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Psicanálise e

relações sociais
Psicologia das massas e
análise do eu

► Psicaná lise = clínica individual?


► Relaçã o entre vínculos e construçã o
subjetiva
► Relaçã o entre vínculos afetivos e vínculos
sociais
► Modos de construçã o da subjetividade e
modos de construçã o de interaçõ es sociais
► Toda psicologia individual é também social
► Toda sociologia é uma psicologia aplicada
Psicanálise e relações sociais

► O que é o indivíduo?
► O que são as massas?
► Por que o indivíduo age de uma forma diferente quando está
em um grupo maior de pessoas?
► O que une as pessoas em uma massa?
► O que une um grupo de pessoas contra outro grupo de
pessoas?
Psicanálise e relações sociais

► O que é o eu?
► O que é o eu ideal?
► O que é o ideal de eu?
► O que é o supereu?
► O que são as identificaçõ es?
Psicanálise e relações sociais

► O que é o conflito?
► O que é a ambivalência?
► O que é a cisão?
► O que é a projeção?
► O que é a introjeção?
Psicanálise e relações sociais

► Prazer/Desprazer
► Eu/outro
► Dentro/fora
► Bom/mau
► Igual/Rival
Psicologia das massas e
análise do eu

“Uma massa primá ria é uma soma de


indivíduos que colocaram um mesmo
objeto no lugar de ideal de eu e que
consequentemente se identificaram
uns com os outros”
Massas

► Desapariçã o dos sentimentos de


responsabilidade e consciência moral
► Exaltaçã o de afetos e consequente inibiçã o
do pensamento
► Submissã o à autoridade
► Objeto de idealizaçã o, objetos de
identificaçã o e objetos de rivalidade
► Modos de investimento libidinal
Massas

• No interior da constituiçã o das massas,


está em atuaçã o algo da ordem de todo
vínculo afetivo
• É só através das identificaçõ es que o Eu
se produz como instâ ncia
• A constituiçã o do eu é resultado de um
processo de socializaçã o
Enrique Pichón-Riviére

► Membro fundador da primeira Associaçã o


Psicanalítica Argentina
► Anunciou a sua ruptura com a Associaçã o
que ajudou a fundar
► Para dedicar-se a açõ es terapêuticas
grupais e comunitá rias
► Em um livro-manifesto intitulado da
Psicaná lise à Psicologia social
Grupos operativos

► Grupos orientados para a tarefa


► Tarefas desempenhadas
► Grupo para discutir sobre o grupo
► Emergentes
► Depositá rios
► Complexos
► Reproduzir o que se busca combater
► Aná lise institucional – instituiçõ es como analisantes, como
pacientes, seres que sofrem
Psicaná lise nas situaçõ es sociais críticas
• 1919
• Quinto Congresso Psicanalítico
Internacional, em Budapeste
• Dois meses antes do final da Primeira
Guerra Mundial
• Sigmund Freud: “Caminhos da
Psicoterapia Psicanalítica”
• Psicaná lise como direitos de todos
• Gratuita à s pessoas que nã o podem
pagar
Psicaná lise nas situaçõ es sociais críticas
• 12 clínicas de atendimento
psicanalítico gratuito foram criadas
entre 1920 e 1938
• Educaçã o
• Crianças em situaçã o de rua
• Crianças em abrigos
• Adolescentes e jovens em situaçã o de
vulnerabilidades
• Jovens gestantes
• Obstá culo: ascensã o do nazismo
Psicaná lise nas situaçõ es sociais críticas
• Dé cadas de 1960
• Marie Langer
• Enrique Pichó n Riviè re
• Associaçã o psicanalítica argentina
• Prá ticas clínicas em instituiçõ es
• Golpe militar – em 1976
Psicaná lise nas situaçõ es sociais críticas
“É a escuta das demandas de nosso tempo
que manté m o nosso saber vivo e criativo,
obrigando-nos a dar conta do sofrimento e
da miséria que se apresentam diante de
nó s enquanto algo desconhecido e que nos
questionam eticamente. (...)
O momento histó rico brasileiro tem
mobilizado também diferentes associaçõ es
psicanalíticas que buscam outras formas
de inserçã o e de atendimento clínico no
campo social”.
Jorge Broide
Psicanálise e
instituições
O circuito dos afetos

► Conte sobre uma cena que você imagina


quando ouve a palavra “política”.
► Que afeto você associa a essa cena?
Psicanálise e sociedade

► Decisõ es racionais e intençõ es conscientes x


► Irracionalidade dos desejos, dimensã o
involuntá ria dos sentimentos e emoçõ es
► Política = razã o e controle
► Concepçã o voluntarista
► Como se fosse possível pensar os vínculos
entre as pessoas como purificados das
dimensõ es desejantes, passionais, corporais
Política e psicanálise

“Normalmente, acreditamos que uma teoria


dos afetos nã o contribui para o
esclarecimento da natureza dos impasses dos
vínculos sociopolíticos.
Pois aceitamos que a dimensã o dos afetos diz
respeito à vida individual dos sujeitos,
enquanto a compreensã o dos problemas
ligados aos vínculos sociais exigiria uma
perspectiva diferente, capaz de descrever o
funcionamento estrutural da sociedade e de
suas esferas de valores (...)”.
Política e psicanálise

“No entanto, um dos pontos mais ricos da


experiência intelectual de Sigmund Freud é a
insistência na possibilidade de ultrapassar tal
dicotomia.
Freud nã o cansa de nos mostrar quã o
fundamental é uma reflexã o sobre os afetos,
no sentido de uma consideraçã o sobre a
maneira como a vida social e a experiência
política produzem e mobilizam afetos que
funcionarã o como base de sustentaçã o geral
para a adesã o social (...)”.
Psicanálise e instituições

► Psicaná lise = clínica individual?


► Relaçã o entre vínculos e construçã o subjetiva
► Relaçã o entre vínculos afetivos e vínculos sociais
► Modos de construçã o da subjetividade e modos
de construçã o de interaçõ es sociais
► Toda psicologia individual é também social
► Toda sociologia é uma psicologia aplicada
Política e psicanálise

► Toda psicologia individual é ao mesmo tempo


psicologia social
► Toda sociologia é ao mesmo tempo psicologia
aplicada
► Presença inevitável do outro: como modelo, como
par, como adversá rio
► As multidõ es, longe de ser um caos, obedecem
uma organizaçã o que pode ser bastante estável
Política e psicanálise

“O psicanalista demonstra ao indivíduo que


seu mal-estar deve, em grande parte, à s
suas relaçõ es com os outros e que nã o
existem soluçõ es solitá rias que nã o
envolvam o semelhante”
(Ricardo Goldenberg, 2018, p. 38).
Psicanálise e instituições

► Por que o comportamento individual é diferente


do comportamento, do mesmo indivíduo,
quando em grupo?
► O que é a massa?
► Exaltaçã o dos afetos, inibiçã o dos pensamentos
► Sugestã o: alguém ocupa a posiçã o de ideal do eu
► Força coesiva de inimigo(s) comum(ns)
Psicanálise e sociedade

► Uma sociedade pode ser analisada como um


sistema de normas, valores e regras que
estruturam formas de açã o e de relaçã o
► Há um processualidade na interaçã o entre
fatos e normas
► Produçã o contínua de conflitos entre normas
explícitas e implícitas
► Aná lise: explicitaçã o do que precisa continuar
implícito para poder funcionar
Psicanálise e sociedade

► Uma sociedade pode ser pensada a partir


da compreensã o de que vínculos sociais sã o
fundados a partir de circuitos de afetos
► Relaçã o entre afetos e normas, regras e
valores
► Nú cleos de adesã o
► Psicaná lise aplicada à crítica social:
► Explicitaçã o do implícito
► Afetos que circulam
Psicanálise e sociedade

► Como somos afetados(as)?


► Como sã o os regimes sensíveis em que
vivemos?
► Os afetos exercem uma influência
fundamental na definiçã o do campo dos
possíveis.
Psicanálise e sociedade

► “(...) a política é , em sua determinaçã o


essencial, um modo de produçã o de
circuitos de afetos” (Safatle, 2016, p. 35).
► Quando sociedades se transformam,
abrindo-se à produçã o de formas
singulares de vida, os afetos começam a
circular de outra forma
Imaginação política

► Como afetamos e somos afetados(as)


► O que sentimos e o que nã o sentimos
► O que percebemos e o que nã o
percebemos
► A que possíveis nos abrimos
Psicanálise e sociedade

► Há uma adesã o social construída através das


afecçõ es
► Diante da opressã o, por que a resistência nã o
ocorre?
► De onde vem o desejo de nã o realizar o
desejo por outra coisa?
Desamparo como afeto político

► Admitir a vulnerabilidade nã o corresponde a


resignar-se diante da vulnerabilidade
► Ao nos relacionarmos, há dimensõ es que
escapam de nosso controle, de nossas
capacidades de reaçã o e domínio
► O desamparo é um aspecto que nos constitui
em nossas relaçõ es desde os primeiros
momentos da vida
Desamparo como afeto político

► Nã o é incomum atribuirmos a origem dos


sofrimentos à quilo que nã o podemos
controlar
► No entanto, em toda relaçã o há algo que nos
escapa
► Nã o há encontro que nã o transforme.
Política e psicanálise

“Seríamos mais fiéis a Freud se


compreendêssemos o processo de travessia
como induçã o à mutaçã o interna no sentido e no
circuito dos afetos que fantasias produzem.
Freud age como quem explora as ambiguidades
de nossas fantasias sociais, como quem
desconstró i a aparente homogeneidade de seu
funcionamento, permitindo assim que outras
histó rias apareçam lá onde acreditávamos
encontrar apenas as mesmas histó rias”
(Safatle, 2013, p. 88).

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