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PRODUTOS DE ORIGEM
ANIMAL NO CONTEXTO
DA SAÚDE ÚNICA
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TEMA 1 – BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
N° Procedimento Descrição
3 PPHO: Prevenção Deve conter a identificação de possíveis locais e formas de
da contaminação ocorrência de contaminação cruzada (prever layout
cruzada contemplando o fluxo de MP e PA, equipamentos e utensílios,
fluxo de materiais e fluxo de pessoas, paletes). Controle de
sequência da elaboração de produtos visando evitar a
contaminação. Aditivos e medicamentos são manipulados de
forma a evitar a contaminação cruzada (utensílios identificados,
limpeza validada).
5 PPHO: Proteção Cuidados no armazenamento e formas de transporte dentro da
contra área produtiva, procedimento de dosagens corretas (evitando-se
contaminantes e perigos químicos, alergênicos). Recipientes vedados durante o
adulterantes do transporte.
alimento
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N° Procedimento Descrição
6 PPHO: Agentes Ter locais de armazenamento adequado, tipo de toxicidade,
tóxicos manuseio correto pelo funcionário, etiquetagem clara e visível.
Pessoas treinadas para manipular esses agentes.
1 POP: Higienização Equipamentos e utensílios: adequados ao uso, em quantidades
das instalações, suficientes, dotados de devidos sistemas de controle
equipamentos, (temperatura, pressão ou umidade), com acabamento sanitário,
móveis e utensílios fácil limpeza, não corrosivo, limpos e conservados.
(PPHO = Higiene Deve informar a natureza da superfície a ser higienizada, método
das superfícies de de higienização (varrer, lavar etc.), produtos utilizados com a
contato com o devida concentração (aprovados pelo órgão competente),
produto) princípio ativo e tempo de ação, temperatura da água e enxágue.
Desmonte do equipamento: deve ser previsto, quando aplicável.
Equipamentos em manutenção: devem estar identificados.
Produtos de limpeza: devem estar identificados e armazenados
adequadamente.
2 POP: Controle da Padrão de potabilidade: microbiológico e físico-químico (de
potabilidade da acordo com as leis vigentes). Toda água em contato com o
água alimento deve ser potável.
(PPHO = Reservatórios: devem estar fechados, em bom estado de
Potabilidade da conservação, limpos, livres de vazamentos e infiltrações e de fácil
água) acesso.
Controle da potabilidade da água: abordar todas as etapas
como captação, tratamento, armazenamento, distribuição, pontos
de coleta das amostras, análises, monitoramento, ações
corretivas, verificação e registros.
Estabelecer frequência de execução de análise de
monitoramento e de limpeza dos conservatórios (semestral
recomendado). (Registrar.)
3 POP: Higiene e Higiene: procedimentos em relação ao uso e higiene dos
saúde dos uniformes, hábitos higiênicos (barba e bigodes protegidos),
manipuladores higiene pessoal (lavagem de mãos, banho diário, dentes limpos).
(PPHO = Saúde Higiene antes e durante as operações. Ausência de adornos,
dos colaboradores e esmalte, maquiagem. Local separado para fumo. Treinar
PPHO = Higiene anualmente.
pessoal dos Condições de Saúde: exames laboratoriais e atestados
colaboradores) médicos.
- exames médicos e laboratoriais pertinentes: Exames
admissionais (avalia a situação de saúde antes do início da
atividade) e exames periódicos (mínimo anualmente).
- doenças e lesões: avisar ao Supervisor e não manipular
alimentos ou superfície de equipamentos que entrem em contato
com alimentos. Exclusão da manipulação de alimentos, nas
doenças: hepatite A, diarreia, vômitos, febre, secreção nos
ouvidos, olhos ou nariz. (Registrar.)
Equipamento de Proteção Individual – EPI: uso de luvas,
máscaras, tampões, aventais e outros devem estar em condições
de higiene e limpeza. O uso de luvas não exime o manipulador da
obrigação de lavar as mãos cuidadosamente. (Registrar.)
4 POP: Manejo dos Deve ter tratamento e eliminação de resíduos aprovados por
resíduos órgão competente. Ter área adequada para estocagem de
resíduos sólidos. No interior do estabelecimento: lixo tampado,
identificado, de fácil limpeza e transporte, acionamento não
manual. Retirada frequente da área de manipulação, evitando-se
foco de contaminação.
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N° Procedimento Descrição
5 POP: Manutenção Programa de Manutenção Preventiva e Corretiva: deve ser
preventiva e mantido, buscando-se minimizar parada e risco de perigo físico,
calibração de químico e ou biológicos e parada de máquina. (Registrar.)
equipamentos Programa de Calibração: todos os equipamentos de medição
devem operar calibrados, mantendo-se o programa, prevenindo
erros de pesagens, temperaturas e ou umidade. (Registrar:
resultados da calibração, rastreabilidade do equipamento, local,
data da última calibração, tolerância e frequência da calibração.)
6 POP: Controle Empresas terceirizadas: devem ser registradas.
integrado de Deve existir um mapa com a identificação dos porta-iscas e
vetores e pragas armadilhas. Os porta-iscas e armadilhas devem estar
urbanas identificados. Produtos utilizados no combate a pragas devem ser
(PPHO = Controle registrados em órgão competente. Produtos devem ser
integrado de identificados e guardados em local adequado, utilizados de
pragas) acordo com o recomendado. Devem ser adotadas medidas
preventivas para proliferação de pragas. (Registrar.)
Medidas preventivas contra os 4A: Alimento, Água, Abrigo e
Acesso.
7 POP: Seleção das A empresa deve estabelecer especificações relativas às
matérias-primas, matérias-primas e embalagens para a realização da compra. E
ingredientes e critérios de análise e aprovação para ambos. (Registrar.)
embalagens
8 POP: Programa de Rastreabilidade: deve-se estabelecer como será a identificação
recolhimento de e a rastreabilidade dos produtos produzidos, devendo
alimentos contemplar: lotes produzidos, lotes de matérias-primas utilizadas
e clientes que compraram cada lote produzido.
Recall: Deve contemplar procedimentos a serem seguidos, em
caso de necessidade de recolhimento de alimentos, de forma a
serem: rápidos, efetivos, devoluções segregadas, com destino
final definidos, responsáveis definidos.
Fonte: Elaborado com base nas legislações MAPA (Brasil, 1997) e Anvisa (Brasil, 2002).
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• Comprometimento da direção – a implantação de um sistema desse porte
deve ter total comprometimento da direção, pois, por meio dele é preciso
delegar responsabilidades e autoridades aos funcionários;
• Formação da equipe APPCC (multidisciplinar) – é importante que um
representante de cada área, etapa, faça parte dessa equipe, pois visões
diferentes, experiências diferentes sobre o processo ajudam a estabelecer
um amplo e completo Plano APPCC;
• Definição de funcionários e responsabilidades – estabelecer e delegar
responsabilidades e autoridades aos colaboradores é fundamental para o
bom andamento do Plano APPCC, plano esse preventivo, porém, com
correções, quando necessárias, previstas e já autorizadas previamente,
podendo algumas funções para o processo, caso sejam necessárias;
• Avaliação dos pré-requisitos – as BPFs são fundamentais para a
eficiência da implantação do Plano APPCC, pois, se as medidas
preventivas conseguidas por meio delas, como controle de pragas,
controle de potabilidade de água, higiene e saúde de colaboradores,
manutenção e calibração de equipamentos, podem acarretar um aumento
significativo na quantidade de PCCs dentro do fluxograma de produção,
aumentando-se o risco de ocorrência dos perigos físicos, químicos e
biológicos;
• Treinamento em APPCC dos multiplicadores – todas as pessoas da
equipe APPCC devem ser treinadas, deixando-as capacitadas para
multiplicar internamente os conceitos do programa de segurança de
alimentos;
• Definição e descrição do produto (importante: levantamento de literatura
e histórico do produto) – quanto mais detalhada essa etapa for, melhor
para a etapa de definição de PC e PCC. Deve-se incluir nessa definição
do produto o nome, as características do produto final (pH, Aw, Umidade
etc.), forma de uso do produto (se é pronto para o consumo ou se tem que
passar por cozimento, fritura, assamento etc.), características da
embalagem (vácuo, atmosfera modificada, estéril, hermética etc.), prazo
de validade, local de venda do produto (mercado, feiras, açougue,
atacado, varejo, indústrias), instruções contidas no rótulo (alergênicos,
temperatura armazenamento, quantos deve ser consumido após aberto
etc.), controles especiais durante a distribuição e a comercialização;
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• Identificação do usuário do produto e forma de uso – qual é o público
consumidor (crianças, adultos, idosos) e forma de uso (pronto para o
consumo, modo de preparo);
• Desenvolvimento de um diagrama de fluxo – incluir todas as etapas,
quanto mais detalhado e fiel ao original, melhor; identificar peneiras, imãs,
detectores de metal, pontos de entrada água, matérias-primas, vapor,
temperaturas, tempos, se importante para o processo;
• Validação do fluxograma de processo – percorrer todo o processo
produtivo verificando se ele está de acordo com o diagrama de fluxo
desenhado anteriormente. Fazer as alterações necessárias, e caso não
sejam necessárias, assinar o fluxo, datar e manter como registro.
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Quadro 2 – Exemplo de análise de perigos
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• Princípio 3 – estabelecimento dos limites críticos: uma vez identificados
os PCCs, devemos, então, estabelecer os limites críticos, ou seja, até que
ponto podemos permitir a ocorrência de determinado perigo até a
retomada do seu controle.
• Princípio 4 – estabelecimento dos procedimentos de monitoração: definir
o que será alvo de monitoramento (temperatura, pressão, teor de cloro
etc.), como (qual equipamento irá fazer isso? Será visual?), quando
(frequência, a cada lote, hora, dia) e quem irá realizar o monitoramento.
• Princípio 5 – estabelecimento das ações corretivas: quando o limite crítico
for atingido ou extrapolado, quais ações corretivas devem ser tomadas
para evitar que o perigo siga para as próximas etapas do processo ou que
se chegue ao consumidor final?
• Princípio 6 – estabelecimento dos procedimentos de verificação:
determinar o que, como, quando e quem será o responsável por fazer o
monitoramento dos PCCs e, por conseguinte, do Plano APPCC.
• Princípio 7 – estabelecimento dos procedimentos de registros: juntar toda
a documentação referente a todas as etapas e manter um plano
documentado sobre o Sistema de APPCC, deve ser determinado quando
e quais motivos levam o plano a ser revisado.
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embutidos ou não, produtos secos, curados e/ou maturados embutidos ou não,
produtos cozidos embutidos ou não, produtos salgados crus, cozidos, conservas
cárneas, mistas e semiconservas cárneas (Brasil, 1998), sendo que, em cada
uma dessas categorias, cabe mais de um produto.
Como fica impossível apresentar fluxograma e um plano APPCC completo
para cada subproduto da carne, apresentaremos os pontos relevantes sobre a
matéria-prima principal: carne in natura. O fluxograma simplificado do abate até
a obtenção da carne é: transporte, recepção e descanso do gado, banho de
aspersão, insensibilização, içamento (praia de vômito), sangria, esfola,
evisceração, inspeção, divisão de carcaça, toalete, lavagem da carcaça,
resfriamento, expedição e transporte (Beefpoint, 2020a).
Os parâmetros de segurança desse produto são em torno de pH 5,1 a 6,2
e atividade de água (Aw) maior ou igual a 0,98 (Sebrae, 2000, p. 71). O
consumidor poderá consumir cru (moída, “carne de onça”) ou com algum tipo de
tratamento térmico (assar, fritar). Embalagem em bandeja de isopor com filme
plástico por cima. Validade: 10 dias. Local de venda: açougue e supermercados.
Instruções do rótulo: manter sob refrigeração. Frio deve ser mantido em toda
cadeia de distribuição e comercialização.
Perigos relacionados à matéria-prima carne: biológico (microrganismos
em função da manipulação durante o abate e o corte da carne, Aw muito alta e
muitos nutrientes), físico (pedaços de osso), químico (excesso de antibióticos,
hormônios).
Segundo Germano e Germano (2011, p. 82-83), carne é um dos alimentos
que mais causam toxinfecções alimentares provadas principalmente por
enterobactérias, estafilococos e clostrídios.
Perigos relacionados ao processo de obtenção da carne: biológico
(microrganismos patógenos em função de contaminação dos utensílios e
ambientes, fezes no momento da retirada do intestino, manipuladores, água
contaminada), físicos (pedaços de facas, lâminas, luvas, EPIs), químicos
(detergente, sanitizante, graxa não alimentícia).
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Quadro 5 – Pontos críticos de controle carne in natura (PCC)
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do processo é formado pelas seguintes etapas: recepção do leite cru na
indústria, pesagem/filtração, resfriamento, estocagem do leite cru,
filtração/classificação, padronização/desnate, pasteurização, armazenamento,
empacotamento, estocagem/ transporte (Sebrae, 2000, p. 118).
O leite pasteurizado possui as seguintes características intrínsecas: pH
6,5 a 6.8 e Aw maior ou igual a 0,98 (Sebrae, 2000, p. 71). Os perigos inerentes
à matéria-prima leite são: biológico (microrganismos patógenos obtidos por meio
de manipulação incorreta) e químico (presença de antibióticos). Perigos
inerentes ao processo de fabricação do leite pasteurizado são: biológico (higiene
feita de forma incorreta em tanques e tubulações), físico (advindo de parte dos
filtros e peneiras) e químicos (resíduos de produto químico de limpeza nas
tubulações e tanques).
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limita-se à indústria, porém, a qualidade das MPs de origem animal tem
correlação direta com boas práticas de pré-abate.
Orgânico – qualidade (atender PIQ) versus segurança (atende às
legislações convencionais de microbiologia, microscopia, ausência de resíduos
químicos) – não se limita à indústria, pois, para o produto acabado de origem
animal ser considerado e certificado orgânico, implica não somente nas boas
práticas agropecuárias, mas sim na garantia de que toda a cadeia, do campo,
criação, à indústria, atendem aos requisitos (químicos), ambientais e sociais de
segurança.
Nesse sentido, os limites aceitáveis como parâmetros para os produtos
convencionais são alterados drasticamente em relação aos produtos orgânicos.
O plano APPCC tem como característica principal a prevenção de perigos
que possam causar doenças nos consumidores desse alimento. No entanto, as
legislações de alimentos convencionais já são feitas, desde que cumpridas
integralmente, com estudos científicos que se atentam para esse nível de
segurança alimentar.
O plano APPCC não lida com aspectos socioambientais em um primeiro
momento, nem fala sobre o bem-estar animal, mas, quando aplicado à produção
orgânica, esses pontos podem ser considerados como relevantes ou críticos
para o resultado final esperado pelo consumidor do produto orgânico.
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REFERÊNCIAS
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PIRES, M.F. Aspectos de qualidade físico-química e microbiológica de ovos
comerciais. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Zootecnia). Universidade
Federal de Goiás. Goiânia, 2013.
SARTORI, V. Z.; COLLA, M. L.; REINEHR, C. O. Implantação do sistema de
análise de perigos e pontos críticos de controle em granja avícola. VII
Simpósio de Alimentos, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, 2013.
SEBRAE. Guia para elaboração do Plano APPCC Laticínios e Sorvetes.
(Qualidade e Segurança Alimentar) Convênio: CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA.
Projeto APPCC Indústria. Rio de Janeiro: SENAC/DN, 2000. p. 161.
SENAC. Guia de elaboração do Plano APPCC. (Qualidade e Segurança
Alimentar) Convênio: CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA. Projeto APPCC Mesa. Rio de
Janeiro: SENAC/DN, 2001. p. 314.
SILVEIRA, A. V. M. Programa de análise de perigos e pontos críticos de
controle. 81 p.: il. – (Curso técnico em alimentos). Recife: EDUFRPE, 2012.
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