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BIOTERÁPICO

Disciplina: FARMÁCIA HOMEOPÁTICA


Profa. Dra. JESSICA MENDES NADAL
 HOMEOPATIA: tratamento pelo semelhante –
experimentação no homem são
 ISOPATIA: tratamento com produtos elaborados
pela própria doença
ou
materiais provenientes do órgão afetado
Emprega a analogia etiológica
Equalia equalibus curantur
Plínio (23-79, a.C.): limo sob a língua do cão
raivoso ao tratamento da parvovirose

Dioscórides (séc. I a.C.): “onde há doença,


há o remédio”

séc. VII: proteção contra a varíola com


extrato da pústula
Robert Fludd

séc. XVII: escarro de


tuberculosos
Johann Wilhelm Lux (1777-1839)

 gado acometido de mormo e carbúnculo


› muco nasal dinamizado (30CH): mormo
› sangue: carbúnculo
 Denominou a terapêutica de ISOPATIA
 criou vários medicamentos: Anthracinum,
Malleinum, Leuchorrinum
Johann Ernest Stapf (1788-1860)

isopatia individual
(auto-isopatia)

administrar preparação dinamizada a partir


de secreção patológica, que
supostamente, continha a causa da
enfermidade
Constantine Hering (1800-1880)

 Nosódio
 1832: desenvolvimento do medicamento
Psoricum; hoje, Psorinum (primeiro nosódio)
 uso de órgãos sadios, diluídos e dinamizados:
organoterápicos
 1910: matéria médica de
nosódios

Roberto Costa
nosódios vivos”
série de dessensibilização
de alérgenos
 Obtidos a partir de produtos biológicos,
quimicamente indefinidos:
 secreções, excreções, tecidos, órgãos
 produtos de origem microbiana
 alérgenos
 De origem patológicas ou não
 Elaborados segundo a farmacotécnica
homeopática
 1965: Farmacopéia Francesa
 Podem ou não apresentar patogenesias (nosódios de
Hering)
 Luesinum, Psorinum, Medorrhinum e Tuberculinum
 Observação clínica
quadros infecciosos de etiologia conhecida –
Staphylococcinum, Streptococcinum
reações de hipersensibilidade – poeira, pólen,
alimentos
quadros provocados por agentes tóxicos – Plumbum
metallicum
quadros sintomáticos provocados por substâncias
biológicas – cálculos renais e biliares
CLASSIFICAÇÃO

bioterápicos isoterápicos
de estoque

BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE
Produtos cujo insumo ativo é constituído por amostras
preparadas e fornecidas por laboratório especializado.
( 5CH ou acima)
Bioterápicos Codex vacinas, soros, toxinas e anatoxinas

culturas microbianas puras, lisadas


Bioterápicos simples
e atenuadas

Bioterápicos complexos órgãos doentes, secreções ou


excreções patológicas

nosódios intestinais de Bach-


Bioterápicos ingleses
Paterson, microrganismos da flora
intestinal, presente nas fezes de
doentes crônicos
Bioterápicos Roberto Costa microrganismos vivos,a partir da
30 DH
Pertussinum
obtenção: lisado de expectorações de doentes com coqueluche
classificação: complexo

Diphterotoxicum
obtenção: toxina diftérica diluída, obtida do líquido de cultura do
bacilo diftérico
classificação: Codex

Enterococcinum
obtenção: lisado de cultura de Streptococcus faecalis
classificação: simples
Pyrogenium
obtenção: lisado de produtos de decomposição provenientes da
carne de boi, carne de porco e placenta humana
classificação: complexo

Luesinum
obtenção: lisado de serosidades treponêmicas de cancros sifílicos
experimentação: experimentação patogenética
classificação: complexo
Insumos relacionados com a
patologia/enfermidade do paciente.
Origem endógena ou exógena.

auto-isoterápicos insumo ativo obtido do próprio


paciente (secreções, excreções,
fezes, urina, cálculos, fragmentos de
tecidos, culturas microbianas)

heteroisoterápicos insumos ativos são externos ao


paciente, que de alguma forma o
sensibiliza (poeira, pólen, alimentos)
MANIPULAÇÃO DE ISOTERÁPICOS
COLETA
profissional habilitado
• farmácia de manipulação
• consultório médico
• laboratório de análises clínicas

receitas médicas: prescrição e descrição do material


uso ou não de produtos de higiene e medicamentos

Isoterápicos: manipulação na farmácia


homeopática (DESINFECÇÃO e
BIOSSEGURANÇA)
COLETA

• Toda amostra de origem biológica deve ser tratada como


patogênica.
• Observar e seguir as normas técnicas de segurança
individual e de proteção (EPI).
• Materiais de coleta (descartáveis): seringas e agulhas, alças
de platina, swabs.
• Encaminhamento da amostra: imediato
• Processamento: 1 a 2 h, no máximo, 4 h
• Impossibilidade: geladeira ou recipiente resfriado
ORIENTAÇÕES SOBRE A COLETA DE MATERIAL PARA
ISOTERÁPICOS
Material Procedimento
excreções (escarro, pus não usar medicamentos
tópicos ou
fezes) produtos anti-sépticos

pó caseiro não usar produtos de limpeza

raspado de pele e unha não usar medicamento tópico


usar produtos de higiene
neutros
saliva paciente em jejum de 1 h

sangue coletar sem anticoagulantes


jejum de 8 h
urina não usar anti-séptico local
desprezar o 1º jato
secreção (auricular, nasal não usar medicamento tópico
RECIPIENTES, VEÍCULOS E EXCIPIENTES UTILIZADOS NA COLETA
PARA A MANIPULAÇÃO DE ISOTERÁPICOS

Natureza do material Recipiente esterilizado Veículo


alérgenos solúveis frasco estéril água destilada
placa de Petri solução
glicerinada
solução
hidroalcoólica

cálculo renal e biliar coletor universal lactose


placa de Petri

cultura microbiana tubo de ensaio solução fisiológica


placa de Petri solução
lactosada 1%
solução
hidroalcoólica

escarro coletor universal lactose


RECIPIENTES, VEÍCULOS E EXCIPIENTES UTILIZADOS NA COLETA
PARA A MANIPULAÇÃO DE ISOTERÁPICOS

Natureza do material Recipiente esterilizado Veículo


fezes coletor universal água destilada
solução
glicerinada
solução
hidroalcoólica

fragmentos de órgãos e coletor universal lactose


tecidos frasco estéril solução
hidroalcoólica
solução
lactosada 1%
solução
glicerinada

pêlos, poeira ambiental coletor universal lactose


raspado de pele ou unha frasco estéril
RECIPIENTES, VEÍCULOS E EXCIPIENTES UTILIZADOS NA COLETA
PARA A MANIPULAÇÃO DE ISOTERÁPICOS

Natureza do material Recipiente esterilizado Veículo


saliva coletor universal água destilada
frasco estéril solução
fisiológica
solução
hidroalcoólica

sangue frasco estéril água destilada


tubo de ensaio, solução
hidroalcoólica
com pérolas de vidro solução
lactosada 1%
solução
glicerinada

secreções, excreções, coletor universal lactose


fluidos frasco estéril solução
glicerinada
Seguir a monografia específica.
Utilizar a técnica mais adequada às características
do material.
Escalas: Decimal, Centesimal, LM.
Métodos: Hahnemanniano, Korsakoviano, FC.
AUTOISOTERÁPICOS
 Dispensados a partir da 12 CH ou da 24 DH.
Material insolúvel
cálculos, escamas, fragmentos de órgãos e tecidos, pêlos e
pós

veículo: lactose, álcool 20% e 70%


procedimento:
1) Triturar até 3CH ou 6DH em lactose
2) Preparar 4CH ou 7DH em álcool 20%
3) Dinamizar as potências intermediárias em álcool 70%
4) última potência: teor hidroalcoólico de acordo com a ff
de dispensação
Material solúvel
alérgenos, excreções e secreções

veículo: álcool 70%


procedimento:
1) macerar o material por 12 horas
2) dinamizar as potências intermediárias em álcool 70%
3) última potência: teor hidroalcoólico de acordo com a ff de
dispensação
Cultura microbiana
placa microbiana ou suspensão de cepas bacterinas

veículo: glicerina diluída (1 parte de água e 1 parte de glicerina)


e álcool 70%
Processo:
1) dinamizar com glicerina diluída até 3CH ou 6 DH
2) dinamizar as potências intermediárias em álcool 70%
3) última potência: teor hidroalcoólico de acordo com a ff de
dispensação
Material biológico: coleta seletiva de lixo hospitalar
Aplicar o Programa de Gerenciamento de Resíduo de Serviços
de saúde - PGRSS
Vidros e cânulas - potências até 12CH ou 24CH: imersão em
hipoclorito de sódio 1% (2 horas) ou esterilização em autoclave e
após, descarte
materiais reutilizáveis: esterilização em autoclave, lavar
exaustivamente em água corrente, água purificada e submeter a
nova esterilização (estufa ou autoclave)
Objetos cortantes e perfurantes devem ser desprezados em
recipientes apropriados
Bioterápicos de estoque: mantidos da mesma maneira que
os demais medicamentos homeopáticos

Heteroisoterápicos: podem ser estocados, sendo


utilizados por outros pacientes

Auto-isoterápicos: repetição do receituário, aumento de


potência (6 meses a 1 ano), exclusivo do paciente
 Bioterápicos de estoque:
Serão identificados segundo a regra de nomenclatura. Ex:
Streptococcinum 18 CH

Isoterápicos:
Serão identificados pelo nome do produto que lhe deu origem
seguido da potência, escala e método. Ex: Poeira domiciliar
12 CH.

Auto-isoterápicos:
O nome do medicamento deverá ser precedido da expressão
Auto-isoterápico, potência, escala e método e nome do
paciente.
Ex: Auto-isoterápico de cálculo renal 30 CH para ..................
 Área específica para coleta de material e manipulação de auto-
isoterápicos .
 Quando comprovada a inatividade microbiana, poderá ser
preparado em área comum de manipulação homeopática.
 No caso de material de origem microbiana, animal ou humana:
método que demonstre a eliminação ou inativação dos agentes
infecciosos na matriz antes de entrar para a área de
manipulação: ultra-som; calor úmido; choque térmico.
 Técnicas de biossegurança e desinfecção/anti-sepsia
LEGISLAÇÃO e BPM

 POPs (orientação em relação à coleta do material, técnica


de preparação, descarte do material, armazenamento de
matrizes, rotulagem e dispensação, limpeza/sanitização e
esterilização de embalagens)

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