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CENTRAIS TÉRMICAS

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CENTRAIS TÉRMICAS

Centrais convencion ais ou dedicadas (PRO )


TERMOELÉCTRICAS 
Centrais de cogeração (PRE )
Centrais dedicadas – Energia térmica  Energia eléctrica
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Centrais de cogeração – Energia térmica  Energia eléctrica e calor

CONVENCIONAIS
Combustíveis fósseis – carvão, gás natural e fuelóleo
Gás natural – maioritariamente usado em centrais de ciclo combinado

Biomassa – resíduos florestais, vegetais e urbanos

(Nuclear – urânio enriquecido)

MÁQUINAS TÉRMICAS (turbinas a vapor e a gás (explosão))


Energia Térmica  Energia mecânica

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CENTRAIS TÉRMICAS
COGERAÇÃO
Combustíveis fósseis – fuelóleo e gás natural

Biomassa – resíduos florestais e vegetais

Indústrias com grande consumo de calor (na forma de vapor ou água quente)

Cimenteiras
Papel e Pasta de papel (combustível – licor negro (licor sulfúrico))
Têxteis, Refinação, Eléctrica, Química,...

A cogeração aproveita o calor residual, quer o perdido quando da transformação de energia térmica
em energia mecânica, quer o perdido quando da transformação dessa energia mecânica em energia
eléctrica, utilizando-o sob a forma de vapor ou água quente, e elevando a eficiência global do
aproveitamento da energia química (calorífica) do combustível para cerca de 70 a 80%.

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CENTRAIS TÉRMICAS

A física das transformações térmicas

T - temperatura

Q – fluxo de energia calorifica


W – Energia mecânica

Primeira Lei da Termodinâmica


Numa trasformação a soma de todas as formas de
energia antes da trasformação permanece invariável
depois da mesma, qualquer que seja a mudança dessas
formas (princípio da conservação da energia)

A primeira lei dá-nos informação sobre a


quantidade de energia, não sobre a sua
qualidade.

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Segunda Lei da Termodinâmica


William Thomson, Lorde Kelvin
Enunciado de Kelvin
Não é possível realizar uma máquina cujo
único resultado seja a trasformação de energia
térmica (extraída duma fonte) em energia
mecânica, eléctrica ou outra energia "nobre".

Rudolf Clausius
Postulado de Clausius
A energia calorífica flui espontaneamente de
um corpo mais quente para um mais frio; a
recíproca não é verdadeira

O segundo princípio introduz o conceito da função de estado entropia, através da qual é


possível calcular a capacidade de um dado estado de fornecer trabalho útil (ou energia
"nobre“).
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Centrais Térmicas a Vapor


O rendimento das centrais
térmicas está condicionado
pelas temperaturas da fonte
quente e da fonte fria,
impostas pelas características
dos materiais

Ciclo de Rankine

Vaporização (2-3) Expansão (3-4)

Condensação (4-1)
Compressão (1-2)
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Centrais Térmicas a Vapor

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Centrais Térmicas a Vapor


Rendimento da Transformação

Rendimento de Carnot

Rendimento da Máquina Térmica Ideal


h termodinâmico (T em oK)
TA – temp. absoluta da fonte quente
Wfornecido QA - QB TB
h= = = 1- TB – temp. absoluta da fonte fria
Q recebido QA TA
(0 ºC = 273 ºK)

Rendimento da 2ª Lei da Termodinâmica

TB TB S S – entropia
h = 1- -
TA TA
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Componentes de uma central térmica
DIAGRAMA DE UMA CENTRAL TÉRMICA CONVENCIONAL

(sat.) (S.S.)

5
(ar)
7
10
4
1
4 14
6
3 11
2 8 9
(G)
(g)

(A)
G 17
15 12
3~
(MT)

16
18 13
(A)
(AT)
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Centrais Térmicas a Vapor

Legenda da figura

1 – caldeira de duplo reservatório


2 – queimadores
3 – câmara d fornalha
4 – tubos de água
5 – reservatório principal
6 – reservatório
7 – sobreaquecedor
8 – economizador
9 – aquecedor de ar
10 – ventilador de alimentação forçada
11 – ventilador de tiragem por aspiração
12 – bomba de alimentação de água
13 – bomba de água do condensador
14 – chaminé
15 – turbina
16 – condensador
17 –alternador
18 – subestação

(G) – gás
(A) – água
(g) – gases de escape
(sat) – vapor saturado
(S.S.) – vapor seco sobreaquecido
(MT) – média tensão
(AT) – alta tensão
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Centrais Térmicas a Vapor


Componentes de uma central térmica a vapor

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Central a Vapor - Ciclo Fechado com
Reaquecimento e Regeneração

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Rotor de uma turbina térmica - Siemens

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Centrais Térmicas a Vapor

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO TÉRMICA


A eficiência em energia final (ou disponível) é a razão entre a Energia
Útil (electricidade e calor) produzida e o valor energético dos
combustíveis utilizados (Energia final ou disponível)

A PRODUÇÃO DEDICADA de energia eléctrica apresenta eficiências


globais (rendimentos) da ordem dos 35 a 40%
A eficiência das centrais dedicadas aumenta quando utilizam
tecnologias de produção como a de ciclo combinado W
h=elect
Wcal
A COGERAÇÃO apresenta eficiências globais que rondam os 75% e
produzem cerca de 20 a 30% de energia eléctrica e a restante energia
sob a forma de calor

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Centrais Térmicas
POTÊNCIA ELÉCTRICA E ENERGIA

Energia Térmica do combustível E T ou Wcal = poder calorífico  M


A energia calorífica libertada pela queima do combustível é transformada em energia
mecânica do vapor de água, a alta pressão e temperatura, que depende das condições de
funcionamento da caldeira e circuito de sobreaquecimento da água.
A energia mecânica do vapor, que acciona a turbina, depende do rendimento da caldeira
(fornalha) e circuito da água (hCal) - rendimento da caldeira

A energia mecânica transferida ao alternador depende do rendimento da turbina a vapor


(hturb).
O rendimento da turbina (hTurb) depende da pressão e temperatura do vapor
O rendimento do alternador e engrenagem (hAlt), devido às perdas de transformação,
permite obter a energia eléctrica produzida na central térmica a partir da energia mecânica
transferida pelo veio da turbina
A energia mecânica transferida pelas engrenagens ao alternador é transformada em
energia eléctrica com um rendimento correspondente (hAlt)

Por último tem de se considerar as perdas nos equipamentos auxiliares e na transformação


(hEqT - rendimento do equipamento auxiliar e de transformação), para se obter a potência
eléctrica e a energia gerada ou fornecida pela central
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A ENERGIA ELÉCTRICA É OBTIDA A PARTIR DO RENDIMENTO GLOBAL DA CENTRAL

E elect = η E T
η - ren dim ento global do equipamento térmico e eléctrico

Podemos visualizar a cadeia de transformação do seguinte modo:

Turbina e orgãos Alternador e Equip. Aux. e


E. térmica Caldeira e c. de água E. do vapor acessórios
E. Mec. E. Elec. Ee
engrenagens Transformador
Perdas caloríficas- Perdas de turb. Perdas eléctricas Perdas de transf.
hCald hTurb hAlt hEq T

Rendimento global da central –h

η = ηCald x ηTurb x ηAlt x ηEq T (p.u.)


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Centrais Térmicas

Turbina a gás

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Centrais Térmicas

Turbina a gás

Ciclo simples:
Temperatura à entrada da turbina – 700 a 800 ºC
Potências – 1 a 30 MW
Turbina a gás

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TG – ciclo combinado

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Centrais Térmicas
Ciclo Combinado - TGCC

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Centrais Térmicas a Vapor


A cadeia de transformação da energia térmica em electricidade e vapor, nas
centrais de ciclo combinado, é algo mais complexo e depende da relação entre
as diversas formas de energia pretendidas
Alternador e Equip. aux. e
E.’ Comb. Turb. a gás E.’ mec. E.’ elec. Eelect
engrenagens Transformador
Perdas de turb.
Perdas eléctricas Perdas de transf.
h’’TG h’TG h’Alt hEq T

E.’’ term. E.’’ elec.

E.’’ Comb. Caldeira e Turbina e orgãos Alternador e


E. vapor E.’’ mec.
circuito de água acessórios engrenagens
Perdas térmicas Perdas de turb. Perdas eléctricas

hCald hTV h’’Alt

O diagrama representa uma instalação com dois tipo de turbinas e respectivos alternadores
As turbinas actuais chegam a ter um rendimento que ultrapassa os 50%
As perdas nos turbo - alternadores andam à volta dos 4 a 5%
As perdas nos equipamentos auxiliares e no transformador é de cerca de 3 a
4%

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Centrais Térmicas
Centrais Térmicas do Sistema Eléctrico de Serviço Público (SEP)
Centrais Localização Ano entrada Potência instalada Combustível
em serviço contratual (MW)

Sines Sines 1985 1172 Carvão


Pego Abrantes 1993 584 Carvão

Setúbal Setúbal 1979 946 Fuelóleo


Barreiro Barreiro 1978 --- Fuelóleo
Tunes Silves 1973 165 Gasóleo
Carregado Alenquer 1968 710 Fuelóleo/GN (236)*

Carregado Alenquer 2008 --- Gás natural (CC)


Lares F. da Foz 2009 862 Gás natural (CC)
Tapada do Outeiro Gondomar 1998 990 Gás natural (CC)
Pego Abrantes 2010 814 Gás natural (CC)
Total 6243

Centrais Térmicas não pertencentes ao Sistema Eléctrico de Serviço Público (SENV)


Ribatejo Alenquer 2003 1176 Gás natural(CC)
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Centrais Térmicas
Produção de Energia Eléctrica em 2010

Pot. Inst. Produção Util. Ponta P. méd


CENTRAIS TÉRMICAS MW GWh h MW

Emissão térmica (Carvão) 1.756 6.553 3.732 748


Emissão térmica (Fuel+Gasóleo) 1.822 47 26 5
Total 3.578 6.600 1.845
Ciclo combinado (Gás) 2.653 7.400 2.789 845
Central SENV (Gás) 1.176 3.300 2.806 377
Total 3.829 10.700 2.794

Índice de utilização da Ponta Instalada Potência média anual


Welect Welect
i = Pmed =
Pinst Tano
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CGCC da Tapada do Outeiro

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CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO PEGO
Caldeiras
_____________________________________________

Fabricante: Mague/Foster Wheeler EC


Modelo: circulação natural
Combustível: carvão pulverizado
Consumo de combustível: 108 ton/h
Temperatura da água de alimentação: 256 °C
Produção de vapor a M.C.R.: 264 kg/s
Temperatura de saída de vapor sobreaquecido: 535 °C
Pressão de saída de vapor sobreaquecido: 167 bar
Eficiência: 87,8 %

Moinhos de carvão
______________________________________
Fabricante: Mague/Foster Wheeler EC
Modelo: MBF 22 (3 mós)
Número: 4 por caldeira
Capacidade: 36 ton/h
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Centrais Térmicas
CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO PEGO (2 x 292 MW)

Alternadores
______________________________________
Fabricante: Mague/Asea Brown Boveri
Modelo: WTF 22 Im
Potência: 361882 kVA (cos f = 0,85)
Tensão nominal aos terminais: 18 kV
Estator refrigerado por água
Refrigeração directa por Hidrogénio no estado
gasoso
Turbinas Excitação: sistema de excitação estática
_____________________________________________
Fabricante: Mague/Asea Brown Boveri
Modelo: D4Y450 (4 cilindros, veio único, acção-reacção)
Velocidade nominal: 3000 rpm
Temperatura do vapor à entrada do cilindro de AP: 530 °C
Pressão do vapor à entrada do cilindro de AP: 162 bar
Temperatura do vapor à entrada do cilindro de MP: 530 °C
Pressão do vapor à entrada do cilindro de MP: 43 bar
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Central de Ciclo Combinado da EDP em Lares
Dois grupos de 431 Megawatt (MW) , representando uma potência total de 862
MW e uma produção anual de electricidade calculada em 4.000 GWh

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Central Termoeléctrica do Ribatejo
A central da Termoeléctrica do Ribatejo (TER), foi a primeira a ser construída para
integrar o Sistema Eléctrico Não Vinculado (SENV).
A central termoeléctrica do Ribatejo possui três grupos instalados de 392 MW
de potência, utilizando o gás natural como combustível para a produção de
energia eléctrica.
Os alternadores dos grupos possuem uma potência aparente de 445 MVA,
com uma tensão de geração de 22 kV.
Da energia produzida pela central cerca de dois terços é produzida a partir da turbina a
gás e um terço da turbina a vapor.
Nesta central, as turbinas de vapor e de gás, o alternador e o compressor
encontram-se montadas sobre o mesmo veio. Deste modo consegue-se obter
rendimentos da ordem dos 57 %.
O gás natural consumido é fornecido a partir da rede de transporte deste combustível,
prevendo-se que os três grupos venham a consumir 1200 Mm3 (n) /ano.
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Central Termoeléctrica de Mortágua (PRE)

Central de Biomassa

Potência instalada de 10 MVA – 9 MW

Combustível: Resíduos florestais/Gás Natural


Potência calorífica da caldeira: 33 MWtérm

Consumo de biomassa (plena carga): 8,7 t/h


Rendimento bruto: 26,5 %
Disponibilidade anual: 7800 h
Produção média anual: 63 GWh
Tensão de geração : 6 kV

Transformador de potência de 10 MVA – 60/6,3 kV


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Centrais Térmicas

Central de Cogeração (PRE)

Um sistema diz-se cogerador quando produz electricidade


e calor útil simultaneamente.

CTG – ciclo simples

O calor é aproveitado a partir da exaustão térmica associada


ao processo de produção de energia eléctrica
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