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MECANISMOS DE

RESISTÊNCIA DOS
B I O F I L M E S : R E V I S Ã O D E
L I T E R AT U R A

Jéssica Dayane Oliveira Fonsêca 1


Mestrado em Ciências Aplicadas à Saúde – ramo Biotecnologia

1- INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA


INTRODUÇÃO

 Sabe-se que a maior parte de um corpo humano não são as células.

 Atualmente um grande desafio para os pesquisadores e clínicos são as resistências bacterianas


BIOFILMES BACTERIANOS

 Biofilme são complexas comunidades de microrganismos que podem ser encontradas ligadas
a uma superfície ou podem formar agregados sem aderir a uma superfície (Roy et al., 2018).
PRIMEIRA IDENTIFICAÇÃO DOS BIOFILMES

 Os cientistas começaram a perceber que algumas bactérias sésseis estavam diretamente


relacionadas a doenças quando, em 1977, uma agregação Pseudomonas aeruginosa foi
encontrada no escarro dos pulmões de pacientes infectados com fibrose cística (Rabin et al.,
2015).
FORMAÇÃO DOS A formação do biofilme em
BIOFILMES qualquer superfície envolve
principalmente 3 estágios.

Adaptado de (Oliveira, Dalila Kênia. Cardoso, 2018).


FORMAÇÃO DOS BIOFILMES
ESTRUTURA

EXOPOLISSACARÍDEOS DNA PROTEINAS


ESTRUTURA

 EXOPOLISSACARÍDEOS

Os exopolissacarídeos servem como andaimes para que outros carboidratos, proteínas, ácidos
nucléicos e lipídios adiram (Rabin et al., 2015).
ESTRUTURA

 DNA
 Os DNAs extracelulares (eDNAs) eram anteriormente considerados como sobras de lise
celular até que pesquisas descobriram que o DNase I podia evitar a formação de biofilme de P.
aeruginosa (Rabin et al., 2015).
 O eDNA não só vem das lises celular, mas também é ativamente secretado indicando que o
eDNA tem um papel importante na formação do biofilme (Rabin et al., 2015).
 O eDNA interage com os receptores na superfície do substrato para facilitar a adesão (Rabin et
al., 2015).
ESTRUTURA

 PROTEINAS
 As proteínas desempenham um papel importante na arquitetura do biofilme, ligando bactérias
e exopolissacarídeos (Rabin et al., 2015).
ESTRUTURA

Adaptado de (Rabin et al., 2015).


MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Os mecanismos de resistência têm sido descritos como o meio pelo qual um agente
antimicrobiano é impedido de interagir com seu alvo pretendido (Hall & Mah, 2017).
 Os antimicrobianos por sua vez podem atuar inibindo a síntese da parede celular bacteriana,
assim como a síntese proteica ou interferem diretamente no metabolismo dos ácidos nucleicos
bacterianos sendo capaz de inibir metabólitos essenciais, como a síntese de purinas e de ácido
fólico.
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Os biofilmes protegem as bactérias invasoras contra o sistema imunológico do hospedeiro por


meio de fagócitos ativados e sistema complemento e também aumentam sua resistência contra
os antibióticos convencionais em cerca de 1000 vezes (Roy et al., 2018).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 É altamente provável que múltiplos fatores trabalhem juntos para proteger as células do
biofilme contra o tratamento antibiótico (Rabin et al., 2015).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Cápsulas ou glycocalyx
 Enzimas antibiótico-modificadoras na matriz
 Quorum sensing
 Efflux pumps ou bombas de Efflux
 Heterogeneidade
 Mutações
 Estresse Oxidativo
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Cápsulas ou glycocalyx
 A produção de uma matriz de exopolissacarídeo, ou glicocalyx, é uma das características
distintivas dos biofilmes. Tem sido sugerido que esta matriz, entre outras funções, impede o
acesso de antibióticos às células bacterianas incrustadas na comunidade (Mah & O’Toole,
2001; Rabin et al., 2015)
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Enzimas antibiótico-modificadoras na matriz


 Enzimas antibióticas degradantes, incluindo β-lactamase se acumulam na matriz do biofilme,
o que limita a penetração do medicamento (Hall & Mah, 2017; Venkatesan et al., 2015).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Quorum sensing
 É um tipo de comunicação química microbiana que regula a expressão de genes em altas
densidades celulares (Oliveira, Dalila Kênia. Cardoso, 2018).
 Funciona basicamente como uma sincronização de genes entre as bactérias do biofilme.
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Efflux pumps ou bombas de Efflux


 Bombas de efluxo são membranas de próteínas que extrudem a maior parte dos antibióticos
(Venkatesan et al., 2015).
 As bombas de Efflux permitem que as células bacterianas bombeiem toxinas intracelulares,
incluindo drogas antibióticas.
 Essas bombas são altamente expressas sempre que os nutrientes e o oxigênio são limitados
(Venkatesan et al., 2015).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Heterogeneidade
 Os biocidas matam as bactérias metabolicamente ativas, enquanto que na fase de crescimento
lento, as bactérias são menos suscetíveis aos agentes antimicrobianos e as protegem da ação
antimicrobiana. A crescente tolerância dos biofilmes bacterianos aos agentes antimicrobianos
reforça a idéia da heterogeneidade da taxa de crescimento metabólico (Singh et al., 2017).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Mutações
 Há evidências na literatura que sugerem que as células de um biofilme acumulam mutações a
taxas mais altas do que as células tônicas de plano, e estas mutações podem contribuir para
aumentar a resistência aos antibióticos (Hall & Mah, 2017).
MECANISMO DE RESISTÊNCIA

 Estresse Oxidativo
 O estresse oxidativo é devido à alteração das condições fisiológicas que resultam em
resistência. Os agentes antimicrobianos suprimem o estresse oxidativo das bactérias do
biofilme, causando redução da produção de espécies reativas de oxigênio (Venkatesan et al.,
2015).
C O N C L U S Ã O

 Os antibióticos veem sendo cada vez mais utilizado em concentrações cada vez maiores.
Como exposto neste trabalho está claro que os biofilmes tem um amplo e organizado sistema
de defesa mas por outro lado, como citado acima os mecanismos de resistências ainda não são
totalmente compreendidos pela comunidade cientifica, cabendo assim espaços para mais
questões sobre o tema.

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