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Psicologia Escolar em Rondônia:

formação e práticas
Iracema Neno Cecilio Tada
Iuna Pereira Sápia
Vanessa Aparecida Alves de Lima

Por: Laura Giotto e Rene Ahne


INTRODUÇÃO
Através de pesquisas esse texto nos mostra um pouco da realidade dos psicólogos
escolares em Rondônia.
Durante formação e atuação psicólogos acabam atuando em virtude do viés clinico o
que acaba contribuindo pra uma atuação descontextualizada do profissional.
Universidade Federal de Rondônia ate pouco tempo atrás possuía enfoque clinico
nas disciplinas de Psicologia Escolar.
Disciplina buscam enquadrar as pessoas em termos de normalidade e anormalidade,
porem nenhuma contribui para uma compreensão do contexto histórico-cultural em
que eles vão ter que atuar.
OBJETIVO
O objetivo da pesquisa foi de conhecer a
formação e a atuação dos psicólogos da
rede de ensino público de Rondônia
• 38 psicólogos escolares Para participar os Psicólogos
35 do sexo feminino e três leram e concordaram com o
do sexo masculino Termo de Consentimento
•Faixa etária: 9 Psicólogos Livre e Esclarecido. O
contato com os participantes
entre 20-29 anos, 12
foi inicialmente feito através
Psicólogos entre 30 – 39
da secretaria estadual de
anos, 13 Psicólogos entre
Rondônia para identificar
40-49 anos, 3 Psicólogos
quais municípios havia
entre 50-60 anos. Um não
psicólogos escolares.
informou idade.

PARTICIPANTES
O questionário continha questões Pesquisa quantitativa e
qualitativa utilizando,
referentes ao local e tempo de formação, como instrumentos para
local e tempo de atuação, tipo de coleta dos dados,
contratação, formação continuada, forma questionário, análise
de atuação, principais instrumentos documental e diário de
utilizados, público alvo e base teórica que campo.
norteia as suas ações.

Para os Pscologos do interior foi enviado Para analisar os


via e-mail e para os da capital foram dados foram seguidas a) inserção do
agendados data e local para aplicação quatro categorias: psicólogo escolar na
individual rede pública;
b) formação inicial;
c) formação continuada
d) atuação.

MÉTODOS E MATERIAIS UTILIZADOS


RESULTADOS
1. Inserção do psicólogo escolar na rede pública
Em 2001 e 2003, houve concurso público para psicólogo escolar em decorrência de “uma
exigência do Ministério da Educação e Cultura” em se ter este profissional na escola. Em 2006
havia 97 psicólogos e o número caiu para 27 em 2009. Uma possível explicação para esse fato
pode ser a baixa remuneração deste profissional – em torno de R$ 2.200,00 –, sem direito a
adicional por titulação, trabalhando semanalmente oito horas/dia e muitas vezes aos sábados.

2. Formação inicial
Analisando a grade curricular de curso de Psicologia da UNIR foi concluído que essa formação
prioriza a busca pelo diagnóstico e, consequentemente, o enquadramento do aluno encaminhado
com queixa escolar em termos de normalidade e anormalidade, desconsiderando a complexidade
do funcionamento escolar e sua relação com a queixa. Faz-se necessário que os cursos de
Psicologia na área escolar rompam com esta formação clínica.
3. Formação continuada
60% dos participantes não realizavam nenhum curso de formação continuada. A falta
de atualização poderia ser entendida pelo fato da região ser distante dos grandes
centros, mas, desde 1995, cursos de formação continuada são oferecidos.

4. Atuação
Em termos de modalidade de ensino, 70% atuam no Ensino Fundamental. O público
alvo dos participantes da pesquisa são os alunos, pais, professores e demais
funcionários, o que demonstra até certo ponto uma noção de que as dificuldades do
cotidiano escolar geralmente englobam os diversos atores escolares. Ao analisarmos a
atuação, temos que 89% atuam clinicamente, fazendo uso de testes de personalidade,
avaliação de nível intelectual e aplicação das provas piagetianas nos alunos
encaminhados, dinâmica de
grupo com os professores e equipe de apoio bem como anamnese com os pais.
CONCLUSÕES
• Esta pesquisa contribuiu para um maior conhecimento sobre a formação e atuação
do psicólogo escolar, identificando suas reais necessidades frente à complexidade
do cotidiano escolar, colaborando para nossa reflexão sobre a formação inicial e
continuada deste profissional.
• Através da pesquisa da formação e pratica do psicólogo escolar em Rondônia
chegou se a conclusão de que talvez em decorrência de uma formação tradicional
pautada no modelo clínico, a maioria tem atendido clinicamente o que pouco auxilia
na compreensão do fracasso escolar por negligenciar fatores do cotidiano escolar e
as relações sociais ali constituídas.
• O não envolvimento em cursos de formação continuada e a busca de
fundamentação teórica para sua atuação preocupam já que o profissional facilita a
compreensão de culpablizar o aluno e/ou sua família pelo insucesso escolar.
• Outro dado importante resaltar e a desvalorização do psicólogo
escolar em termos de secretarias públicas de educação, que pagam
baixo salário, deixando inclusive de ter candidatos suficientes para
preenchimento das vagas disponíveis
• Vale destacar que o governo do Estado iniciou, em 2008, um plano de
cargos e salários em que consta pela primeira vez o cargo do
psicólogo escolar, um avanço em termos políticos de reconhecimento
deste profissional. Algumas parcerias têm sido efetivadas entre a REN
e a universidade de Rondônia, visando uma ruptura com o fazer
clínico em prol de atuação norteada pela teoria histórico crítica.

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