UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE FARMÁCIA

ÁGATHA ISABELLE LORETO CAMARA

ALESSANDRA SCHEFFER DE ALMEIDA
EDUARDA CARDOSO SPARREMBERGER
ELOÍSA BEHENCK HIEGER

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DO

CRAVO

CRICIÚMA
2023
 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE FARMÁCIA

AGATHA ISABELLE LORETO CAMARA

ALESSANDRA SCHEFFER DE ALMEIDA
EDUARDA CARDOSO SPARREMBERGER
ELOÍSA BEHENCK HIEGER

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DO

CRAVO

Relatório de aula prática da Disciplina Química e Síntese

de Fármacos: Extração do Óleo Essencial do Cravo
Professora: Marilia Schutz Borges

CRICIÚMA
2023
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4

2 OBJETIVO ................................................................................................... 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 6

3.1 MATERIAIS E REAGENTES ................................................................ 6

3.2 PROCEDIMENTO ................................................................................. 7

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 9

5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 13

1 INTRODUÇÃO

A extração do óleo essencial do cravo-da-índia (Syzygium Aromatum)

é uma tecnologia fundamental no campo da química orgânica, desempenhando
um papel importante na indústria de perfumes e cosméticos e na indústria
farmacêutica e alimentícia devido a ser uma especiaria rica em óleos essenciais
muito valorizada ao longo da história por seu aroma e propriedades medicinais.
Assim, o objetivo do experimento em questão, realizado em aula prática, foi
investigar os princípios envolvidos nos processos de extração de compostos
orgânicos voláteis e ilustrar a execução do isolamento do óleo essencial de
cravo-da-índia que contém uma enorme porcentagem do composto ativo
eugenol em sua composição (ASCENÇÃO; MOUCHREK FILHO, 2013).
Assim, a realização desses experimentos proporciona aos alunos
uma oportunidade valiosa para explorar os princípios da química orgânica,
desenvolver habilidades e boas práticas laboratoriais, exercitar o trabalho em
equipe e aplicar o conhecimento resultante nos trabalhos futuros, tanto na
própria obtenção de produtos naturais de importância industrial e medicinal como
em quaisquer áreas da prática farmacêutica futura, sendo que entender os
conceitos dos métodos de separação de misturas é um dos pontos básicos para
essa profissão tão rica em suas diversas áreas de atuação (SANTOS;
DELAMUTA; KIOURANIS, 2021).
Este relatório detalha os procedimentos experimentais, desde a
seleção e preparação dos materiais vegetais até os métodos de extração
utilizados. Também discutiremos a base teórica do processo de extração,
abordando conceitos como solubilidade, destilação e propriedades químicas do
eugenol. Apresenta também uma análise e discussão dos resultados obtidos,
incluindo eficiência de extração, identificação de compostos presentes em óleos
essenciais e possíveis aplicações práticas, destacando a importância desta
tecnologia em diversas áreas, promovendo assim uma compreensão mais
profunda do processo de extração de óleos essenciais de fontes naturais.
2 OBJETIVO

1. Realizar a extração do óleo essencial do cravo;

2. Compreender a dinâmica das forças intermoleculares, estudadas em aula
prática;
3. Realizar cálculos para a obtenção do rendimento da essência;
4. Compreender a montagem das aparelhagens necessárias;
5. Realizar a separação da fase aquosa da fase orgânica da mistura;
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS E REAGENTES

Materiais:
• Balão de Três bocas de 500ml;
• Proveta;
• Erlenmeyer 125ml;
• Manta de aquecimento;
• Funil de separação de 250ml;
• Argola, suporte universal;
• Tubo conectante;
• Béquer;
• Espátula;
• Papel filtro;
• Mangueiras;
• Termômetro;

Reagente:

• 10 g de cravo;
• 150 ml de água deionizada;
• 10 ml do solvente cloreto de metileno;
3.2 PROCEDIMENTO

Figura 1 - Sistema de destilação

- O primeiro passo consistiu na montagem da aparelhagem, conforme

figura 1, onde foi utilizado um balão de três bocas de 500 ml, um erlenmeyer de
125 ml para servir de frasco coletor e uma manta de aquecimento como fonte
de aquecimento.
- Colocou-se 10 g de cravo no balão de três bocas e foi adicionado 150 ml
de água deionizada.
- Foi iniciado o aquecimento de forma lenta até obtenção de uma
destilação constante.
- Durante a destilação foi adicionado água com o funil de separação de
modo que a amostra ficasse coberta, evitando assim sua queima.
- A destilação continuou, até se dar a obtenção de 100 ml do destilado.
- Guardou-se a amostra para extração do óleo essencial (próxima etapa).
- Testou-se um funil de separação de 250 ml, com água deionizada para
assegurar que não houvesse vazamento.
- Foi colocado a argola no suporte universal.
- Colocou-se o funil de separação apoiado na argola.
- Foi transferido o destilado para o funil de separação e extraído a
essência com 10 ml do solvente cloreto de metileno (diclorometano).
- O funil foi retirado, fechado e agitado brandamente. Após cada
agitação, abriu-se torneira para a saída de gases.
 - Repetiu-se esta operação até que não saísse mais gases.
- Foi recolocado o funil no suporte, deixando-o semiaberto.
- O funil ficou em repouso por alguns minutos até que houvesse a
separação das fases.
- Pesou-se um béquer limpo e seco e lhe foi posicionado na parte inferior
do funil de separação.
- Foi retirada somente da fase orgânica do funil.
- Na fase aquosa, que ficou no funil de separação, foi adicionado mais 10
ml de diclorometano e o processo de extração foi repetido.
- Novamente foi recolhido a fase orgânica no béquer que continha a
primeira fase orgânica separada.
-Secou- se a fase orgânica: foi pesado um béquer limpo e seco, anotado o
peso e reservado. Colocou-se uma espátula de sulfato de sódio anidro dentro
do béquer que continha a fase orgânica e agitado. Foi preparar um sistema de
filtração simples e filtrado a fase orgânica.
- O filtrado foi coletado no béquer que foi pesado.
- Levou-se então o béquer para evaporar o solvente em banho-maria na
capela.
- O béquer foi pesado e calculou-se o rendimento percentual do óleo
essencial a partir da quantidade de material vegetal utilizado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Por que o eugenol é mais bem separado através de uma destilação por
arraste a vapor do que por meio de uma destilação simples?

Para melhor responder essa questão é importante, primeiramente,

compreender o funcionamento da destilação simples, onde uma mistura é
aquecida até que o composto mais volátil alcance seu ponto de ebulição e
condensado separadamente com uso de condensadores e o restante (menos
volátil) se mantém no compartimento original. Nesse sentido, para separações
onde soluto e solvente possuem pontos de ebulição muito distintos, a cerca de
100 ºC de diferença, a destilação simples é facilmente utilizada e recomendada,
entretanto, quando o ponto de ebulição é muito próximo o material desejado
pode ser evaporado junto ao solvente, ocorrendo perdas no rendimento da
separação (CONSTANTINO; SILVA; DONATE, 2004).
Diferentemente, na solução de arraste a vapor, geralmente usada
para separação de compostos voláteis, é esperado que os compostos se
misturem ao vapor da água no momento da destilação e sejam juntamente
condensados para posterior separação, logo, ao utilizar o produto condensado
tanto da água quando do óleo as probabilidades de se ocorrer uma perda do
material são menores, dessa forma, compreende-se a preferência por uso do
método de arraste a vapor em detrimento da destilação simples onde, no
contrário, muito do eugenol seria perdido logo após o início da ebulição e não
seria possível manter toda a pureza do óleo (SANTOS et al. 2004).

4.2 Calcule o rendimento da essência.

10𝑔 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑎𝑣𝑜 − 100%

0,775𝑔 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝑥%
0,775
𝑥% = 100 𝑥
10
0,775
100 𝑥 = 7,75%
10

7,75% de rendimento.
4.3 Em quais casos é recomendada a destilação por arraste de vapor?

O método de destilação por arraste de vapor é usado quando se

deseja isolar óleos essenciais ou substâncias voláteis de materiais que são
pouco solúveis em água e podem se decompor em altas temperaturas. Este
processo é realizado a temperaturas abaixo do ponto de ebulição da substância
orgânica a ser extraída, muitas vezes, inferior ao ponto de ebulição da água
(AZIZ et al, 2018).
Para que a substância possa ser purificada por arraste de vapor, é
necessário que ela tenha uma pressão de vapor de pelo menos 5 mm Hg a
100ºC. A lei de Raoult é aplicada, onde as pressões de vapor das substâncias
envolvidas são independentes, e a pressão total da mistura é determinada pela
pressão atmosférica. Isso permite a destilação do óleo a uma temperatura mais
baixa, tornando-o adequado para a separação de componentes voláteis em
materiais diversos, como cravo, canela, cominho e outros (AZIZ et al, 2018).

4.4 Descreva sobre as aplicações dos óleos essenciais nas atividades

farmacêuticas.

Os óleos essenciais são substâncias com uma grande abrangência

de possibilidades de utilização, podem ser estudados para aplicação em áreas
da perfumaria, alimentos, cosmética, na indústria de composições
farmacêuticas, entre outras, podendo, inclusive, ser comercializado
individualmente em sua forma pura, sendo que tem diversas propriedades
distintas a depender do princípio ativo que está sendo trabalhado (MACHADO;
JUNIOR, 2011).
Nesse sentido, entende-se que ao discorrer sobre as aplicações dos
óleos essenciais encontra-se muito fortemente a presença do farmacêutico
considerando que este pode atuar em todas as áreas supracitadas, sendo muito
comum o uso de determinados óleos, como por exemplo, o óleo essencial de
cravo-da-índia, na produção de fármacos devido às suas propriedades
antibacterianas e antibióticas encontradas especialmente no eugenol, porém,
pode ter, também, outras aplicações clínicas (MITTAL et al. 2014).
 Assim, também é importante verificar a grande gama de utilização dos
óleos essenciais para áreas relacionadas à cosmetologia, onde suas complexas
particularidades revelam resultados significativos para auxiliar em tratamentos
por vezes clínicos e por vezes estéticos, com isso, os farmacêuticos podem
estudar formulações que possam fornecer os efeitos desejados e desenvolvê-
las na indústria ou farmácias de manipulação (SHARMEEN et al. 2021).
Diferentemente, na indústria alimentícia os óleos essenciais não
necessariamente são estudados com vistas a resultados clínicos e estéticos,
mas, porém, a melhores conservadores, buscando alternativas mais naturais e
saudáveis para a dieta da população sem causar grandes alterações em sabor
e textura do alimento, envolvendo nesse processo a pesquisa, análise e controle
de qualidade da produção (HARO-GONZALEZ et al. 2021).
Por fim, outras aplicações farmacêuticas podem ser relacionadas com
os óleos essenciais como, por exemplo, na aromaterapia onde se torna
responsabilidade do farmacêutico compreender as propriedades dos óleos
trabalhados e seus princípios ativos bem como saber como trabalhar com eles,
assim, melhorando a qualidade de vida de pessoas com frutos positivos do
trabalho efetuado (CHENG et al, 2022).
5 CONCLUSÃO

Utilizou-se da técnica de hidrodestilação para extração do óleo

essencial do cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata) onde foi possível obter
7,75% de rendimento a partir de 10g do objeto trabalhado. Apesar dos diferentes
métodos de destilação existentes, são utilizadas técnicas específicas para cada
situação de forma a ter o máximo de eficácia possível, sendo que, nesse caso,
a hidrodestilação se fez mais adequada, nesse sentido, conclui-se também que
a qualidade e rapidez do processo pode variar conforme a habilidade dos
acadêmicos durante a realização do processo e conforme a qualidade dos
materiais utilizados. A prática do método de separação de misturas em questão
é de suma importância para a futura desenvoltura das acadêmicas nas práticas
profissionais futuras, onde, conforme estudado, é importantíssimo entender os
processos envolvidos na síntese de uma substância para que, assim, sua
utilização em local de trabalho seja segura e eficiente.
 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Andréia Hoeltz steffens. Estudo da Composição Química dos Óleos Essenciais

Obtidos por Destilação por Arraste a Vapor em Escala Laboratorial e Industrial.
Porto Alegre. Programa de Pós-graduação em Engenharia e Tecnologia de
Materiais – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2010.

ASCENÇÃO, Vanessa Louzeiro; MOUCHREK FILHO, Victor Elias.

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE
ÓLEO ESSENCIAL Syzygium aromaticum (CRAVO DA ÍNDIA). Cadernos De
Pesquisa, São Luís, v. 20, n. especial, p. 137-144, 2013. Disponível em:
https://doi.org/10.18764/2178-2229.v20n.especialp137-144. Acesso em: 16 out.
2023.

AZIZ, Zarith Asyikin Abdul et al. Essential Oils: Extraction Techniques,

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https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30039757/. Acesso em: 18 out. 2023.

CHENG, Hui et al. Aromatherapy with single essential oils can significantly
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Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9284915/.
Acesso em: 17 out. 2023.

CONSTANTINO, Mauricio Gomes; SILVA, Gil Valdo José da; DONATE, Paulo
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Universidade de São Paulo, 2004.

HARO-GONZALEZ, Jose Nabor et al. Clove Essential Oil (Syzygium

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26, n. 21, p. 6387, 2021. Disponível em: https://www.mdpi.com/1420-
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JUGREET, Bibi Sharmeen et al. Essential Oils as Natural Sources of Fragrance

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Acesso em: 17 out. 2023.

MACHADO, Bruna Fernanda Murbach Teles; JUNIOR, Ary Fernandes. ÓLEOS

ESSENCIAIS: ASPECTOS GERAIS E USOS EM TERAPIAS NATURAIS.
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Acesso em: 19 out. 2023.