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Ciência e Profissão

Psicologia x senso comum


A Ciência , Evolução Histórica
Psicologia científica
Área de conhecimento, Objetos de estudo da Psicologia
Subjetividade, Psicologia e o Misticismo, Lei 4.119, Psicologia como profissão
Psicologia x Psiquiatria, o Profissional, áreas de atuação
PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA

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Psicologia x Senso comum
• Quantas vezes, no nosso dia a dia, ouvimos o termo
psicologia?
Poderíamos até mesmo dizer que:
• “de psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”.
• As pessoas em geral têm a “sua psicologia”
• Será essa a psicologia dos psicólogos?
• Essa psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral,
é denominada de psicologia do senso comum.
Psicologia x senso comum
• O senso comum aproveita conhecimentos produzidos em
outros setores do saber humano e os adapta, com a
finalidade de facilitar o nosso cotidiano. Nesse sentido, por
exemplo, faz parte do senso comum informações ainda que
superficiais de conhecimentos médicos, psicológicos, etc.
• Percorre um caminho que vai do hábito à tradição, a qual,
quando estabelecida, passa de geração para geração.
SENSO COMUM INTEGRA DE MANEIRA
“PRECÁRIA” O CONHECIMENTO HUMANO
• Quando utilizamos termos como “rapaz complexado”,
“menina histérica”, “ficar neurótico”, estamos usando
termos definidos pela Psicologia científica. Não nos
preocupamos em definir as palavras usadas e nem por isso
deixamos de ser entendidos pelo outro.
• Podemos até estar muito próximos do conceito científico
mas, na maioria das vezes, nem o sabemos. Esses são
exemplos da apropriação que o senso comum faz da ciência.
ÁREA DE CONHECIMENTO

• Somente esse tipo de conhecimento, porém, não seria


suficiente para as exigências de desenvolvimento da
humanidade. O homem, desde os tempos primitivos, foi
ocupando cada vez mais espaço neste planeta, e somente
esse conhecimento intuitivo seria muito pouco para que
ele dominasse a Natureza em seu próprio proveito.
Conhecimento
• O homem, já desde a sua pré-história, deixou marcas de
sua sensibilidade nas paredes das cavernas, quando desenhou a
sua própria figura e a figura da caça, criando uma expressão do
conhecimento que traduz a emoção e a sensibilidade. (
conhecimento/arte)
• Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios
do conhecimento humano.
Ciência
• “A ciência compõem-se de um conjunto de
conhecimentos sobre fatos ou aspectos da
realidade (objeto de estudo), expresso por meio de
uma linguagem precisa e rigorosa. Esses
conhecimentos devem ser obtidos de maneira
programada, sistemática e controlada, para que se
permita a verificação de sua validade.”
Psicologia científica
• A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade.
Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para,
assim, tornarem-se válidas para todos
Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas,
processo cumulativo do conhecimento, objetividade fazem da ciência uma
forma de conhecimento que supera em muito o conhecimento espontâneo do
senso comum.
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA
PSICOLOGIA
• A diversidade de objetos da Psicologia é explicada pelo fato de este campo
do conhecimento ter-se constituído como área do conhecimento científico
recentemente (final do século XIX)
• Já que a ciência se caracteriza pela exatidão de sua construção teórica, e,
quando uma ciência é muito nova, ela não teve tempo ainda de apresentar
teorias acabadas e definitivas, que permitam determinar com maior precisão
seu objeto de estudo.
Diversidade x objeto de estudo

• Na realidade, este é um “problema” enfrentado por todas as ciências


humanas, muito discutido pelos cientistas de cada área e até agora sem
perspectiva de solução. Como, neste momento, há uma riqueza de valores
sociais que permitem várias concepções de homem, diríamos
simplificadamente que, no caso da Psicologia, esta ciência estuda os “diversos
homens” concebidos pelo conjunto social
Diversidade x objeto de estudo
• Psicologia hoje se caracteriza por uma diversidade de
objetos de estudo.
• Por outro lado, essa diversidade de objetos justifica-se
porque os fenômenos psicológicos são tão diversos, que
não podem ser acessíveis ao mesmo nível de observação
e, portanto, não podem ser sujeitos aos mesmos padrões
de descrição, medida, controle e interpretação.
Psicologia x objeto de estudo

• O objeto da Psicologia deveria ser aquele que reunisse


condições de aglutinar uma ampla variedade de
fenômenos psicológicos. Ao estabelecer o padrão de
descrição, medida, controle e interpretação, o psicólogo
está também estabelecendo um determinado critério de
seleção dos fenômenos psicológicos e assim definindo
um objeto.
O homem x maneira particular
• Esta situação leva-nos a questionar a caracterização da Psicologia como ciência
e a postular que no momento não existe uma psicologia, mas Ciências
psicológicas embrionárias e em desenvolvimento você irá se deparar com
diversos enfoques que trazem definições específicas desse objeto, (o
comportamento, o inconsciente, a consciência etc.).
• A identidade da Psicologia é o que a diferencia dos demais ramo das ciências
humanas, e pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca
o homem de maneira particular.
Psicologia x subjetividade

• A Psicologia colabora com o estudo da subjetividade: é essa a sua forma


particular, específica de contribuição para a compreensão da totalidade da
vida humana.
• Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as
visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as
singulares (porque somos o que somos) e as genéricas porque somos todos
assim) — é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-
ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.
Subjetividade
• é o mundo de ideias, significados e emoções
construído internamente pelo sujeito a partir de suas
relações sociais, de suas vivências e de sua constituição
biológica; é, também, fonte de suas manifestações
afetivas e comportamentais. É a maneira de sentir,
pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o
que constitui o nosso modo de ser
A PSICOLOGIA E O MISTICISMO
• A Psicologia, como área da Ciência, vem se desenvolvendo na história desde
1875, quando Wilhelm Wundt (1832-1926) criou o primeiro
• Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha.
Esse marco histórico significou o desligamento das ideias psicológicas de
ideias abstratas e espiritualistas, que defendiam a existência de uma alma nos
homens, a qual seria a sede da vida psíquica.
“Fortalecimento da psicologia”

• A partir daí, a história da Psicologia é de


fortalecimento de seu vínculo com os princípios e
métodos científicos. A ideia de um homem
autônomo, capaz de se responsabilizar pelo seu
próprio desenvolvimento e pela sua vida, também
vai se fortalecendo a partir desse momento.
Práticas não-psicológicas

• Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a


buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso, algumas
práticas não-psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas. O tarô, a
astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras práticas adivinhatórias
e/ou místicas, têm sido associadas ao fazer e ao saber psicológico. Estas não
são práticas da Psicologia. São outras formas de saber\ de saber sobre o
humano — que não podem ser confundidas com a Psicologia.
Psicologia e o misticismo
• Práticas fora da psicologia: não são construídas no campo da
Ciência, a partir do método e dos princípios científicos; estão em
oposição aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como
ser autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua
relação com o mundo social e cultural, mas também o homem sem
destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo.
As práticas místicas têm pressupostos opostos, pois nelas há a
concepção de destino, da existência de forças que não estão no campo
do humano e do mundo material.
Psicologia e o misticismo
• A Psicologia, ao relacionar-se com esses saberes, deve ser capaz de enfrentá-
los sem preconceitos, reconhecendo que o homem construiu muitos
“saberes” em busca de sua felicidade. Mas é preciso demarcar nossos campos.
• Não se deve misturar a Psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que
estão baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da Psicologia.
• “Mente é como pára-quedas: melhor aberta.” É preciso estar aberto para o
novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido estudados no âmbito da
Ciência, podem trazer novos saberes, ou seja, novas respostas para perguntas
ainda não respondidas.
Evolução histórica x psicologia científica
• Uma das grandes contribuições à Psicologia científica é a de Wilhelm Wundt
(1832-1926). Wundt cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o
primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia.
Por esse fato e por sua extensa produção teórica na área, ele é considerado o
pai da Psicologia moderna ou científica.
Construção do conhecimento em psicologia

• Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise, respectivamente —


constituíram-se em matrizes do desenvolvimento da
ciência psicológica, propiciando o surgimento de
inúmeras abordagens da Psicologia contemporânea.
Construção do conhecimento em psicologia

• Como você pôde perceber, a Psicologia não ficou estagnada no tempo. Pelo
contrário: desenvolveu-se e, ao desenvolver-se, construiu abordagens que
deram prosseguimento às já existentes, retomando conhecimentos antigos e
superando-os. Enfim, a Psicologia é uma ciência em constante processo de
construção.
A Psicologia como profissão
• A Psicologia, no Brasil, é uma profissão reconhecida por
lei, ou seja, a Lei 4.119, de 1962, reconhece a existência da
Psicologia como profissão. São psicólogos, habilitados ao
exercício profissional, aqueles que completam o curso de
graduação em Psicologia e se registram no órgão
profissional competente.
Lei 4.119 de 27/08/1962

• O exercício da profissão, na forma como se apresenta na


Lei 4.119, está relacionado ao uso (que é privativo dos
psicólogos) de métodos e técnicas da Psicologia para fins
de diagnóstico psicológico, orientação e seleção
profissional, orientação psicopedagógica e solução de
problemas de ajustamento.
O PSICÓLOGO NÃO ADIVINHA NADA
• Psicólogo não tem bola de cristal nem é bruxo da sociedade contemporânea.
Ele dispõe, apenas, de um conjunto de técnicas e de conhecimentos que lhe
possibilitam compreender o que o outro diz, compreender as expressões e
gestos que o outro faz, integrando tudo isso em um quadro de análise que
busca descobrir as razões dos atos, dos pensamentos, dos desejos, das
emoções.
• O psicólogo possui instrumentos teóricos para desvendar o que está
implícito, encoberto, não-aparente e, nesse sentido, a pessoa, grupo ou
instituição tem um papel fundamental, pois o psicólogo não pode ver nada
na bola de cristal ou nas cartas.
Psicologia x instrumentos
• Poderíamos dizer, de uma forma talvez um pouco
exagerada, que as pessoas sabem muito sobre si mesmas;
no entanto, o psicólogo possui instrumentos adequados
para auxiliar o indivíduo a compreender, organizar e
aplicar esse saber, permitindo a sua transformação e a
mudança da sua ação sobre o meio
Psicologia auxilia as pessoas se conhecerem melhor

• A Psicologia, como ciência humana, permitiu-nos ter um conhecimento abrangente


sobre o homem. Sabemos mais sobre suas emoções, seus sentimentos, seus
comportamentos; sabemos sobre seu desenvolvimento e suas formas de aprender;
conhecemos suas inquietações, vivências, angústias, alegrias. Apesar do grande
desenvolvimento alcançado pela Psicologia, ainda há muito o que pesquisar sobre o
psiquismo humano e, tentar conhecê-lo melhor, é sempre uma forma de tentar
conhecer-se melhor.
O PSICÓLOGO
É DIFERENTE DE UM BOM AMIGO
• O apoio de qualquer pessoa pode, sem dúvida alguma, ter uma função de ajuda para
a superação de dificuldades — assim como fazer ginástica, ouvir música, dançar,
tomar uma cervejinha no bar com os amigos.
• No entanto, o psicólogo, em seu trabalho, utiliza o conhecimento científico na
intervenção técnica. A Psicologia dispõe de técnicas e de instrumentos apropriados
e cientificamente elaborados, que lhe possibilitam diagnosticar os problemas; possui,
também, um modelo de interpretação e de intervenção.
• A intervenção do psicólogo é intencional, planejada e feita com a utilização de
conhecimentos específicos do campo da Ciência. Portanto, difere do amigo que não
planeja sua intervenção, não usa conhecimentos específicos nem pretende
diagnosticar ou intervir em algum aspecto percebido como crucial.
O profissional
• O psicólogo é um profissional que desenvolve uma
intervenção no processo psicológico do homem, uma
intervenção que tem a finalidade de torná-lo saudável,
isto é, capaz de enfrentar as dificuldades do cotidiano; e
faz isso a partir de conhecimentos acumulados pelas
pesquisas científicas na área da Psicologia.
PSICÓLOGOS E PSIQUIATRAS
• A Psicologia e a Psiquiatria são áreas do saber fundadas em campos de
preocupações diferentes. Desde Wundt, a Psicologia tem seu objeto de
estudo marcado pela busca da compreensão do funcionamento da
consciência, enquanto a Psiquiatria tem trabalhado para construir e catalogar
um saber sobre a loucura, sobre a doença mental.
• Os conhecimentos alcançados pela Psicologia permitiram realçar a existência
de uma “normalidade”, bem como compreender os processos e o
funcionamento psicológicos, não assumindo compromisso com o patológico.
Psicologia x psiquiatria

• A Psiquiatria, por sua vez, desenvolveu uma sistematização do conhecimento


e, mais precisamente, dos aspectos e do funcionamento psicológicos que se
desviavam de uma normalidade, sendo entendidos e significados socialmente
como patológicos, como doenças.
• Com a evolução os afazeres desses profissionais realmente se aproximam
muito. Os psiquiatras têm buscado muitos conhecimentos e técnicas na
Psicologia, e os psicólogos têm se dedicado mais à compreensão das
patologias para qualificar seus afazeres profissionais.
Áreas de atuação
• Psicologia possui um conhecimento importante para a
compreensão da realidade e por isso é utilizada, pelos psicólogos
ou por outros profissionais, em vários locais de trabalho, em
vários campos. Mas os psicólogos também precisam dos
conhecimentos de outras áreas da ciência para construir uma
visão mais globalizante do fenômeno estudado. Na Educação,
por exemplo, o psicólogo tem necessidade dos conhecimentos
da Pedagogia, da Sociologia e da Filosofia.
Equipe multidisciplinar
• Na maioria dos locais de trabalho, os psicólogos não
estão sozinhos. Nesses locais, o profissional necessita
compor-se em equipes multidisciplinares, onde cada
um, com seu conhecimento específico, procura
integrar suas análises e ter, assim, uma compreensão
globalizante do fenômeno estudado e uma prática
integrada.

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