Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CÃES E GATOS
DRA THAISSA C. DENTELLO
MÉDICA VETERINÁRIA
CRMV-RR: 288
Durante muitas décadas a dor foi considerada uma parte essencial do processo de
cura, era uma consequência "natural" de diferentes doenças e situações. Era como se a
dor tivesse que ser tolerada para o processo de "cura".
Esse conceito permaneceu no pensamento das pessoas durante os muitos milênios de
existência do homem moderno, fazendo com que a presença da dor ou a necessidade
de seu tratamento fossem pouco valorizadas.
Os animais foram ainda mais vitimados por conceitos arcaicos, pois muitos acreditavam
que os animais não experimentavam a dor à semelhança do homem. Entre as várias
razões desta diferença, acreditava-se que os animais não possuíam os mesmos
atributos fisiológicos capazes de gerar as sensações dolorosas.
Além disso, era enraizado entre nós, médicos veterinários, que os animais deveriam
permanecer com dor pois se movimentariam menos, contribuindo para uma melhor
cicatrização e reparação cirúrgica.
Felizmente estes conceitos foram esquecidos frente as várias evidências científicas que
comprovaram que os animais são totalmente aptos para experimentar a dor e assim
como os seres humanos beneficiam-se de tratamento analgésico.
O QUE É DOR?
As alterações comportamentais associadas com dor crônica podem ser bastante sutis e ter
um desenvolvimento gradual, que as torna mais facilmente detectáveis pelo tutor em
ambiente familiar.
Alterações na alimentação e execução de atividades (como por exemplo, subir para áreas
superiores ou utilização da caixa de areia) e o menor grau de sociabilidade, vitalidade e
mobilidade (desconforto, rigidez, claudicação, tolerância ao exercício e fluidez nos
movimentos), stress e temperamento são algumas alterações possíveis de observar.
Assim sendo, a observação feita em casa por parte do tutor pode proporcionar pistas úteis
ao médico veterinário, constituindo uma importante base para a avaliação da dor crônica.
COMO AVALIAR A DOR ?
Na literatura estão disponíveis vários instrumentos que nos permitem graduar a
dor mais acuradamente tornando a escolha de fármacos, doses e associações
analgésicas menos empíricas.
Há escalas subjetivas como a escala numérica verbal e a EVA na qual o veterinário com os
relatos do tutor atribui uma nota de 0 a 10 para o animal sendo o zero a ausência de dor e
10 a pior dor possível simplesmente observando seu comportamento.
Porém não são tão eficazes como a da Universidade de Glasgow e a do Colorado
Escala curta de Glasgow
para avaliação de dor
aguda pós-operatória em
cães.
Escala da Universidade do Colorado proposta para avaliação da dor aguda em cães, com escore de zero a
quatro (adaptada de HELLYER et al., 2007).
Escala da Universidade do Colorado proposta para avaliação da dor aguda em gatos, com escore de zero a
quatro (adaptada de HELLYER et al., 2007)
Escala da
Universidade de
Helsinque para
avaliar a dor em
cães com
osteoartrite
Escala de
qualidade de
vida em cães
com câncer
ESCADA DE TRATAMENTO PARA DOR