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Capítulo 3

Capítulo 3

As primeiras civilizações

O passado sempre despertou a curiosidade das pessoas e, muitas vezes, é usado como plano
de fundo não só para algumas histórias na literatura e no cinema, mas também para a criação
dos mais diversos jogos, como os de tabuleiro. Alguns desses jogos fazem com que os jogadores
simulem e vivenciem ações ou práticas que levaram ao surgimento das primeiras civilizações.
Mas como se caracteriza uma civilização?

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É importante destacar que os processos que levam ao surgimento de uma civilização são
independentes uns dos outros e ocorrem simultaneamente, à medida que a complexidade da
sociedade aumenta. Além disso, uma civilização não é uma forma de organização social mais
rica ou importante que outros modos de organização, mas uma das maneiras que grupos
humanos encontraram ao longo do tempo para se organizar e viver coletivamente.

Neste capítulo, você conhecerá alguns aspectos do processo de formação das primeiras
cidades e de duas das mais antigas civilizações conhecidas: os sumérios, que viveram32na região
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da Mesopotâmia, e os egípcios, no norte da África.

De bando a aldeia
O Homo sapiens surgiu no planeta há cerca de 300 mil anos. Como você viu no capítulo
anterior, ao longo de quase toda sua história os grupos dessa espécie foram nômades, vivendo
da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes; essa espécie tornou-se sedentária apenas há
cerca de 10 mil anos, quando os humanos passaram a dominar a técnica da agricultura.

Com essa sedentarização, os humanos passaram a estocar alimentos para períodos mais
escassos, como o inverno, por exemplo, costume que os levou a se fixar em um só lugar e a
abandonar gradativamente os hábitos nômades. Esse, porém, foi um processo lento que se
estendeu por séculos.

Outra consequência da sedentarização foi o aumento populacional. Os bandos, que se


constituíam por poucas dezenas de pessoas, transformaram-se em aldeias, o que trouxe
mudanças significativas na organização política, econômica e social desses grupos humanos.

Os bandos nômades – formados, em geral, por parentes – eram grupos igualitários, sem
estratificação social e sem uma liderança formal. Ainda assim, alguns podiam ter mais
prestígio do que outros, pela sua personalidade, ou suas qualidades, como força, inteligência ou
habilidade de luta, exercendo uma liderança informal junto à comunidade. Contudo, não
existiam leis escritas e as decisões eram coletivas.

Estratificação social é o mesmo que hierarquização social, a qual se baseia nas diferenças
de riqueza, prestígio e poder existentes entre os grupos sociais.

Já as aldeias – ou tribos – abrigavam centenas e até milhares de pessoas em um mesmo


espaço, em residências fixas. Se nos bandos, a base das relações humanas era a família, na
aldeia, essa base era o clã . Assim, uma aldeia podia ser formada por diferentes clãs.

Clã era um conjunto de famílias que possuíam um ancestral em comum.

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Vista parcial de maquete da aldeia neolítica de Banpo, exposta no Museu Nacional da China.

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De modo geral, nas aldeias menores, a especialização era superficial: os adultos


participavam das mais variadas atividades, como cultivo, caça ou coleta de alimentos, e a
economia se baseava na troca informal de mercadorias entre indivíduos ou famílias. Eram
aldeias autossuficientes, e a terra pertencia aos clãs. As pessoas se conheciam, e a tomada das
decisões de interesse da comunidade eram feitas de forma coletiva, uma vez que essas tribos
não contavam com nenhuma liderança específica, sendo, por isso, chamadas tribos ou aldeias
acéfalas.

SAIBA MAIS

Çatal Hüyük: a vida em uma aldeia milenar

A região da Anatólia, na Turquia, abriga vestígios daquela que é considerada uma das mais
antigas aldeias da humanidade: Çatal Hüyük, surgida por volta de 7500 a.C. e existente por
cerca de mil anos.

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O assentamento ocupava uma área de aproximadamente 50 campos de futebol, chegando a


abrigar até 10 mil indivíduos. As casas, feitas de tijolos crus, eram construídas juntas umas
das outras e não tinham portas; a entrada dava-se pelo tetos, e também era por eles que as
pessoas se deslocavam, uma vez que não havia ruas. Os mortos eram enterrados dentro das
casas, e, aparentemente, não existiam distinções sociais. a população cultivava trigo,
cevada, ervilhas e criava ovelhas e cabras; nessa aldeia foram encontrados também os
vestígios mais antigos da prática de tecelagem: um pedaço de tecido de linho carbonizado e
datado de 6500 a.C.

Representação da aldeia de Çatal Hüyük. Na imagem, perceba as aberturas nos tetos usadas como
entradas das casas.

Os primeiros reis
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Algumas aldeias possuíam dezenas de milhares de pessoas, o que demandava uma


organização capaz de solucionar conflitos, garantir alimentação para todos, entre outras
necessidades. Por causa dessas demandas, as grandes aldeias costumavam contar com uma
autoridade que centralizava o poder.

Pessoas que se destacavam por sua autoridade moral, riqueza ou capacidade de liderar e de
solucionar conflitos adquiriram com o tempo privilégios e poder sobre as demais, tornando-se
governantes e reis. Esse status tornou-se hereditário, surgindo, dessa maneira, as primeiras
formas de estratificação social com uma aristocracia que passou a controlar o poder nas aldeias.

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Estátua do príncipe Gudea, produzida em cerca de 2120 a.C.,


um dos principais governantes de Lagash, cidade suméria.

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Essas grandes aldeias também demandavam uma melhor divisão das tarefas: enquanto
algumas pessoas cuidavam da agricultura, outras se encarregavam da fabricação de 32
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e utensílios. Havia ainda os responsáveis pela realização de obras públicas, sendo as mais
importantes a construção de canais, para desvio das águas dos rios para as plantações, e diques,
para controlar as cheias dos rios e reservatórios capazes de garantir água à população nos
períodos de seca.

Nesse período, animais como o cavalo, o burro e o dromedário foram domesticados (ver
infográfico no capítulo 2, página 23) e empregados como meio de transporte. Os bois,
domesticados desde 10 mil a.C., começaram a ser utilizados como força motriz para mover os
arados de madeira. Ao mesmo tempo, artesãos do metal descobriram como produzir
ferramentas extraindo o cobre, as quais facilitaram imensamente o trabalho no campo. Veja, na
linha do tempo a seguir, algumas invenções desse período.

As primeiras aldeias com poder centralizado em um líder surgiram por volta de 5500 a.C., na
região do Crescente Fértil . A característica econômica mais marcante dessas aldeias foi a
criação de uma forma de economia denominada distributiva, segundo a qual toda a produção da
aldeia era entregue ao chefe, que a redistribuía à população. No entanto, uma parte dessa
produção era retida pelos chefes como tributo.

Crescente fértil era a região do Oriente Médio, onde hoje se localizam o Iraque, o Kuwait, a
Síria e o sul da Turquia. Essa região, junto com o Egito, formava um arco semelhante à Lua
em quarto crescente. Por causa disso e pelas ótimas terras para a agricultura, esse arco
ganhou o referido nome.

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ALBUQUERQUE et al, 1988.

As cidades-Estado
Muitas dessas aldeias centralizadas cresceram e se transformaram em cidades-Estado, ou
seja, cidades autossuficientes e autogovernadas. Nelas, o controle central era mais abrangente,
com maior número de pessoas a serviço da administração pública. A cidade controlava os
impostos, realizava obras públicas e sustentava a população com produção de alimentos. Era
comum haver religiões oficiais, e os reis, quando considerados figuras divinas, recebiam um
tratamento especial. A solução dos conflitos passou a ser formalizada por meio de leis, muitas
vezes escritas, e decidida por juízes. A sociedade era estratificada, e a especialização por tarefas
bem delimitada. A seguir, você conhecerá dois exemplos de sociedades surgidas a partir de
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cidades-Estado que se uniram e chegaram a constituir impérios: os sumérios, na Mesopotâmia, e


os egípcios, no norte da África.

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AGORA É COM VOCÊ

1. Com base nas diferentes formas de organização social, preencha a tabela a seguir.

Tribo/Aldeia Tribo/Aldeia Cidade-


Bando
acéfala centralizada Estado

Número de
pessoas

Base das
relações
humanas

Tipo de
liderança
política

Solução de
conflitos

Divisão do
trabalho

Expandir

2. Imagine que você é um arqueólogo e em suas escavações você encontrou um arado de


ferro de milhares de anos atrás. A partir da análise deste objeto, que hipóteses seria
possível levantar a respeito da sociedade que o criou?

3. As primeiras cidades-Estados surgiram na região da Mesopotâmia. Explique como elas


se organizavam do ponto de vista político-administrativo.
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JOGUE

7 Wonders

O jogo de tabuleiro 7 wonders aborda os temas civilização e história em partidas de duas a


sete pessoas, que duram em média 45 minutos. Nele, você simula a experiência de construir
uma das sete maravilhas da Antiguidade enquanto desenvolve a sua civilização, ao longo de
três eras, por meio da troca de recursos com seus vizinhos, do desenvolvimento militar,
científico e tecnológico da sua cidade, além de construir templos e muralhas, por exemplo.

Com criação de Antoine Bauza e arte de Miguel Coimbra, o jogo foi lançado no Brasil em
2014, sendo editado pela Galápagos Jogos. Classificação indicativa: a partir de 10 anos.

OsAvaliar
sumérios 32

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A Mesopotâmia é uma região do Oriente Médio localizada onde hoje se encontram países
como o Iraque, o Kuwait, a Síria e o sul da Turquia. Trata-se de uma planície desértica, que
recebe pouca chuva e cuja temperatura pode chegar a 50º C na sombra. De origem grega, a
palavra Mesopotâmia significa “terra entre rios”, o que explica a denominação da região, a qual
é atravessada por dois grandes rios, o Tigre e o Eufrates, que cruzam a planície rumo ao Golfo
Pérsico.

Apesar da aridez observada na planície, esses rios transformaram a região em um local fértil,
pois, na época das cheias, os rios transbordavam e traziam ricos sedimentos minerais que
deixavam suas margens propícias para a agricultura. Com isso, a Mesopotâmia acabou se
tornando uma das primeiras regiões do planeta onde grupos populacionais deram início a uma
vida sedentária, vivendo principalmente do plantio de alimentos.

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Um dos primeiros povos a se estabelecer na região foram os sumérios. Eles teriam saído da
Ásia Centro-Ocidental e se fixado no sul da Mesopotâmia por volta de 8500 a.C. Viviam do plantio
de cevada, tâmaras, legumes, e da criação de gado, porcos e cabras. Lá, enfrentavam grandes
dificuldades com as cheias dos rios, pois a água muita vezes invadia onde estavam instalados.
Para controlar a força dos rios, os sumérios, de forma coletiva, fizeram grandes obras
hidráulicas, como a construção de diques e de canais. Dessa maneira, conseguiam conter as
inundações e, ao mesmo tempo, irrigavam as terras cultiváveis de seus pequenos vilarejos.
Também aperfeiçoaram o arado, substituindo a madeira pelo bronze, o que lhes permitia
realizar sulcos mais profundos na terra. Além disso, inventaram a roda, o que lhes possibilitou
atrelar animais a uma carroça, facilitando o transporte de cargas.

Essas ações contribuíram para o aumento da produção agrícola; com mais alimento, a
população encontrou condições para crescer e, por volta de 3000 a.C., as pequenas vilas haviam
se transformado em cidades onde viviam milhares de pessoas. Dezenas dessas cidades estavam
espalhadas ao longo dos rios; dentre elas, destacavam-se Ur, Uruk, Nipur e Eridu.

Esses espaços urbanos eram populosos, abrigando entre 10 mil e 35 mil pessoas. Muitas
vezes, tinham templos e palácios ocupando os locais de destaque, mas também possuíam
regiões destinadas a abrigar as oficinas e as residências da população. Essas construções
costumavam ser grandiosas; em Uruk, por exemplo, foram encontrados vestígios de um templo
com mais de 2 mil metros quadrados de área.

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Fachada restaurada do zigurate de Ur, construído há mais de quatro mil anos. Os zigurates eram
construções mesopotâmicas usadas como observatório (de defesa ou astronômico) ou para fins religiosos.

SAIBA MAIS

A história dos povos mesopotâmicos correu grande risco de desaparecer para sempre, pois,
até meados do século XIX, pouco se sabia sobre os povos que ali viveram. Uma das razões é
que, ao longo dos séculos, as ruínas das antigas cidades da Mesopotâmia foram soterradas
pelas areias do deserto. Em 1843, no entanto, o arqueólogo francês Paul-Émile Botta, ao
fazer escavações na região, encontrou os vestígios de uma antiga cidade mesopotâmica,
Nínive. A partir de então, diversas escavações realizadas na região revelaram a existência de
muitas outras cidades e ainda encontraram um grande número de objetos daquela época.

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Fachada reconstruída de uma das principais entradas da cidade de Nínive, no norte do Iraque,
considerada patrimônio da humanidade.

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Uma sociedade estratificada

Apesar de haver grandes semelhanças culturais e linguísticas entre essas cidades, elas eram
independentes uma das outras; não havia um governo que as unificasse. Por essa razão, essas
cidades são consideradas cidades-Estado, pois são autônomas, autossuficientes e possuem
governos próprios.

Nesses centros urbanos, as pessoas haviam se especializado em determinadas tarefas: havia


os comerciantes, os marceneiros, os artesãos, os ferreiros etc. O grande crescimento urbano
provocou mudanças no modo como essas localidades eram administradas. Se inicialmente as
decisões eram tomadas de forma coletiva ou por conselhos formados pelos membros mais
velhos da comunidade, com essa expansão, as cidades passaram a ser administradas por um rei,
chamado patesi. Além de ser líder político, militar e religioso, cabia ao patesi garantir a
aplicação da justiça, a segurança da população, além de assegurar que não faltasse alimento aos
moradores da cidade. Para ajudá-los em sua administração, os reis contavam com um corpo de
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funcionários que exerciam tarefas administrativas.
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Dessa maneira, a sociedade suméria era uma sociedade estratificada, com o rei e seus
familiares no topo da pirâmide. Considerado um representante dos deuses, ele recebia a maior
parte das terras dos clãs que viviam na cidade, dos impostos e também dos saques efetuados
durante as guerras. Abaixo, havia uma classe intermediária, formada por nobres, guerreiros,
sacerdotes, escribas e funcionários públicos. Desse grupo, os sacerdotes tinham certo destaque,
pois eles eram vistos como aqueles que se comunicavam com deuses e espíritos, o que lhes
conferia grande poder entre os sumérios, inclusive para confiscar objetos e animais da
população.

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Estátua de Ebih-il, importante membro da administração


militar e religiosa da cidade-Estado de Mari, na atual Síria.

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base dessa sociedade, ficavam os trabalhadores livres e os escravos. Entre os 32
trabalhadores livres, encontravam-se os artesãos, os pescadores, os agricultores, os carpinteiros
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e as demais pessoas que prestavam serviços para os representantes das camadas superiores. Já
os escravos eram presos de guerra, pessoas que se tornaram escravas por causa de dívidas, ou
até mesmo indivíduos que, em troca de alimento, se submetiam espontaneamente à escravidão.

A escrita cuneiforme

Entre os sumérios, o comércio era uma atividade intensa, que se realizava por meio de
trocas, como as de cereais e lã por minérios, pedras e madeira. As transações aconteciam em
regiões distantes, as quais eram acessadas por meio de balsas ou de caravanas de burros.

A necessidade de terem um controle sobre transações comerciais, bem como sobre o


pagamento de tributos e os estoques de alimentos, levou os sumérios ao desenvolvimento de
um dos mais antigos sistemas de escrita da humanidade, surgido entre 3500 a.C. e 3000 a.C.
inicialmente, as anotações eram feitas com hastes de bambu em placas de argila cozidas em
fornos; séculos mais tarde, as hastes foram substituídas por estiletes com ponta em forma de
cunha, por isso, essa escrita ficou conhecida como cuneiforme.

O domínio da escrita era um privilégio de poucos, estando restrita aos templos e aos
palácios, cabendo aos escribas a tarefa de realizar os registros. Em um primeiro momento, a
escrita suméria foi baseada em pictogramas, ou seja, símbolos que significavam palavras, como
o desenho de uma cabeça representando essa parte do corpo, e duas linhas onduladas
representando a água.

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Esse tipo de escrita apresentava dois grandes problemas: as ideias eram expressas por meio
de um grande número de sinais, cerca de 2 mil, e, do modo como foi concebido, era difícil
expressar ideias abstratas, como angústia, gentileza etc. Ao longo do tempo, a escrita
cuneiforme se modificou: o sinal usado para designar a palavra boca, por exemplo, passou a
significar também a palavra falar; mais tarde, com o aperfeiçoamento do sistema, a junção do
símbolo de boca com o símbolo de comida passou a designar a palavra comer.

A mudança mais significativa ocorreu quando os pictogramas passaram a representar sons


ou sílabas, diminuindo para cerca de 600. Desse modo, a escrita cuneiforme se espalhou pela
Mesopotâmia e foi utilizada no Oriente Médio até os primeiros tempos da era cristã.

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Escrita cuneiforme em contrato sumério da venda de um campo e de uma casa há cerca de 2 600 anos.

Outros povos mesopotâmicos


As guerras entre as cidades-Estado, provocadas pela disputa por território ou pelo controle
dos canais de irrigação, eram constantes, transformando a região da Suméria em um local muito
instável. Essa instabilidade contribuiu para o enfraquecimento das cidades-Estado, até que, por
volta de 2350 a.C., elas foram invadidas e dominadas por um outro povo que também vivia na
Mesopotâmia, os acadianos. Essa ação foi comandada pelo rei Sargão, que unificou essas
cidades, dando início ao Primeiro Império Mesopotâmico. Esse império, contudo, teve vida
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curta: em cerca de cem anos, ele se fragmentou, e as cidades da região retomaram sua
autonomia.

Nos séculos que se seguiram, a Mesopotâmia passou por outra fase de disputas entre os
diferentes povos que ali viviam. Por volta de 1800 a.C., os amoritas, um povo que havia se
estabelecido na região, escolhendo a cidade de Babilônia como capital, se destacaram,
conquistando cidades vizinhas e constituindo um império na região.

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Estela com o Código de Hamurabi. No alto do monumento, Hamurabi recebe as leis de Shamash, deus da
justiça.

O rei dos amoritas, Hamurabi, reuniu as diversas leis e sentenças pronunciadas no império e
as unificou em um código, conhecido como Código de Hamurabi, um dos mais antigos
documentos jurídicos que se conhece. São 282 artigos gravados em uma estela de basalto de
dois metros de altura, hoje em exposição no Museu do Louvre, em Paris, na França. Os artigos
dispõem sobre os mais variados aspectos da sociedade: comércio, família, propriedade,
herança, escravidão. Para cada delito é prevista uma punição, que varia de acordo com a
categoria social do infrator e da vítima, como mostra a Leitura complementar a seguir.

LEITURA COMPLEMENTAR

Código de Hamurabi

Art. 202. Se um homem agrediu a face de outro homem que lhe é superior, será golpeado
sessenta vezes diante da assembleia, com um chicote de couro de boi.

Art. 203. Se o filho de um homem agrediu a face de outro filho de homem igual a ele, pesará
uma mina de prata.

Art. 204. Se um homem vulgar agrediu a face de outro que lhe é igual, pesará dez siclos de
prata.

Art. 205. Se o escravo de um homem agrediu a face de seu filho, cortarão sua orelha.

VIEIRA, Jair Lot (Org.). Código de Hamurabi: Código de Manu, excertos (livros oitavo e nono): Lei das XII
Tábuas. São Paulo: Edipro, 2011.

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AGORA É COM VOCÊ 32

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1. A imagem a seguir é uma representação de uma das mais importantes cidades-Estado


da Mesopotâmia, Ur, construída pelos sumérios às margens do Rio Eufrates há pelo
menos 7 mil anos. Que elementos dessa imagem mostram a importância e a grandeza
dessa cidade?

2. Que elementos da imagem evidenciam que a população de Ur foi responsável por


realizar grandes obras hídricas?

3. O trecho do Código de Hamurabi, citado na Leitura complementar anterior evidencia


que os rigores da lei variavam conforme o status social do indivíduo na sociedade
acadiana. A legislação brasileira se aproxima ou se distância do Código de Hamurabi no
que diz respeito à igualdade dos indivíduos perante a lei?

Os egípcios
A civilização
Avaliar egípcia floresceu há cerca de cinco mil anos no norte da África, em meio
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Deserto do Saara. Sua história está profundamente ligada ao Nilo, um rio de cerca de 6 mil
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quilômetros de extensão, que atravessa o continente africano no sentido sul-norte.

As primeiras comunidades egípcias conhecidas como nomos se formaram às margens do


Nilo. Seus moradores utilizavam as águas do rio para pescar, extrair o barro utilizado na
construção de residências, ou ainda como uma estrada fluvial por onde transportavam
alimentos e outras mercadorias.

Entre junho e outubro, o Rio Nilo transbordava e, em novembro, suas águas começavam a
baixar, fenômeno que deixava a terra extremamente fértil devido ao húmus deixado no solo. A
população aguardava por esse momento para arar o terreno umedecido e plantar seus
alimentos.

Ilustração de um nilômetro, poço que servia para permitir a mensuração do nível da água do Rio Nilo.

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Para garantir o constante abastecimento de água, os egípcios passaram a construir diques,


canais e barragens, o que contribuiu para um gradativo crescimento dos nomos. Esse
crescimento promoveu uma especialização de tarefas entre as pessoas: umas eram responsáveis
pelas obras de construção, outras pelo plantio e pela colheita de alimentos, além daquelas que
fabricavam ferramentas e erguiam os celeiros para estocar a comida. Algumas dessas pessoas
adquiriam certo prestígio junto à sociedade e assumiam o poder local, sendo conhecidas como
nomarcas.

Com o tempo, pequenos reinos surgiram pela incorporação dos nomos menores aos
domínios dos nomos maiores. Por volta de 3500 a.C., esse processo de incorporação dividiu o
território do Egito em dois grandes reinos: o do Baixo Egito, localizado ao norte, às margens do
Mediterrâneo, junto ao delta do Nilo; e o do Alto Egito, ao sul, na região conhecida como Vale do
Nilo. Em 3200 a.C., aproximadamente, esses dois territórios foram unificados, dando origem a
um império. Essa unificação é atribuída ao faraó Menés (também conhecido como Narmer, Meni
ou Men), que, assim como os demais faraós, era considerado um deus.

O começo de uma civilização

A unificação do Alto e do Baixo Egito marca o início da civilização egípcia, que perdurou por
cerca de 3 mil anos e foi marcada por diversos momentos de unificação e fragmentação
territorial. Ao longo desse período, o Egito foi governado por diferentes dinastias de faraós e
também esteve sob o domínio de diversos povos. Tradicionalmente, esses três mil anos são
divididos em:

Antigo Império (3200 a.C. a 2300 a.C.) – O Alto e o Baixo Egito se unificam, com capital na
cidade de Mênfis. É a época da construção das grandes pirâmides e da expansão rumo ao sul.
Revoltas internas provocam a fragmentação do império.

Médio Império (2055 a.C. a 1650 a.C.) – Depois de quase 300 anos fragmentado, o território
egípcio é novamente unificado. A capital é instalada em Tebas (atual Luxor), no Vale do Sul. O
período chega ao fim quando o território é invadido pelos hicsos, povo que vivia na região da
Palestina.

Novo Império (1550 a.C. a 1069 a.C.) – Os hicsos são expulsos do Egito pelos tebanos. No
século XIV a.C., o faraó Amenófis (Aquenáton) institui o culto a Aton, o deus Sol, em uma
tentativa de implantar o monoteísmo no Egito. Foi sucedido no poder por seu filho Tutancâmon,
morto, provavelmente em 1324 a.C., aos 18 anos (veja boxe Zoom). A partir de 525 a.C., o Egito
sofreu continuadas invasões estrangeiras. Por isso, para muitos historiadores, esse ano marca o
fim da civilização egípcia.
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Parte do Templo de Karnak, em Luxor, antiga Tebas, no Egito. Na imagem, perceba estátuas de faraós nas
paredes do monumento.

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ZOOM

Tutancâmon é hoje um dos faraós mais conhecidos do Antigo Egito, apesar de ser um dos
menos representativos, pois morreu jovem, em cerca de 1324 a.C., com apenas 18 anos.
Essa fama, porém, não se deve aos nove anos de seu governo ou às obras que mandou
realizar, mas sim à sua tumba.

Os antigos egípcios mumificavam os seus mortos, colocavam os corpos em sarcófagos e os


levavam
Avaliarpara as tumbas. Como acreditavam na existência de vida após a morte, colocavam
32

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nas tumbas objetos que os mortos poderiam necessitar em sua vida no além.

Durante o Novo Império, os faraós foram, em geral, enterrados no chamado Vale dos Reis,
uma região localizada na margem oeste do Rio Nilo, oposto à cidade de Tebas. As tumbas
dos faraós, que eram cheias de objetos valiosos e de uso cotidiano, foram, ao longo dos
séculos e em boa parte, localizadas, violadas e saqueadas. A maior parte dos saques
aconteceu ainda durante a Antiguidade, mas a tumba de Tutancâmon foi uma das poucas
exceções, pois sobreviveu praticamente intacta até 1922, quando foi descoberta pelo
arqueólogo britânico Howard Carter. Ao ser aberta, os pesquisadores encontraram mais de
cinco mil peças, entre joias, ornamentos, vasos, esculturas, carruagem, objetos pessoais
etc. Dentre esses objetos, encontrava-se o trono pertencente a Tutancâmon, uma peça feita
de madeira folheada a ouro, com incrustações de pedras e cristais. A análise dos detalhes
desse trono permite conhecer mais a respeito da antiga civilização egípcia.

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A pirâmide social

Os egípcios viviam em uma sociedade estratificada. No topo da pirâmide social encontravam-


se o faraó, considerado um deus, e seus familiares. Ele era o dono de todas as terras do império,
chefe dos sacerdotes, juiz supremo e chefe militar. Abaixo dele, vinham os altos funcionários
administrativos, entre estes, o vizir, que ocupava o cargo mais elevado, sendo encarregado de
supervisionar toda a administração egípcia. Na esfera religiosa, havia o sumo sacerdote,
responsável pela administração do clero dos grandes templos e que possuía grande poder sobre
a população.

Mais abaixo na pirâmide social, vinham os sacerdotes, artesãos, operários, escribas,


camponeses, servos e escravos (em geral, presos de guerra). Os camponeses representavam a
maior parte da população, e trabalhavam cultivando diferentes tipos de frutas, trigo (usado para
fazer o pão) e cevada (com a qual faziam cerveja).

Embora não estivessem nas camadas sociais mais elevadas, os escribas contavam com certo
prestígio junto à população, pois eram uma das poucas pessoas que dominavam a escrita.
Graças a ela, era possível gerir os estoques de alimentos, as finanças públicas, os projetos de
construção, o uso da mão de obra, entre muitas outras finalidades.

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A escrita egípcia

O sistema de escrita egípcio é um dos mais antigos da história da humanidade, tendo surgido
por volta de 3200 a.C. Diferentemente dos povos da Mesopotâmia, que escreviam em tabuinhas
de argila, os egípcios escreviam sobre o papiro, uma folha feita a partir do caule da planta de
mesmo nome. Inventado pelos egípcios, o papiro foi o principal suporte para a escrita ao longo
de toda a Antiguidade.

Inicialmente, a escrita egípcia era formada por um conjunto de símbolos chamados


hieróglifos. Cada um deles representava uma palavra. Contudo, com 2 mil hieróglifos, o ato de
Avaliar era muito difícil, o que demandou um aperfeiçoamento do sistema, com
ler e escrever 32os sinais

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passando a representar o som das palavras e se reduzindo, por volta do século XXVII a.C., a 24
símbolos. A maior parte dos antigos textos egípcios que perduram até hoje estão nesse tipo de
escrita, chamado de hierática.

O papiro de Edwin Smith é um tratado de medicina egípcio de


cerca de 1500 a.C.

ENQUANTO ISSO...

Os chinchorros e suas múmias

As múmias do Egito antigo são mundialmente conhecidas, mas muito antes de os egípcios
mumificarem seus mortos, na América do Sul, outro povo já tinha esse costume. Trata-se
dos chinchorros, que viveram na região dos atuais Chile e Peru. Por volta de 7 mil a.C., eles
se estabeleceram na costa do Pacífico, em área próxima do Deserto do Atacama, um dos
lugares mais secos do planeta. Suas aldeias tinham de 30 a 50 pessoas.

Os chinchorros
Avaliar mumificavam pessoas de qualquer idade, sexo e status social. A múmia
32
chinchorro mais antiga é de uma criança, datada de 5050 a.C., ou seja, dois mil anos mais
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velha do que a múmia mais antiga do Egito. Essas múmias são hoje importante fonte de
informação sobre as sociedades antigas da América, pois, por meio delas, é possível saber,
por exemplo, o tipo de dieta que seguiam, as doenças que as acometiam e até mesmo o
conhecimento técnico que possuíam, uma vez que desenvolveram diferentes técnicas de
mumificação.

Acredita-se que os chinchorros começaram a praticar a mumificação como forma de obter a


proteção de seus antepassados, pois, provavelmente, as múmias eram consideradas uma
ligação do mundo dos vivos com o reino sobrenatural dos mortos. Acredita-se que por volta
de 2000 a.C. a cultura chinchorro tenha se misturado com outros grupos e se extinguido.

Múmia chinchorra exposta em agosto de 2008 no centro cultural do palácio presidencial do Chile.

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AGORA É COM VOCÊ

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1. A foto a seguir mostra alguns dos mais de cinco mil objetos encontrados na tumba de
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Tutancâmon, como sandálias, carruagens, bancos etc. Por que o faraó foi enterrado com
esses objetos?

2. A descoberta da tumba de Tutancâmon é considerada uma das descobertas


arqueológicas mais importante de todos os tempos. Qual o motivo dessa importância?

3. Escolha um dos objetos mostrados na foto e, por meio de sua análise, apresente
informações a respeito dos antigos egípcios.

LEIA

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As primeiras civilizações, de Jaime Pinsky (Editora Contexto, 1994). Livro paradidático sobre
os povos da Mesopotâmia, o Antigo Egito e os hebreus.

ESTE CAPÍTULO ABORDOU

As formas de organização das tribos e, posteriormente, das cidades.

Aspectos da sociedade suméria.

Características da sociedade do Antigo Egito.

A invenção da escrita entre sumérios e egípcios.


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ATIVIDADES PARA SALA

Texto e imagens para as questões de 1 a 5.

Observe as duas imagens a seguir. A primeira é conhecida como Estandarte de Ur, feito pelos
sumérios entre 2600 a.C. e 2400 a.C. Trata-se de uma caixa de madeira coberta por mosaicos que
formam painéis em cada um de seus lados sendo um desses painéis conhecido como “Guerra” e
traz informações sobre a vida militar dos sumérios. A segunda imagem é uma cópia do relevo
esculpido em uma das paredes do Ramesseum, o templo funerário de Ramsés II, faraó que
reinou entre 1279 a.C. e 1213 a.C., aproximadamente. Nele, o faraó é representado participando
da batalha de Kadesh, conflito ocorrido na atual Síria, contra os hititas, uma grande potência
que vivia na região da Turquia.
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Questão 01
Que informações a respeito da vida militar dos sumérios podem ser obtidas com base na análise
do painel “Guerra”?

Questão 02
O rei dos sumérios está representado neste painel. Localize-o e explique que elementos da
imagem ajudaram a identificá-lo.

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Questão 03
Que aspectos da vida militar dos egípcios podem ser observados no relevo apresentado?

Questão 04
Qual teria sido a intenção do criador desse relevo a respeito do faraó Ramsés II?

Questão 05
Que elementos dessas imagens evidenciam o fato de que sumérios e egípcios viviam em
sociedades estruturadas com centralização do poder?

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01
(UFES)

À grande transformação econômica da Idade do Bronze dá-se o nome de Revolução Urbana. Essa
revolução correspondeu à passagem das comunidades agrícolas autossuficientes para cidades,
com comércio e artesanato especializado. A agricultura continuou como a principal atividade
econômica, mas a economia, antes agrícola e pastoril, ganhou maior diversidade e
complexidade com a multiplicação dos ofícios ou profissões e com o estabelecimento de um
sistema regular de trocas. Assim, por volta de 3000 a.C., o Egito, a Mesopotâmia e o Vale do Indo
já não eram mais um conjunto de aldeias de agricultores autossuficientes, mas constituíam
Estados, com uma complexa organização social.

AQUINO, R. S. et al. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico, 1980. p. 77-78. (adaptado)

Dos itens a seguir, o único que não pode ser considerado característica da Revolução Urbana que
resultou na formação da Civilização Mesopotâmica por volta de 3000 a.C. é

a) a escrita cuneiforme.
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b) a metalurgia do bronze.
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c) o modo de produção escravista.

d) a arquitetura monumental, com destaque para os “zigurates“.

e) o sistema de cidades-Estado independentes (Ur, Lagash, Nipur, Umma e outras).

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Questão 02
(UFRN) A prática da agricultura e a criação de rebanhos implicaram alterações nas sociedades
neolíticas.

Nesse contexto, em diversas comunidades do Oriente Próximo, identifica-se, entre outras


transformações, o(a)

a) desenvolvimento de Impérios caracterizados pelo afastamento das tradições mítico-


religiosas em favor de um pensamento racional e naturalista.

b) ampliação das atividades lucrativas, como, por exemplo, o comércio realizado pelos
estrangeiros e seus escravos nos domínios das diversas cidades.

c) surgimento de uma prática política descentralizadora, que permitiu o livre desenvolvimento


econômico das diferentes regiões ocupadas.

d) diferenciação social baseada na riqueza e no poder, com o surgimento do Estado,


instrumento de controle e apropriação dos recursos naturais.

Questão 03
(UERN)

Por que o dia tem 24 horas?

Foram os sumérios, por volta de 2000 a.C., que tiveram essa ideia. Esse povo viveu no sul da
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Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, onde fica hoje o sul do Iraque, no Oriente Médio. O
é i di idi di 12 h t
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l (di ) 12 h t 35/45
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povo sumério dividiu o dia em: 12 horas para a parte clara (dia) e 12 horas para a parte escura

(noite), criando assim as 24 horas. Dividiram também o ano em 12 meses, baseados no tempo
para plantar e para colher.

Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/ portal/artigo.asp?artigo=419.

A civilização egípcia também foi muito criativa no campo artístico e cultural. Desenvolveram um
tipo especial de escrita, além de requintes de astronomia, matemática e medicina. O calendário
de 365 dias foi organizado por eles.

Moraes, José Geraldo Vinci de. 1960. Caminhos das civilizações – História integrada: Geral e do Brasil. São
Paulo: Atual, 1998. p. 23.

Os textos fazem referência ao tempo cronológico, ou seja, as datas se sucedem com uma
duração precisa. Ele se difere do tempo histórico, que, por sua vez, diz respeito ao tempo de
duração de determinado processo histórico ou modo de vida de uma sociedade. Diante do
exposto, é correto afirmar que

a) o relógio, bem como os outros marcadores de tempo, segue criteriosamente os ritmos da


natureza, logo, tem suas marcações derivadas de um processo natural, ou seja, universal.

b) o modo como o dia terrestre é dividido em horas, segundos e minutos pode ser considerado
como uma conveniência social, ou seja, não é válido para todas as épocas e todos os povos.

c) o tempo histórico, apesar das divergências em relação ao tempo cronológico, está ligado às
concepções que cada um tem de seu tempo e de sua cultura, sendo, portanto, pessoal e
subjetivo.

d) tanto o tempo histórico, quanto o tempo cronológico, são determinantes da superioridade


cultural e racial de uma sociedade, sendo considerados como marcos divisórios entre a
barbárie e a civilização.

Questão 04
(PUC-PR) O Império Babilônico dominou diferentes povos, como os sumérios, os acádios e os
assírios. Para governar povos tão diferentes, o rei Hamurabi organizou o primeiro código de leis
escritas, o Código de Hamurabi.

Avaliar
– Se um 32
homem acusou outro de assassinato mas não puder comprovar, então o acusador será
morto.
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morto.

– Se um homem ajudou a apagar o incêndio da casa de outro e aproveitou para pegar um objeto
do dono da casa, este homem será lançado ao fogo.

– Se um homem cegou o olho de outro homem, o seu próprio será cegado. Mas se foi olho de um
escravo, pagará metade do valor desse escravo.

– Se um escravo bateu na face de um homem livre, cortarão a sua orelha.

– Se um médico tratou com faca de metal a ferida grave de um homem e lhe causou a morte ou
lhe inutilizou o olho, as suas mãos serão cortadas. Se a vítima for um escravo, o médico dará um
escravo por escravo.

– Se uma mulher tomou aversão a seu marido e não quiser mais dormir com ele, seu caso será
examinado em seu distrito. Se ela se guarda e não tem falta e o seu marido sai com outras
mulheres e despreza sua esposa, ela tomará seu dote de volta e irá para a casa do seu pai.

Assinale a alternativa correta.

a) As leis aplicavam-se somente aos homens livres e que possuíssem propriedades.

b) O Código estabeleceu o princípio que todos eram iguais perante a lei e por isso um escravo
teria os mesmos direitos que um homem livre.

c) O Código de Hamurabi representava os ideais democráticos do Império Babilônico.

d) O Código tinha como princípio a “pena de talião“ resumida na expressão “olho por olho,
dente por dente“.

e) O Código considerava a mulher propriedade do homem e sem direitos.

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Questão 05
(UECE) Os sumérios foram os primeiros habitantes da Mesopotâmia. Eles se autodenominavam
“as cabeças negras” e a região na qual habitavam denominavam de “terra de Sumer”. Sobre este
povo, assinale o correto.

a) Eram nômades, voltados para a guerra e a conquista de novos territórios. Ao contrário


Avaliar 32 de
outros povos, repudiavam o comércio, não possuíam uma cultura definida ou uma religião
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organizada, com um panteão e seu ritos.

b) Oriundos de diversos grupos étnicos, vindos do Deserto da Síria, começaram a penetrar aos
poucos nos territórios da região mesopotâmica em busca de terras agricultáveis. Eram
conhecidos pela sua habilidade no comércio.

c) Eram sedentários. Agricultores, realizaram obras de irrigação e canalização dos rios.


Construíram as primeiras cidades fortificadas que funcionaram como cidades-Estado.
Utilizavam técnicas de metalurgia e a escrita.

d) Eram, sobretudo, comerciantes e artesãos. sem nenhuma aquisição cultural significativa.


Fundaram um império unitário com um regime político único. Descendentes dos semitas,
foram os primeiros a buscar uma religião monoteísta.

Questão 06
(FUVEST) Examine essas imagens produzidas no antigo Egito:

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CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense, 1982

As imagens revelam

a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e a
proibição, no antigo Egito, do trabalho compulsório.

b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da


produção de alimentos, o que provocava longas temporadas de fome.

c) o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade de


caça ou pesca nas regiões ocupadas pelo Antigo Egito.

d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e


inviabilizava a criação de gado de maior porte.

e) a importância das atividades agrícolas no Antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores


durante aproximadamente metade do ano.
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Questão 07
(UEA)

Tumba de Nakht, 1400 a.C.

Os egípcios da Antiguidade acreditavam que a vida continuava no além-túmulo e que, para isso,
era preciso que o ambiente social em que os donos dos túmulos viveram fosse representado nas
suas paredes. Essas pinturas da tumba de Nakht, escriba do Império, representam

a) as intervenções e modificações realizadas pelos antigos egípcios no mundo natural, por meio
de técnicas e conhecimentos adquiridos.

b) as secas periódicas, que afligiam os antigos egípcios e resultavam do baixo índice


pluviométrico nas cabeceiras do Rio Nilo.

c) os conflitos sociais presentes na antiga sociedade egípcia que opunham a nobreza aos altos
funcionários públicos.

d) o poder teocrático dos faraós que eram considerados filhos do deus Sol e, devido a isso,
justos e infalíveis.

e) a falta de habilidade dos antigos pintores egípcios, incapazes de retratar a vida cotidiana
Avaliar 32 da
população.
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Questão 08
(UEPA) Os escribas do Egito Antigo ocupavam uma posição subalterna na hierarquia
administrativa governamental frente à aristocracia burocrática. Sua posição social era inferior
em relação aos conselheiros do Faraó, aos chefes da administração, à nobreza territorial, à elite
militar e aos sacerdotes. Mas as características de seu ofício os afastavam de trabalhos forçados
e das arbitrariedades das elites, que subjugavam e exploravam camponeses livres e escravos de
origem estrangeira. Tal condição privilegiada se explicava

a) pelas possibilidades de ascensão social dos escribas que, em função do sucesso de suas
carreiras, poderiam ocupar posições no alto escalão da administração pública.

b) por serem provenientes do meio social dos felás, camponeses livres, que investiam na
formação educacional de seus filhos mais inclinados ao serviço público.

c) pelo domínio dos escribas dos segredos da escrita demótica e dos hieróglifos, do cálculo e,
por conseguinte, da organização das atividades da administração pública.

d) pelo domínio exclusivo dos escribas do idioma escrito, da matemática, da agrimensura e dos
processos administrativos em geral.

e) pela dependência direta de faraós e altos funcionários reais relativa aos conhecimentos dos
escribas, que formavam uma corporação intelectual dotada de poder político.

Questão 09
(UFSM) Observe as imagens:

Avaliar 32

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Nas gravuras, veem-se uma pintura egípcia (2100 a.C.) e um baixo-relevo mesopotâmico (645
a.C.). A partir desses dois modos de representar a vida cotidiana na Antiguidade Oriental, é
possível afirmar:

I. Uma característica comum às civilizações do Egito e da Mesopotâmia, na Antiguidade, era o


predomínio do comércio sobre as atividades agropastoris.

II. As duas civilizações tinham como atividade primordial a agricultura de irrigação e


utilizavam os animais como principal meio de transporte.

III. Na produção artística de cada povo, o historiador encontra não apenas o registro do mundo
do sagrado, do poder e da vida material, mas também a indicação de valores e costumes
existentes nas sociedades.

IV. A arte dos povos antigos não tinha função política nem religiosa e era, antes de mais nada,
a expressão da sensibilidade do artista e a fruição prazerosa do espectador.
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Está(ão) correta(s)

a) apenas I e II.

b) apenas II e III.

c) apenas I, II e III.

d) apenas III e IV.

e) apenas IV.

Questão 10
(UFSM)

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Pintura mural no túmulo de Sennedjem, em Tebas (1306 a.C.-1290 a.C.).

A ilustração sintetiza a sociedade egípcia. A partir das informações que ela contém, é possível
afirmar:

I. Na base da sociedade, encontrava-se o Rio Nilo, cujas águas podiam ser aproveitadas para
o cultivo sem necessidade de técnicas específicas nem aprimoramento de organização
social.

II. O ecossistema do Nilo tinha como um dos elementos o Sol, o qual está representado na
figura de um deus, com disco solar sobre a cabeça, transmitindo a ideia de que ele ilumina
e aquece o rio, a terra e os homens.
Avaliar 32

III A á f tíf d l ti lh it
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t d i t i di d 44/45
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III. As árvores frutíferas e as cenas de plantio e colheita ocupam o centro da pintura, indicando

a importância tanto das águas do rio quanto da luz da divindade solar para o ecossistema.

IV. A pintura é uma representação alegórica e não realista, não indicando informação sobre a
estrutura política e administrativa (o faraó e seus funcionários), por isso não serve como
fonte para o estudo da história e sociedade egípcias.

Está(ão) correta(s)

a) apenas I e II.

b) apenas II e III.

c) apenas III.

d) apenas III e IV.

e) apenas IV.

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