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A SEGURANÇA ALIMENTAR NA

FILEIRA DAS CARNES EM


PORTUGAL
The issue of food safety within the Portuguese meat chain

Faculdade de Medicina Veterinária


CIISA

António Salvador Barreto


Marília Catarina Ferreira
A SEGURANÇA ALIMENTAR NA FILEIRA DAS CARNES
EM PORTUGAL
The issue of food safety within the Portuguese meat chain

Códigos de Boas Práticas de Higiene

Faculdade de Medicina Veterinária


CIISA

António Salvador Barreto


Marília Catarina Ferreira
Princípios Gerais de Higiene
Alimentar
Objectivo:

Garantir alimentos sãos e próprios


para consumo humano

Como?
Princípios Gerais de Higiene Alimentar
 Definindo os princípios essenciais de higiene
alimentar aplicáveis a toda a cadeia alimentar, para
assegurar que os alimentos são seguros e estão
próprios para consumo
 Recomendando o recurso ao método HACCP como
meio de melhorar a salubridade dos alimentos
 Indicando como aplicar esses princípios
 Fornecendo as directivas para a elaboração de
códigos específicos, eventualmente necessários, para
certos sectores da cadeia alimentar, certos
processos ou certos produtos, a fim de desenvolver
critérios de higiene específicos
Códigos de Boas Práticas
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
CAMPO DE APLICAÇÃO:

Cadeia Alimentar – o CBP tem em vista


toda a cadeia, desde a produção primária
ao consumidor final, definindo as
condições de higiene necessárias à
produção de alimentos sãos e próprios
para consumo
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
CAMPO DE APLICAÇÃO:

Segurança e Aceitabilidade para o consumo


– no CBP, o termo contaminação refere-se à
contaminação dos alimentos por microrganismos
patogénicos, produtos químicos, corpos
estranhos, agentes de decomposição, alterações
inaceitáveis ou materiais estranhos como, por
exemplo, matérias em decomposição
Segurança dos alimentos refere-se à certeza de
que o produto não causa doença aos
consumidores, quando preparado e consumido de
acordo com o seu uso esperado
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
CAMPO DE APLICAÇÃO:

Papel dos governos –


Os governos devem decidir da melhor maneira de
implementar a aplicação dos Princípios do CBP, tendo em
vista
 proteger os consumidores contra as doenças e acidentes
provocados pelos alimentos
 dar a garantia que os alimentos estão próprios para
consumo humano
 manter a confiança nos produtos alimentares colocados no
comércio internacional
 estabelecer programas de educação sanitária para
profissionais e consumidores
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
CAMPO DE APLICAÇÃO:

Papel dos profissionais –


Os profissionais devem aplicar as práticas de higiene
definidas no CBP, para
 fornecer alimentos isentos de perigos e próprios para o
consumo
 fazer com que os consumidores recebam informação clara
e perceptível através da rotulagem, o que permite
proteger os alimentos contra a contaminação e usar uma
correcta manipulação e preparação
 manter a confiança nos produtos alimentares colocados no
comércio internacional
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
CAMPO DE APLICAÇÃO:

Papel dos consumidores –


Os consumidores devem estar conscientes do
seu papel, seguir as instruções pertinentes e
aplicar as medidas de higiene alimentar
necessárias
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
- Definições
Limpeza
Eliminação dos resíduos, gorduras e toda a
matéria indesejável
Contaminação
Presença de qualquer matéria indesejável no
produto
Desinfecção
Redução do nº de microrganismos a um nível
considerado aceitável, por meio de agentes
químicos ou de métodos físicos que não causem
prejuízo aos alimentos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
- Definições
Unidade industrial (Instalações)
Edifício ou zona e seus envolventes, onde os
alimentos são manipulados

Higiene Alimentar
Todas as medidas necessárias para assegurar
a segurança, o bom estado e a salubridade
dos alimentos em todos os seus estados, a
partir da sua cultura, produção ou fabrico,
até ao consumo final
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
- Definições
Operador
Qualquer pessoa que manipula directamente os
alimentos pré-embalados ou não, equipamentos
e utensílios, ou superfícies de contacto com
os alimentos, o qual deverá seguir os
requisitos de higiene alimentar aplicáveis

Produção primária
Fases da cadeia alimentar até alcançar a
colheita, o abate, a ordenha, a pesca
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
- Definições

Cadeia Alimentar
Conjunto de todos os estados da produção
de alimentos, a partir do produto
primário e compreendendo todas as
matérias empregues no produção do
produto primário até ao consumidor final
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
Âmbito de aplicação

 Produção primária
 Unidade industrial
 Controle das operações
 Documentação e registos
 Instalações - Limpeza e desinfecção
Manutenção e conservação
 Saúde e higiene pessoal
 Transporte e distribuição
 Informação ao consumidor
 Rastreabilidade
 Formação
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Objectivos
A produção primária deverá assegurar que os alimentos são
salubres e próprios para consumo humano. Em particular,
deverá
 Evitar a produção em zonas cujo ambiente constitui uma
ameaça à segurança dos alimentos
 Controlar os contaminantes, os roedores e as doenças dos
animais e das plantas para evitar que constituam uma
ameaça à salubridade dos alimentos
 Adoptar as práticas e medidas necessárias para
assegurar que os alimentos são produzidos nas condições
de higiene apropriadas
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Justificação

Reduzir a probabilidade de introdução de um risco


que pode afectar negativamente a segurança
dos alimentos ou a sua aceitação para consumo,
em pontos posteriores da cadeia alimentar
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Higiene do ambiente

Devem tomar-se em consideração as potenciais


fontes de contaminação a partir do ambiente

 A produção primária deve evitar zonas nas quais


a presença de substâncias potencialmente
nocivas possa levar a um nível inaceitável dessas
substâncias nos alimentos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Higiene das zonas de produção
Devem tomar-se em consideração as actividades ligadas à
produção primária que podem ser potenciais fontes de
contaminação
Os produtores devem tomar medidas para

 Controlar a contaminação pelo solo, a água, os alimentos


para animais, os pesticidas, os medicamentos veterinários ou
qualquer outro agente utilizado na produção primária

 Controlar o estado sanitário das plantas e dos animais de


forma a que não haja risco para a saúde humana através do
consumo alimentar, nem a aceitabilidade do produto seja
afectada
...
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
 Proteger as fontes de produção alimentar
contra a contaminação fecal ou outra

É importante
 Tratar os resíduos
 Guardar de forma correcta as substâncias
nocivas
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Transformação, manutenção, entreposto e
transporte
 fazer a triagem dos alimentos e
ingredientes alimentares, por forma
a eliminar os que estão
manifestamente impróprios
 eliminar de forma higiénica todos
os resíduos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Transformação, manutenção, entreposto e
transporte

 Os alimentos e ingredientes alimentares


devem ser protegidos da contaminação
por roedores, agentes químicos, físicos
ou microbiológicos ou por qualquer
substância inaceitável, no decurso da
transformação, manutenção, entreposto e
transporte
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Transformação, manutenção, entreposto e
transporte

 deve evitar-se a deterioração e a


decomposição através de medidas
adequadas, nomeadamente pelo
controle da temperatura e da
humidade
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS
– Produção Primária
Limpeza, manutenção e higiene do pessoal

 Todas as operações necessárias de


limpeza e manutenção devem ser
conduzidas com eficácia

 A higiene pessoal deve ser


devidamente observada
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações

Objectivos
Segundo a natureza das operações e os riscos que
lhes estão associados, os locais, o material e as
instalações devem estar situados, ser concebidos
e construídos de forma a
a contaminação dos alimentos ser reduzida ao
mínimo
 a concepção e disposição dos locais permitir uma
conservação, limpeza e desinfecção convenientes
 exista uma protecção eficaz contra roedores
...
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações
Objectivos
Segundo a natureza das operações e os riscos que lhes estão
associados, os locais, o material e as instalações devem estar
situados, ser concebidos e construídos de forma a
...
 as superfícies e os materiais, particularmente
os que contactam os alimentos, não sejam
tóxicas, sejam duráveis e fáceis de limpar e
manter

 existam, se necessário, dispositivos de controle


de temperatura, humidade ou outros
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações

Justificação

Uma boa concepção e construção, uma situação


apropriada e instalações adequadas, contribuem
para um controle eficaz dos riscos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações
Localização
Estabelecimentos fabris - devem estar longe de

 zonas poluídas e actividades industriais que


representem uma ameaça grave de contaminação
dos alimentos

 zonas sujeitas a inundações

 zonas sujeitas a infestações por roedores

 zonas onde os efluentes, sólidos ou líquidos, não


possam ser eficazmente evacuados
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações

Material - deve ser instalado de forma a

 permitir uma manutenção e limpeza


convenientes

 funcionar de acordo com a utilização que lhe


era destinada

 facilitar a adopção de boas práticas de higiene


e de segurança
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações

Locais e salas

Concepção e ordenação - os locais devem

 permitir aplicar as boas práticas de higiene


alimentar

 permitir a protecção contra a contaminação


cruzada durante e entre as operações
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade industrial: concepção e instalações

Estruturas e acessórios internos - devem

 ser construídas solidamente, em materiais


duráveis e fáceis de conservar, de limpar e, se
for o caso, de desinfectar
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Estruturas e acessórios internos - critérios


específicos
as superfícies das paredes, divisórias e chão devem
ser de materiais estanques, não tóxicos
 as paredes e divisórias devem ter superfície lisa
até à altura apropriada às operações
 o chão deve permitir uma drenagem e lavagem
adequadas
 os tectos e acessórios suspensos devem ser de
forma a minimizar a acumulação de sujidade e a
condensação de vapor
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações
Locais temporários/móveis e distribuidores
automáticos - devem
 ser colocados, concebidos e construídos de
maneira a evitar, tanto quanto possível, a
contaminação dos produtos alimentares e a
penetração de roedores

Em matéria de higiene alimentar, qualquer risco


associado a estas instalações deve ser, quanto
possível, neutralizado para assegurar a
salubridade dos alimentos e assegurar que estão
próprios para consumo
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações
Material e embalagem
 O material e os recipientes e embalagens não
reutilizáveis,devem ser construídos de forma a
assegurar que, se necessário, podem ser limpos,
desinfectados e mantidos a fim de evitar a
contaminação do alimento

 Se necessário, o material deve ser durável e


amovível ou poder ser desmontado para que
possa permitir a limpeza, desinfecção, o
controle e, por exemplo, a detecção eventual de
roedores
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações
Equipamento de controle e de vigilância dos
produtos alimentares
•O material utilizado para tratar termicamente, refrigerar,
guardar ou congelar os produtos alimentares deve permitir
que as temperaturas pretendidas sejam atingidas tão
rápido quanto necessário e mantidas de forma eficaz,
para assegurar a segurança dos alimentos

• Deve permitir a vigilância e controle da temperatura

• Se necessário, existirá um dispositivo de controle da


humidade, da circulação de ar ou de qualquer outra
característica susceptível de prejudicar a segurança ou a
aceitabilidade do alimento
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Equipamento de controle e de vigilância dos


produtos alimentares - pretende-se assegurar
que
 os microrganismos prejudiciais ou indesejáveis ou as
suas toxinas são eliminados ou mantidos a níveis não
perigosos, ou

 que a sua sobrevivência ou crescimento são


eficazmente controlados

 as temperaturas e outras condições ambientais


necessárias à segurança e salubridade dos alimentos
são rapidamente atingidas e mantidas sem oscilações
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Contentores destinados a detritos e às substâncias


não comestíveis

 os contentores destinados aos detritos, aos sub-


produtos e às substâncias não comestíveis ou
perigosas devem estar expressamente identificados e
serem de material estanque

 os contentores utilizados para substâncias perigosas


devem ser identificados e, se for o caso, estarem
fechados à chave para impedir a contaminação
deliberada ou acidental dos produtos alimentares
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações
Instalações
Aprovisionamento de água

 Deve existir um aprovisionamento suficiente de água


potável, com instalações apropriadas para o seu
armazenamento, distribuição e controle de temperatura

 A água potável deve corresponder aos critérios


enunciados na legislação respectiva

 A água não potável (luta contra incêndios, produção de


vapor, refrigeração ou fins análogos) deve circular por
canalizações próprias, devidamente identificadas, e que
não permitam misturas nem refluxos para as condutas
de água potável
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Drenagem e evacuação de detritos

 Devem existir sistemas e instalações


convenientes para a drenagem e evacuação de
detritos

 A sua construção deve evitar o risco de


contaminação dos alimentos ou dos
aprovisionamentos de água potável
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Limpeza

 Devem existir dispositivos apropriados,


concebidos de forma correcta, para a limpeza
dos produtos alimentares, dos utensílios e dos
equipamentos, se necessário aprovisionados com
água quente e fria
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Higiene do pessoal, das instalações e sanitários

Devem existir instalações que permitam assegurar um


nível apropriado de higiene pessoal a fim de evitar a
contaminação dos alimentos. Podem ser necessários

 meios apropriados para a lavagem e a secagem


higiénica das mãos, nomeadamente com água quente
e fria ou de temperatura controlada

 sanitários de concepção conforme à higiene


 vestiários onde o pessoal possa trocar de roupa
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Controle da temperatura

Segundo o processamento a que os alimentos são


submetidos, devem existir instalações para

 os aquecer,arrefecer, cozer, refrigerar ou


congelar

 os manter refrigerados ou congelados


 controlar a temperatura ambiente, se
necessário, para garantir a segurança e
aceitabilidade dos alimentos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Qualidade do ar e ventilação - natural ou mecânica,


para
 minimizar a contaminação aerógena dos alimentos
(aerossóis e gotas de condensação)

 controlar as temperaturas ambientes


 controlar os odores susceptíveis de afectar a
aceitabilidade dos alimentos para o consumo

Os dispositivos de ventilação não devem jamais provocar


uma corrente de ar de uma zona contaminada para uma
não contaminada e devem poder ser convenientemente
mantidos e limpos
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações

Iluminação - natural ou artificial, para

 permitir operar em condições de higiene


 não alterar as cores
 estar adaptada à natureza da operação

 Os dispositivos de iluminação devem, se necessário, estar


protegidos por forma a impedir a contaminação dos
alimentos em caso de fractura
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS –
Unidade fabril: concepção e instalações
Armazenamento
Se necessário, deverão existir instalações adequadas ao
armazenamento de alimentos, ingredientes e produtos químicos
não alimentares como materiais de limpeza, lubrificantes, etc.

As instalações devem

 permitir uma manutenção e limpeza convenientes


 evitar o acesso e permanência de roedores
 proteger eficazmente os alimentos durante o
armazenamento
 oferecer, se necessário, um ambiente que minimize a
deterioração dos produtos alimentares
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações

Objectivo
Produzir alimentos sãos e próprios para consumo
humano, através
 da elaboração de regras a respeitar durante o
fabrico ou manipulação de alimentos específicos,
no que diz respeito às matérias primas,
composição, transformação, distribuição e
utilização final
 da concepção,aplicação, vigilância e revisão de
sistemas de controle eficazes
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Justificação

Reduzir o risco da existência de alimentos


perigosos, tomando medidas preventivas que
visem garantir a segurança e salubridade dos
alimentos
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Controle dos riscos alimentares
Deve verificar-se a existência de riscos
alimentares, utilizando o Sistema HACCP, ou
outro adequado. É necessário
 identificar todos os pontos das operações que
são críticos para a segurança dos alimentos
 aplicar procedimentos de controle eficazes
nestes pontos
 assegurar que esses procedimentos são seguidos
 rever periodicamente os procedimentos de
controle, e de cada vez que se alterem as
operações
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Aspectos chave dos sistemas de controle
Controle da temperatura
Os sistemas de controle devem ter em consideração
 a natureza do alimento (pH, aw, microrganismos)
 o tempo de conservação previsto para o produto
 o método de embalagem e de tratamento
 a utilização posterior prevista (transformação ou pronto a
comer)

 Devem ainda especificar as tolerâncias de variação de


temperatura
 Os dispositivos de registo de temperatura devem ser
verificados e controlados a intervalos regulares
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações

Etapas específicas de transformação


Algumas etapas da transformação contribuem para
o controle dos riscos alimentares
 a congelação
 a pasteurização
 a irradiação
 a cozedura
 a embalagem a vácuo ou em atmosfera
modificada
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações

Critérios microbiológicos e outras


especificações
Quando se utilizam especificações microbiológicas,
químicas ou físicas num sistema de controle,
estas devem basear-se em princípios científicos
sólidos e indicar, se necessário, os
procedimentos a seguir, os métodos de análise e
os limites admissíveis
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações

Contaminação microbiológica cruzada


 por contacto directo, pelos manipuladores, pelas
superfícies, pelo ar
 alimentos crus separados dos prontos a comer
 pode ser necessário restringir o acesso à zona de
transformação
 pode ser necessário utilizar roupa e sapatos próprios e
lavar as mãos antes de aceder à zona de transformação
 as superfícies, utensílios, materiais, equipamentos e
acessórios, devem ser limpos e desinfectados, se
necessário, após a manipulação e a transformação de
alimentos crus, particularmente carne
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Contaminação física e química

 Devem existir sistemas que impeçam a


contaminação dos alimentos por materiais
estranhos como vidro ou metal, poeiras, fumos
nocivos ou substâncias químicas indesejáveis

 Se necessário, devem utilizar-se dispositivos de


detecção ou de triagem na área de fabrico e de
transformação
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Exigências das matérias primas
Nenhuma matéria prima ou ingrediente pode ser
admitida se contiver
 parasitas ou microrganismos indesejáveis
 pesticidas, medicamentos veterinários
 substâncias tóxicas, em decomposição

Devem estipular-se especificações aplicáveis às


matérias primas
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Exigências das matérias primas

 As matérias primas ou ingredientes devem ser


inspeccionados ou passar por uma triagem antes da
transformação

 Se necessário, podem efectuar-se testes laboratoriais

 Só as matérias primas e ingredientes sãos podem ser


utilizadas

Os stocks deverão ter uma rotação eficaz


Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Acondicionamento

 Os materiais de embalagem e os gazes


utilizados devem ser não tóxicos e não podem
representar qualquer ameaça à segurança e
salubridade do alimento nas condições de
armazenamento e utilização esperadas

 As embalagens reutilizáveis devem ser duráveis,


fáceis de limpar e, se for o caso, de
desinfectar
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Água
Em contacto com os alimentos
Só a água potável pode ser utilizada na manipulação
e transformação de alimentos

A água não potável pode utilizar-se


 na produção de vapor
 na refrigeração
 na luta contra incêndios
 noutras actividades não alimentares
 em certas operações particulares (água do mar
pura)
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Água
Enquanto ingrediente
Só se utiliza água potável

Gelo ou vapor
 O gelo deve ser fabricado com água potável
 O vapor em contacto com os alimentos ou com as
superfícies de trabalho não pode representar
uma ameaça à segurança
 O gelo e o vapor devem ser produzidos,
manipulados e guardados ao abrigo de
contaminações
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Gestão e supervisão
Em função da dimensão da empresa, da natureza
das suas actividades e dos tipos de alimentos

Os responsáveis devem ter um conhecimento


adequado dos princípios e práticas de higiene
alimentar para que
 possam avaliar os riscos potenciais
 tomem medidas preventivas e correctivas
adequadas
 assegurem uma vigilância eficaz
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Documentação e arquivos
Devem existir registos sobre a transformação, a
produção e a distribuição dos produtos
Os registos devem ser guardados por um período
superior ao da vida do produto

A existência de registos aumenta a credibilidade e


a eficácia do sistema de controle da segurança
dos alimentos
Códigos de Boas Práticas -
Controle das operações
Sequestro
 Devem existir dispositivos que permitam, em
caso de risco de segurança alimentar, fazer o
sequestro rápido e completo de todo o lote
incriminado
 Por vezes, os produtos fabricados em condições
similares e susceptíveis de apresentar um risco
semelhante, devem ser também retirados do
mercado
 Pode ser necessário avisar a população
 Os produtos sequestrados devem ser vigiados
até que sejam destruídos ou transformados
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Objectivo

Estabelecer sistemas eficazes para

 assegurar uma manutenção e limpeza adequadas

 assegurar a ausência de roedores

 tratar os detritos

 assegurar a eficácia dos métodos de


manutenção e saneamento
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Justificação

Facilitar o controle eficaz e contínuo dos riscos


para a saúde, dos roedores e outros agentes
susceptíveis de contaminar os alimentos
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento
Manutenção e limpeza
As instalações e o equipamento devem ser
conservados em boas condições para
 facilitar todos os processos de saneamento
 funcionar conforme previsto
 impedir a contaminação dos alimentos (partículas
metálicas, estuque, produtos químicos)

 Os produtos de limpeza devem ser


cuidadosamente utilizados e devem ser
conservados em recipientes claramente
identificados para evitar o risco de contaminação
dos alimentos
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Manutenção e limpeza

Processos e métodos de limpeza

A limpeza pode utilizar, separadamente ou em


conjunto, métodos físicos (varrer ou jacto de
ar) e métodos químicos (detergentes)
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento
Programas de limpeza
 Devem assegurar que todo o estabelecimento
fica limpo, e devem incluir a limpeza do
equipamento de limpeza
 Devem ser continuamente vigiados para verificar
a sua eficácia e devem ser documentados
 Devem ser estabelecidos com a ajuda de
especialistas, se necessário
 Devem especificar
 as zonas, os equipamentos e utensílios a limpar
 os métodos e a frequência da limpeza
 os procedimentos a seguir
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento
Sistemas de luta contra os roedores

Constituem das maiores ameaças à segurança e


aceitabilidade dos alimentos

Devem respeitar-se as Boas Práticas Gerais de Higiene


para evitar um ambiente que lhes seja propício

Sistemas de luta integrada podem minimizar o risco de


infestação, através de um bom saneamento,
inspecção de matérias primas e outras medidas, por
forma a limitar o recurso aos pesticidas
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Sistemas de luta contra os roedores


Evitar o acesso

Presença e infestação (a existência de alimento e


água facilita a infestação)

Vigilância e detecção (zonas adjacentes das


instalações)

Erradicação (imediata, por tratamento químico,


físico ou biológico e sem afectar a segurança
dos alimentos)
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Tratamento de resíduos

Devem existir dispositivos para retirar (tão rápido


quanto possível) e guardar os resíduos

Os locais onde se guardam os resíduos devem ser


apropriados
Códigos de Boas Práticas -
Instalações:manutenção e saneamento

Vigilância da eficácia

A eficácia dos sistemas de saneamento deve ser


controlada regularmente

Por vezes utilizam-se auditorias para verificar a


eficácia dos sistemas
Códigos de Boas Práticas –
Saúde e higiene pessoal

Objectivo

Assegurar que as pessoas que contactam directa


ou indirectamente os alimentos não correm o
risco de os contaminar
 mantendo um grau apropriado de limpeza
pessoal
 tendo um comportamento adequado
Códigos de Boas Práticas –
Saúde e higiene pessoal

Justificação

Pessoas que não tenham uma higiene pessoal


adequada, sofram de certas doenças ou
afecções, não mantenham o comportamento
certo, podem contaminar os alimentos e
transmitir doenças aos consumidores
Códigos de Boas Práticas –
Saúde e higiene pessoal

Estado de saúde

Doenças e feridas

Limpeza pessoal (vestuário, toucas, sapatos)

Comportamento

Adereços

Visitantes
Códigos de Boas Práticas -
Transporte
Objectivos

Se necessário, devem tomar-se medidas para

 proteger os alimentos de potenciais fontes de


contaminação
 proteger os alimentos de danos susceptíveis de
os tornar impróprios para consumo
 assegurar um ambiente que controle
eficazmente o crescimento de microrganismos
patogénicos e de deterioração e a produção de
toxinas nos produtos alimentares
Códigos de Boas Práticas -
Transporte
Justificação

Os alimentos podem ser contaminados ou chegarem


ao destino num estado não aceitável para
consumo, se durante o transporte não se
tomarem medidas de controle, mesmo que
tenham sido tomadas medidas de higiene
adequadas a montante
Códigos de Boas Práticas - Transporte
 Os alimentos devem ser protegidos adequadamente
durante o transporte

 O veículo ou o contentor utilizado depende da natureza


dos alimentos e das condições nas quais deverão ser
transportados

 Os veículos ou contentores devem ser mantidos


convenientemente limpos e conservados

 Quando o mesmo veículo ou contentor é utilizado para


transportar diferentes produtos (alimentares ou não)
deve ser limpo e, se necessário, desinfectado entre as
cargas

 No transporte a granel, os veículos devem ser


concebidos e utilizados apenas para transporte de
alimentos
Códigos de Boas Práticas –
Informação ao consumidor
Objectivos
Os produtos devem incluir as informações necessárias
para assegurar que

 as informações são transmitidas ao operador seguinte,


na cadeia alimentar, para lhe permitir manipular,
apresentar, guardar e preparar o produto de forma
correcta e em segurança

 o lote possa ser facilmente identificado e reenviado à


fábrica em caso de risco

RASTREABILIDADE
Códigos de Boas Práticas –
Informação ao consumidor

Objectivos
Os consumidores devem estar informados em matéria de
higiene alimentar para

 compreender a importância da informação que diz


respeito aos produtos

 fazer uma escolha judiciosa adaptada a cada situação


particular

A informação destinada à indústria e ao comércio deve


ser distinta da destinada ao consumidor,
particularmente na rotulagem dos produtos alimentares
Códigos de Boas Práticas –
Informação ao consumidor

Justificação

Uma informação insuficiente do consumidor, e/ou um


conhecimento não adequado da higiene alimentar
geral, pode levar a uma manipulação errada dos
produtos em estados posteriores da cadeia alimentar

Uma má utilização pode dar origem a doenças ou tornar


os produtos impróprios para consumo, mesmo quando
foram tomadas as medidas de controle de higiene
adequadas a montante da cadeia alimentar
Códigos de Boas Práticas –
Informação ao consumidor

Identificação dos lotes

Informações sobre os produtos

Rotulagem

Informação ao consumidor (programas de educação


sanitária)
Códigos de Boas Práticas -
Formação

Objectivo

As pessoas que trabalham na indústria alimentar e que


estão directa ou indirectamente em contacto com
produtos alimentares devem ter formação e/ou
serem instruídos e supervisionados nas operações que
devem cumprir
Códigos de Boas Práticas -
Formação

Justificação

A formação é crucial para qualquer sistema de higiene


alimentar

Uma formação ou uma instrução/supervisão inadequadas


em matéria de higiene de TODAS as pessoas
relacionadas com as operações alimentares cria uma
ameaça potencial para a segurança dos alimentos e
para a sua aceitação para o consumo
Códigos de Boas Práticas -
Formação

Informação e responsabilização

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