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DESESTIGMATIZAÇÃO DAS

IDENTIDADES TRANS E DO
CUIDADO EM SAÚDE
MENTAL
HISTÓRIA DA
IMPLEMENTAÇÃO DO
AMBULATÓRIO SERTRANS
Era uma vez...

Os atendimentos do público transgênero era realizado no ambulatório


ATASH com o atendimento especializado voltado para a sexualidade humana,
cuidando Transtornos da sexualidade como disfunções sexuais, transtornos
parafílico
s/da preferência sexual e o acompanhamento de pessoas que tinham o
sofrimento psíquico significativo relacionado a identidade de gênero ( disforia
de gênero). Este ambulatório tinha um número elevado de pacientes
transexuais, configurando a maioria dos atendimentos.
COMO FOI IDEALIZADO O SURGIMENTO
DE UM AMBULATÓRIO VOLTADO PARA O
ATENDIMENTO A PESSOA TRANS

Em 2017 o estado do ceará foi palco de um dos crimes mais brutais tendo como
vítima a travesti dandara dos santos que foi apedrejada e assassinada com requinte de
crueldade. Este crime ganhou repercussão internacional fomentou um cenário para a
discussão e reflexão acerca de crimes motivados por legbtfobia. Esse cenário mostra-
se desafiante para o governo do estado do ceará e uma das medidas para dar maior
assistência ao público trans foi idealizar a criação de um ambulatório que desse
assistência voltada ao processo transexualizador. Assim, em outubro de 2017,
começa a implementação do ambulatório SERTRANS.
TRANSFOBIA
PORQUE NO HOSPITAL
DE SAÚDE MENTAL

Desde 2009, já existia um serviço de referencia do


ambulatório ATASH que dava assistência a esse grupo e tinha
uma logística já estruturada. Nesse sentido, por haver uma
estrutura e uma equipe de profissionais que já atendiam ao
público trans seria mais acessível e eficaz a implementação de
um serviço voltado ao público trans onde já existisse uma
demanda a priori e condições para oferecer a assistência devida.
DESESTIGMATIZAÇÃO DAS IDENTIDADES
TRANS
Estigma social é definido enquanto marca ou sinal que designa o
seu portador como desqualificado ou menos valorizado, ou segundo a
definição de erving goffman: “a situação do indivíduo que está
inabilitado para aceitação social plena” (GOFFMAN, 2004, P.4).
Para a sociologia o estigma está relacionado com a identidade
social dos sujeitos e dos grupos sociais, sendo o conceito de estigma
social relacionado a categorização de um grupo por outro,
conferindo-lhe um grau inferior de status social. O estigma é
construído por pré noções, preconceitos , estereótipos.
PARA DESCONTRUIR É PRECISO DERRUBAR
MITOS
PRINCIPAIS MITOS ACERCA DAS IDENTIDADES TRANS :

A transexualidade é uma doença;


Não existe diferença entre transexual, transgênero e travesti;
 Para ser uma mulher transexual ou uma travesti é preciso fazer uma cirurgia;
Pessoas transexuais são todas homossexuais;
Pessoas transexuais e travestis escolheram ser assim;
Ser uma pessoa transexual ou travesti significa ser um homem fantasiado de mulher ou uma mulher fantasiada de
homem;
Transfobia não existe;
Isso tudo é uma invenção só para chamar a atenção das pessoas;
Todo transgênero acaba se prostituindo;
NOVA CONCEPÇÃO DA TRANSEXUALIDADE

A OMS organização mundial retira a condição da


transgeneridade do seu guia de doenças tirando o caráter patológico
deixa de ser considerado problemas mentais do código da
organização, como "distúrbio de identidade de gênero“ e passa a ser
entendido como "incongruência de gênero", sendo integrado às
condições relacionadas à saúde sexual, dando continuidade ao
movimento de despatologização das identidades trans.
PORTARIA Nº 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE
2013 (PROCESSO TRANSEXUALIZADOR)
ART. 1° - ESTABELECER AS DIRETRIZES DE ASSISTÊNCIA AO USUÁRIO/A COM DEMANDA PARA
REALIZAÇÃO DO PROCESSO TRANSEXUALIZADOR NO SUS E GARANTIR:

A) A integralidade da atenção a transexuais e travestis, não restringindo ou centralizando a meta terapêutica às


cirurgias de transgenitalização e demais intervenções somáticas;
B) O trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional;
C) A integração com as ações e serviços em atendimento ao processo transexualizador, tendo como porta de
entrada a atenção básica, incluindo acolhimento e humanização do atendimento livre de discriminação, por
meio da sensibilização dos trabalhadores e demais usuário/as da unidade de saúde para o respeito às diferenças
e à dignidade humana, em todos os níveis de atenção.
PORTARIA Nº 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE
2013 (PROCESSO TRANSEXUALIZADOR)

§ 2º PARA GARANTIR A INTEGRALIDADE DO CUIDADO AOS USUÁRIO/AS


COM DEMANDA PARA A REALIZAÇÃO DAS AÇÕES NO PROCESSO
TRANSEXUALIZADOR NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA, SERÃO
DEFINIDAS A SEGUINTES UNIDADES:

A) Serviço de atenção ambulatorial especializado no processo transexualizador;


B) Serviço de atenção hospitalar especializado no processo transexualizador;
PORTARIA Nº 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE
2013 (PROCESSO TRANSEXUALIZADOR)
 O ambulatório habilitado como serviço de atenção ambulatorial especializado no processo
transexualizador deve contar com um responsável técnico, de qualquer da área da saúde, com
nível superior e experiência comprovada na área do processo transexualizador;
 Equipe de referência da unidade ambulatorial especializada O serviço de atenção ambulatorial
especializado no processo transexualizador deverá contar com no mínimo: 01 psiquiatra ou 01
psicólogo, 01 assistente social, 01 endocrinologista ou 01 clínico geral e 01 enfermeiro.
 § 5° DO 2 ART. A rede de atenção à saúde será responsável pela integralidade do cuidado a
transexuais e travestis no SUS.

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