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Psicanálise com Crianças

Brenda Valeria S. Rodrigues


GEPsi
 Inocente, pequena, imatura, frágil, sem responsabilidades,
incapaz de fazer suas próprias escolhas...

Ser Criança “As especificidades concernentes à clínica da criança dizem respeito


não a um desenvolvimento, mas aos movimentos da estrutura que
já está fundada. A representação de criança que sustenta as
conceitualizações psicanalíticas faz um corte com aquela que
sustenta as teorias de inspiração desenvolvimentista ou
psicogenética”.
 Qual é o lugar da criança na dinâmica familiar?
 De quem é a demanda de análise?
 Quem sofre?
 Onde os pais se situam no tratamento?
 Qual é a posição do analista com relação aos pais?
Família
“Há dificuldades que em nada incomoda a criança, senão a seus pais
ou ao meio social no qual está inserida. É o que podemos chamar a
“criança como sintoma”, e não o sintoma da criança. O sinta da
criança surge quando ela se mostra perturbada pelos conflitos
inconscientes”.
 Dificuldade de aprendizagem, divórcio dos pais, pouco
socialização, indisciplina...

O Sintoma da
Criança
“Inibições, sintomas e angústia, cada um a seu modo, são recursos
que o sujeito produz para manter a estrutura psíquica funcionando.
Essa me parece ser uma subversão da psicanálise em relação ao
lugar que a psiquiatria dá a esses “fenômenos”. O valor clínico desta
leitura reside, sobretudo, na direção do tratamento. Sabendo da
função desses recursos para o sujeito, o analista não pode se
precipitar em arrancar dele isto que ele produziu, esse
Direção do “autotratamento do real”. As psicoterapias, muitas vezes,
contentam-se com a supressão do sintoma e ou da inibição e, ainda,
Tratamento com o recobrimento da angústia.
A clínica com crianças é mais permeável ainda a essa “tentação” de
suprimir rapidamente o sintoma – sobretudo por que é isso que
aqueles que encaminharam a criança ao analista esperam dele. A
ética da psicanálise aponta, entretanto, para um caminho diferente:
o deslocamento do lugar que a criança ocupa na trama do fantasma
do Outro e, mais além, a construção que o sujeito venha a fazer de
seu fantasma – sua travessia, à posteriori”.
O Brincar
“A psicanálise é interrogada pelas infâncias. A psicanálise é e deixa-se interrogar pela criança, por seu
dizer, seu fazer e seu viver. Ao psicanalista cabe, incansavelmente, partir não de seu saber, mas do saber
da criança que a ele se endereça; cabe, e sempre, suspender as evidências e se deixar conduzir pela
escuta atenta à palavra da criança e àquilo que se constituiu em andaimes de seu discurso: seu brincar,
seu desenho, suas produções.
Cabe também ao psicanalista não entrar na “série”, fazer diferença, quiçá, fazer exceção – ser ao menos
um que não... – que não lê moralmente as condutas e comportamentos da criança, mesmo os
considerados “inadequados” por seus agentes de cuidado, tomando-os sempre como manifestações
subjetivas a serem acolhidas e escutadas. Fácil é resvalar em uma leitura moral, principalmente quando
se trata de crianças nomeadas de “desobedientes”, “inadaptadas”, “sem limites”, “impossíveis”,
“indisciplinadas”. Contudo, Freud não nos deixa esquecer que tais significantes, nos quais o sujeito por
vezes se cola, servem de um manto encobridor do sofrimento psíquico de uma criança”.

 - TÂNIA FERREIRA em “A escrita da clínica: psicanálise com crianças”.

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