecemos à decisões
coletivas? Qual a importância de refletirmos sobre aquilo que estamos
reproduzindo? De que formas podemos nos distinguir da multidão, e de que formas
nos assimilamos a ela?

Exibição de filme e discussão


1. Exibição do filme “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João
Salaviza, Renée Nader Messora
Link para o trailer do filme:
https://embaubaplay.com/catalogo/chuva-e-cantoria-na-aldeia-dos-mortos/ (possível
alugar o filme no mesmo site)

Ficha técnica:
Chuva é cantoria na aldeia dos mortos
João Salaviza, Renée Nader Messora
ano: 2019
duração: 114 min
local de produção: MG/Brasil, Portugal, TO/Brasil
legendas: POR
classificação: L

O que é?
O filme trata da vida de Ihjãc, um jovem da etnia Krahô, que mora na aldeia Pedra
Branca, em Tocantins. Após a morte do pai, ele recusa-se a se tornar xamã e foge
para a cidade. Longe de seu povo e da própria cultura, Ihjãc enfrenta as dificuldades
de ser um indígena no Brasil contemporâneo. Prêmio Especial do Júri na Mostra Un
Certain Regard, do Festival de Cannes.
Objetivo
Ampliar o repertório narrativo, imagético e sonoro dos alunos a respeito das culturas
indígenas, em particular sobre a etnia Krahô. Refletir sobre o que é ser indígena no
Brasil contemporâneo.

2. Discussão
a. Sobre o que fala o filme? Quais são as angústias de Ihjãc? Alguns de nossos
preconceitos em relação às outras culturas são confrontados no filme?
Quais?
b. Qual a sensação de assistir a um filme brasileiro falado em outra língua?
Como a estrutura narrativa desse filme se diferencia de outras? Como
podemos nos relacionar com a perspectiva apresentada, e de que formas ela
se distancia da nossa realidade?

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