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CETICISMO

o itinerário da dúvida e a suspensão do juízo


Contexto filosófico anterior

■ A maior concepção da Filosofia é de que ela é uma


busca incansável e inalcançável pela verdade;
■ Desejo de um conhecimento certo, objetivo e absoluto;
■ Os filósofos seriam capazes de encontrar a verdade,
através da razão;
Os Céticos

■ Os Céticos não se inserem no que foi dito até agora;


■ Nutrem uma absoluta desconfiança em relação à existência daquilo que chamamos de
verdade;
■ A questão da verdade é sempre colocada em pauta e sempre alimenta as diferentes doutrinas
filosóficas;

■ O ceticismo vai contra a ideia de todos aqueles que perseguem ou que julgam ter alcançado
a verdade;
■ O cético segue buscando a verdade, investigando-a, mas sempre “suspende seu juízo”
quanto à possibilidade ou não de algo ser verdadeiro ou falso;
O Pirronismo
– o ceticismo de Pirro de Élis
■ Normalmente, é considerado o fundador do Ceticismo;
■ Embora nada tenha escrito, os filósofos céticos o citam, especialmente seus discípulos;
■ Definiu três questões que organizam toda e qualquer investigação filosófica:

1. Sobre as coisas, qual a sua verdadeira natureza;


2. Em que situação nós estamos a respeito dessas coisas;
3. O que podemos esperar que se siga dessa situação.
Sexto Empírico
– o ceticismo e o dogmatismo
■ Foi um dos filósofos mais importantes do ceticismo e discípulo de Pirro;
■ Distingue o filósofo cético dos demais filósofos – que ele chama de “dogmáticos”;

■ Para Sexto Empírico, os dogmáticos são os filósofos que julgam ter encontrado a
verdade – absoluta e inquestionável – e também aqueles que julgam a impossibilidade
de encontrá-la – o dogmatismo negativo.
■ O dogmatismo é sempre um extremo inquestionável.
Suspensão do Juízo

■ Em grego, “époche”;
■ É o “silêncio cético”: diante da impossibilidade de admitir qualquer coisa como falsa ou
verdadeira, bom ou mau, justo ou injusto, certo ou errado, o cético se cala.

■ É a ausência de resposta – suspender o juízo significa se negar a dar o consentimento ou


admitir que se sabe o que quer que seja;
O itinerário da dúvida cética

■ Não é um método ou caminho: é a dúvida pela dúvida;


■ Segue poucos passos:
1. Investigação
2. Dúvida cética
3. Imperturbabilidade da alma (ataraxia)

■ Ou seja, como as outras doutrinas desse período helenístico, o ceticismo também é uma
filosofia eminentemente prática, que visa, em última instância, alcançar a vida boa ou a
felicidade
O itinerário da dúvida cética

■ Através de um “conflito de teorias” existentes, o cético percebe que elas se excluem


mutuamente;
■ Logo, suspende seu juízo, recusando-se a tomar partido;

■ Suspender o juízo leva o cético a se descobrir livre das inquietações próprias daqueles
que disputam entre si a posse da verdade´;
■ É o que leva ao alcance da ataraxia, que corresponde à própria felicidade;
Caráter terapêutico

■ No Helenismo, portanto, a filosofia tem um caráter terapêutico;


■ O objetivo principal: conduzir o homem à tranquilidade e, consequentemente, à
felicidade – ausência de perturbações;

■ “[...] também os céticos começam fazendo como os outros filósofos, que buscam a paz
da alma na firmeza e segurança do juízo. Não a alcançando, eles suspendem o juízo e
eis que, por acaso, a paz da alma acompanha a suspensão do juízo como a sombra o
corpo.”
– Sexto Empírico
Hoje em dia

■ Muitas crenças são questionadas;


■ Sempre se discute e se desconfia de verdades;
■ Época das Fake News;

■ O ambiente natural do ceticismo é uma sociedade democrática, pluralista e tolerante;


■ Desconfiar de afirmações precipitadas é a marca registrada do ceticismo, por isso ele é
uma forma atual de filosofar – e são excelentes argumentadores.

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