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5ª RESPONSABILIDADE CIVIL
UCAM – FACULDADE DE DIREITO – CENTRO – RJ – SEMINÁRIO ESPECIAL - 2022-2 – Prof. ROBERTO NUNES
ESTUDAMOS NA AULA ANTERIOR (4ª.)
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UCAM – FACULDADE DE DIREITO – CENTRO – RJ – SEMINÁRIO ESPECIAL - 2022-2 – Prof. ROBERTO NUNES
Introdução:
A responsabilidade probatória no
Direito Processual Civil.
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Responsabilidade probatória no Direito Processual Civil
Para as relações processuais civilistas, tidas em geral como paritárias, igualitárias
(i. é, entre iguais), tínhamos, na passada lei processual (CPC/73):
CPC - Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973 - Institui o Código de Processo Civil .
Art. 333. O ônus da prova incumbe: No NOVO CPC : Distribuição dinâmica do ônus da prova - art. 373 e §§§
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova
quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
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Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova no Novo CPC
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do autor.
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 6
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IMPORTANTÍSSIMO !!!
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O CERNE DAS QUESTÕES (botânica em quadrinhos)...
e ira
Palm
e da
Cern
O
O cerne de uma questão é o núcleo
do qual partirão as ideias.
Discernir tem origem no latim discernere, que
significa colocar de parte, dividir ou separar.
Discernir é conhecer, avaliar, distinguindo entre
várias coisas ou conceitos o núcleo da hipótese (da
questão), afastando o que há menor importância.
O discernimento pode ser classificado como um juízo que é usado para fazer
a distinção entre várias coisas, compreendê-las e fazer a escolha acertada....
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Um Conceito Elementar
Sergio Cavalieri Filho (Op. Cit. p. 67) define nexo causal como “elemento
referencial entre a conduta e o resultado. É através dele que
poderemos concluir quem foi o causador do dano.”
Sérgio Cavalieri Filho e a melhor doutrina, reconhecem o dever de indenizar até em casos
excepcionais onde não há nexo causal. De acordo com essa teoria existe o dever de indenizar
apenas em face do dano, mesmo nos casos de culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso
fortuito ou força maior. Ex: acidentes nucleares; danos ambientais, sob certas circunstâncias...
No que diz respeito à responsabilidade civil por dano ambiental, o entendimento do STJ é que
“a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do
ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes
de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar”.
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Casuística – Teoria do Risco Integral
TJ-GO - APELACAO APL 02115667220108090005 (TJ-GO) - Data de publicação: 17/03/2020
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANO À PROPRIEDADE ALHEIA E AMBIENTAL. QUEIMADA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva,
informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se
integre na unidade do ato.
A queimada que, apesar de autorizada, tenha saído do controle a ponto de gerar danos à propriedade alheia e ao
meio ambiente enseja a responsabilização por parte de quem a ela tenham dado causa e que se beneficiaria do
seu resultado. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA.
TJ-SC - Apelação APL 03011007520158240056 Tribunal de Justiça de Santa Catarina - •Data de publicação: 06/07/2021
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONDENATÓRIA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PROCEDÊNCIA À ORIGEM. RECURSO DO RÉU.
APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. SÚMULA N. 297 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA. ROUBO QUALIFICADO EM AGÊNCIA BANCÁRIA. DEVER DE SEGURANÇA. RISCO INERENTE
À ATIVIDADE ECÔNOMICA DESENVOLVIDA PELO RÉU. AUSÊNCIA DE QUEBRA DO NEXO DE CAUSALIDADE POR FATO DE TERCEIRO.
RESPONSABILIDADE FUNDADA NO RISCO INTEGRAL. "O entendimento do Superior Tribunal de Justiça é também firme 'no sentido
da responsabilidade do banco por roubo ocorrido no interior da agência bancária, por ser a instituição financeira obrigada por lei
(Lei nº 7.102/1983) a tomar todas as cautelas necessárias a assegurar a incolumidade dos cidadãos, não podendo alegar força
maior, por ser o roubo fato previsível na atividade bancária' (4ª Turma, REsp 227364-AL, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira)" -
(Programa de responsabilidade civil / Sérgio Cavalieri Filho. - 9. ed - São Paulo : Atlas, 2010, pág. 431). DANO MORAL.
OCORRÊNCIA. AUTORA QUE FOI COAGIDA PELOS ASSALTANTES POR MEIO DE ARMA DE FOGO E INTIMIDAÇÕES VERBAIS CONTRA SUA VIDA E
INTEGRIDADE FÍSICA A FICAR DEITADA NO CHÃO POR HORAS. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. SITUAÇÃO FINANCEIRA DA OFENSORA E CONDIÇÃO ECONÔMICA DA LESADA. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA.
BINÔMIO COMPENSAÇÃO PARA A VÍTIMA E PUNIÇÃO PARA O AGENTE. VERBA MINORADA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. PARÂMETROS INSERTOS NO [...] CPC. PROCESSO COM RELATIVA COMPLEXIDADE E LONGA TRAMITAÇÃO. PERCENTUAL DE 15%
ADEQUADO À ESPÉCIA. INVIÁVEL MINORAÇÃO DA VERBA REMUNERATÓRIA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
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Nexo Causal. REGRA GERAL. Conduta natural.
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TEORIAS SOBRE O NEXO CAUSAL
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Teoria da Equivalência dos Antecedentes
Conceito: Se várias condições concorrem para o mesmo resultado, todas têm o
mesmo valor, a mesma relevância. Não é de se indagar se uma delas foi mais ou
menos eficaz, mais ou menos adequada.
Para seus defensores, causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido, sem distinção de maior ou menor relevância que cada uma teve.
Por isso, essa teoria é também chamada de conditio sine qua non, ou da equivalência
das condições.
Crítica: Ela pode levar o exame do fato e seus antecedentes a uma exasperação da
causalidade e a uma regressão infinita do nexo causal, como, por exemplo, no exame
de um atropelamento por imprudência do motorista, discutir-se a responsabilização
de quem lhe vendeu o automóvel; ou, no caso de homicídio por arma de fogo,
cogitar-se a responsabilidade do fabricante do revólver...
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Teoria da Causalidade Adequada
Causa, para seus defensores, é o antecedente não só necessário, mas também o
adequado à produção do resultado.
Logo, se várias c o n d i ç õ e s concorrerem, de alguma forma, para determinado
resultado, nem todas serão causas, mas somente aquela que for a mais adequada à
produção do evento; i. é, a mais determinante, desconsiderando-se as demais.
O problema reside nesse ponto: qual foi a mais adequada?
Não há regra teórica ou fórmula pronta para a solução.
O julgador deverá atentar para a re a l i d a d e fá ti c a , com bom senso e
ponderação, retrocedendo ao momento da conduta e, colocando-se na posição do
agente (ou agentes), verificar a eficácia de cada condição para a produção do
resultado danoso.
Mas, sem prejuízo da concorrência de causas ou de ilicitudes...
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Causalidade Adequada – a teoria aceita pelo Direito Civil.
Os melhores autores, a começar por Aguiar Dias (mencionado por Cavalieri Filho como
sendo o "nosso papa em responsabilidade civil"), sustentam que, enquanto a "teoria
da equivalência da condições" predomina na esfera penal, a "teoria da causalidade
adequada" é prevalente na órbita civil.
Assim, para os fins do nosso estudo, deve-se indagar "qual dos fatos (causas ou
culpas), foi adequado para a concretização do evento danoso?
Ou melhor, qual dos atos culposos fez com que o outro, que não teria
consequência por si só, determinasse, adjuvado por ele, o acidente"...
Obs: Não é a simples proximidade temporal ou espacial entre a causa e o efeito que
resultam na aferição do nexo de causalidade para os fins de responsabilização, como
preconiza a teoria norte-americana da "the last clear chance“, que indaga quem teve
a última oportunidade de evitar o evento e não o fez (é a “teoria da última chance”).
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Não podemos confundir “causa próxima” com Concausa...
Comumente, acentua Cavalieri Filho, a causa situada, temporalmente, mais próxima ao
evento, não passa de uma concausa, pois que não se configura, necessariamente, como
a mais determinante, hipótese em que deverá ser desconsiderada .
“Causa jurídica” é aquela que mais se vincula diretamente ao dano.
Vamos a um exemplo: Um automóvel mal estacionado, já há um bom tempo, com
duas rodas na via pública, foi abalroado por um ônibus, cuja empresa alegou culpa
concorrente do proprietário do auto (TJRJ-Ap. 6.486). O pinem
Nesses casos, haverá a repartição proporcional dos prejuízos, conforme dispõe o art.
945 do CC: "Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano."
Mas, não é nada simples, como veremos a seguir...
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Casuística – Culpa Exclusiva e Culpa concorrente
TJ-MG - Apelação Cível AC 10011120016602001 MG (TJ-MG)-Data de publicação: 13/03/2015
ACIDENTE - VIA FÉRREA - AUSÊNCIA DE CULPA DA EMPRESA - TRAVESSIA IMPRÓPRIA - INDENIZAÇÃO INDEVIDA.
Evidenciando-se que a vítima foi responsável, exclusivamente, para a produção do evento danoso procedendo à
travessia em lugar impróprio e sem a devida cautela, a responsabilidade civil da empresa deve ser afastada.
Entre a conduta do agente e a da vítima, é de se indagar qual dos atos (ou culpas)
foi decisivo para causar o evento danoso.
Noutras palavras: a responsabilidade é de quem interveio com culpa suficiente
para a ocorrência do dano, sendo o outro tão irrelevante que não havendo o
primeiro, as consequências danosas não adviriam.
OPINEM..
..
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E então?... Causa Adequada ou Culpa Concorrente?
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UCAMUCAM
– FACULDADE DE DIREITO
– FACULDADE – CENTRO
DE DIREITO – CENTRO– RJ – – SEMINÁRIO
– RJ SEMINÁRIOESPECIAL
ESPECIAL -2021-2
2022-2–– Prof.
Prof.ROBERTO
ROBERTO NUNES
NUNES
Façamos uma prognose retrospectiva....
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E a tal “prognose retrospectiva?
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Causa Adequada ou... Culpa Concorrente?
Pode parecer de pequena complexidade a apuração da causa adequada (à
produção do dano) e, consequentemente, a atribuição da responsabilidade, ou da
maior responsabilidade, visando a cominação da pena e a fixação da indenização...
Mas, não podemos esquecer dos elementos da responsabilidade aquiliana ao
fazermos a mencionada prognose retrospectiva...
Vamos rever isso.
Dolo ou
Responsabilidade Subjetiva: Culpa stricto sensu
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“Préjudice D´affection” – Dano Moral Reflexo ou em Ricochete
Muito Importante.
TJ-RJ - APELACAO APL 01103729620098190001 RJ 0110372-96.2009.8.19.0001 (TJ-RJ)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO - ATROPELAMENTO FATAL - PLEITO
INDENIZATÓRIO MOVIDO PELAS FILHAS DA VÍTIMA. CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL EM RICOCHETE (PRÉJUDICE
D'AFFECTION) - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO CONDUTOR DO VEÍCULO - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. CONDENAÇÃO
DA RÉ À INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, DESPESAS COM FUNERAL E DANOS MORAIS - APELO OBJETIVANDO A
REFORMA DA SENTENÇA PARA RECONHECER A CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA OU CULPA CONCORRENTE. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA. 1. Responsabilidade civil que possui natureza subjetiva, a exigir comprovação de culpa do causador do ilícito, dano
e nexo de causalidade. (cont...)
2. Configuração do dano moral reflexo, também conhecido por préjudice d'affection. A princípio, a titularidade
à pretensão indenizatória pertence a quem diretamente suportou o prejuízo, o que na doutrina alemã é chamado de
"Anspruch". No entanto, esta regra comporta exceções, dentre as quais se sobressai a teoria do dano em
ricochete ("Reflexschaden" ou "Préjudice d'affection"), hipótese em que embora o ato tenha sido praticado
diretamente contra determinada pessoa, seus efeitos acabam por atingir, indiretamente, a integridade moral de
terceiros, ensejando que a reparação possa ser reclamada não só pela vítima direta, mas também pelos
ascendentes, descendentes e aqueles que se encontram em um círculo mais próximo de parentesco,
guardando relação estreita de afeto com a vítima. 3. Matéria probatória. Nexo de causalidade. Dinâmica dos
fatos a indicar excesso de velocidade, evidenciando imprudência do demandado. Trata-se de local bastante
movimentado, (...) 4. Sentença que se mantém. (...)
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Fim desta Aula
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E xe r c í c i o s
Sem “colar”...
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1ª. e 2ª. AULAS
1ª Questão: O responsável pela reparação de danos será sempre aquele que cometeu
um ilícito civil.
( ) Certo
( ) Errado