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Custos da comercialização

AULA 19/10

Prof(a). Responsáveis: Mirian R. P. Bacchi & Margarete Boteon


Prof. Colaborador: Mauro Osaki

Fone: 55 19 3429-8853
Fax: 55 19 3429-8829
E-mail: mrpbacch@usp.br ou mosaki@.usp.br
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Universidade de São Paulo


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Referencial teórico

(1) MARQUES, P.V. & AGUIAR, D. R. D. Comercialização


de Produtos Agrícolas.  São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1993. Parte IV (142-165).

(2) BARROS, G. S. de C. Economia da Comercialização


Agrícola. Piracicaba, FEALQ,1987,Cap 2 (p.37-96).

(3) MENDES, J T G COMERCIALIZAÇÃO AGRÍCOLA


Ministério da Educação - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (Campus Pato Branco/Curso de
Agronomia. 2007. 100 p. Cap 3

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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Objetivos desta apresentação

 Margem de comercialização
 Tipo de margem de comercialização
– Margem absoluta
– Margem relativa
– Markup
 Análise das margens incluindo perdas na
comercialização
 Composição da margem de comercialização
 Características da análise das margens
 Elasticidade de transmissão de preços

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Margem de comercialização
Prof. Tadeu

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OUTRAS ABORDAGENS ALÉM DO MATERIAL BÁSICO DA AULA
(visão marketing):

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TEORIA DAS MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO

CUSTOS DE
COMERCIALIZAÇÃO
 A demanda por produtos agropecuários se refere não apenas à
matéria-prima (o bem) em si, mas também aos serviços
adicionados a esta matéria-prima, tais como:
transporte,

armazenamento,

processamento,

classificação,

embalagem,
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“marketing”, etc.
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Custos da Comercialização

 Os agentes incorrem em custos para colocar


o produto na forma, local e momento desejado
pelos consumidores.

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Níveis de mercado e variação de preços

Produtor
Pp = Preço ao produtor
Atacadista
Pa = Preço no atacado
Varejista
Pv = Preço no varejo
Consumidor

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TEORIA DAS MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO

CUSTOS DE MARGEM DE
COMERCIALIZAÇÃO COMERCIALIZAÇÃO
 A demanda por produtos  A margem (M) de
agropecuários se refere não comercialização refere-se à
apenas à matéria-prima (o diferença entre preços a
bem) em si, mas também aos diferentes níveis do sistema de
serviços adicionados a esta comercialização.
matéria-prima, tais como:  A margem total (Mt) é a
transporte, armazenamento, diferença entre o preço pago
processamento, pelo consumidor e o preço
classificação, embalagem, recebido pelo produtor. A
“marketing”, etc. margem deve refletir os custos
de comercialização e a porção
relativa ao lucro.

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Preço da saca de batata em SP - R$/sc. de 60 kg

250.00

200.00

150.00

100.00

50.00

0.00
Jan-14 Feb-14Mar-14 Apr-14May-14Jun-14 Jul-14 Aug-14 Sep-14 Oct-14 Nov-14Dec-14

Produtor (Pp) Atacado (Pa) Varejo (Pv)

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MARGEM BRUTA DE COMERCIALIZAÇÃO

Fonte: Cepea, IEA


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Cálculo da margem de comercialização

Tipo de Margem

1
Margem absoluta

2
Margem relativa

3
Markup

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Cálculo da margem de comercialização

Margem Absoluta: trata-se da diferença entre o


preço médio do varejo e do produtor.

𝑴𝑨=𝑷 𝒗 − 𝑷 𝒑
Onde:
MA = Margem absoluta
Pv = Preço no Varejo
Pp = Preço ao Produtor

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Cálculo da margem de comercialização

Margem Relativa: trata-se da diferença entre o


preço médio do varejo e do produtor dividido pelo
preço do varejo.

𝑴𝑹=
𝑷 𝒗− 𝑷 𝒑
𝑷𝒗 (
∗𝟏𝟎𝟎
)
Onde:
MR = Margem relativa
Pv = Preço no Varejo
Pp = Preço ao Produtor

“Margem relativa expressa o quanto a diferença de preços entre dois


mercados representa na venda do produto”

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MARGEM - DEFINIÇÃO

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Cálculo da margem de comercialização

Markup (MK): trata-se da diferença entre o preço


médio do varejo e do produtor dividido pelo preço
do produtor.

𝑴𝑲 =
𝑷𝒗−𝑷𝒑
𝑷𝒑
∗𝟏𝟎𝟎
( )
Onde:
P = Preço no Varejo
Pp = Preço ao Produtor

Determinação do preço no varejo (Pv)

𝑷 𝒗= 𝑷 𝒑 ( 𝟏+𝑴𝑲 )         com   MK   em   decimais

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MARGEM X MARK UP

ATACADISTA
𝑴𝑨=𝑷 𝒂 − 𝑷 𝒑 Produtor
𝑴𝑹=
( 𝑷𝒂−𝑷𝒑
𝑷𝒗 )∗𝟏𝟎𝟎 𝑴 𝒕=𝑷 𝒗 − 𝑷 𝒑

𝑴𝑲 = ( 𝑷𝒂−𝑷𝒑
𝑷𝒑 )∗𝟏𝟎𝟎 Atacadista 𝑴𝑹=
( 𝑷𝒗 )
𝑷 𝒗− 𝑷 𝒑
∗𝟏𝟎𝟎

VAREJISTA 𝑴𝑲 =
( 𝑷𝒗−𝑷𝒑
𝑷𝒑 )
∗𝟏𝟎𝟎
Varejista
𝑴 𝑽 =𝑷 𝑽 − 𝑷 𝑨
𝑴𝑹= ( 𝑷𝒂−𝑷𝒑
𝑷𝒗 )∗𝟏𝟎𝟎
• Em valores absolutos, tanto
a margem quanto o mark-
up são iguais.
𝑴𝑲 = ( 𝑷𝒂−𝑷𝒑
𝑷𝒑 )∗𝟏𝟎𝟎 • Em termos relativos, a
margem é sobre o preço de
varejo e o mark-up é sobre
o preço do produtor

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Exemplo de margem de comercialização sem subprodutos

Um varejista compra do produtor 50 caixas de 25


kg de tomate ao preço médio de R$ 10,75 e
vende 46 caixas ao preço médio de R$ 1,19 o
quilograma, pois 4 caixas foram perdidas.
Calcule:
1) Margem de comercialização absoluta,
2) Margem de comercialização relativa
3) Markup do varejista

𝑴 𝒕 =𝑷 𝒗 − 𝑷 𝒑 𝑴𝑹=
𝑷𝒗 (
𝑷 𝒗− 𝑷 𝒑
∗𝟏𝟎𝟎
) (
𝑴𝑲 =
𝑷𝒗−𝑷𝒑
𝑷𝒑 )∗𝟏𝟎𝟎

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1) Ajuste do preço varejista com perda

Resolução
A) Deve-se levar em consideração que o varejista
adquiriu 50 caixas de tomate (1250 kg), porém foram
vendidas 46 caixas (1150 kg). Portanto, o custo da caixa
de tomate para o varejista será de:

50 X R$ 10,75 = R$ 11,68/cx
46

ou

R$ 11,68
= R$ 0,4674/kg de tomate
25 kg

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2) Cálculo de Margem absoluta, relativa, Markup

B) Margem absoluta do varejista

𝑴𝑨=𝑷 𝒗 − 𝑷 𝒑 𝑴𝑨=𝑹 $𝟏,𝟏𝟗−𝑹 $𝟎,𝟒𝟔𝟕𝟒=𝑹$𝟎 ,𝟕𝟐𝟐𝟔/𝒌𝒈


C) Margem relativa do varejista

𝑴𝑹= ( 𝑷𝒗 )
𝑷𝒗− 𝑷 𝒑
∗𝟏𝟎𝟎 𝑴𝑹= ( 𝑹 $𝟏,𝟏𝟗− 𝑹 $𝟎,𝟒𝟔𝟕𝟒
𝑹 $𝟏,𝟏𝟗 )
∗ 𝟏𝟎𝟎=𝟔𝟎,𝟕𝟐%

D) Markup (MK)

𝑴𝑲 = (
𝑷𝒗−𝑷𝒑
𝑷𝒑
∗𝟏𝟎𝟎 ) 𝑴𝑲 = ( 𝑹 $ 𝟎, 𝟒𝟔𝟕𝟒 )
𝑹 $ 𝟏, 𝟏𝟗− 𝑹 $ 𝟎, 𝟒𝟔𝟕𝟒
∗ 𝟏𝟎𝟎=𝟏𝟓𝟒 ,𝟔%

E) Preço de venda pode ser determinada como

𝑷 𝒗= 𝑷 𝒑 ( 𝟏+𝑴𝑲 ) 𝑷 𝒗= 𝑹 $ 𝟎 ,𝟒𝟔𝟕𝟒 ( 𝟏+𝟏 , 𝟓𝟒𝟔 ) =𝑹 $ 𝟏 , 𝟏𝟗

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Cálculo de margem no setor de tomate fresco (R$/kg)

Pp Pv MT MARGEM MARKUP %Produtor

3,50 6,86 3,36 49% 96% 51%

2,04 6,19 4,15 67% 203% 33%

1,90 5,52 3,62 66% 191% 34%

1,49 5,19 3,70 71% 247% 29%

1,78 5,12 3,34 65% 187% 35%

1,83 5,21 3,38 65% 185% 35%

1,64 4,94 3,30 67% 201% 33%

2,33 4,83 2,50 52% 107% 48%

2,48 4,85 2,37 49% 96% 51%

2,01 4,89 2,88 59% 144% 41%

1,49 4,42 2,93 66% 196% 34%

0,91 3,89 2,98 77% 328% 23%

0,69 4,21 3,52 84% 506% 16%

0,67 3,83 3,16 83% 474% 17%


Muito cuidado com esse cálculo, não tem perdas!!
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Cálculo de margem no setor de tomate fresco (R$/kg)

Incluir uma perda média de 10% no canal de comercialização

  Pp Pv MT MARGEM MARKUP %Produtor

jan/16 3,56 6,86 3,30 48% 93% 52%

fev/16 2,10 6,19 4,09 66% 195% 34%

mar/16 1,99 5,52 3,53 64% 178% 36%

abr/16 1,46 5,19 3,73 72% 254% 28%

mai/16 1,69 5,12 3,43 67% 204% 33%

jun/16 1,86 5,21 3,35 64% 180% 36%

jul/16 1,47 4,94 3,47 70% 237% 30%

ago/16 1,95 4,83 2,88 60% 148% 40%

set/16 2,14 4,85 2,71 56% 126% 44%

out/16 2,06 4,89 2,83 58% 138% 42%

nov/16 1,42 4,42 3,00 68% 212% 32%

dez/16 1,04 3,89 2,85 73% 275% 27%

jan/17 1,06 4,21 3,15 75% 299% 25%

fev/17 1,19 3,83 2,64 69% 223% 31%


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É importante considerar as perdas no processo!

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 Interpretação das margens:

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Margens de comercialização em supermercado

Seção markup
Mercearia 105%
Açougue 101%
Hortifrúti 144%
Higiene/perfumaria 140%
Frios/laticínios 116%
Limpeza 128%
Bazar 151%
Padaria 158%
Congelados 123%
Peixes 196%

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ESTRATÉGIAS DE PRECIFICAÇÃO VIA MARKUP

Uso prático do markup

Quando adotar o markup?


• Toda vez que se quiser formar o preço com base no custo;

MARKUP
Toda empresa pode adotar a É um método de precificação com
metodologia do markup para a base no custo, muito utilizado pela
praticidade do cálculo na hora da
precificação, no entanto vale
venda, sendo que o empreendedor
ressaltar que em alguns casos
pode trabalhar com mais de um
a precificação com base nos markup para cada produto a
custos não é a melhor depender do lucro estimado;
(TOMADORA DE PREÇOS
OU PREÇO VIA VALOR AO É composto pelas despesas fixas,
CLIENTE), nessas pelas despesas variáveis e pela
circunstâncias a precificação margem de lucro estimada e será
deve ser por outra técnica e multiplicado pelo preço de custo
não pelo markup. para  a definição do preço de
venda.

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Margem de comercialização líquida
Margem Líquida de Comercialização

 Para um produto que é processado, o cálculo


da margem deve ser feito com base num preço,
a nível de consumidor final, que leve em
consideração os preços dos derivados,
ponderados pelos seus respectivos coeficientes
técnicos de transformação.
 Veja o exemplo de soja e derivados:
• Preço da soja em grãos (saca de 60 Kg) R$
Pp 0 10,40

Pv 1 • Preço do farelo de soja (t) = R$ 191,30

Pv 2 • Preço do óleo de soja ( 900 ml ) = R$ 0,84

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Margem Líquida de Comercialização

• Preço da soja em grãos (saca de 60 Kg) R$


Pp 0 10,40

Pv 1 • Preço do farelo de soja (t) = R$ 191,30

Pv 2 • Preço do óleo de soja ( 900 ml ) = R$ 0,84

MÉTODO:
1. A fim de facilitar o cálculo , deve-se converter todos os itens a uma mesma
base (100 Kg, por exemplo). Desta maneira, os preços do itens acima, para
cada 100 Kg de peso, ficariam: R$ 17,33; R$ 19,13 e R$ 93,33,
respectivamente.
2. Os rendimentos (R) industriais (para cada 100 Kg de soja em grão) são:
R1= 78,00 Kg de farelo e R2= 18,00 Kg de óleo refinado.
3. O preço ponderado a nível de derivados (Pv) pode ser calculado pela seguinte
fórmula:

4. No caso da soja, "m" varia de 1 a 2 (que são os dois subprodutos).


Pv0 = (19,13 x 0,78) + (93,33 x 0,18) = R$ 31,72/ 100 Kg
5. Assim, a margem é R$ 31,72 – 17,33 = R$ 14,39
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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Margem Líquida de Comercialização

• Preço da soja em grãos (saca de 60 Kg) R$


Pp 0 10,40

Pv 1 • Preço do farelo de soja (t) = R$ 191,30

Pv 2 • Preço do óleo de soja ( 900 ml ) = R$ 0,84

MÉTODO:
5. Assim, a margem é R$ 31,72 – 17,33 = R$ 14,39

Margem relativa, sem considerar perdas e quebras é:

M = [(Pv0 - Pp0) / Pv 0] x 100) =


[(31,72 - 17,33) / 31,72] 100 = 45,4%

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Margem Líquida de Comercialização
• Preço da soja em grãos (saca de 60 Kg) R$
Pp 0 10,40

Pv 1 • Preço do farelo de soja (t) = R$ 191,30

Pv 2 • Preço do óleo de soja ( 900 ml ) = R$ 0,84

Os coeficientes de "perdas e
MÉTODO: quebras" (K) são:
K0 = 0,040 (grão);
K1= 0,015 (farelo) e
Considerando as perdas em todos os níveis: K2= 0,008 (óleo).

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Margem Líquida de Comercialização
• Preço da soja em grãos (saca de 60 Kg) R$
Pp 0 10,40

Pv 1 • Preço do farelo de soja (t) = R$ 191,30

Pv 2 • Preço do óleo de soja ( 900 ml ) = R$ 0,84

MÉTODO:
Considerando as perdas apenas no processamento:

Os coeficientes de "perdas e quebras" (K) são:


K0 = 0,040 (grão);
K1= 0,015 (farelo) e
K2= 0,008 (óleo).
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Prof. Tadeu (Cap 3):

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FATORES QUE AFETAM AS MARGENS

Os principais fatores que determinam a magnitude da margem de


comercialização são:

• Perecibilidade, perdas ou
quebras;
• Grau de processamento;
• Maior relação
volume/peso ou

QTO
volume/valor
• Quanto maior a rapidez
de amadurecimento do MAIOR É A

MAIOR: produto ou sazonalidade


da produção
MARGEM

• Instabilidade de preços
do produto
• Custo da matéria-prima
• Serviços adicionais à
matéria-prima

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FATORES QUE AFETAM AS MARGENS

PERECIBILIDADE:
Quanto maior a perecibilidade, perdas ou quebras durante a
comercialização, maior dever ser a margem, tendo em vista
que produtos como carne, leite, etc., exigem refrigeração
tanto na estocagem quanto no transporte, resultando
consequentemente em custos maiores;
 Por exemplo, estima-se que o valor global das perdas chegue a
mais de dois bilhões de dólares/ano, fortemente concentrados nos
legumes/hortaliças com US$ 520 milhões/ano; frutas com US$ 500
milhões; milho com US$ 470 milhões; soja e arroz (tabela 3.2).

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Os principais fatores que determinam a magnitude da margem
de comercialização são (CONT.):

 Quanto maior o grau de processamento, embalagem e


classificação maior a margem, devido aos maiores custos
para executar estes serviços;
 Quanto maior a relação volume/peso ou volume/valor
maior a margem, porque há necessidade de maior espaço
para transporte e armazenamento, o que resulta em
custos adicionais;
 Quanto maior a rapidez de amadurecimento do produto
ou sazonalidade da produção, maior a margem, devido
aos custos fixos maiores para o processamento, já que a
firma deve ter um maior dimensionamento para atender a
transformação da produção num curto espaço de tempo,
ficando as máquinas e equipamentos parados por longos
períodos;
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Os principais fatores que determinam a magnitude da margem
de comercialização são (CONT.):

 Quanto maior a instabilidade de preços do produto,


maior a margem, porque os intermediários procuram
elevar relativamente mais os preços hoje, devido á
incerteza de preços no futuro;
 Quanto maior o aumento no custo unitário dos fatores,
maior a margem, devido à elevação nos custos. Exemplo:
Aumentos sucessivos nos preços do petróleo têm elevado
os custos de transporte e consequentemente a margem;
 Quanto maior a quantidade de serviços adicionais à
matéria-prima, maior a margem, devido aos maiores
custos para executar os serviços é relativamente mais
elástica do que a demanda por matéria-prima, devido ao
efeito renda.

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Qual demanda é mais elástica (reage mais
ao preço), ao nível do produtor ou varejo?

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Margem de Comercialização e elasticidade da demanda: A
demanda no segmento produtor é mais inelástica que no
varejo, portanto as variações de preços são maiores para o
produtor.

preço
varejo

produtor

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tempo
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Comportamento das margens

 Quanto mais competitivo o mercado, menor


deve ser a margem de comercialização;
 Quanto maior o processamento e manuseio,
maior a margem;
 Quanto maior o risco envolvido, maior a
margem;
 Alterações na demanda podem modificar as
margens (tendências de consumo);

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Markup no mercado de álcool hidratado

1.6 1.20000
1.4
1.00000
1.2
0.80000
1

R$/l
0.8 0.60000
%

0.6
0.40000
0.4
0.20000
0.2
0 0.00000
fev/02

fev/03

fev/04
nov/01

nov/02

nov/03
jul/01

jul/02

jul/03
jan/03

jun/03

jun/04
out/01

jan/02

abr/02
jun/02

set/02
out/02

abr/03

set/03
out/03

jan/04

abr/04
set/01
ago/01

dez/01

mai/02

ago/02

dez/02

ago/03

dez/03

mai/04
mai/03
mar/02

mar/04
mar/03

markup total preço ao produtor

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Elasticidade de Transmissão

 Intensidade de transmissão de
preços de um nível de mercado para
outro.

 vp 
Pv Pp

Pp Pv

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Exemplo: Elasticidade de Transmissão
1 = 1 =
10% 5,43%
Preço do óleo
 2 =
Preço do óleo
atacado 4,33%
varejo

Quando o preço do óleo no atacado varia 10%


no mês 1, o preço no varejo varia 5,43% no mês 1
e 4,33% no mês 2.
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Causalidade no Mercado de Combustível
0,3230
0,1644
0,4023 0,8200
HP HD HC
0,1872 1,1191
1,8879
1,7246
0,9611 0,9885 0,1603 0,7977

0,0696 0,9832
AAP GD GC
0,9535 0,9428
Relação contemporânea significativa até 0,10 de probabilidade
Primeira defasagem significativa até 0,10 de probabilidade
Obs: Os números no quadro referem-se às elasticidades.

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Margem de Comercialização

Diferenças de preços entre níveis de


mercados.
 M=C+L

 M = Margem
 C = Custo
 L =Lucro

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Cálculo da margem de
comercialização
Pv = Preço no Varejo
Pp = Preço ao Produtor
Margem Absoluta: MA = Pv - Pp
æ Pv - Ppö
MR = çè ÷ ´100 Margem relativa
Pv ø
æ Pv - Ppö
MK = ç ÷ ´ 100 Markup
è Pp ø

Pv = Pp (1+MK) com MK em decimais


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EXEMPLO DE MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO SEM FORMAÇÃO DE SUBPRODUTOS

Um varejista compra do produtor 50 caixas de 25 Kg de tomate a R$ 10,75 e vende


46 a R$1,19 o quilograma de produto, pois 4 caixas foram perdidas. Calcular a margem de
comercialização absoluta, relativa e o mark-up do varejista.

Resolução:

(1) Deve-se levar em consideração que o varejista adquiriu 50 caixas de 25 Kg de produto


(1.250 Kg), porém foram vendidas 46 caixas (1.150 Kg). Portanto, o custo da caixa de
tomate para o varejista será de:
50
 R$10,75  R$11,68 / caixa
46
ou
R$11,68
 R$0,4674 / Kg de produto
25Kg
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(2) A Margem Absoluta do Varejista será:
MA  R$1,19  R$0,4674  R$0,7226 / Kg

Margem Relativa

 Pv  Pp  R$1,19  R$0,4674 


MR     100     100  60,72%
 Pv   R$1,19 
Mark-up

 Pv  Pp  R$1,19  R$0,4674


MK     100     100  154,6%
 Pp   R$0,4674 

Preço de Venda pode ser determinado como


Pv  Pp  (1  MK )  R$0,4674  (1  1,546)  R$1,19

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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Métodos de fixação de margem

 (a) Métodos não sistemáticos: seguir um


líder em preços

(b) Métodos sistemáticos


 Margem absoluta fixa: Pv = Pp + a
 Margem percentual fixa: Pv = (1+b)Pp
 Combinação: Pv = a + (1+b)Pp

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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Margem de Comercialização e elasticidade da
demanda: A demanda no segmento produtor é
mais inelástica que no varejo, portanto as
variações de preços são maiores para o
produtor.

preço
varejo

produtor

Universidade de São Paulo

tempo
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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Comportamento das margens
 Quanto mais competitivo o mercado, menor
deve ser a margem de comercialização;
 Quanto maior o processamento e
manuseio, maior a margem;
 Quanto maior o risco envolvido, maior a
margem;
 Alterações na demanda podem modificar
as margens (tendências de consumo);

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Markup no mercado de álcool hidratado

1.6 1.20000
1.4
1.00000
1.2
0.80000
1

R$/l
0.8 0.60000
%

0.6
0.40000
0.4
0.20000
0.2
0 0.00000
fev/02

fev/03

fev/04
nov/01

nov/02

nov/03
jul/01

jul/02

jul/03
jan/03

jun/03

jun/04
out/01

jan/02

abr/02
jun/02

set/02
out/02

abr/03

set/03
out/03

jan/04

abr/04
set/01
ago/01

dez/01

mai/02

ago/02

dez/02

ago/03

dez/03

mai/04
mai/03
mar/02

mar/04
mar/03

markup total preço ao produtor

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Qual demanda é mais elástica (reage mais
ao preço), ao nível do produtor ou varejo?

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Margem de Comercialização e elasticidade da demanda:
A demanda no segmento produtor é mais inelástica que no
varejo, portanto as variações de preços são maiores para o
produtor.
preço

varejo

produtor

tempo
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Composição da margem de comercialização

Tipo de influência sobre preço pago ao


produtor e pago pelo consumidor

1
Métodos sistemáticos

Margem absoluta fixa


Margem percentual fixa
Combinação

2
Métodos não sistemáticos

Os agentes intermediários não seguem nenhuma


política de determinação de preços, preferindo
Barros (1987) acompanhar os preços dos concorrentes.
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Características da análise das margens

 Para produto homogêneo, quanto mais competitivo o mercado,


menor deve ser a margem de comercialização;
 Quanto mais processamento e manuseio no produto, maior deve
ser a margem de comercialização;
 Quanto maior o risco envolvidos, maior a margem de
comercialização;
 Melhoria no processo de armazenagem, reduz a margem de
comercialização;
 Alterações na demanda podem modificar as margens (tendências
de consumo);
 Maior uso de tecnologia, maior a margem de comercialização
 Avanço tecnológico no processamento pode substituir
parcialmente produtos agrícolas por não agrícola, motivando
aumento da margem;
– Ex. Algodão e Sintético

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Elasticidade de transmissão de preço
Relação entre preços em diferentes níveis de mercado

O método de análise de relação entre preços em


diferentes níveis de mercado permite avaliar
como variações nos preços em certos níveis de
mercado podem afetar os preços e as
quantidades consumidas em outros níveis de
mercado.

 Método: Transmissão de preços (causalidade)

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Elasticidade de Transmissão

Elasticidade de transmissão de preço entre varejo e produtor

𝝏 𝒑 𝒗 𝒑𝒑
𝑬 𝒗𝒑 = as variações de preços no nível de varejo decorrentes
das variações de preços ao nível de produtor.
𝝏 𝒑𝒑 𝒑𝒗
𝟎< 𝑬 𝒗𝒑 < 𝜶

diz-se que as variações de preços no varejo são menos do que


𝑬 𝒗𝒑 < 𝟏 proporcionais às variações de preços ao nível de produtor.
Significa que as variações no preço do produtor são transmitidas
𝑬 𝒗𝒑 =𝟏 na mesma proporção ao consumidor.
diz-se que as variações de preços no varejo são mais do que
𝑬 𝒗𝒑 > 𝟏 proporcionais às variações de preços ao nível de produtor.

Define-se como a intensidade de transmissão de preços de um nível de


mercado para outro.
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Exemplo: Elasticidade de transmissão

1 = 10% 1 = 5,43%
2 = 4,33%
Preço do óleo Preço do óleo
atacado varejo

Quando o preço do óleo no atacado varia 10% no


mês 1, o preço no varejo varia 5,43% no mês 1 e
4,33% no mês 2.

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PERDAS
ESFORÇOS EM REDUZIR PERDAS É CÁLCULO
ECÔNOMICO

o nível eficiente de desperdício de alimentos não é zero


Isso não é possível nem desejável
• Reduzir o desperdício de alimentos terá benefícios e custos. À medida
que os resíduos são reduzidos, os benefícios adicionais menores e os custos
adicionais de redução de resíduos tornar-se maior
• A decisão ideal para a cadeia é continuar tomando medidas para reduzir o
desperdício de alimentos até eu o custo iguale ao seu benefício marginal
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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
ATIVIDADE NO STOA
EXERCÍCIO DO STOA

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Departamento de Economia, Administração e Sociologia
EXERCÍCIOS DO MITO DE
COMERCIALIZAÇÃO - MARGENS

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FIM

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