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SEPSE

NEONATA
L
ALUNOS: ERGELLIS VICTOR
GABRIEL CARVALHO
LARISSA HOLANDA

IMPERATRIZ
2019
SEPSE NEONATAL

• DEFINIÇÃO:
Resposta sistêmica à infecção
caracterizada no RN pela evidência
clínica de processo infeccioso e
presença de: instabilidade térmica,
disfunção respiratória e cardíaca e
anormalidades na perfusão
EPIDEMIOLOGIA

• PERMANECE ELEVADA
• 1-8 CASOS/1000 NASCIDOS VIVOS
• MORTALIDADE DE 10-50%
• OBS: RN pré T COM < 1.500 g  11- 25 % (INCIDÊNCIA)

 VÁRIOS MODOS DE TRANSMISSÃO


 IMATURIDADE IMUNOLÓGICA
SINGULARIDADES DAS
 OUTRAS AFECÇÕES PODEM DIFICULTAR E ATRASAR O DIAGNÓSTICO
INFECÇÕES NEONATAIS
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM RN SÃO VARIÁVEIS, SUTIS E INESPECÍFICAS
 INFECÇÃO MATERNA PODE PASSAR DESPERCEBIDA NA GRAVIDEZ 
GESTANTE GERALMENTE É ASSINTOMÁTICA
CLASSIFICAÇÃO

NELSON MINISTÉRIO DA
SAÚDE

PRECOCE TARDIA PRECOCE TARDIA

1° SEMANA > 7 DIAS < 48 HORAS > 48 HORAS

NOSOCOMIAL/ PATÓGENOS DO PATÓGENOS DO


ÚTERO/ PARTO TRATO GENITAL AMBIENTE
COMUNIDADE MATERNO HOSPITALAR
FORMAS DE TRANSMISSÃO

TRANSPLACENTÁRIA PASSAGEM NO CANAL DE


PÓS NATAL
INTRAUTERINA PARTO
ETIOPATOGENIA

FATORES DE RISCO - GERAIS


PREMATURIDADE (>> EM < 34 SEMANAS)
IMATURIDADE DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
ALTERAÇÕES NO MEIO INTRAUTERINO (CORIOAMNIONITE)
ALTERAÇÕES NO CANAL DE PARTO ( COLONIZAÇÃO POR GERMES PATOGÊNICOS
AMBIENTE HOSPITALAR – (UTI)
ITU  > RISCO DE PARTO PREMATURO  MAIOR RISCO DE SEPSE
COLONIZAÇÃO MATERNA POR ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (AGALACTAE)  PNEUMONIA, SEPSE E
MENINGITE
ASFÍXICOS
CORIOAMINIONITE

 INVASÃO PATOGÊNICA DO FLUIDO


AMNIÓTICO E MAMBRANAS CORIÔNICAS;
 ROTURA PROLONGADA DAS MEMBRANAS
OVULARES (≥ 18 H)  Estreptococo do
grupo B (agalactae)
 PODE OU NÃO SER SINTOMÁTICA
 SINAIS CLÍNICOS  Febre materna,
hipotonia uterina e taquicardia fetal.

OBS: PODE OCORRER SEM ROTURA DAS


MEMBRANAS
-ITU, bacteriúria assintomática...)
ETIOLOGIA

 Estreptococo beta hemolítico do grupo B


INFECÇÃO PRECOCE  E. Coli e outras enterobactéricas (Klebsiella, Pseudomonas, Haemophilus e
TRANSPLACENTÁRIA
INTRAUTERINA Enterobacter);
PASSAGEM NO CANAL DE PARTO  Anaeróbios (B. gragilis)
 Listeria monocytogenes e Citrobacter (menos comum)

 22% - Bactérias Gram + (S. agalactiae, Staphylococcus coagulase negativos, S.


aureus e Enterococcus);
INFECÇÃO TARDIA  18% - Bactérias Gram – (Klebsiella, Pseudomonas e Enterobacter;
(NOSOCOMIAL)  12% - Fungos (Candida albicans e parapsilosis)

INÍCIO MAIS INSIDIOSO COM MANISFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS INESPECÍFICAS


CLÍNICA

CRITÉRIOS QUE DEFININEM A SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA NO RN:


 PRESENÇA DE 2 OU + DOS SEGUINTES:

1) INSTABILIDADE TÉRMICA (< 35° OU > 38,5°);


2) DISFUNÇÃO RESPIRATÓRIA
- Taquipneia ( >2 DP da média para idade)
- Hipoxemia (PaO2 < 70 mmHg em ar ambiente)
3) DISFUNÇÃO CARDÍACA:
- Taquicardia (>2 DP da média para idade)
- Enchimento capilar periférico > 3 segundos
- Hipotenção (> 2 DP da média para idade)
4) ANORMALIDADE DE PERFUSÃO
- Oligúria (Débito urinário < 0,5 ml/kg/hora)
- Acidose láctica (lactato sérico elevado ou pH < 7,25)
- Estado mental alterado
CLÍNICA

 INICIALMENTE DISCRETA (confusão com


outras doenças neonatais);
 EVOLUÇÃO PARA FORMA GRAVE (icterícia,
hepatoesplenomegalia, petéquias e
sangramentos).

 HISTÓRIA CLÍNICA E DE INFECÇÕES


MATERNAS FUNDAMENTAL
EXAMES
LABORATORI
AIS

 EXAME DE ISOLAMENTO DO
MICRO-ORGANISMO
- Hemoculturas, coprocultura,
cultura de urina (na sepse
tardia), cultura de LCR e
cultura de secreção traqueal
- PADRÃO OURO: presença do
patógeno nas culturas.
EXAMES
LABORATORI
AIS

• EXAMES COADJUVANTES
TESTES HEMATOLÓGICOS:
- Leucocitose (> 25.000/mm3) ou Leucopenia (<5.000/
mm3) na sepse precoce
- Neutropenia (> 1.500 – 1.000/mm3) tem maior valor
diagnóstico – sensibilidade 50%
- Relação neutrófilos imaturos e totais (I/T) tem valor
preditivo para sepse quando for ≥ 0,2
- Plaquetopenia (<100.000/ mm3)  associada a maior
gravidade da infecção
- VHS >10 mm nas primeiras 48 horas de vida.
EXAMES
LABORATORI
AIS

TESTES IMUNOLÓGICOS
 PROTEÍNA C REATIVA: >10mg/dl anormais
- Redução rápida a valores próximos do normal (<10
mg/L ou 1mg/dl) afasta o diagnóstico inicial de sepse e
autoriza a suspensão do ATB nas primeiras 72 horas.
 CITOCINAS: níveis elevados de IL-6, TNF-alfa e IL-1b se
relacionam com o diagnóstico de sepse neonatal
precoce
 PROCALCITONINA: se eleva nas infecções neonatais
DIAGNÓSTI
CO
DEVE SER BASEADO EM 3 PILARES

Exa
mes

Sinais clínicos

Fatores de risco
FATORES DE RISCO
SINAIS CLÍNICOS

Tax < 36,5 Cº ou > 37,5 Cº RN em mal estado geral Irritabilidade e letargia

Manifestações
Dificuldade respiratória
gastrointestinais
Sinais clínicos

Hipotonia e convulsões Icterícia idiopática

Palidez cutânea Sinais de sangramento


DIAGNÓSTICO

MINISTÉRIO DA SAÚDE

3 ou mais sinais clínicos no RN

OU Sem necessidade de exames laboratoriais

No mínimo 2 associados a
fatores de risco

ANTIBIOTICOTERAPIA
TRATAMENTO

Sepse tardia Depende da prevalência dos


Coleta de material para cultura microrganismos de cada unidade

Se alta prevalência de estafilococos coagulase-negativo


Antibioticoterapia empirica e resistentes à oxacilina,

Sepse precoce Se Gram-negativos


Trocar por
Vancomicina
Ampicilina 200 mg/Kg/dia por 7 a 10 dias
S. agalactiae e L. monocytogenes Cefepime
+
Gentamicina 5 mg/Kg/dia por 7 a 10 dias
S. agalactiae, L. monocytogenes e
Gram-negativos entéricos
PREVENÇÃO

 Indicação deve ser individualizada


 Redução da transmissão vertical da infecção por
estreptococos tipo B (Sepse precoce e pneumonia)

colonização materna (TGI E TU)


Fatores de risco (Sepse por GBS)

Prematuridade: < 37 semanas de gestação.

Tempo prolongado de bolsa rota (≥ 18 horas).

Corioamnionite; Mães jovens; Raça negra

Filho anterior com sepse neonatal por GBS


PROFILAXIA DA SEPSE NEONATAL POR GBS

Gestante: quimioprofilaxia primária

• Rastreio por swab retal e vaginal e cultura durante a 35º a 37º semana de gestação
Quando indicar a profilaxia intraparto?

• Sepse precoce em neonato anterior


• Cultura retovaginal positiva para GBS
• Bacteriúria por GBS em qualquer trimestre gestacional
• status desconhecido para GBS na presença de qualquer um dos critérios abaixo:
- Trabalho de parto prematuro < 37 semanas
- Ruptura prolongada de membranas ≥ 18horas.
- Temperatura materna intraparto ≥ 38ºC
- Teste intraparto para GBS positivo

*Não há necessidade em parto Cesária com membranas íntegras


PROFILAXIA ANTIBIÓTICA INTRAPARTO

• - Penicilina G Cristalina: 5 milhões IV


dose ataque, seguido de 2,5 a 3 milhões
IV a cada 4 horas até o parto OU
• - Ampicilina: 2 g IV dose ataque, seguido
de 1 g IV a cada 4 horas.
• - Gestantes com alergia grave:
clindamicina/eritromicina ou
vancomicina (cepas resistentes).
• - Gestantes com alergia não grave:
cefazolina.
NEONATO: QUIMIOPROFILAXIA SECUNDÁRIA

NEONATO SINTOMÁTICO NEONATO ASSINTOMÁTICO

Colher todos os exames Ausência de corioamnionite materna


Corioamnionite materna

Iniciar antibiótico (AMP + GENTA) Observação se mãe recebeu quimioprofilaxia primária

Observação e Coleta de exames se não recebeu quimioprofilaxia


GUIA ESTATÍSTICO: PEDIATRIA
Questão 1 VEM COM O TIO!

• Dos agentes abaixo, qual é o MENOS provável de causar sepse


neonatal de início precoce?
• A) L.monocytogenes
• B) Estreptococos do grupo B
• C) Estreptococcus pneumoniae
• D) E.coli
Questão 2
• Os agentes etiológicos bacterianos de maior prevalência na infecção
neonatal precoce são:
• A) E. coli e estafilococos.
• B) Klebsiella e Listeria monocytogenes.
• C) Klebsiella e estreptococo do grupo B
• D) E.coli e estreptococo do grupo B.
• E) Estreptococo beta hemolítico e Listeria monocytogenes.
Questão 3
• Assinale a alternativa que apresenta fator de risco para a sepse
neonatal:
A) Gênero masculino.
B) Segundo gemelar.
C) Infecção urinária em qualquer fase da gestação.
D) Ruptura prematura da membrana amniótica superior a seis horas.
E) Colonização inespecífica do trato genital feminino.
Questão 4

• São fatores de risco para a sepse neonatal precoce, exceto:


A) Colonização genital pelo streptococo beta-hemolítico do grupo B.
B) Ruptura prolongada de membranas ( maior que 12 horas).
C) Parto prematuro.
D) Asfixia neonatal.
Questão 5

• Mãe acompanhada no pré-natal de risco habitual. Realizou sorologias com


resultados negativos para sífilis, HIV e hepatite B. Imune a Toxoplasmose.
Deu entrada na maternidade em trabalho de parto e história de perda de
líquido há 20 horas, com idade gestacional estimada de 34 semanas. Parto
por via vaginal, imediatamente após a internação. Com uma hora de vida,
dificuldade respiratória, apresentando pontuação de 4 pelo Boletim de
Silverman-Anderson. Qual a conduta CORRETA em relação a abordagem de
sepse neonatal precoce pelo estreptococo do grupo B?
A) Alta a partir de 24 horas se clinicamente estável.
B) Iniciar antibiotecoterapia logo após o nascimento.
C) Manter o recém-nascido em observação clínica por 48 horas.
D) Solicitar exames laboratoriais: hemograma, hemocultura e PCR e aguardar
resultados da hemocultura para iniciar antibióticos.
Questão 6

• Diante de sinais clínicos de sepse neonatal, devemos, exceto:


A) Colher hemograma.
B) Colher hemocultura.
C) Colher líquor.
D) Colher urocultura.
E) Iniciar a antibioticoterapia.
Questão 7

• Criança nascida com 28 semanas de idade gestacional e 1.100 g, fruto de


parto vaginal com bolsa rota após 22 horas, apresentou dificuldade
respiratória precoce. O exame radiológico foi sugestivo de doença da
membrana hialina. Fez uso de surfactante exógeno com 2 horas de vida,
sem melhora. Qual o diagnóstico mais provável?
A) Persistencia do canal arterial.
B) Sepse por streptococcus do grupo B.
C) Sepse por Staphylococcus aureus.
D) Leucomalácia periventricular.
E) Pneumonia por Listeria.
Questão 8

• Qual o fator de risco gestacional mais importante na gênese da sepse


neonatal precoce?
A) Bolsa rota há mais de 18 horas.
B) Corioamnionite.
C) Infecção urinária materna.
D) Presença de streptococo do grupo B na flora vaginal ou retal.
E) Febre durante o trabalho de parto
Questão 9
• Toda gestante deve ser submetida no pré-natal ao rastreamento para
streptococcus do grupo B (GBS) entre 35-37 semanas por meio da coleta do swab
vaginal e retal. Aquelas que apresentam cultura positiva devem receber antibiótico
venoso durante o trabalho de parto para profilaxia de sepse neonatal. As opções
abaixo referem-se às outras indicações de profilaxia intraparto para GBS, EXCETO:
A) Rotura de membranas nas gestantes > 37 semanas, sem swab vaginal e retal.
B) História de recém nascido em gestação anterior acometido por infecção por GBS.
C) Febre intraparto > 38ºC.
D) Urinocultura positiva para GBS em qualquer fase da gestação.
E) Trabalho de parto prematuro com cultura para GBS desconhecida.
Questão 10
• O estreptococo do Grupo B (GBS) é o principal agente etiológico da
sepse neonatal precoce (< 7 dias de vida). Pode-se afirmar que a
profilaxia intraparto está CONTRAINDICADA em caso de:
A) Colonização por GBS em gravidez anterior.
B) Bebê anterior com doença GBS invasiva.
C) Bacteriúria GBS no primeiro trimestre da gravidez.
D) Estado GBS desconhecido quando do início do parto.
CURIOSIDADE: ESCORE DE RODWELL

LEUCOCITOSE OU LEUCOPENIA
NEUTROFILIA OU NEUTROPENIA 0-2 PONTOS BAIXA
SEM VISUALIZAÇÃO DE NEUTRÓFILOS MADUROS PROBABILIDADE
ELEVAÇÃO DE NEUTRÓFILOS IMATUROS
ÍNDICE NEUTROFÍLICO AUMENTADO ( PMN
IMATURO \PMN TOTAIS > 0,120) MODERADA
3-4 PONTOS
RZÃO DOS NEUTRÓFILOS IMATUROS SOBRE OS PROBABILIDADE
SEGMENTADOS > 0,3
PLAQUETOPENIA
ALTERAÇÕES DEENERATIVS NOS NEUTRÓFILOS ALTA
> 5 PONTOS
PROBABILIDADE
E A PROTEINA C-REATIVA?
NÃO SIM
Sinais de Avaliação diagnóstica completa 1
sepse? Antibioticoterapia Empírica 2

Avaliação diagnóstica Limitada 4


Sinais de corioamionite materna? Antibioticoterapia Empírica 2

Indicação de profilaxia Cuidados de rotina para


GBS mãe neonato.

Mãe recebeu > 4h penicilina, Observação do neonato


ampicilina ou cefazolina IV > 48 horas.

Neonato > 37 semanas e TBR < Observação do neonato > 48 horas.


18 horas. Leucograma com diferencial + plaquetas
6-12 horas de vida.
Neonato < 37 semanas ou TBR > Observação do neonato > 48 horas.
18 horas? Avaliação diagnóstica limitada.
Referências Bibliográficas

• COSTA, Daniela Silva Rodrigues da et al. Preditores urinários de sepse neonatal


tardia. 2017.
• DE FREITAS, Caroline Bianca Souza et al. Sepse neonatal: fatores de risco
associados. ANAIS SIMPAC, v. 8, n. 1, 2018.
• DE OLIVEIRA, Cecília Olívia Paraguai et al. Fatores de risco para sepse neonatal em
unidade de terapia: Estudo de evidência. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 2, 2016.
• MACHADO, Alexandre Paulo et al. Clássicos e novos biomarcadores de sepse
neonatal. Saúde (Santa Maria), v. 43, n. 3, 2017.
• OMRAN, Ahmed et al. Salivary C‐reactive protein, mean platelet volume and
neutrophil lymphocyte ratio as diagnostic markers for neonatal sepsis. Jornal de
Pediatria (Versão em Português), v. 94, n. 1, p. 82-87, 2018.
#Confiaquedá
VEM NO BIZÚ

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