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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE (IFRN)

CAMPUS PAU DOS FERROS (PF)


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA (CLPQ)

PROPOSTA DE ATIVIDADES DE BIOCOMBUSTÍVEIS


Antonio Braga de Rezende Neto
Discente

Prof. Ms. Anyelle da Silva Pereira Peixoto


Docente

PAU DOS FERROS – RN


2020
• Proposta experimental de produção

NOSSO de Biodiesel;
PERCURSO • Produção de Biodiesel a partir da
utilização de óleo vegetal residual de
frituras.
Produção de Biodiesel na sala de aula
Uma das grandes preocupações atuais é com o reaproveitamento e a reciclagem de materiais para
diminuir a quantidade de lixo e resíduos lançados na natureza. Pensando nisso, apresentamos uma proposta
experimental de produção de biodiesel.
Além de mostrar ao aluno uma alternativa de evitar o descarte de óleos no meio ambiente, essa proposta
experimental permite que o professor possa discutir de forma prática diversos assuntos da Química, como:
• Método de separação de mistura heterogênea formada por líquidos imiscíveis;
• Óleos e gorduras;
• Solubilidade;
• Misturas heterogêneas;
• Polaridade;
• Reações de esterificação;
• Catalisadores;
• Biocombustíveis.
Materiais
• Balança;
• Garrafa PET (de, no mínimo, 600 mL de capacidade);
• Funil de decantação (pode ser substituído por uma garrafa PET de 1500 mL (1,5 L) cortada ao meio ou
na região;
• 100 mL de óleo vegetal (óleo de cozinha);
• 55 mL de álcool etílico (álcool comum);
• 50 mL de água;
• 2 gramas de hidróxido de sódio (ou soda cáustica);
• 1 grama de cloreto de sódio (sal de cozinha).
Procedimentos Experimentais
• Passo 1: Acrescentar todo o hidróxido de sódio (ou soda cáustica) no interior da garrafa PET;

• Passo 2: Adicionar 30 mL de álcool etílico no interior da garrafa PET para formar uma mistura com o
hidróxido de sódio. Logo em seguida, fechar a garrafa e agitar durante dois minutos para favorecer a dissolução
do hidróxido de sódio.
• Passo 3: Adicionar todo o óleo vegetal ao interior da garrafa PET. Logo em seguida, fechar a garrafa e agitar a
mistura por, no mínimo, 15 minutos;
• Passo 4: Adicionar à garrafa PET 25 mL de álcool etílico, 50 mL de água e todo o cloreto de sódio. Logo em
seguida, fechar a garrafa e agitar por, no mínimo, 2 minutos;
• Passo 5: Deixar a garrafa em repouso por, no mínimo, três minutos;

• Passo 6: Transferir o conteúdo da garrafa para o funil de decantação. Em seguida, aguardar a decantação e, por
fim, retirar a fase mais densa, transferindo-a para outro recipiente.
Resultados e Discussões
• Passos 1 e 2: Ao adicionarmos o hidróxido de sódio no álcool etílico, ele sofre dissolução, sendo
essa dissolução um fenômeno exotérmico (há liberação de energia);
• Passo 3: Quando o óleo vegetal é colocado na presença do hidróxido de sódio e álcool etílico, temos
a ocorrência de uma reação de esterificação entre o álcool e o óleo, sendo o hidróxido de sódio o
catalisador do processo;
• Passo 4: Quando a água, o cloreto de sódio e o restante do álcool etílico são adicionados ao interior
do reator, temos a completa dissolução da glicerina formada no passo 4. Como o biodiesel não é
miscível à mistura (água, álcool e cloreto de sódio), temos a formação de um sistema heterogêneo
compostos por duas fases;
• Passo 5: a decantação (descanso) é realizada para que haja a separação das duas fases da mistura
heterogênea. A fase mais densa é a mistura de água, álcool etílico, cloreto de sódio e glicerina, e a
menos densa é o biodiesel.
Avaliação
Sugerimos que o professor avalie os alunos de acordo com os seguintes
critérios:
• Cuidado com os reagentes, os procedimentos e a organização;
• Comprometimento do aluno durante a atividade experimental;
• Participação na atividade experimental;
• Análise do resultado experimental produzido pelo aluno;
• Participação durante a discussão dos resultados.
Produção de Biodiesel a Partir da Utilização
de Óleo Vegetal Residual de Frituras

Objetivos:
• Realizar os experimentos para a transesterificação do óleo
vegetal;
• Purificar a matéria prima;
• Lavar o biodiesel e prepará-lo.
Materiais Utilizados: Reagentes:
• Béqueres de 250 ml; • Óleo de fritura;

• Papel de filtro; • Água destilada;


• Funil de Buchner;
• Kitassato;
• Bomba de vácuo;
• Centrífuga;
• Fonte de aquecimento
• Proveta de 5 ml;
• Balança analítica;
• 1 picnômetro;
• 1 Copo Ford;
• Pisseta;
Procedimentos Metodológicos
• Densidade e viscosidade do Biodiesel:

O primeiro passo foi pesar o picnômetro vazio, resultando numa massa de 33,57g. Depois

disso, foi enchido o mesmo com água destilada até completar sua tampa. Em seguida, foi pesado

o picnômetro novamente, dessa vez com a água (3x seguida) e fizemos uma média das massas

para ser mais preciso.


• Filtração
O primeiro momento foi utilizado a balança analítica para pesar 100g de óleo em um
béquer e logo em seguida, aqueceu-se o óleo até atingir a temperatura de mais o menos 50-
55°c, e após isso utilizou-se o papel de filtro que foi colocado sobre a placa perfurada do
funil de buchner.

Utilizou-se a tesoura para cortar um pouco das extremidades do papel para que assim ele
coubesse perfeitamente no funil sem dobras. Para facilitar a aderência ao funil, umedeceu-se
com água destilada o papel filtro e acoplou-se o funil ao kitassato para utilizar a bomba a
vácuo para a filtração do óleo. Ao final da filtração, foi pesado o béquer vazio e transferiu-se
o óleo filtrado novamente para o béquer.
•Processo de Secagem do Óleo
Para o processo de degomagem do óleo, primeiramente aqueceu-
se o óleo filtrado a uma temperatura de 60ºC e adicionou ao óleo 3%
de água quente sob agitação constante durante 15 minutos.
O óleo foi degomado por um processo de centrifugação a
5000/6000 rotações durante 3 minutos. Depois desse processo,
removeu o precipitado formado e pesou o óleo depois da retirada da
goma que foi o precipitado que se formou. Ao final, calculou-se o
rendimento da secagem.
Resultados e Discussão
A densidade do óleo de fritura foi determinado realizando os seguintes passos: o primeiro
passo foi a pesagem do picnômetro vazio, resultando numa massa de 33,57g. Depois disso, foi
enchido o picnômetro com água destilada até completar sua tampa. Em seguida, foi pesado
novamente a vidraria, dessa vez com água (3x seguida) e fizemos uma média das massas para
ser mais preciso.
As massas encontradas foram as seguintes: 85,53 + 85,53 + 83,54 = 256,6/3 = 85,53g.
Substituímos o valor do picnômetro + água menos o valor do picnômetro para encontrar a
massa da água.
m= 83,53 – 33, 57= 49,96 g
Depois disso, aferimos a temperatura da água, sendo esta, 30°C. Verificamos na literatura a
densidade da água nessa temperatura, sendo 0,09956g/cm3 e calculamos o volume pela fórmula
da densidade. O volume correspondente é de 50,18 cm3.
A densidade do óleo foi calculada utilizando a massa e o volume encontrados nos cálculos
anteriores:
• d= m/v
• d= 49,96 g/ 50,18 cm3= 0,9956g/cm3

Para a realização da purificação da matéria-prima, o óleo de fritura providenciado para a prática


passou por um processo de filtração a vácuo ou pressão, que é usada para acelerar o processo de
separação e que consiste na rarefação do ar abaixo do filtro. Em suma, é a técnica utilizada para a
separação de um produto sólido a partir de uma mistura de solvente por meio de reação química.
Logo após a filtragem, realizou-se o processo de degomagem ou secagem do óleo que tem a
finalidade de remover do óleo os fosfatídeos (agentes emulsificantes). Após o óleo ser demogado,
removeu-se o precipitado e pesou o produto para calcular o rendimento.
O cálculo do rendimento foi feito com a massa do óleo que entrou no processo de degomagem e
dividiu com a massa do óleo que saiu do mesmo processo, resultando em 0,92g.
Conclusão
Concluímos que a produção do biodiesel a partir de óleo residual é
de muita importância e que este método de obtenção de combustível
barato e de qualidade, traz benefícios para o homem e a natureza. Se
comparado ao biodiesel de petróleo, o biodiesel produzido a partir de
óleo de frituras apresenta muitas vantagens, pois além de ser
renovável e polui menos, pode ser utilizado em motores sem
nenhuma adaptação nos veículos.
“P
ersevere, mesmo diante as dificuldades!”

Antonio Braga de Rezende Neto


Referências
_________FAUSTINO, Caroline Vieira. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA
TRATADO COM TERRA CLARIFICANTE PARA UTILIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL. 4. ed. Campo
Mourão: Universidade Tecnológica Federal do Paraná –, 2014. 10 p. Disponível em:
<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5224/1/CM_COEAL_2014_2_04.pdf>. Acesso em: 24 out. 2020.
_________FREITAS, Caio Figueiredo de; (, Rafael Augusto da Rocha Barata; MOREIRA NETO, Lauro de Souza.
UTILIZAÇÃO DO ÓLEO DE COZINHA USADO COMO FONTE ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE ENERGIA
RENOVÁVEL, BUSCANDO REDUZIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS. São Paulo: Enegep, 2010. 11 p. Disponível em:
<http://www.resol.com.br/textos/enegep2010_tn_stp_123_796_16087.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.
_________PEREIRA, Daniel. Óleo de fritura - o problema tem solução. Ser Melhor Conquista Sua Estrela, São Paulo, v. 4,
n. 1, p.1-4, 1 nov. 2013.
_________OLIVEIRA EL AL.. OBTENÇÃO DO BIODIESEL ATRAVÉS DA TRANSESTERIFICAÇÃO DO ÓLEO DE
Moringa Oleífera Lam. 2012. Disponível em: <file:///C:/Users/Windows%207/Downloads/803-2701-1-PB%20(2).pdf>.
Acesso em: 26 out. 2020.
Agradecido...

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