Você está na página 1de 21

A psicologia como ciência do sujeito e da

subjetividade: a historicidade como


noção básica

Profª: Samila M. Leão


Construção da
subjetividade
Feudalismo, renascimento,
idade moderna.
A vida coletiva vai virando
privada;
 Família nuclear;
 Lugares cada vez mais
privados;
Classes sociais;
Homem singular;
Liberdade e razão;
Subjetividade privada
 O momento que a Psicologia se constitui como ciência é o mesmo
que afirma o homem como sujeito (modo de produção capitalista);

 Essa experiência de sermos sujeitos capazes de decisões, sentimentos


e emoções privados só se desenvolve, se aprofunda e se difunde
amplamente numa sociedade com determinadas características.

EX: 1) No século XIII não existia sequer a palavra individuo


2) Nas cidades-estado (polis) gregas tinha ideias como autonomia,
autocontrole e governo em si -) valoração do indivíduo? A autonomia aqui é para
a polis não ser dominada por tiranos (bárbaros). Não se refere ao indivíduo e sim a
AUTONOMIA da polis, não para si, mas através de si.
Subjetividade privada
A perca de referencias coletivas, como religião, raça,
povo, família, lei confiável obriga o homem a
construir referencias internas.
Surge um espaço para experiência da subjetividade.

Quem sou?
Como sinto?
O que desejo?
Homem: sujeito e o objeto
do conhecimento

Noção de conhecimento sofre alterações profundas

Nova questão metodológica: o homem é sujeito e o


objeto do conhecimento, que é exterior e independente
desse sujeito, mas que deve ser conhecido e dominado
por ele;

Modernidade: conjunto de ideias e concepções que


representam o modo de produção capitalista;
SUBJETIVIDADE

Constituição do homem

Por meio da transformação da


natureza/sociedade

Produção de bens materiais e espirituais


(objetos e ideias)

Ideais, crenças e valores e conhecimentos de


toda ordem
Essas ideias orientam a ação do homem, e nesse
sentido, modificam e desenvolvem a ação, ao
mesmo tempo que também são modificadas.
Constituição do indivíduo
Liberalismo: Ideologia liberal,
cujas principais ideias
manifestam-se na Revolução
francesa (homens são iguais em
capacidades e são iguais e
direitos; possuem interesses
próprios);

Todos são livres, mas para que


esta liberdade não redunde em
caos, todos devem ser
solidários uns com os outros
(fraternidade)
Constituição do indivíduo
Romantismo
Movimento artístico e cultural que
marcou a ascensão da burguesia e da
individualidade, nos séculos XVIII e
XIX. 
Egocentrismo e subjetivismo;
O Romantismo traz a experiência de que
o homem possui níveis de profundidade
que ele mesmo desconhece;
Valorização da intimidade e
individualidade.
Constituição do indivíduo

Século XIX: Deposição do “eu”


do seu lugar privilegiado.
Marx (produção material);
Darwin ( homem é um ser
natural como os outro);
Nietzsche ( eu é uma
ficção/homem é produto das
relações de poder).
MERCANTILISMO: aprofunda
e universaliza a experiência Ideias e
práticas
privada econômicas 
 Produção para troca, sendo que cada um produz que foram
o que tem mais capacidade; adotadas
pelos países
da Europa
 os produtos começam a ser levado para o entre os
mercado (vendem o que fazem mais caro, séculos XV e
compram o que não produzem, mais barato): XVIII.
lucro

 O mercado toma conta de todas relações entre os


homens.
 Quando todas relações humanas se dão por
compra e venda, universaliza-se a experiência de
que os interesses de cada produtor são mais
importantes do que o interesse da sociedade
Ambiguidade na liberdade
 Liberdade negativa: o sujeito ao
ganhá-la perde uma porção de
apoios e meios de sustentação.
Perde a solidariedade do seu grupo:
família. Perde a proteção do
senhor.

 A sociedade fica atomizada, em


vez de comunidades produtivas,
temos indivíduos livres
produzindo ou vendendo sua força
de trabalho a proprietários
privados.
Crise da subjetividade privatizada
Para se pensar em psicologia é necessário uma clara ideia
da subjetividade privada, assim como, essa experiência
entre em crise;

Enquanto a subjetividade privatizada não esta sendo


contestada não há por que se fazer ciência psicológica;

O que leva os homens do séc. XIX desconfiarem de suas


próprias experiências?
Crise da subjetividade privatizada

A subjetividade privatizada entra em crise quando se


descobre que a liberdade e a diferença são, em grande
medida, ilusões, quando se descobre a presença forte, mas
sempre disfarçada, das disciplinas em toda as esferas da
vida, inclusive nas mais intimas e profundas.

Como o individuo é único (Romantismo) e igual


(Iluminismo) com a ideia de Estado, forças armadas,
instituições de controle.
Crise da subjetividade privada
Subjetividade privatizada?
Nossa individualidade, nossos desejos, nosso “eu”, enfim,
daquilo que está dentro de nós e que somente nós temos contato.

E quanto à crise?
O homem percebe que conceitos como liberdade, individualidade
e igualdade não passam de meras ilusões.
.
Com a subjetividade privada em crise, abre-se campo para
explicações sobre o sujeito e a subjetividade, suas características,
sua constituição, origens CAMINHO CIÊNCIA
Subjetividade e objetividade

O pensamento dialético representa a possibilidade de


superar a dicotomia objetividade e subjetividade, a
partir da categoria contradição.

E o sujeito, que atua sobre o objeto, é tomado na


historicidade resultante da sua ação de transformação
do objeto, ação que ocorre, necessariamente, em
sociedade.
A categoria subjetividade na história
da Psicologia
Psicologia sócio-histórica: Vigotski propõe que se
estudem os fenômenos psicológicos, como resultado de
um processo de constituição social do individuo, em
que o plano intersubjetivo, das relações, é convertido,
no processo, de desenvolvimento, em um plano intra-
subjetivo.

Subjetividade é constituída através das mediações


sociais, e uma delas é a linguagem (apropriação do
significado social e da atribuição de sentidos
pessoais)
Qual impacto para nossa
subjetividade?
Qual impacto para nossa
subjetividade?
Qual impacto para nossa
subjetividade?
Qual impacto para nossa
subjetividade?
Referência
Bock, Ana Mercês Bahia; Gonçalves, Odair Furtado.
Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica.
São Paulo: Cortez, 2002. Capítulo 02 (A psicologia
como ciência do sujeito e da subjetividade: a
historicidade como noção básica)

Você também pode gostar