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Características essenciais do

Kula
• “[...]O kula é uma forma de troca e tem caráter intertribal bastante
amplo; é praticado por comunidades localizadas num extenso círculo
de ilhas que formam um circuito fechado[...]”
• Essas trocas são realizadas entre dois tipo de artigos :
I. Sentido horário: Longos colares feitos de Conchas vermelhas
Soulava.
II. Sentido anti-horário: Braceletes feitos de conchas brancas
chamados Mwali.
O circuito do kula
Mwali

Soulava
• Em cada ilha e em cada aldeia, um número mais ou menos restrito de
homens participa do kula - ou seja, recebe ao artigos conserva-os consigo
durante algum tempo e, por fim, passa-os adiante.

• Cada um dos participantes do kula recebe periodicamente (mas não com


regularidade) um ou vário Mwali ou um Soulava que deve entregar a um
de seus parceiros, do qual recebe em troca o artigo oposto. Assim
ninguém jamais conserva nenhum artigo consigo por muito tempo. O fato
de que uma transação seja consumada não significa o fim da relação
estabelecida entre os parceiros a regra é “uma vez no kula, sempre no
kula”.
Homens usando braceletes mwali
• Os mwali e os Soulava estão sempre em movimento, vão passando de
mão em mão, e não há casos em que esses artigos fiquem retidos
com um só dono .
• O princípio de “uma vez no kula sempre no kula” se aplica de igual
forma aos artigos trocados.
Mulheres usando colares soulava
• Acontece de forma periódica
• Em datas preestabelecidas
• Ao longo de rotas comerciais definidas que conduzem a locais fixos de
encontro.
• De caráter Intertribal
• Une em pares alguns milhares de indivíduos em uma parceria
permanente e vitalícia com deveres e privilégios mútuos.
• Os objetos do kula são adornos festivos, jamais podem ser usados diariamente ou
em ocasiões menos “importantes”.
• Alguns objetos do kula, são valiosos demais ou muito incômodos para serem usados
a não ser uma vez a cada dez anos, em ocasiões muito especiais, tais objetos são
chamados Vaygua’s.
• Esses objetos trazem uma enorme glória aquele que os possui.
• Esses objetos são apreciados pelo valor histórico que tem. Podem ser feios, inúteis e,
segundo os padrões correntes ter pouquíssimo valor intrínseco; porém, só pelo fato
de terem figurado em acontecimentos históricos e passado pelas mão de
personagens antigos, constituem um veículo infalível de importante associação
sentimental e passam a ser considerados grandes preciosidades. O sentimentalismo
histórico que desempenha papel de importância em nosso interesse de estudar os
acontecimentos do passado, existe de igual modo no Pacífico Sul.
• Cada um dos artigos realmente bons do kula tem um nome próprio e encerra uma
espécie de história ou romance nas tradições dos nativos.
• As trocas são realizadas através de expedições ultra marinas
• Nem todos tem permissão para participar
• As trocas só podem ser executadas entre os parceiros
• As trocas devem ser feitas entre os objetos do kula, mas incidentalmente
os parceiros podem trocar outros presentes como parte do rito.
• Parceiro fornece, segurança, alimento e hospedagem nas terras
estranhas.
• Há uma grande troca cultural intertribal entre as ilhas que viaja através
da rota do kula.
• A lerdez em repassar os objetos deu má fama a alguns distritos.

• A glória para os Tobriandeses é ter a posse temporária dos objetos.


Dar e receber, mesquinhez é considerada uma falta grave com o
grupo.

• Alguns objetos levam de dois a dez anos para perfazer o circuito


completo.
• Os tobriandeses fazem comércio,um tipo de escambo chamado gimwali
, ao criticar algum nativo que age de maneira incorreta apressada ou
indecorosa no kula os nativos costumam dizer “ele age como se o kula
fosse gimwali”.

• Para os nativos do kula “possuir é dar”.

• As disputas ocorriam quando um doador mais generoso se sentia


prejudicado e contrastava sua doação com outra menos generosa ,
nesses casos podiam ocorrer até brigas.
• O kula constitui o objetivo principal das atividades. Comércio, pesca
construção de barcos se tornam atividades secundárias

• Existem tribos que não praticam o kula nas ilhas trobriand porém
onde o kula é praticado ele controla todas as demais atividades afins,
tanto a construção de canoas como o comércio se tornam atividades
subsidiárias.

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