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MEMÓRIA E DELEITE SONORO: ASPECTOS ESTÉTICOS DO DE MÚSICA DE

AGOSTINHO DE HIPONA

Pe Ronny Dennyson Monteiro Santana


O valor da estética agostiniana conjuga hierarquicamente
beleza sensível, interioridade e transcendência.
Disciplinas

Artes Liberais

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DE MUSICA
Iniciado em 387 e concluindo em 391;
Passar do corpóreo ao incorpóreo;
LIVRO IV

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DE MUSICA
A música é a arte do movimento ordenado. E se pode
dizer que tem movimento ordenado tudo que se
move de forma harmoniosa, guardadas as proporções
de tempos e intervalos (já, de fato, deleita-se, e por
isso pode ser chamado de modulação sem nenhum
inconveniente); mas pode acontecer, por outro lado,
que essa harmonia e proporção causem deleite,
quando isso não é necessário. (AGOSTINHO, Sobre
a música, I, III, 4, 1986, p.78-9)

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AGRADÁVEL
MODULAÇÃO BELO
MODO DELEITE
MEDIDA A música é a ciência do bem modular.
BEM
MODULAR PERFEIÇÃO

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Música é modular bem o som, numericamente e


suavemente, guiado pela sensibilidade do deleite.
DISPOSIÇÃO DE
IMITAR
SENTIDOS
PRÁTICA
MEMÓRIA
O sentido musical da audição é inato?

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Para Agostinho, tudo aquilo que é deleitável se
entrega facilmente à memória; questão que se mostra
recorrente no referido tratado.

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P O R S U A S U AV I D A D E E N U M E R A B I L I D A D E , A M Ú S I C A P O D E S E R
APRECIADA, ENTENDIDA RACIONALMENTE E MEMORIZADA.

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DE MUSICA

Ao mesmo tempo em que os aspectos materiais, mensuráveis


e descritivos da natureza multifacetada da música são
colocados em evidência, o hiponense indica uma realidade
estética interna da música responsável pelo efeito emotivo e
profundo sobre o ouvinte da música.

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DE MUSICA
Agostinho evitou limitar o valor da música somente à ciência da boa modulação
e por isso procurou moderar o prazer sensível em função dos prazeres
espirituais.

A música estabelece uma harmoniosa ponte entre a beleza sensível e a


Beleza Suprema e Criadora.

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A música é elevada à categoria de uma fruíção transcendente e suprassensível,
ponto de encontro do humano com o divino, fonte da verdadeira felicidade.
Portanto, nota-se a existência da convergência entre a música e a felicidade,
uma vez que, se a verdadeira felicidade está ao alcance do Sumo Bem, que em
última instância é Deus, a verdadeira música é aquela que favorece a ascensão
ao Sumo Bem. (Oliveira, 2019).

Dessa maneira, a música é também uma realidade espiritual ou inteligível no


entendimento agostiniano.

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Os lugares da música: som,
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ouvidos, coração, mente,


memória.

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No caso da audição, primeiro o som produz um movimento interno no ouvido, através
da vibração do ar, em seguida a alma o acolhe e modifica o movimento do ouvido e,
por fim, a consciência que a alma tem dessa modificação na sua própria ação sobre o
ouvido gera a sensação auditiva. Portanto, não é por causa do corpo que a alma sente
alguma coisa, mas sim por causa de si mesma (FAGUNDES, 2015, p.64).

A ideia da igualdade perfeita não pode ser tirada dos sentidos, mas provém em última
análise de Deus, imutável e eterno, e é conservada na memória que, por sua vez, se
limita a hospedar a recordação das sensações e dos produtos da imaginação formados
a partir delas. Isto porque, através do diálogo, é possível suscitar na alma a
recordação dos números supremos e reaproximar a alma de Deus (FAGUNDES, 2014,
p. 70).

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O deleite é como o peso da alma. Logo, o deleite ordena
a alma. “Porque onde está o teu tesouro, aí está o seu
coração”; onde o deleite, aí o tesouro, e onde o coração
aí a bem-aventurança ou miséria (De musica, VI, 29)

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Não coloquemos a nossa alegria no prazer carnal, nem nas honras e
louvores dos homens, nem na exploração doque atinge o corpo
desde fora, já que temos Deus no mais íntimo de nós, onde tudo o
que amamos é firme e imutável. (De musica, VI, 48)

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Porque a alma deve ser dirigida por quem é superior a ela e dirigir o que lhes é inferior. Superior a ela
é somente Deus, inferior apenas ao corpo, se considerarmos cada alma e a alma em sua totalidade,
porque igual a ela não pode existir inteiramente sem o Senhor, tão pouco pode se levantar sem seu
servidor.

E como o Senhor é mais que ela, assim é menos o seu servo. Portanto, estendida para o seu Senhor, ele
entende suas perfeições eternas, e ganha mais ser, e mais também, em seu caminho, o servo através
dela. Mas menosprezados seu Senhor e voltado para a servidão e orientação da concupiscência carnal,
percebe seus movimentos que ela comunica e perde ser, embora não tanto quanto o seu servo, mesmo
que venha a maior degradação em sua própria natureza. Mas por este crime de seu dono é muito menos
do que era, quando ela estava mais em seu ser antes de ter cometido crimes (AGOSTINHO, Sobre a
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música, VI, V, 13, 1986, p.304-5 T Í T U L O D A A P R E S E N TA Ç Ã O 20XX
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No âmbito musical, a dicotomia entre corpo e


alma, sensível e inteligível, foi interpretada por
Agostinho como essência da música, que, em
posse de tal antítese e construindo-se
primariamente fenômeno corpóreo, material,
físico, traria em si mesma o poder transcendental
de ligar o mundo das sombras ao mundo das luzes,
de elevar o homem à inteligibilidade, de levar a
criatura à presença de seu Criador (AMATO, 2015,
p.134).
CANTAI AO SENHOR
UM CÂNTICO NOVO!
(SL 96,1)

OBRIGADO!

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