Você está na página 1de 18

Assistência à Saúde da Mulher

Docente: Thaís Vieira


Relembrando:
Padrões normais de sangramento
A duração do ciclo é determinada pela velocidade e qualidade do crescimento e
desenvolvimento folicular e varia entre uma mulher e outra e entre um ciclo e outro.
Média: Sangramento menstrual de 3 a 7 dias.
Volume: 30 a 80 mL por dia.
Intervalo entre ciclos: 24 a 35 dias.
Nome da primeira menstruação MENARCA!
Um ciclo nesse padrão é chamado normal ou eumenorréico.
Sangramento uterino anormal é aquele que apresenta uma alteração em um ou mais
desses três parâmetros, ou seja, um sangramento excessivo em duração, frequência ou
quantidade.
Com relação a este último parâmetro, não existe uma maneira prática e objetiva capaz de
medir a quantidade de sangue eliminado, porém, se o sangue menstrual forma coágulos,
provavelmente a perda é maior que o normal e quanto mais coágulos maior a perda.
 Sinais de alterações:
•Aumento do consumo de absorventes durante 24 h ou a cada 2h
•Aumento da duração da menstruação
•Presença de sangramento intermenstruais, coágulos ou anemias.
 Causas do sangramento uterino anormal:
O sangramento uterino anormal pode ocorrer por inúmeras causas. Em
aproximadamente 25% dos casos, ele é causado por um distúrbio físico, chamado
orgânico.
Nos outros 75%, ele é causado por distúrbios hormonais que afetam o controle do
sistema reprodutivo pelo hipotálamo e pela hipófise e que são particularmente
comuns durante os anos reprodutivos.
Este tipo de sangramento é conhecido como sangramento uterino disfuncional.
Dentre as diversas causas orgânicas podemos citar:
• Hipo ou hipertireoidismo
• Alterações de coagulação
• Doenças dos rins e fígado
• Problemas gestacionais: aborto, gravidez ectópica, placenta baixa.
• Miomas.
• Pólipos.
• Hiperplasia endometrial
• Tumores ovarianos produtores de hormônios
• Neoplasias uterinas
• Lesões na vagina e do colo do útero.
• Uso de DIU.
• Uso de hormônios orais ou injetáveis.
• Uso de outros medicamentos, como por exemplo, anticoagulantes e tranquilizantes
 Sangramento Uterino Disfuncional
 O sangramento uterino disfuncional é o sangramento anormal decorrente de
alterações hormonais e não de uma lesão, uma inflamação, uma gravidez ou um
tumor.
• O sangramento uterino disfuncional é o sangramento anormal decorrente de
alterações hormonais e não de uma lesão, uma inflamação, uma gravidez ou um
tumor.
• O sangramento uterino disfuncional ocorre mais comumente no início e no final
dos anos reprodutivos: 20% dos casos ocorrem em adolescentes e mais de 50%
em mulheres com mais de 45 anos. A maioria dos sangramentos uterinos
anormais é do tipo disfuncional, mas este diagnóstico somente é feito quando
todas as outras possibilidades são descartadas.
• O sangramento uterino disfuncional é representado por duas situações distintas.
Aquele que ocorre em pacientes que estão ovulando e o que ocorre nas pacientes
que não estão ovulando.
• No tratamento, o objetivo principal, no sangramento uterino disfuncional, é
restaurar o controle natural hormonal (estrogênio e progesterona) sobre o tecido
endometrial.
 Climatério
Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a
fase de pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato
que ocorre durante o climatério.
 No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os
ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo.
Estatisticamente, a menopausa ocorre, em média, aos 50 anos. O climatério tem
início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos.
 Sua ocorrência é marcada por alterações na produção dos hormônios sexuais
femininos: queda da produção de estrogênio e progesterona e aumento da
produção do Hormônio Folículo Estimulante o que acarreta a interrupção da
atividade folicular e, consequentemente, a ausência do ciclo menstrual.
 Ao instalar-se, o climatério desencadeia uma série de alterações fisiológicas no
organismo feminino que devem ser conhecidas pelos profissionais de saúde para
que as mulheres possam ser orientadas, diminuindo sua ansiedade.
 O climatério está culturalmente relacionado ao envelhecimento e a intensidade
da manifestação de seus sinais e sintomas pode estar relacionada à imagem que a
mulher tem de todo esse processo.
 Fases
Pré - Menopausa:  é uma fase que pode começar bem cedo e que poucas mulheres,
de fato, sentem a chegada, pois é geralmente marcado por uma sutil redução
hormonal, sem grandes sintomas ao organismo — diferente do climatério, mais
comum e mais relatado pelas mulheres. As taxas de estrogênio e progesterona
começam a sofrer alterações, ainda que nem sempre perceptíveis. A característica
mais marcante da pré-menopausa é efetivamente a queda na fertilidade, que pode
reduzir para 20% após a faixa de idade entre 35 e 40 anos.
Transição Menopausal (climatério): variação de mais de 7 dias entre os ciclos - falha
de dois ciclos ou de 60 dias entre os ciclos.
Pós Menopausa: amenorreia, considerada apenas um ano do último ciclo menstrual
 Fisiologia do climatério
Alteração do metabolismo dos ovários
Involução do sistema hormonal reprodutivo;
Declínio do estrogênio;
 Quais são os sintomas do Climatério
Sintomas vasomotores:
• Fogachos diurnos e noturnos Sintomas psicológicos:
• Sudorese diurna e noturna • Depressão
• Palpitações • Insônia
• Ansiedade
• Irritabilidade
• Choro imotivado
• Redução da libido
• Dificuldade de concentração
• Redução da memória
• Astenia
 Estes sintomas variam de uma pessoa para a outra. Quando os hormônios
diminuem, são observadas alterações na pele e curvas da mulher. Isto acontece
porque a falta de colágeno leva à perda de elasticidade da pele e dos vasos
sanguíneos, com redução da massa muscular e aumento de gordura corporal
localizada.
 A queda do estrógeno também leva a um aumento das taxas de colesterol e
triglicérides que, por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
 Ocorre, ainda, um prejuízo na captação e absorção de cálcio pelos ossos levando à
osteoporose.
 Sintomas vasomotores - Marcados por episódios súbitos de sensação de calor na
face, pescoço e parte superior do tronco, com duração de meio a cinco minutos,
geralmente acompanhados de rubor facial, sudorese, palpitações cardíacas,
vertigens e fadiga muscular.
 Durante a crise a temperatura da face chega a subir 5 graus centígrados em
relação ao resto do corpo é o sintoma mais característico e frequente do
climatério, cerca de 75 % das mulheres queixam-se das limitações impostas por
ele. Em cerca de 80% dos casos os sintomas persistem por mais de um ano; e, em
25%, por mais de cinco anos.
 Sintomas psíquicos - A redução dos níveis de estrógeno e progesterona interfere
na liberação de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso
do sistema nervoso central. Como consequência, muitas mulheres queixam-se de
irritabilidade, labilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios
de ansiedade, melancolia e alterações do humor.
 Exames
Mamografia, citologia oncótica, ultrassonografia transvaginal e abdominal,
hemograma, glicose, dosagem de hormônios (estradiol, testosterona) triglicerídeos,
colesterol, pesquisa de sangue nas fezes, eletrocardiograma, densiometria óssea,
raio x de tórax para tabagistas.
 Conduta de Enfermagem
Estimular atividade física;
Estimular a eliminação de vícios como tabaco, que prejudica a absorção de cálcio;
Orientar a realizar o tratamento adequado para essa fase.
Uso de roupas leves e folgadas, para maior conforto durante as ondas de calor.
Incentivar a ingestão abundante de água.
Incentivar a prática de técnicas de relaxamento, para controle do estresse.
Orientar a fazer exercícios físicos regulares, a fim de preservar os ossos fortes e
evitar o estresse.
 Tratamento:                                              
• Alimentação saudável, com consumo de vegetais verdes e derivados de leite, ricos
em cálcio, Controle de peso.
• Procura de uma atividade prazerosa, para manter a mente saudável.
• Reposição Hormonal: A mulher para manter a sua saúde física e emocional,
necessita repor aqueles hormônios que deixou de produzir e que lhe garantem
saúde e vitalidade.
 Benefícios da Terapia de Reposição Hormonal: reduz os calores, suores, depressão
e mudanças de humor melhora o desejo sexual diminui as desordens genitais,
como a secura e o prurido vaginal diminui a perda óssea, previne a osteoporose,
reduz os distúrbios urinários como a urgência e a incontinência urinária
 DOENÇAS OU ANORMALIDADES RELACIONADAS À VULVA E A VAGINA
Processo inflamatório localizado na vulva e vagina, que produz corrimento genital.
1. Vulvovaginite e corrimento vaginal ou leucorréia, uma inflamação ou infecção 
da vulva e da vagina. Também pode ser chamada de vulvite ou vaginite, se afeta
apenas uma dessas partes do aparelho genital, mas isso é muito difícil de ocorrer.
 Tipos: mais comuns de vaginite são: 
• Vaginite bacteriana, 
• Infecções fúngicas (candidíase, tricomoníase)  
• Atrofia vaginal ou vaginite atrófica
 Fatores predisponentes:
 Multiplicidade de parceiros,
 DST,
 Ducha vaginal,
 Uso de anticoncepcional hormonal,
 fatores químicos como sabonetes, banhos de espuma
 Gravidez e outros;
O risco da vulvovaginite fica aumentado quando há alterações hormonais, atividade
sexual intensa, doença sexualmente transmissível ou uso prolongado de certos
 Sinais e Sintomas
 Corrimentos vaginais,
 Coceira ou irritação vaginal,
 Dor durante a relação sexual e ao urinar,
 Sangramento pela vagina, etc
2. Bartholinite:
É a inflamação do canal ou da glândula de bartolhin, causando obstrução da
extremidade vaginal, provocando a formação de abscesso ou cisto. As glândulas de
Bartholin são duas glândulas que se localizam na vulva, porção externa da genitália
feminina, e têm como função a produção de um fluido lubrificante.
A sua função é produzir um fluido mucoso que serve para lubrificar e umidificar a
vulva, principalmente durante o ato sexual.
 Sintomas:
 Dor,
 Queimação,
 Hiperemia,
 Edema,
 Tumoração da glândula, impedindo e dificultando ter relação sexual;
 Tratamento da glândula de Bartholin inflamada
Uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos e, quando há infecção, com
antibióticos e banhos de assento com água quente para aliviar a inflamação e
eliminar o pus
 Conduta de enfermagem:
 Realizar educação em saúde (higiene perineal, DST e métodos de prevenção);
 Orientar quanto a abstinência sexual até o desaparecimento do cisto ou abscesso;
 Orientar quanto ao banho de assento, morno ou compressas quentes várias vezes
ao dia;

Você também pode gostar