Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adversos Pós-Vacinação
Fonte: WHO. Global Manual on Surveillance of Adverse Events Following Immunization. 2014
a
Processo de vacinação segura no Brasil
a
INCQS: Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.
b
ICS: Insumos Críticos de Saúde / Coordenação de Armazenagem e Distribuição Logística de Insumos Estratégicos para a Saúde – COADI
Programa Nacional de Imunizações
Farmacovigilância (FV)
Grego: pharmakon – droga; Latim: vigilare – estar atento, vigiar
SVS
INCQS/FIOCRUZ
PNI
Vigilância de eventos adversos pós-vacinação
(VEAPV)
PT Conjunta SVS/Anvisa nº 92, de 9 de outubro de 2008.
Institui o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de
ANVISA Vacinas e outros Imunobiológicos - CIFAVI
Importância do SNVEAPV
• Melhorar a saúde pública e a segurança em relação ao uso de imunobiológicos (vacinas,
soros, imunoglobulinas )
• Avaliar a qualidade dos imunobiológicos: PNI/SVS¹ , a Anvisa e INCQS²
– Revisão e aprovação antes do outorgamento de registro (licença) pela Anvisa
• Boas práticas de produção
– Controle de qualidade: avaliação de lotes antes da distribuição
– Vigilância pós-comercialização (notificação/investigação de EAPV³)
• Responsabilidades definidas nos 3 níveis
• Identificar imunobiológicos ou lotes com desvios de qualidade (ex.: produção de
produtos ou lotes mais “reatogênicos” ) e decidir quanto à sua utilização ou
suspensão
• Identificar possíveis falhas no transporte, armazenamento, manuseio ou
administração (erros de imunização) e que resultem em EAPV
¹ Programa Nacional de Imunizações/ Secretaria de Vigilância em Saúde ³EAPV: evento adverso pós-vacinação
² INCQS: Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/Fiocruz
Objetivos do SNVEAPV
• Normatizar o reconhecimento e condutas frente aos casos suspeitos de EAPV¹
• Identificar eventos novos e ou raros/inusitados
• Atualizar contraindicações e avaliar de forma continuada a relação de beneficio-risco
quanto ao uso dos imunobiológicos, provendo informações pertinentes à segurança
dos mesmos
• Estabelecer ou descartar, quando possível, a relação de causalidade com os
imunobiológicos
• Assessorar os processos de capacitação ligados à área de imunizações para avaliação,
diagnóstico e conduta frente aos EAPV¹, promovendo supervisões e atualizações
científicas
• Processo para tomada de decisões nos casos da ocorrência de problemas com o
desempenho das vacinas ³EAPV: evento adverso pós-vacinação
Objetivos do SNVEAPV (continuação)
• Promover a consolidação dos dados de EAPV ocorridos nas regiões do país num
sistema único e informatizado
• Estimar taxas de incidência e gerar novas hipóteses, recomendações de estudos
(pesquisas): epidemiologia, efetividade e eficácia (Comitês Nacionais)
• Colaboração internacional (OPAS/OMS/GACVS¹)
Objetivos maiores:
֍ RÁPIDA resposta às dúvidas/preocupações dos indivíduos, pais e comunidade em
geral
֍ RÁPIDA, honesta e eficiente comunicação dos resultados de investigações,
assegurando a integridade dos programas de imunizações e mantendo a
confiabilidade dos imunobiológicos utilizados pelo PNI, junto à população e aos
profissionais de saúde ¹ OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde. OMS: Organização Mundial da Saúde.
GACVS: Global Advisory Committee on Vaccine Safety
Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas
e outros Imunobiológicos CIFAVI
¹
Sistema nacional de vigilância de eventos adversos pós-vacinação
²http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_vacinacao_4ed.pdf
4
VigiMed: DRM, usuários / Notivisa: para as Queixas Técnicas (desvio de qualidade do produto
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/notificacoes/vigimed/
https://www.gov.br/anvisa/pt-br
Evento adverso pós-vacinação – EAPV
• Um EAPV é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, não possuindo
necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico
(imunoglobulinas e soros heterólogos). Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não
intencional, isto é, sintoma, doença ou achado laboratorial anormal
• Tendo em vista a natureza e as características do imunobiológico, bem como o conhecimento já
disponível pela experiência acumulada, podem ser:
• Eventos esperados: incluem-se aqueles relativamente comuns, como febre, dor e edema locais, ou
mesmo eventos mais graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-hiporresponsivo, anafilaxia
etc.
• Eventos inesperados: aqueles não identificados anteriormente, como em novas vacinas; decorrentes
de problemas ligados à qualidade do produto, a exemplo da contaminação de lotes, que pode
provocar abscessos locais, ou teor indevido de endotoxina em certas vacinas, levando a reações febris
e sintomatologia semelhante a sepse
Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Ministério da Saúde. 4ª Ed., 2020
Porque acontecem os EAPV ?
1. Fatores relacionados à vacina: inclui o tipo (viva ou inativada), a cepa, o meio de cultura
dos microrganismos, o processo de inativação ou atenuação, adjuvantes, estabilizadores
ou substâncias conservadoras, o lote da vacina
2. Fatores relacionados aos vacinados: idade, sexo, número de doses e datas das doses
anteriores da vacina, eventos adversos às doses prévias, doenças concomitantes,
doenças alérgicas, autoimunidade, deficiência imunológica
Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Ministério da Saúde. 4ª Ed., 2020
Atenção ....
É muito importante diferenciar-se ‘gravidade’ e ‘intensidade’ (esta
última inadequadamente traduzida em alguns textos como
severidade). Um evento pode ser leve, moderado ou intenso,
independente de ser ou não grave, por exemplo, uma hiperemia local
intensa
Fuente: Consejo de Organizaciones Internacionales de las Ciencias Médicas (CIOMS, por su sigla en inglés), 1995
O que fazer com a pessoa que apresenta um EAPV?
Detecção
de casos
suspeitos
de EAPVa EAPV - Agravo de
Feedback Notificação notificação compulsória
• PORTARIA GM/MS nº 33, de 14/7/2005 –
Ciclo de vigilância institui a inclusão de EAPV na lista nacional de
de EAPV (VEAPV) NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, revogada pela PT
nº 264 de 17/2/2020 (Publicado em: 19/02/2020,
Avaliação e
classificação Edição: 35, Seção: 1, Página: 97), que define a
de Registro lista nacional de doenças e agravos, na forma do
causalidade anexo, a serem monitorados por meio da
estratégia de vigilância em unidades sentinelas e
suas diretrizes
Investigação
Fonte: Tradução de WHO. Responding to adverse events following COVID-19 2 immunization (AEFIs)
a
EAPV : evento adverso pós-vacinação.
O EAPV foi inusitado/inesperado ou ocorreu com frequência fora do
esperado – o que fazer?
Medidas imediatas devem ser adotadas:
Unidades Notificadoras são todas as Unidades Básicas de Saúde/salas de vacinação, Unidades de Pronto
Atendimento (UPA), prontos-socorros e hospitais. No entanto, qualquer unidade de saúde pública ou privada deve
notificar a ocorrência de um EAPV
a
EAPV: evento adverso pós-vacinação
O que fazer com a pessoa que apresenta um EAPV?
a
EAPV: evento adverso pós-vacinação
Feedback : tomando ações
• Retroalimentação oportuna
− Para reforçar o valor e a utilidade da notificação
− Tratar o paciente
− Análise de dados: revisar os dados epidemiológicos, achados clínicos e laboratoriais
¹https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/plano-nacional-de-vacinacao-covid-19
https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2020/dezembro/21/estrategia_vacinacao_covid19.pdf
Precauções e Contraindicações à administração da(s) vacina(s) covid-19
Precauções:
• Em geral, como com todas as vacinas, diante de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se
o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as
manifestações da doença
Não há evidências, até o momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de indivíduos com
história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARS-COV-2. É improvável que a vacinação
de indivíduos infectados (em período de incubação) ou assintomáticos tenha um efeito prejudicial sobre a
doença.
Recomenda-se o adiamento da vacinação nas pessoas com infecção confirmada para se evitar confusão com
outros diagnósticos diferenciais. Como a piora clínica pode ocorrer até duas semanas após a infecção,
idealmente a vacinação deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o
início dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas
assintomáticas
As vacinas COVID-19, atualmente, não são recomendadas para controle de surtos ou para profilaxia pós-
exposição ao SARS-CoV-2 em pessoas com exposição conhecida
Precauções e Contraindicações à administração da(s) vacina(s) covid-19
• Pessoas com uso recente de imunoglobulinas e/ou anticorpos monoclonais
– É desejável que se respeite um intervalo mínimo de 14 dias entre a administração de uma dessas
terapias com anticorpos e a aplicação da vacina contra a covid-19, para melhor avaliação de eventuais
EAPV. Na impossibilidade de se respeitar esse prazo, a dose de vacina COVID-19 deve ser considerada
válida e não há necessidade de repetição
– Tratamento anticorpos monoclonais específicos contra o SARS-CoV-2, plasma convalescente ou
imunoglobulina específica contra o SARS-CoV-2, devem, preferencialmente, aguardar um intervalo de
90 dias para receber uma dose de vacina COVID-19
• Gestantes, Puérperas e Lactantes: Nota técnica 651 CGPNI/DEIDT/SVS/MS
– Deverá ser condicionada a prescrição médica após avaliação individualizada de risco benefício.
– Portadoras de comorbidades que ainda não tenham sido vacinadas deverão ser vacinadas com vacinas
COVID-19 que NÃO CONTENHAM VETOR VIRAL (Sinovac/Butantan ou Pfizer/Wyeth)
– Aquelas que tenham recebido a primeira dose da vacina AstraZeneca/Oxford/Fiocruz deverão aguardar
o término do período da gestação e puerpério (até 45 dias pós parto) para a administração da
segunda dose da vacina
– Aquelas (incluindo as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose de outra
vacina COVID-19 que não contenha vetor viral (Sinovac/Butantan ou Pfizer) deverão completar o
esquema com a mesma vacina nos intervalos habituais
Precauções: orientações importantes para pacientes com algumas
condições especiais
Uso de antiagregantes plaquetários devem ser mantidos conforme prescrição médica e não implicam em
impedimento à vacinação. Não há relatos de interação entre os anticoagulantes em uso no Brasil –
varfarina, apixabana, dabigatrana, edoxabana e rivaroxabana – com vacinas. Portanto deve ser mantida
conforme a prescrição do médico assistente. O uso de injeção intramuscular em pacientes sob uso crônico
de antiagregantes plaquetários é prática corrente, portanto considerado seguro a
Pacientes portadores de doenças reumáticas imunomediadas (DRIM): preferencialmente o paciente deve
ser vacinado estando com a doença controlada ou em remissão, como também em baixo grau de
imunossupressão ou sem imunossupressão. Entretanto, a decisão sobre a vacinação em pacientes com
DRIM deve ser individualizada, levando em consideração a faixa etária, a doença reumática autoimune de
base, os graus de atividade e imunossupressão, além das comorbidades, devendo ser sob orientação de
médico especialista. A escolha da vacina deve seguir as recomendações de órgãos sanitários e
regulatórios, assim como a disponibilidade local b
a
Raj G, et al. Safety of intramuscular influenza immunization among patients receiving long-term warfarin anticoagulation therapy. Arch Intern Med.1995;155(14):1529-31.
b
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Força-Tarefa para Gerar as Orientações de Vacinação contra SARS-CoV-2 para Pacientes com Doenças Reumáticas Imunomediadas
(DRIM). Disponível no link http://www.reumatologia.org.br/downloads/pdf/SBR-For%C3%A7a-Tarefa-Vacinas-COVID-19.pdf
Precauções: orientações importantes para pacientes com algumas
condições especiais
• Pacientes que fazem uso de imunoglobulina humana devem ser vacinados com pelo menos um mês de
intervalo entre a administração da imunoglobulina e a vacina, de forma a não interferir na resposta
imunológica
• A inaptidão temporária a doação de sangue e componentes associada ao uso de vacinas são:
- Sinovac/Butantan: 48 horas após cada dose
- AstraZeneca/Fiocruz: 7 dias após cada dose
A avaliação de risco benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser realizada pelo
paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação somente deverá ser
realizada com prescrição médica
Precauções e Contraindicações à administração da(s) vacina(s) COVID-19
Contraindicações
Para aquelas pessoas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a uma dose
anterior de uma vacina COVID-19
Pessoas que presentaram uma reação anafilática confirmada a qualquer componente
da(s) vacina(s)
Fonte: https://www.gov.uk/government/publications/coronavirus-covid-19-vaccine-adverse-reactions/
Definições de casos
• Com a finalidade de se obter dados concordantes e harmoniosos, bem como melhorar a qualidade da
análise e comparabilidade deles
• Manual de Vigilância Epidemiológica de EAPV, 4ª Edição, 2020, com informações sobre os principais
eventos associados às vacinas em geral e com instruções sobre a conduta a serem adotadas frente à
ocorrência desses agravos, os quais servirão também como auxílio nos diagnósticos e disseminação de
informação
• Protocolo com definições de casos de eventos adversos de interesse especial (AEIE) direcionadas para
investigação de eventos e vacina COVID-19
a
SGB: Síndrome de Guillain-Barré
Lista de EAIE recomendados para vigilância ativa e vacinas COVID-19 e
respectivos tempos de acompanhamento
Fonte: Tradução do Vaccine Safety Guidance Manual Version 2: 10 October 2020 - In preparation for COVID-19 vaccine introduction;
SPEAC_D2.3_V2.0_COVID-19_20200525_public; Brighton Collaboration
Distinguindo reações alérgicas de outros tipos de reações
Reções alérgicas imediatas incluindo
Características anafilaxia Reação vasovagal Outros EAPV locais e sistêmicos
Tempo após vacinação Geralmente entre 15 e 30 minutos Geralmente dentro de 15 minutos Em média ocorrem entre 1 e 3 dias,
após vacinação a maioria 1 dia após vacinação
Sinais e sintomas
Sensação de desmaio Sensação de morte iminente Sensação de calor ou frio Febre, calafrios, fadiga
Sintomas cutâneos presentes em ~
90% dos pessoas com anafilaxia, Palidez, sudorese intensa, pele Dor, eritema ou edema no local da
Cutâneos incluindo prurido, urticária, rubor, pegajosa, sensação de calor facial injeção; linfadenopatia
angioedema
Tontura, delírio, síncope
(frequentemente após sintomas
Confusão mental, desorientação, prodrômicos por alguns segundos ou
Neurológico tontura, delírio, fraqueza, perda da minutos), fraqueza, mudanças na Cefaleia
consciência visão (como pontos de luzes
piscando), mudanças na audição
Detectar
Evento Decisões baseadas
Investi gar em evidências
Anali sar
Sandra.Deotti@saude.gov.br
Eapv.cgpni@saude.gov.br